Uma epidemia silenciosa está se espalhando entre as adolescentes, e os pais não têm a quem recorrer para impedi-la. É a epidemia das garotas que, subitamente, sem qualquer sinal prévio, passam a se identificar como transgênero. Um livro recém-lançado faz uma investigação sobre o assunto e traz uma revelação chocante: adolescentes estão sendo induzidas a tomar o caminho sem volta da “transição de gênero”, muitas vezes sem que os pais façam ideia do que está acontecendo.
“Irreversible Damage”, ainda sem tradução para o português, não foi escrito por uma obscurantista preconceituosa, escondida em um rincão conservador. A autora é Abigail Shrier, jornalista do Wall Street Journal com diplomas de Columbia, Oxford e Yale, três das universidades mais respeitadas e tradicionais (e, hoje, mais progressistas) do planeta.
Em janeiro de 2019, ela fez uma reportagem a respeito do assunto para o Wall Street Journal e, com isso, passou a receber mensagens e mais mensagens de pais preocupados com a súbita mudança de comportamento de suas filhas adolescentes. Abigail resolveu, então, ir a fundo no assunto. Para o livro, ela conduziu quase 200 entrevistas. Conversou com endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos, transgêneros, ex-transgêneros e familiares. A conclusão: existe algo de muito errado acontecendo com as adolescentes. E os números mostram isso.
Explosão de cirurgias
Tradicionalmente, a disforia de gênero (que ocorre quando uma pessoa se identifica como parte do sexo oposto) costuma atingir 0,01% da população – quase que exclusivamente garotos que apresentam sinais visíveis da condição desde cedo (embora, em 70% dos casos, a situação se reverta naturalmente conforme os anos passam).
O que vem acontecendo recentemente, entretanto, é algo diferente: em 2016, 46% das cirurgias de mudança de sexo nos Estados Unidos eram de pessoas do sexo feminino. Um ano depois, o percentual saltou para 70%. Em pouco anos, o número de casos de disforia de gênero em adolescentes cresceu 1.000% nos Estados Unidos e inacreditáveis 4.000% na Inglaterra. Hoje, dois por cento dos estudantes de ensino médio americanos hoje se identificam como transgênero. Ou seja: em vez de um caso a cada mil pessoas, como era de se esperar, o índice nessa população é de um a cada cinquenta.
Em sua pesquisa, Abigail identificou um padrão: a garota com problemas relativamente normais para a idade (insegurança emocional, desconforto com o próprio corpo), passa a pesquisar sobre o assunto na internet – especialmente no YouTube – e esbarra com conteúdo que sugere que ela pode ser transgênero. Ela – que geralmente já tem alguém em uma situação parecida no seu círculo social – compra a ideia. O anúncio traz popularidade imediata entre outras adolescentes. Sem avisar os pais, a escola adere e passa a tratá-la como garoto. Quando procurados, os profissioanis de saúde nada fazem além de afirmar que, se ela pensa ser transgênero, ela já é transgênero.
Os pais são chantageados com a afirmação de que, se não apoiarem integralmente o processo de transição, podem estar induzindo sua filha ao suicídio. E os terapeutas que defendem um método mais cauteloso acabam escanteados, quando não punidos. É um ciclo completo construído com base em falácias e alimentado por uma espiral de silêncio. O resultado são garotas menores de idade tomando hormônios masculinos e sendo submetidas a cirurgias como a da retirada completa dos seios.
Histeria contagiosa
Um das pesquisadoras entrevistadas por Abigail Shrier foi vítima desse ciclo. Lisa Litmann, auto-proclamada de esquerda, conduziu uma pesquisa em que identificou um processo chamado por ela de “rapid-onset gender dysphoria”, que pode ser traduzido como “disforia de gênero de desenvolvimento rápido”.
Existe uma epidemia das garotas que, subitamente, sem qualquer sinal prévio, passam a identificar como transgênero| Foto: BigStockOuça este conteúdo
Uma epidemia silenciosa está se espalhando entre as adolescentes, e os pais não têm a quem recorrer para impedi-la. É a epidemia das garotas que, subitamente, sem qualquer sinal prévio, passam a se identificar como transgênero. Um livro recém-lançado faz uma investigação sobre o assunto e traz uma revelação chocante: adolescentes estão sendo induzidas a tomar o caminho sem volta da “transição de gênero”, muitas vezes sem que os pais façam ideia do que está acontecendo.VEJA TAMBÉM:
“Irreversible Damage”, ainda sem tradução para o português, não foi escrito por uma obscurantista preconceituosa, escondida em um rincão conservador. A autora é Abigail Shrier, jornalista do Wall Street Journal com diplomas de Columbia, Oxford e Yale, três das universidades mais respeitadas e tradicionais (e, hoje, mais progressistas) do planeta.
Em janeiro de 2019, ela fez uma reportagem a respeito do assunto para o Wall Street Journal e, com isso, passou a receber mensagens e mais mensagens de pais preocupados com a súbita mudança de comportamento de suas filhas adolescentes. Abigail resolveu, então, ir a fundo no assunto. Para o livro, ela conduziu quase 200 entrevistas. Conversou com endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos, transgêneros, ex-transgêneros e familiares. A conclusão: existe algo de muito errado acontecendo com as adolescentes. E os números mostram isso.
Explosão de cirurgias
Tradicionalmente, a disforia de gênero (que ocorre quando uma pessoa se identifica como parte do sexo oposto) costuma atingir 0,01% da população – quase que exclusivamente garotos que apresentam sinais visíveis da condição desde cedo (embora, em 70% dos casos, a situação se reverta naturalmente conforme os anos passam).
O que vem acontecendo recentemente, entretanto, é algo diferente: em 2016, 46% das cirurgias de mudança de sexo nos Estados Unidos eram de pessoas do sexo feminino. Um ano depois, o percentual saltou para 70%. Em pouco anos, o número de casos de disforia de gênero em adolescentes cresceu 1.000% nos Estados Unidos e inacreditáveis 4.000% na Inglaterra. Hoje, dois por cento dos estudantes de ensino médio americanos hoje se identificam como transgênero. Ou seja: em vez de um caso a cada mil pessoas, como era de se esperar, o índice nessa população é de um a cada cinquenta.
Em sua pesquisa, Abigail identificou um padrão: a garota com problemas relativamente normais para a idade (insegurança emocional, desconforto com o próprio corpo), passa a pesquisar sobre o assunto na internet – especialmente no YouTube – e esbarra com conteúdo que sugere que ela pode ser transgênero. Ela – que geralmente já tem alguém em uma situação parecida no seu círculo social – compra a ideia. O anúncio traz popularidade imediata entre outras adolescentes. Sem avisar os pais, a escola adere e passa a tratá-la como garoto. Quando procurados, os profissioanis de saúde nada fazem além de afirmar que, se ela pensa ser transgênero, ela já é transgênero.
Os pais são chantageados com a afirmação de que, se não apoiarem integralmente o processo de transição, podem estar induzindo sua filha ao suicídio. E os terapeutas que defendem um método mais cauteloso acabam escanteados, quando não punidos. É um ciclo completo construído com base em falácias e alimentado por uma espiral de silêncio. O resultado são garotas menores de idade tomando hormônios masculinos e sendo submetidas a cirurgias como a da retirada completa dos seios.
Histeria contagiosa
Um das pesquisadoras entrevistadas por Abigail Shrier foi vítima desse ciclo. Lisa Litmann, auto-proclamada de esquerda, conduziu uma pesquisa em que identificou um processo chamado por ela de “rapid-onset gender dysphoria”, que pode ser traduzido como “disforia de gênero de desenvolvimento rápido”.VEJA TAMBÉM:
A hipótese dela é que o problema é fruto de uma espécie de histeria contagiosa, que atinge sobretudo as garotas – que, na fase da adolescência, são mais suscetíveis às influências do meio. Seria algo similar à anorexia, com uma grande diferença: em vez de tratar as causas do problema, os profissionais de saúde estão incentivando as garotas a tomar um caminho sem volta. É como se eles dissessem a uma garota anoréxica que ela está, de fato, acima do peso.
Depois de conversar com 256 pais ou mães de adolescentes que se encaixam nos critérios de disforia rápida Lisa Litmann, notou em quase 70% dos participantes tinham pelo menos um amigo ou amiga que havia se identificado como transgênero. A pesquisa de Litmannn acabou boicotada pela Universidade de Brown, onde ela leciona.
Não foi um caso isolado. Os médicos que questionam o método “afirmativo” são pressionados por entidades como a American Medical Association e a American College of Physicians. Dezenove estados americanos também proíbem qualquer tratamento que seja considerado “terapia de conversão”, o que significa que os profissionais são obrigados a tratar como transgênero qualquer paciente que acredite sê-lo, mesmo que não haja indícios suficientes.
No livro, Abigail Shrier não discute os casos de garotos que se identificam como garotas, nem a situação das mulheres que “transicionam” já na fase adulta. Ela argumenta que, mesmo que algumas pessoas de fato tenham uma condição inata que as leve a se identificar como membros do sexo oposto, é possível haver situações de falsa disforia de gênero – uma espécie de “histeria de gênero”. E há muitos sinais de que o problema existe, especialmente entre as adolescentes.
“É quase como um culto”, diz, no livro uma das entrevistadas, cuja filha fez transição contra a sua vontade, com apoio total da escola. Muitos transexuais também acreditam que há algo de errado com as adolescentes. “Elas veem algo que pode fazê-las se sentir melhor consigo mesmas, porque todas essas garotas trans têm canais no Youtube, redes sociais, e eu acredito que e isso está influenciando. Nos seríamos idiotas se disséssemos que não está influenciando”, afirma uma das primeiras pessoas mulheres a passar por uma mudança de sexo em Los Angeles, ainda no começo dos anos 90.
Proibição
O livro de Abigail Shrier demole duas ideias centrais da ideologia de gênero. A primeira: a de que as pessoas transgênero são distribuídas aleatórias na população, e que essa condição se deve inteiramente a fatores inatos, o que significa que não há nada que se possa fazer a não ser apoiar a transição. A segunda: a de que qualquer pessoa que pense ser transgênero o é. Ao fim da obra, ela apresenta uma lista de recomendações para pais preocupados com a histeria coletiva que se alastra entre as adolescentes. A número 1 da lista é “Não dê um smartphone à sua filha”.
Como que comprovando a tese de Abigail Shrier, a Amazon vende o livro, mas acabou proibindo que ele fosse anunciado nas plataformas da empresa. A espiral do silêncio continua em vigor.
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