Atenção, esse texto retrata uma opinião pessoal e não uma acusação.
É uma visão sobre alguns fatos que estão ocorrendo e em como eles podem ser encaixados.
Assim como em todo quebra-cabeça, podemos errar no encaixe das peças.
Dito isso, vamos lá.
Atualmente algumas peças estão sobre a mesa:
– prisão de Luciano Ayan;
– ataque de Gilmar Mendes ao exército;
– falas de Mourão;
– julgamento de cassação da chapa no TSE.
Como essas peças podem ser encaixadas?
Já falei a respeito dos possíveis interesses na prisão de Luciano Ayan para salvar a pele de Alexandre de Moraes, no texto abaixo:
Uma coisa precisamos lembrar: Alexandre de Moraes, logo no início do inquérito das Fakenews, compartilhou com o TSE material que supostamente comprovaria uma rede de Fakenews que poderia ter influenciado nas eleições. Essa denúncia foi montada em cima de um dossiê criado por Luciano Ayan.
O problema é que Alexandre de Moraes acabou indo para cima de pessoas inocentes e precisa justificar o que fez. Mas as provas continuam no TSE.
Coloquem uma coisa na cabeça: cassação da Chapa interessa para a esquerda e para o Centrão. É o 3o turno das eleições.
Em paralelo a isso vimos ataques de Gilmar Mendes, que tem se mostrado muito benevolente com algumas figuras do Centrão, ao exército.
Vimos o Ministro da Defesa reagir e denunciar os ataques à PGR.
Junto estamos vendo Mourão ressurgir na mídia, com tom conciliador. A imprensa da esquerda já diz que ele fala como presidente.
Mas onde tudo isso se encaixa?
Para mim a fala de Gilmar é uma reação a uma possível conversa que dizem estar rolando nos bastidores.
Rodrigo Maia sabe que um impeachment de Bolsonaro não passa no Congresso.
Com toda confusão criada em torno dos inquéritos das Fakenews, dificilmente haverá um ambiente propício para a cassação da Chapa. Lembrando que se houver cassação Mourão cai também.
Agora, o que muita gente está esquecendo é um ponto importante: está com Celso de Mello o inquérito que apura a interferência de Bolsonaro na PF.
Em 1o de julho, o Ministro prorrogou por mais 30 dias às investigações.
E aí está o que pode acontecer: podemos ter uma decisão que tire Bolsonaro, ainda que temporariamente do poder.
Junte a isso mais uma informação: Celso de Mello se aposentará no início de novembro.
Ele pode fechar com “chave de ouro” sua passagem no STF pedindo o afastamento do presidente.
Com isso Mourão assumiria, ainda que interinamente.
E ficaria nas mãos do Mourão a escolha do novo Ministro do STF.
Vamos acompanhar…
Flavia Ferronato. Advogada. Coordenadora Nacional do Movimento Advogados do Brasil.
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