O pai, Mario Peixoto, já estava preso
Decisão é do juiz Marcelo Bretas
A Polícia Federal prendeu nesta 2ª feira (22.jun.2020) o empresário Vinícius Peixoto, filho de Mário Peixoto, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O empresário é investigado pelo desvio de R$ 500 milhões de recursos públicos em contratos emergenciais fechados por causa da pandemia de covid-19.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, 7ª Vara Federal Criminal do Rio, pela Operação Favorito, 1 desdobramento da Lava Jato no Estado. Em maio, a Polícia Federal prendeu Vinícius Peixoto. Contudo, o empresário apresentou suspeita de estar infectado com coronavírus e a ordem foi convertida em prisão domiciliar.
Na determinação desta 2ª feira, Bretas relatou que mensagens obtidas pelo Ministério Público Federal mostram que, mesmo investigado, Vinícius deu continuidade às ações em seu nome.
“Ou seja, Vinícius teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar por conta de possível contração do vírus Covid-19, e 4 dias após a efetivação da domiciliar, tratou de modificar dados em sua offshore“, escreveu.
O magistrado também afirmou que há “fortes suspeitas de atividade para encobrir eventuais desvios ou colaboradores, uma vez que realizada imediatamente após a deflagração da operação“, além de movimentações para destruição de evidências e afastamento de demais envolvidos nas denúncias, “inclusive com a substituição por supostos laranjas”.
Mário Peixoto, pai de Vinícius, também foi preso em maio deste ano, depois de evidências de fraudes em contratos de compras de materiais para hospitais de campanha montados no Rio.
Segundo a Polícia Federal, o grupo teria pago vantagens indevidas a conselheiros do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), deputados estaduais e outros agentes públicos.
As empresas de Mário Peixoto têm vários contratos com os governos estadual –desde a gestão de Sérgio Cabral– e federal. Elas oferecem serviços de limpeza e motoristas para diferentes secretarias.
No governo federal, maqueiros e ascensoristas atuam no Hospital Geral de Bonsucesso. As interceptações feitas pelos investigadores da Lava Jato, com autorização da Justiça, descobriram pessoas ligadas a Peixoto trocando informações sobre compra e aquisições dos hospitais de campanha para o combate à pandemia de covid-19.
As investigações apontam que o grupo atua desde 2012.
OUTRO LADO
Em nota ao portal G1, Alexandre Lopes, advogado de Vinicius Peixoto, disse: “Encontro-me chocado com a determinação de prisão preventiva de Vinicius Peixoto, sem nenhum motivo legal. Decisões arbitrárias costumam ser revogadas prontamente pelos Tribunais brasileiros. Vamos aguardar.”
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