Ouvi um galo cantar. E como também sou galo (de briga), arrumei a coisa do meu jeito, coloquei mais um esporão aqui, outro ali, dei uma bicada acolá e a coisa ficou assim:
– Cansado de dar murro em ponta de faca e de bater de bater de frente com o establishment, Bolsonaro decidiu mudar de estratégia;
– Abandonou todo e qualquer plano de intervenção militar, para não correr o risco de o Brasil se transformar num pária internacional;
– A jogada agora é outra, bem diversa: resolveu lutar com as armas do inimigo. E decidiu ter maioria no Congresso;
– Para isso, recriou o Ministério das Comunicações e nomeou ministro Fábio Faria, deputado federal, sob aplausos até de jogadores de futebol. Mas com a ausência de Alcolumbre e a cara amarrada do Maia, que nem aplaudiu a fala do novo ministro;
– Tem na ponta da agulha a recriação do Ministério da Segurança Pública. Para também entregar a um parlamentar, que traga toda a chamada Bancada da Bala;
– Tem também o Ministério da Ciência e Tecnologia como moeda de troca, mandando o astronauta pro espaço;
– Os maiores ministérios-moedas (Saúde e Educação) já estão disponíveis, uma vez que estão sendo comandados por ministros interinos – e isso reforça as suspeitas quanto à implementação desse plano;
– Estes dois ministérios são dos que têm maior orçamento (muito importante) e grande capilaridade em todo o território nacional (idem). Todos os querem. E os partidos que os tiverem passarão a apoiar o governo;
– O das Comunicações, com os Correios, também integra esta lista dos mais presentes, inclusive nos grotões;
– Com isso, Bolsonaro entregaria os anéis, mas preservaria os dedos: Economia (Guedes) Casa Civil, Infraestrutura (Tarcísio) Desenvolvimento Regional, Relações Exteriores (Ernesto Araujo), Justiça, Agricultura, Direitos Humanos (Damares) Meio-ambiente (Salles), Cidadania (Onyx, que pode voltar à Câmara, abrindo mais uma vaga no ministério), Defesa, e os Bancos Federais (BB, Caixa, BNDES). O BNB pode entrar na conta da “captação” de parlamentares no NE. As estatais importantes (Petrobras, Eletrobras, Itaipu, etc.) ficam sob JB.
– Garantindo o controle do dinheiro e das políticas de desenvolvimento econômico e social, entregaria os ministérios citados (mantendo o poder de veto, nada de porteira fechada), mas em compensação ganharia maioria na Câmara e no Senado para aprovação de PECs;
– A meta é ter 330 deputados e 55 senadores;
– Essa maioria, além de afastar qualquer tentativa de impeachment, traria outras enormes vantagens:
1. A revogação da PEC da Bengala, ganhando o direito de indicar 4 ministros do STF, para substituir Celso de Melo, Marco Aurélio, Rosa Weber e Lewandowski;
2. O desejado impeachment de Alexandre de Moraes poderia abrir mais uma vaga. E seria bastante emblemática, fazendo com que Gilmar e Toffoli ciscassem miudinho;
3. Ou Gilmar pediria as contas, indo cuidar do seu (dele) milionário Instituto e propriedades d’além mar? Seria sonhar demais?
4. A PEC da Prisão em 2a. Instância;
5. A tomada da Câmara das mãos de Maia e o Senado das de Alcolumbre e Renan;
6. Com o comando do Senado, teria aprovação tranquila dos novos ministros do Supremo e de novos embaixadores;
7. Mais que isso: em 2021 poderia reeditar as medidas provisórias que caducaram, e/ou enviar projetos de Lei em regime de Urgência, com certeza de aprovação;
8. Com a renovação de 1/3 a 1/2 do STF, acabaria com o ativismo judicial e cooptaria o adesistão Fux, que será o novo presidente, após Toffoli;
9. Outros desdobramentos, por ter o Congresso e o STF em parceria com o Executivo.- como a não-renovação da concessão da Globo (se não pagar a montanha de dinheiro que deve), o que serviria de marco temporal para toda a mídia podre e vendida;
Aí seria partir forte para a eleição de 2022, fazendo maioria no Congresso, o maior número possível de governadores e, logicamente, a própria reeleição de Bolsonaro – com outro vice na chapa. E aí está uma supermoeda.
Bolsonaro está apanhando (quase) calado, sendo humilhado e tripudiado todo dia. Mas ultimamente ficou mais light. Mudança tática, dentro da estratégia?
É certo que seus adversários (que não são poucos!) e inimigos (idem!) sabem das mexidas no tabuleiro e estão desesperados para o derrubarem agora. Daí os inquéritos ilegais, o vergonhoso ativismo judicial do STF, o trancamento de suas pautas no Congresso, a ação coordenada dos governadores contra ele e outras jogadas sujas, como a subserviência ao Partido Comunista Chinês, que está por trás de tudo.
Tenho trazido teorias plausíveis e até factíveis do que poderia vir a acontecer no curto prazo no Brasil. Algumas, bombásticas.
Se querem saber, essa guinada para o Centrão e mais outros partidos, que seja – nessa condição de perder os anéis e ficar com os dedos, repito -, seria uma solução de estrategista brilhante, capaz de abrir mão de alguns territórios para afastar a possibilidade (real) da perda do Reino. E sem derramar sangue.
E por falar em sangue… Haja sangue frio, JB!!!
Alberto Saraiva
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