Quarta-feira (17), foi um dia triste para a Justiça brasileira, para a liberdade de expressão e opinião e para a democracia. O Supremo Tribunal Federal decidiu que vai continuar com o inquérito das fake news.
Essa investigação é uma forma de amordaçar as pessoas que criticam a Corte. A crítica deveria ser livre. O que foi apresentado como provas no julgamento de ontem são ameaças terríveis contra ministros da Casa e suas famílias.
Essas ameaças precisam ser desprezadas por todos que tem consciência. Mas, ainda assim, são ameaças. A Polícia Federal tem um departamento de crimes cibernéticos. É fácil achar esses criminosos e processá-los.
Parece que estão se aproveitando dessas ameaças para perseguir politicamente o presidente Bolsonaro e liberar o outro lado. Dois pesos e duas medidas. Quem joga tinta vermelha na casa na casa do presidente da República não recebe punição.
As pessoas que colocam fogo no Ministério da Agricultura, quebram a fachada do Congresso, de bancos em São Paulo; ou vão para manifestação com faca não recebem punição. O problema são as palavras, por que será?
Quem ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e pede golpe militar fala da boca para fora. Essas pessoas não têm poder de fazer isso. Mesmo assim, ameaças são crimes e liberdade de expressão para criticar é outra coisa.
Fica feio para a democracia brasileira que um dos poderes esteja extrapolando. Os presidentes do Senado, Câmara e da República recebem ameaças e não reagem dessa forma.
Eles reclamam, respondem, ficam bravos, mas não processam ninguém. Tem gente presa por manifestar uma opinião e por soltar foguete. Que complicação que o STF está se metendo. Ontem foi a oportunidade deles saírem dessa.
A queixa da Venezuela
A Venezuela se queixou para a ONU que o Brasil é uma bomba sanitária e por isso pode exportar o coronavírus para o país. O que é uma ironia porque a Operação Acolhida já recebeu 264 mil venezuelanos.
Essas pessoas foram vacinadas, tratadas, alimentadas e algumas até hospitalizadas. E agora a Venezuela fala que o Brasil é uma bomba sanitária. Coisas de ditadura. A Suprema Corte venezuelana tirou todos os direitos do partido de oposição.
O novo ministro
Ontem (17) foi a posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Ele fez um apelo aos presidentes da República, Câmara e Senado, pedindo para deixar a arena eleitoral para 2022 e focar, no momento, nas crises atuais.
Novo plano Safra
Também ontem, foi lançado o plano Safra 2020/21. Foi oferecido muito financiamento e crédito a juros pequenos. Mas é preciso lembrar também de quem está sofrendo com a estiagem e com as invasões de terra – principalmente no Mato Grosso.
É bom lembrar que, com a pandemia, o sonho de quem mora na cidade é ir para o campo, onde há espaço e mais saúde. O futuro é o campo. O agronegócio alimenta o Brasil e boa parte do mundo.
Alexandre Garcia
Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.
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