A vacina do Agripino: Ou como governar inventando estratégias mirabolantes de marketing

Não me incomoda realmente ter, um dia, votado em Agripino Doria para prefeito.

Tenho lá minhas atenuantes, como milhões de paulistas ou paulistanos: era Doria ou Haddad, caso em que não havia alternativa possível.

Quando Agripino, usando a prefeitura como trampolim, se elegeu governador, sua verdadeira face já começava a ser vista, mas era tarde demais.

Nem o fato de estar sendo processado atualmente por ele (processo pelo conteúdo de um de meus vídeos colocado em segredo de justiça por seus advogados) me incomoda, para ser franco.

Só quem é competente é capaz de suportar a crítica.

Os incompetentes censuram, tentam calar à força.

É o caso.

Seria simples até, para o governador, me processar pela acusação que é fashion e comum nestes dias, a de produzir fake news, pelo conteúdo do próprio vídeo, rico em descrições de quem é verdadeiramente o Sr. Agripino.

Mas não fez isso, usou outras alegações para me processar, mas não a de produzir fake news.

E por uma razão também simples: porque não podia, o conteúdo do vídeo é verdadeiro do início ao fim.

Como eu dizia, mesmo assim não é o fato de ter votado em Agripino que me incomoda.

Não.

O que me incomoda realmente é ter um dia acreditado nele.

Isso, em meu caso, talvez seja imperdoável.

Fui publicitário a vida inteira, sei reconhecer de longe embustes de marketing como o caso notório de João Santana e o monstrengo que criou, Dilma Roussef, a ‘presidenta’.

E outros, variantes como o de Agripino, oportunistas que usam o marketing para obter cargos para os quais estão longe de ter competência para assumir.

Doria vai fazendo seu jogo enquanto pode, alheio aparentemente à algumas realidades óbvias, como a de que jamais será eleito pelo povo de São Paulo para coisa alguma.

Talvez, dentro de seus muros protegidos pela polícia paga pelo povo, ele imagine realidades alternativas.

Talvez imagine tirar de dentro de sua cartola marketeira algum plano mirabolante que o redima perante a população do Estado e do Brasil, que já conhece sua verdadeira face.

O plano anterior, afinal, o de derrubar Bolsonaro, vai fazendo água, o barco vai afundando.

Hora de inventar, para se manter na cadeira.

Para não ser impichado, inclusive, o que parece ser o destino, por exemplo, de governadores sacanas como Witzel.

Inventar!

Inventar uma vacina milagrosa, porque não?

Talvez reste ainda no povo – imagina Doria – um certo nível de tolerância para outra jogada de marketing.

Não faltam otários no mundo, como se sabe.

Claro que a vacina não vai funcionar efetivamente, mas quem se importa?

Um dia atrás do outro, muita calma nessa hora.

Finalmente, outra coisita que aprendi como publicitário: não há campanha de marketing boa o suficiente para vender um mau produto.

Ou um produto que não existe.

É fato: mais dia menos dia o produto desaparece.

E quando Agripino sumir do cenário, talvez então eu possa me perdoar por – mesmo por algumas semanas – ter acreditado nesse sujeito.

Confira matéria do site Jornal da Cidade Online.

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