O conselho de administração do BNB (Banco do Nordeste) decidiu na tarde desta 4ª feira (3.jun.2020) destituir Alexandre Borges Cabral da presidência da instituição. Ele foi indicação do chamado Centrão –grupo de partidos sem coloração ideológica que se aproximou do governo Bolsonaro– e havia sido empossado nesta 3ª feira (2.jun).
A saída de Cabral ocorre depois de vir à tona 1 processo movido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que apura supostas irregularidades em contratações feitas pela Casa da Moeda no período em que ele ficou à frente da estatal, em 2018. O suposto prejuízo é de R$ 2,2 bilhões.
Em comunicado (leia íntegra ao fim deste texto), o Banco do Nordeste destacou que o conselho de administração “tem pautado suas deliberações de forma diligente, rigorosamente em conformidade as boas práticas de governança corporativa e em estrita observância da legislação vigente“.
O diretor financeiro e de crédito do banco, Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior, exercerá a presidência da instituição interinamente até que seja eleito novo ocupante para o cargo.
O Poder360 apurou que Cabral foi indicado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Colho (MDB-PE). Ele nega. Havia acordo para que o cargo fosse entregue a 1 nome indicado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, principal cacique do PL que teve o mandato cassado e foi condenado no mensalão.
Valdemar ficou contrariado com a indicação de Cabral e bateu pé, o que impulsionou a saída precoce do agora já ex-presidente do BNB. É o ex-deputado quem deve indicar o substituto.
ACORDOS COM O CENTRÃO
O governo do presidente Jair Bolsonaro já colocou nas mãos dos indicados pelo “Centrão” órgãos públicos e empresas estatais que gerenciam R$ 110,5 bilhões anuais.
As nomeações saíram em pouco mais de 1 mês. A primeira foi em 29 de abril, para a superintendência da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) em Recife, também conhecido com o metrô da capital pernambucana. Carlos Ferreira da Silva Filho foi nomeado por indicação do PSC.
A mais recente é de 3ª feira (2.jun), na Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. O professor da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) Arnaldo Correia de Medeiros foi nomeado pelo cargo por indicação do PL.
EIS O COMUNICADO DO BNB:
O Banco do Nordeste do Brasil S.A. comunica que o Conselho de Administração, em sua 682ª Reunião, ocorrida nesta data, às 14h, deliberou conforme segue:
• Destituição do Sr. Alexandre Borges Cabral do cargo de Presidente do Banco do Nordeste do Brasil S.A;
• Nomear para exercício interino da presidência do Banco do Nordeste do Brasil S.A. o Sr. Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior atualmente Diretor Financeiro e de Crédito, cargo o qual ele ficará acumulando até que seja eleito novo presidente definitivo;
• Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior é bacharel em Ciências da Computação, possui especialização em Negócios Internacionais, além de pós-graduações em Gestão de Negócios, Gestão Empresarial, Administração Financeira e em Auditoria e Controladoria. Dentre as funções desempenhadas na instituição se destacam a de Diretor Financeiro e de Crédito, superintendente nas áreas de Tecnologia da Informação, de Operações Financeiras e de Mercado de Capitais, e regional da Bahia.
• A Diretoria Executiva do Banco do Nordeste passou a ter a seguinte composição: ANTÔNIO JORGE PONTES GUIMARÃES JÚNIOR, como Presidente e Diretor Financeiro e de Crédito, CORNÉLIO FARIAS PIMENTEL, HAROLDO MAIA JÚNIOR, PERPÉTUO SOCORRO CAJAZEIRAS, SANDRA DOS SANTOS SOUZA LISBÔA e WANGER ANTONIO DE ALENCAR ROCHA.
• O Banco do Nordeste do Brasil S.A., conforme consignado em ata da presente reunião, a ser divulgada dentro do prazo legal estabelecido, informa que seu Conselho de Administração tem pautado suas deliberações de forma diligente, rigorosamente em conformidade as boas práticas de governança corporativa e em estrita observância da legislação vigente.
• O Banco informa ainda que sobre as notícias recentemente veiculadas tomou conhecimento sobre seu conteúdo somente por meio da mídia. Assim sendo, reitera seu compromisso de transparência e tempestividade de comunicação dos fatos aos seus acionistas.
Confira matéria Diário do Poder.
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