Após meses de incertezas – e apesar de a curva de casos e mortes por coronavírus ainda estar ascendente no Brasil – cidades e estados vêm anunciando medidas de relaxamento do isolamento social e de retomada das atividades, de olho no “novo normal”. São Paulo e Ceará foram os últimos estados a anunciarem planos e diretrizes determinando as fases dessa reabertura gradual. A cidade do Rio de Janeiro já mostrou seu plano de retomada em seis etapas. Outros locais, como Santa Catarina, já haviam liberado o funcionamento de diversos setores com restrições há mais tempo.
Um tanto pela pressão pela retomada da economia ou pelo tédio de quem já está afrouxando o isolamento por conta, o movimento de flexibilização está ganhando força em todo o país. E aí vem a pergunta: qual o efeito das medidas de isolamento tomadas no início da pandemia?
Ainda é cedo para cravar uma conclusão, mas localidades que adotaram medidas legais mais restritivas estão entre aquelas que começam a retomada agora. E isso não significa que a situação está sob controle: mesmo com a flexibilização, ainda há muito o que fazer para uma situação de “novo normal” confortável.
Até a noite de quarta-feira (3), o Brasil tinha 584.016 casos confirmados, o que equivale a uma incidência de 276 a cada 100 mil habitantes. E 32.548 mortes, o que representa 15,4 óbitos a cada 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde. De acordo com a OMS, o Brasil ainda não atingiu o pico da epidemia.
Um estudo do Ipea, publicado ainda em abril, lembra que logo após a Covid-19 ser classificada como uma pandemia, em 11 de março, estados e cidades começaram a introduzir políticas de distanciamento social, em momentos diferentes e com níveis de restrições distintos.
Neto e avó se encontram em São Paulo: estado afrouxou medidas de isolamento social nesta semana.| Foto: Nelson Almeida / AFPOuça este conteúdo
Após meses de incertezas – e apesar de a curva de casos e mortes por coronavírus ainda estar ascendente no Brasil – cidades e estados vêm anunciando medidas de relaxamento do isolamento social e de retomada das atividades, de olho no “novo normal”. São Paulo e Ceará foram os últimos estados a anunciarem planos e diretrizes determinando as fases dessa reabertura gradual. A cidade do Rio de Janeiro já mostrou seu plano de retomada em seis etapas. Outros locais, como Santa Catarina, já haviam liberado o funcionamento de diversos setores com restrições há mais tempo.
Um tanto pela pressão pela retomada da economia ou pelo tédio de quem já está afrouxando o isolamento por conta, o movimento de flexibilização está ganhando força em todo o país. E aí vem a pergunta: qual o efeito das medidas de isolamento tomadas no início da pandemia?
Ainda é cedo para cravar uma conclusão, mas localidades que adotaram medidas legais mais restritivas estão entre aquelas que começam a retomada agora. E isso não significa que a situação está sob controle: mesmo com a flexibilização, ainda há muito o que fazer para uma situação de “novo normal” confortável.
Até a noite de quarta-feira (3), o Brasil tinha 584.016 casos confirmados, o que equivale a uma incidência de 276 a cada 100 mil habitantes. E 32.548 mortes, o que representa 15,4 óbitos a cada 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde. De acordo com a OMS, o Brasil ainda não atingiu o pico da epidemia.
Um estudo do Ipea, publicado ainda em abril, lembra que logo após a Covid-19 ser classificada como uma pandemia, em 11 de março, estados e cidades começaram a introduzir políticas de distanciamento social, em momentos diferentes e com níveis de restrições distintos.
“Ao se comparar os estados, conclui-se que Acre, Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Santa Catarina e Sergipe foram os que adotaram medidas legais mais restritivas. Ao se comparar as capitais, as medidas mais restritivas foram adotadas por Belo Horizonte, Boa Vista, Cuiabá, João Pessoa, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro e Teresina”, observaram os pesquisadores. Para eles, a conclusão é de que as medidas legais tomadas pelos entes contribuíram para que o isolamento social se ampliasse de fato.
O distanciamento, aliás, foi a única medida adotada por todos os estados brasileiros, conforme um relatório técnico elaborado pela Fiocruz e publicado em meados de maio. Outras medidas que poderiam colaborar para conter a disseminação do vírus – como controle de fronteiras, higiene coletiva e controle de produtos e mercados – foram seguidas de forma irregular pelos estados.
Como foi o isolamento nos lugares que já estão retomando as atividades
O Distrito Federal, em 11 de março, foi a primeira unidade da federação a decretar medidas para promover o distanciamento. Por lá, foram suspensos os eventos com grande número de pessoas e, na sequência, o grau de restrição foi aumentando, com o cancelamento de aulas, fechamento de estabelecimentos culturais e comércio. O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi, posteriormente, publicando uma série de decretos liberando certas atividades. Na última semana, por exemplo, os shoppings da cidade reabriram – e houve até fila para entrar nos estabelecimentos. A próxima etapa é reabrir os parques públicos e igrejas, a partir desta quarta-feira (3).
O DF teve o ápice do isolamento social em 22 de março, quando o índice medido pela plataforma inLoco foi de 65,6%. Desde então, o indicador cai e, atualmente, está pouco abaixo da casa dos 50%. Lá, são 11.256 casos confirmados, com incidência de 373,3 mil casos por 100 mil habitantes, e 177 mortes, o que indica uma taxa de 5,9 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Outro estado, que está entre os primeiros a adotar medidas mais restritivas e a liberar as atividades aos poucos, é Santa Catarina. As medidas protetivas – como distanciamento social, suspensão de aulas e restrições a funcionamento de bares e restaurantes – começaram no dia 17 de março. Dias depois, também em 22 de março, foi registrado o mais alto índice de isolamento social, de acordo com o inLoco: 62,2%. Pouco mais de um mês depois, o governo começou a permitir a retomada do comércio, e houve uma disparada na quantidade de casos.
Atualmente, o estado tem distanciamento na casa dos 50%. Na região Sul, lidera a quantidade de casos, com 9.660 registrados até o momento, mas é o estado que registra menos mortes na região: 148, o que representa uma incidência de 2,1 casos a cada 100 mil habitantes. Florianópolis, a capital do estado, está há três semanas sem registrar mortes.
Novos estados que relaxaram isolamento estão no topo do ranking de casos
Os três estados que lideram o ranking do número de casos da Covid-19 e de mortes pela doença já contam com medidas de flexibilização do isolamento. O estado de São Paulo, primeiro epicentro da doença no país, tem 118.295 casos confirmados e 7.994 mortes. O plano de retomada do estado começou na segunda-feira (1º) e prevê uma reabertura gradual, em cinco fases, de diversos setores da economia. As cidades também foram divididas em regiões, de acordo com a capacidade dos sistemas de saúde.
Ainda assim, há locais que desobedeceram o plano estadual e liberaram mais atividades do que o previsto pela equipe do governador João Doria. Em outros, como a capital, o prefeito Bruno Covas recuou um pouco e optou por manter mais ações de isolamento. Não funcionou.
O Rio de Janeiro, que tem 56.732 casos e 5.686 óbitos, viu o prefeito da capital, Marcelo Crivella, anunciar um plano de retomada gradual das atividades na cidade que começou na última terça-feira (2). Entre as atividades que estão sendo liberadas está a prática de atividades na orla das praias.
No Ceará, em que são registrados 53.073 infecções e 3.421 mortes, o plano de retomada de alguns setores da indústria, comércio e serviços começou na segunda-feira (1). Apesar disso, o isolamento social segue até dia 7 de junho, há restrição para circulação de pessoas e o uso de máscaras continua obrigatório.
Outro estado que anunciou a retomada, iniciada na segunda-feira (1), foi o Amazonas, local em que o sistema de saúde colapsou por causa da quantidade de casos que necessitaram de hospitalização e onde foi preciso abrir valas comuns para os enterros. O estado tem 43.195 casos confirmados da doença, o que representa uma incidência de 1042,2 a cada 100 mil habitantes. Foram registradas 2.102 mortes, ou 50,7 para cada 100 mil habitantes.
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