Bom dia!
Para começar. Uma notícia passou “um pouco despercebida” por parte do público no dia da divulgação do depoimento do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal: o Brasil atingiu 600 mortes em 24 horas por coronavírus, um novo recorde.
Ao todo, já são 114.715 infectados e 7.921 óbitos pela Covid, com taxa de letalidade de 6,9%, segundo o Ministério da Saúde, que atualizou a previsão de pico da pandemia para “entre maio e julho”. O agravamento da crise sanitária nos estados fez o governo do Pará instituir lockdown em 17 cidades, incluindo a capital, Belém. O Maranhão começou o fechamento total nesta terça (5). No Paraná, um projeto que obriga notificação de contágios “em tempo real” foi aprovado.
Já em âmbito nacional, o governo tem ações desenhadas para uma crise de quatro meses. Portanto, até julho tudo precisa estar sob controle. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, em agosto o governo vai retomar a agenda pró-mercado. De Brasília, a correspondente Jéssica Sant’Ana traz detalhes das quatro as prioridades econômicas pós-pandemia, além das reformas e da agenda de privatização e concessão.
Minuto coronavírus
Conteúdo aberto
Moro versus Bolsonaro. Em crise paralela ao coronavírus, a política não dá sinais de arrefecimento. O depoimento (leia na íntegra) de Sergio Moro vazou antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a consulta pública. O ex-ministro reiterou acusações contra o presidente sobre interferência na PF: afirmou que Bolsonaro insistiu em mudar a chefia da PF no Rio, elencou pontos para o presidente esclarecer à Justiça, mas evitou dizer se houve crimes. Bolsonaro respondeu ao vivo: ele abriu o celular para a imprensa filmar. De Brasília, Olavo Soares mostra que parlamentares querem abrir uma CPI.
Efeitos das crises. Enquanto o benefício pago a trabalhadores que tiveram redução de jornada e salário ou suspensão de contrato será de R$ 752,44, em média, o dólar subiu de novo, a R$ 5,59, alta de 1,23%. Até o presidente do Itaú Unibanco veio a público fazer uma queixa: “Não precisaríamos acrescentar uma crise política à grande crise de saúde e econômica”.
Pelo mundo. Embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan fez um apelo aos cidadãos britânicos para que retornem imediatamente devido ao avanço da Covid-19 no Brasil. Também na “terra da Rainha”, o responsável pela estratégia local de combate à doença, Neil Ferguson, pediu demissão após alegações de que teria desrespeitado regras de isolamento. Nos Estados Unidos, a Casa Branca avalia encerrar a força-tarefa contra o coronavírus e transferir a coordenação da reposta a agências federais.
Exclusivo para assinantes
Coronagro. Nem todos estão completamente chateados com o coronavírus. É o caso dos produtores de grãos brasileiros: nunca se vendeu tanta soja em tão pouco tempo a um preço tão elevado em moeda nacional; confira na reportagem de Marcos Tosi. Enquanto o agro dribla o vírus, Bolsonaro pode ter agravado simultaneamente a pandemia e a crise econômica, leia a opinião do colunista Pedro Menezes. Já Roger Pereira mostra que shoppings e academias querem driblar as orientações do governo do estado do Paraná.
Eles voltaram. No Blog Certas Palavras, Célio Martins alerta: o bizarro movimento antivacina ressurgiu em plena pandemia para inflar o movimento contra o isolamento social. Seria bom que esse pessoal se ligasse quanto aos riscos, afinal, uma pessoa nunca é só um número, como lembra a jornalista Madeleine Lacsko. Aproveite ainda para ler na coluna de Allan Costa como a crise pode trazer [boas] consequências não óbvias.
Bandeiras estranhas. Em artigo do The Daily Signal reproduzido pela Gazeta do Povo, James Jay Carafano faz um alerta para impedir que a bandeira chinesa hasteie no Ocidente, ameaçado de se tornar um subúrbio de Pequim. E por falar em bandeiras, qual é o sentido chacoalhar flâmulas de Israel e Estados Unidos em movimentos pró-Bolsonaro? Leonardo Desideri escreve sobre estranho simbolismo. E já que voltamos ao assunto política, Rafael Salvi ensina o que é positivismo, a filosofia que influencia o Brasil há mais de um século.
Nossa visão
Imprevisibilidade. A dificuldade em reformular previsões econômicas é o tema do novo editorial da Gazeta do Povo. Em momentos de pandemia então, nem se fala. Confira um trecho:
Após três meses de uma pandemia que feriu o sistema produtivo do mundo inteiro, as previsões precisam ser reformuladas, embora, estando ainda no mês de maio, a nação não tem como saber até onde irão os efeitos da crise, tanto em termos de saúde pública quanto em prejuízos ao sistema econômico, e o custo que isso terá aos cofres público.
Para inspirar
Saúde financeira. Repórter da Equipe Sempre Família, da Gazeta do Povo, Lorena Lafraia levantou com educadores financeiros 11 dicas para cuidar das finanças da família durante a crise. Tire uma horinha para fazer as contas e colocas essas sugestões em sua rotina!
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