Após caos econômico, Bolsa brasileira abre com alta de mais de 10%; dólar cai

Dólar Foto: Reuters

Moeda americana começou esta sexta-feira, 13, cotada a R$ 4,71

Em dia de recuperação econômica mundia, a Bolsa de Valores brasileira, B3, abriu com alta de mais de 10%, nesta sexta-feira, 13,  voltando ao patamar de 80 mil pontos. Por volta das 10h30, estava acima de 83 mil pontos, com alta maior que 15%. 

O dólar , depois de ultrapassar os R$ 5 na abertura das negociações da última quinta-feira, 12, começou esta sexta-feira, 13, cotado a R$ 4,71, às 09h06. Isso representa uma queda de cerca de 1,5%, em relação ao valor final do dia anterior, R$ 4,78, recorde nominal para a moeda americana no fechamento do mercado.

Às 10h27, a moeda americana chegou à mínima do dia, a R$ 4,67, uma queda de mais de 2% em relação ao dia anterior. Na quinta, o preço começou a ser cotado abaixo de R$ 4,80 após o anúncio do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), de uma injeção de recursos de US$ 1,5 trilhão.

O Banco Central tem previsto para o câmbio mais um leilão, desta vez, de até US$ 2 bilhões em linha com recompra. 

Commodities

Ações de empresas ligadas a commodities, como o petróleo, registram ganhos neste início de negócios, após fortes perdas recentes. Um operador destaca que as empresas do setor são “grandes e fortes” e que, após as quedas acentuadas, as ações ficaram baratas. Com isso, é natural essas altas expressivas”, disse. Há pouco, as ações ON de Petrobrás subiam 19,65% e a PN acelerava 18,73% – ajudadas também pela retomada do petróleo. CSN ON ganha 14,29% e Gerdau PN avança 13,96%. Vale ON segue em leilão, após atingir oscilação máxima permitida com alta de 24,55%. Neste caso, o operador chama a atenção para a resiliência do minério de ferro nesta semana de turbulência, conseguindo acumular ganho de mais de 1% desde a última sexta-feira, “o que beneficia a mineradora”. 

Mercado europeu tem dia de recuperação 

O mercado europeu opera em forte alta na manhã desta sexta-feira, ensaiando uma recuperação após o tombo histórico do índice pan-europeu Stoxx 600 na véspera e na esteira de medidas anunciadas pelos bancos centrais da China e do Japão para amenizar o impacto econômico do coronavírus. Na quinta, o Stoxx 600 registrou a queda inédita de 11%, após o presidente americano, Donald Trump, decidir suspender todos os voos da Europa para os EUA por um período de 30 dias, abrindo exceção para o Reino Unido. Às 8h11 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 5,45%, a de Frankfurt avançava 4,86% e a de Paris se valorizava 5,97%. Em Milão, Madri e Lisboa, os ganhos eram de 11,61%, 8,26% e 6,22%, respectivamente. Já o Stoxx 600 tinha alta de 5,02%, a 311,40 pontos. 

Na Ásia, os pregões asiáticos sentiram os impactos e, mesmo conseguindo diminuir um pouco as perdas ao final das negociações, fecharam em baixa, na madrugada desta sexta-feira, 13. As situações mais graves foram no Japão, onde o índice Nikkei chegou a bater em (-10%), fechando com (-6,08%), e na Coreia do Sul, que teve que acionar “circuit breaker”, quando as negociações param por um determinado período, fechando com recuo de 3,43%.

Juros

Toda a curva de juros abriu nos limites de baixa, travando operações no mercado futuro, o Ibovespa Futuro, antes da abertura do mercado, às 10h, sobe mais de 9%, enquanto o dólar, já em negociação, recua ante o real, embora já desacelere as perdas.

Os ativos domésticos acompanham a recuperação parcial dos mercados internacionais, após o pânico na quinta, em meio ao anúncio de novas medidas de estímulo fiscal e monetário pela China e Japão e com validade a partir de segunda-feira, além de corte de juros pelo Banco Central da Noruega, a fim de tentar amenizar os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. Na manhã desta sexta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que “só corte de impostos na folha de pagamentos fará grande diferença na economia”, sem dar detalhes.

No Brasil, ajudam também a amenizar o humor, um pacote de R$ 28 bilhões anunciado ontem à noite pelo ministério da Economia destinado a atender prioritariamente idosos e o setor de saúde, além de leilões conjugados do BC e do Tesouro nesta manhã

Nos mercados de moedas, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, opera em alta, reagindo à demanda crescente das empresas por proteção em meio às incertezas em torno do coronavírus e a despeito dos estímulos já anunciados por diferentes governos e bancos centrais. Em relação a moedas emergentes, o dólar recua com uma realização parcial de ganhos recentes. Antes o real, o dólar acumula alta de quase 5% no mês e de 17% neste ano.

Na renda fixa, os negócios estão travados na B3, com queda de até 95 pontos-base em vários contratos nesta manhã, tendo sido acionados os limites de baixa logo na abertura, dos vencimentos de janeiro 2021 a janeiro 2025. O movimento se dá na contramão do visto na quinta, quando as taxas dispararam mais de 100 pontos, acionando os limites de oscilação de alta várias vezes ao longo do dia.

Às 9h39, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caía a 4,28%, limite de baixa, de 4,95% no ajuste de quinta. O DI com vencimento para janeiro de 2023 cedia para 6,36%, limite de baixa, de 7,26%. E o DI para janeiro de 2025 estava no limite de baixa, em 7,27%, de 8,22% no ajuste anterior. 

ETF braslieira nos EUA 

O iShares MSCI Brazil (EWZ), como é conhecido o maior fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em Nova York, operava em alta de 9,14% nos negócios do pré-mercado às 8h38 (de Brasília), segundo dados do site MarketWatch. Minutos antes, o mesmo site apontava uma forte queda do EWZ. O fundo de índice funciona “espelhando” índices econômicos de países em uma cesta feita para investidores. / SERGIO CALDAS, LUCIANA XAVIER E FELIPE SIQUEIRA 

Confira matéria do site Estadão.


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