Arábia Saudita disse que planeja aumentar a sua capacidade de produção pela primeira vez em mais de uma década, elevando a tensão em disputa com a Rússia.
Os preços do petróleo são negociados em queda de mais de 2% nesta quarta-feira (11), com o mercado ainda pressionado pela guerra de preços por maior participação no mercado entre Arábia Saudita e Rússia, que derrubou a cotação da commodity para patamares que não eram registrados desde o início de 2016.
Por volta das 11h, os contratos futuros do Brent caíam 2,31%, aos US$ 36,36 o barril, em Londres. Nos Estados Unidos, o barril WTI recuava 2,42%, para US$ 33,53, segundo dados da Bloomberg.
Na véspera, os preços do petróleo fecharam em alta de mais de 8%, recuperando apenas uma parte das perdas da segunda-feira, quando o preço barril da commodity tombou quase 25% na segunda-feira, quando foi registrada a maior queda diária desde a Guerra do Golfo de 1991.
Nesta quarta-feira, a Arábia Saudita disse que planeja aumentar a sua capacidade de produção pela primeira vez em mais de uma década, elevando a tensão na disputa com a Rússia.
O ministério de Energia saudita orientou a petroleira estatal Saudi Aramco a elevar sua capacidade de produção para 13 milhões de barris por dia (bpd), ante 12 milhões atuais, disse em comunicado o presidente da companhia, Amin Nasser.
Já a estatal de petróleo dos Emirados Árabes, ADNOC, disse que irá elevar sua oferta para mais de 4 milhões de bpd em abril e acelerará planos para ampliar sua capacidade para 5 milhões de bpd, uma meta antes prevista para 2030.
Guerra de preços
O tombo nos preços do petróleo veio depois que a Arábia Saudita iniciou uma guerra de preços contra a Rússia por participação no mercado, na esteira do fracasso das negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para tentar estabilizar a oferta e preços da commodity.
O forte tombo nos preços do petróleo trouxe um ingrediente adicional de nervosismo para os mercados globais, que já vinham operando com estresse em razão do temor de uma recessão global.
A Rússia, que é o 3º maior produtor mundial e se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países do grupo para estabilizar os preços do petróleo. Como resposta ao governo da Rússia, a Opep removeu todos os seus limites de extração.
Na segunda-feira, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, decidiu adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos, o que detonou uma tempestade nos mercados, com a Rússia dizendo que poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.
Na terça-feira, a Arábia Saudita disse que iria elevar sua oferta para um nível recorde em abril, aumentando a tensão em uma disputa com a Rússia, com o reino também rejeitando na prática uma sugestão do governo russo para novas conversas sobre restrições à produção para impulsionar os preços.
Os sauditas têm produzido cerca de 9,7 milhões de bpd nos últimos meses, mas há capacidade adicional de produção que pode ser acionada. O país também tem centenas de milhões de barris em estoque.
Arábia Saudita e Emirados Árabes podem acrescentar um total combinado de 3,6 milhões de bpd em abril a um mercado já saturado com petróleo.
A Rússia também disse que petroleiras locais podem elevar a produção em até 300 mil bpd, e que seria possível um aumento de até 500 mil bpd.
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