Rússia se recusou a reduzir a produção e provocou uma briga entre membros da Opep
O ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Antonio Delfim Netto afirmou na manhã desta segunda-feira (9) que, diante da queda vertiginosa do preço do barril de petróleo, “o melhor a fazer pelo Brasil é não fazer nada”. Ele se referia especificamente a iniciativas para transferir a redução para o preço dos combustíveis, na bomba.
O experiente economista comentou a queda acentuada de 20 no preço do barril durante o programa “Gente”, da Rádio Bandeirantes. Ele era ministro durante a crise dos anos 1970 que provocou uma alta inédita no preço do barril. A crise atual é diferente e decorre de disputa entre a Rússia e a Arábia Saudita, os maiores produtores.
Uma guerra de preços fez cair o preço do barril em 20%. Na abertura dos negócios no mercado asiático, o preço do petróleo do tipo Brent (principal referência internacional) chegou a recuar 31%, na maior queda desde a Guerra do Golfo, no início dos anos 1990.
Delfim atribui à queda de preços um movimento da Arábia Saudita para fazer o presidente russo Vladimir Putin “piscar”. A Rússia se recusa a diminuir a produção, como sugere os países da Opep, para “estabilizar o mercado”.
Apesar da queda acentuada, o ex-ministro aposta que os preços logo voltarão ao normal “e talvez um pouco maiores”.
A Rússia se recusou a apoiar a redução da produção, como queria a Opep para estabilizar os preços na crise do coronavírus, que desacelera a economia.
Após o fracasso das negociações, a Arábia Saudita decidiu no domingo adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos, entre US$ 6 e US$ 8 dólar, o que provocou uma tempestade nos mercados.
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