Ex-secretário nacional de Justiça, Astério Pereira dos Santos é preso pela Lava Jato do RJ

Secretário nacional de Justiça criticou projeto das UPPs — Foto: Reprodução/ TV Globo

Oito pessoas foram presas e mais uma é procurada. A TV Globo apurou, que contra Astério, há suspeitas de pagamento de propina, de lavagem de dinheiro e de ter ajudado na fuga do empresário ‘Rei Arthur’. O G1 tenta contato com a defesa dos suspeitos.

Astério Pereira dos Santos, ex-secretário nacional de Justiça, foi preso nesta quinta-feira (5), em casa, no Leblon, em uma etapa da Lava Jato no Rio. Outras sete pessoas também foram presas (veja abaixo).

A TV Globo apurou, que contra Astério, há suspeitas de pagamento de propina, de lavagem de dinheiro e de ter ajudado na fuga do empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho.

O “Rei Arthur”, como é chamado, é dono dos maiores contratos com o governo do RJ na gestão de Sérgio Cabral e acusado de de envolvimento na compra de votos para a eleição do rio como sede da Olimpíada de 2016. O Ministério Público Federal diz que a relação foi revelada pelo sócio de Arthur Soares.

Segundo a Polícia Federal, o esquema também beneficiaria integrantes do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ).

A força-tarefa tenta cumprir 9 mandados de prisão e 34 mandados de busca e apreensão, assinados pelo juiz Marcelo Bretas. Até a última atualização desta reportagem, 8 pessoas haviam sido presas:

  1. Astério Pereira dos Santos, ex-secretário Nacional de Justiça
  2. Carlson Ruy Ferreira, empresário;
  3. Danilo Botelho dos Santos, filho de Astério, advogado;
  4. Vinícius da Silva Ferreira, empresário;
  5. Viviane Ferreira Coutinho Alves, advogada;
  6. Pedro Navarro César, advogado;
  7. Thiago Bustamante Fontoura, advogado;
  8. Marcelo da Silva Ferreira, empresário

Um outro empresário ainda é procurado pela PF. O G1 tenta contato com a defesa dos suspeitos.

R$ 218 mil em dinheiro apreendidos

Uma das equipes apreendeu R$ 100 mil em um posto de gasolina em Duque de Caxias, que tem como sócios dois alvos presos na operação.

Também foram apreendidos R$ 118 mil em uma sala utilizada por Astério em um dos escritórios de advocacia alvo da operação.

Um delegado da Polícia Civil do Rio foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão.

R$ 118 mil em dinheiro apreendidos em escritório de advocacia usado por Astério — Foto: Divulgação/Polícia Federal
R$ 118 mil em dinheiro apreendidos em escritório de advocacia usado por Astério — Foto: Divulgação/Polícia Federal
R$ 100 mil apreendidos em posto — Foto: Divulgação/Polícia Federal
R$ 100 mil apreendidos em posto — Foto: Divulgação/Polícia Federal
PF encontrou R$ 100 mil em um posto de gasolina que tem dois sócios alvos da operação  — Foto: Divulgação/Polícia Federal
PF encontrou R$ 100 mil em um posto de gasolina que tem dois sócios alvos da operação — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Há a suspeita de que o posto recebeu transferências de quase R$ 3 milhões de empresa também investigada, entre 2005 e 2012.


Da Seap ao Planalto

Astério, procurador aposentado do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), integrou o governo Temer em 2017. Assumiu em março e pediu demissão em novembro daquele ano.

Para ocupar o cargo federal, Astério se aposentou do MPRJ — condição em que perdeu o foro privilegiado. Com isso, o inquérito foi enviado para a primeira instância, onde Bretas atua.

Antes, esteve à frente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) no governo Rosinha Garotinho, entre 2003 e 2006. É sobre a gestão das cadeias do RJ que versam as suspeitas de lavagem de dinheiro e de pagamento de propina.

O G1 ainda não fez contato com a defesa de Astério e dos outros envolvidos.

Agentes da Polícia Federal também cumprem mandados em condomínio em Botafogo, na Zona Sul — Foto: Carlos Brito / G1
Agentes da Polícia Federal também cumprem mandados em condomínio em Botafogo, na Zona Sul — Foto: Carlos Brito / G1

MP na mira

Astério é o terceiro integrante do MPRJ a ser preso.

Cláudio Lopes, ex-procurador geral de Justiça do estado, é suspeito de receber mesada da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral. Ele virou réu em ação penal.

Lopes chegou a ser preso no dia 8 de novembro, mas foi beneficiado por um habeas corpus do STJ e solto em dezembro

Ex-procurador Cláudio Lopes, suspeito de receber propina — Foto: Reprodução/TV Globo
Ex-procurador Cláudio Lopes, suspeito de receber propina — Foto: Reprodução/TV Globo

Já Flávio Bonazza, segundo a denúncia, recebia R$ 60 mil de mesada de empresários de ônibus para agir, dentro do MP, em benefício do setor — como arquivar processos.

Promotor Flávio Bonazza — Foto: Reprodução/GloboNews
Promotor Flávio Bonazza — Foto: Reprodução/GloboNews

Confira matéria do site G1.

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