Com queda na carne, inflação perde força e sobe 0,21% em janeiro

O grupo alimentação e bebidas subiu 0,39% no IPCA de janeiro, ante avanço de 3,38% em dezembro. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Resultado é menor para o mês desde o início do Plano Real; depois do aumento de 18,06% em dezembro, preço das carnes recuou 4,03% no mês passado

RIO – Passado o choque de preços, as carnes ficaram mais baratas neste início de ano, dando uma trégua também para a inflação oficial no País. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,21% em janeiro, o resultado mais baixo para o mês desde o início do Plano Real, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7.

A taxa foi ainda mais branda do que as expectativas mais otimistas de analistas do mercado financeiro coletadas pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,31% e 0,56%.

Depois de subirem 18,06% em dezembro, os preços das carnes recuaram 4,03% em janeiro, item de maior contribuição negativa para o IPCA do último mês.

“(A carne) Estava com preço elevado em dezembro, então a gente está comparando com uma base elevada. Os preços não voltaram ao patamar anterior, mas tiveram leve recuo. Se considerar janeiro do ano passado, o patamar (de preço das carnes) está bem mais alto ainda. Não devolveu tudo que tinha subido”, ressaltou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

O custo da alimentação no domicílio cresceu 0,20% em janeiro, após um avanço de 4,69% em dezembro. As famílias pagaram mais pelo tomate (13,72%, depois de uma alta de 21,69% no mês anterior) e pela batata-inglesa (11,02%).

A alimentação fora do domicílio subiu 0,82% em janeiro, ante uma elevação de 1,04% em dezembro. “A variação da alimentação fora de casa é um pouco mais estável, os preços não variam tanto quanto na alimentação no domicílio”, explicou Kislanov.

Além das carnes, os combustíveis também ajudaram a desacelerar a inflação. A gasolina voltou a ficar mais cara, assim como o etanol, mas subiram menos que no mês anterior. Os reajustes no condomínio e no aluguel residencial pesaram nos gastos com habitação. No entanto, as despesas foram menores em janeiro com peças de vestuário, produtos de higiene pessoal e artigos de residência.

“A gente não vê pressão de demanda no índice do mês. Foi o menor resultado para o IPCA de janeiro desde o Plano Real. Houve uma desaceleração em alguns componentes da inflação de serviços, que é o que melhor reflete a pressão da demanda sobre preços, sobre a inflação. Embora a economia esteja se recuperando, com redução da taxa de desemprego, a gente não sente ainda um efeito grande em termos de demanda no resultado da inflação”, avaliou Kislanov.

A inflação de serviços desacelerou de uma alta de 0,73% em dezembro para 0,28% em janeiro, dentro do IPCA. Já os preços de bens e serviços monitorados pelo governo avançaram de uma alta de 0,35% em dezembro para 0,51% em janeiro.

Confira matéria do site Estadão.


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