Projeto estabelece reconhecimento mútuo entre Israel e Palestina. Representantes palestinos rechaçaram a proposta.
O projeto apresentado nesta terça-feira (28) pelos Estados Unidos para a paz no Oriente Médio incluiu um redesenho do mapa da região disputada por israelenses e palestinos. A proposta, inclusive, estabelece um reconhecimento mútuo entre Israel e Palestina — no que o presidente Donald Trump chamou de “solução realista de dois Estados”.
Ao lado de Trump, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou o projeto. Entretanto, o desenho foi feito à revelia das autoridades palestinas, que não participaram das conversas para definir o plano. À tarde, o presidente palestino Mahmoud Abbas chamou a proposta de “uma conspiração” (leia mais adiante sobre a reação palestina).
Veja abaixo como ficou o MAPA desenhado pelos EUA
O mapa faz parte do projeto divulgado pela Casa Branca com o nome “Paz para a Prosperidade”, anunciado por Trump ao lado de Netanyahu. O projeto estabelece, entre outros pontos, as seguintes propostas:
- Jerusalém permanece indivisível e considerada capital de Israel.
- Porém, o futuro Estado Palestino terá Jerusalém Oriental como capital — não ficou claro como será feita essa organização territorial.
- O novo Estado Palestino terá um novo território para indústrias de alta tecnologia e outro destinado a casas e produção agrícola.
- Os portos de Haifa e Ashdod, em Israel, terão acesso garantido para os palestinos.
- Haverá um túnel ligando a Faixa de Gaza à Cisjordânia, garantindo a unidade do novo Estado Palestino.
- Todo o Vale do Jordão ficará sob controle de Israel — ou seja, toda a fronteira com a Jordânia, país independente a leste do território israelense.
- Assentamentos israelenses na Cisjordânia não serão removidos.
Além dessa organização territorial, o plano estabelece uma gradual desmilitarização da região — com o fim das atividades militares do Hamas, que comanda hoje a Faixa de Gaza. Além disso, palestinos muçulmanos terão acesso garantido à mesquita de Al-Aqsa, considerada sagrada e que fica em Jerusalém.
O lado palestino afirmou que não aceitará os termos do acordo. Trump até disse que enviou uma carta ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, mas as discussões se mantiveram apenas com Israel.
Nesta tarde, Abbas chamou o acordo de Trump de “conspiração” e disse que não aceitará os termos. O líder palestino ainda criticou a proposta para Jerusalém.
“Jerusalém não está à venda”, disse Abbas.
Esse impasse ocorre sobretudo diante da crise que se intensificou com recente decisão dos Estados Unidos em deixar de considerar os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação ao direito internacional — uma reversão da política adotada em 1978, no governo de Jimmy Carter.
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