Brasil vai permitir que empresas estrangeiras participem de compras do governo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a decisão no Fórum Econômico Mundial, em Davos, como parte do movimento para o País “entrar na primeira divisão das melhores práticas”.
Alinhando. O Brasil decidiu aderir ao acordo de compras governamentais que já tem como integrantes países como Estados Unidos, Japão, China, além de vários europeus. Assim que a decisão for colocada em prática, qualquer compra do governo, como material de escritório ou equipamentos, apenas para ficar em exemplos claros, poderá ter como ofertantes do serviço empresas do exterior. Além disso, as empresas brasileiras também poderão disputar contratos nos países onde o acordo estiver valendo.

Quer pagar quanto? A lógica desse processo é que a concorrência pelos contratos do governo garantirão preços mais baratos e possibilidade de diminuição de práticas de corrupção. Por outro lado, não se sabe ainda como isso poderá impactar fornecedores e a indústria nacional. E também existe risco de aparecimento de cartéis internacionais.

Muita calma. De qualquer maneira, o processo de adesão ao acordo não é rápido. A decisão política de implementar a ação foi tomada, mas até isso se tornar realidade pode levar alguns anos – na Austrália foram quase cinco anos até funcionar para valer.

Previsão. Otimista em relação à retomada do crescimento, Paulo Guedes previu que o PIB possa subir 2,5% em 2020. Sempre que descreve o cenário econômico que encontrou no Brasil, o ministro gosta de fazer comparações do peso excessivo do Estado com o de um paquiderme. Em Davos, Guedes resolver mudar de bicho para falar das travas que impedem o crescimento. Ele disse que a economia do Brasil era “uma grande baleia, de dimensões continentais”, mas o governo está “removendo os arpões que travavam o crescimento”.

Pressão ambiental. Como era esperado, as discussões no Fórum abordaram constantemente a necessidade das boas práticas ambientais e do desenvolvimento sustentável como condição fundamental para o fortalecimento da economia. Guedes, que representou o governo brasileiro no evento, não desviou do debate. Para o ministro, à pobreza é o grande adversário do Meio Ambiente e acaba se tornando uma propulsora do desmatamento, especialmente na Amazônia. “Destroem porque estão com fome”, disse. Ambientalistas, como a ex-ministra Marina Silva, criticaram a fala de Guedes.

Jogo jogado. Numa ação sincronizada com o Fórum, Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia, que será coordenado pelo vice-presidente general Hamilton Mourão. Dentro do Conselho existirá uma Força Nacional Ambiental, que servirá para combater ações de desmatamento e queimadas, entre outros pontos. O Conselho vai organizar as diversas ações de cada ministério “voltadas para a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”, como disse o presidente.

Lançada justamente num momento em que as atenções do Fórum – e da comunidade internacional – se voltam para as questões ambientais, o Brasil tenta, com isso, começar a desfazer a imagem negativa de sua política ambiental. Mas, para isso, o Conselho precisará provar que se trata de órgão com ações concretas e não apenas uma jogada estratégica de marketing.

Confira matéria do site BR Político.

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