Operação cumpriu 13 mandados de prisão temporária e 33 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso e Minas Gerais.
A quadrilha de tráfico internacional de drogas desmantelada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (4), que atuava trazendo cocaína da Bolívia ao Brasil por meio de aeronaves, transportava 1,5 tonelada da droga por mês, segundo o delegado da PF Fabrízio Galli, responsável pela operação “Voo Baixo”.
Ao todo, foram expedidos 46 mandados judiciais, sendo 13 de prisão temporária e 33 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso e Minas Gerais.
Por volta das 11h30 desta quarta, 11 pessoas já tinham sido presas e sete aviões, apreendidos — dois só em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. De acordo com a PF, desde maio do ano passado, foram apreendidas 2,6 toneladas de cocaína nesta mesma operação.
O principal alvo da operação era o empresário Rubens de Almeida Salles Neto, que atua no interior de São Paulo e comandava o envio de cocaína da Bolívia para o Brasil, de avião, e depois fazia a distribuição da droga por meio de fazendas no Mato Grosso do Sul e São Paulo. A droga chegava ao Porto de Santos, no litoral paulista, e era levada para a Europa.
O empresário investigado foi preso nesta manhã em São José do Rio Preto. Ao G1, o advogado dele, Evandro Dias Joaquim, que defende Neto em outros processos, disse que tomou conhecimento da operação da PF de hoje pela imprensa.
“Eu tomei conhecimento dos fatos pela imprensa e estou me dirigindo à 6ª Vara Criminal de São Paulo para me inteirar sobre os fatos e me coloco à disposição para maiores esclarecimentos assim que tiver maiores informações da situação e ver as medidas cabíveis”, disse ele.
Controle da quadrilha
Segundo a PF, o empresário assumiu o comando da organização criminosa após seu sogro, que até então chefiava o tráfico de drogas, ter sido preso em uma operação da PF em 2011.
O delegado Fabrízio Galli afirma que ele passou a se inteirar dos “negócios” do tráfico nos últimos 4 anos, fazendo contatos com organizações que atuavam na Bolívia.
O delegado afirma que, até então, não foi descoberta ligação da organização com políticos, mas que há conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Ele assumiu o papel do sogro dele, quando o sogro foi preso, e , tem vínculo com o PCC”, afirmou o delegado.
A PF salientou que o empresário fazia contato com traficantes que se fixam na Bolívia, de onde traziam drogas, por avião, para o Mato Grosso do Sul. Também por aviões, a droga era levada para o interior de São Paulo, e de lá levada por meio terrestre para ser distribuída no país e levada para o Porto de Santos, de onde era levada para a Europa.
Três fazendas também foram penhoradas e apreendidas pela Justiça, onde a droga chegava por meio de aeronaves.
A cocaína chegava ao Brasil com valorização de 300% sobre o valor real e, segundo a PF, ao chegar à Europa, seu valor passava a ser 5 mil vezes superior ao original.
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