‘Gasparzinho’ se utilizava de vários aparelhos celulares e chips para manter a disciplina hierárquica da facção e organizar os detentos faccionados.
A Polícia Civil do Ceará realizou a prisão de mais um líder de facção em outro Estado. O carioca Carlos Araújo Alexandre Costa, o ‘Gasparzinho’, de 34 anos, morava em Mongaguá, São Paulo. Conforme as investigações, ele é um integrante do Conselho Final da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e, mesmo à distância, continuava a ordenar crimes e comandar o tráfico de drogas no Ceará.
‘Gasparzinho’ já respondia a tráfico de drogas, roubo e furto, no território cearense. Há notícias da sua atuação no Município de Cascavel. As apurações da Delegacia Regional de Aracati descobriram que o homem tinha a função de manter a disciplina hierárquica dentro do PCC no Ceará, além de ser responsável pela organização dos integrantes da facção que estão nas unidades prisionais cearenses.
A reportagem apurou que ‘Gasparzinho’ também era alvo de investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE). O líder do PCC estava foragido desde o fim de 2017, quando aproveitou o indulto de Natal para quebrar a tornozeleira eletrônica e fugir. Ele esteve por Fortaleza e, depois, Praia Grande e Itanhaém, outros dois municípios de São Paulo – berço da facção criminosa.
Os investigadores cearenses tiveram o apoio da Polícia Civil de São Paulo para efetuar a prisão de ‘Gasparzinho’, na última quarta-feira (20), em uma residência da Rua Isabel Seckler, no bairro Via Oceanópolis. No local, foram apreendidos documentos falsos, notebooks, 20 aparelhos celulares, 117 chips telefônicos, R$ 265, cerca de 500 gramas de maconha, dois carros e uma motocicleta.
O titular da Delegacia Regional de Aracati, delegado Hugo Leonardo, afirma que o alvo da operação não levava uma vida luxuosa, para não chamar atenção das autoridades e continuar a coordenar a facção à distância: “Apesar de estar na cidade de Mongaguá, em São Paulo, ele coordenava todas as ações criminosas de chefia dessa organização no Estado do Ceará. Por meio de diversos aparelhos telefônicos, ele comandava um grupo de pessoas e esse grupo gerenciava os demais membros dessa organização criminosa”.
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A abordagem a ‘Gasparzinho’ levou também à prisão do cearense Artilan Gomes da Silva, o ‘Pitbull’, 23, considerado o líder do PCC e o chefe do tráfico de drogas no Município de Piquet Carneiro e que estava também na mesma residência. Ele já tinha passagem pela Polícia cearense por posse irregular de arma de fogo.
“Ele que comandava as ações por parte da organização criminosa, naquele Município. E acabou migrando também para São Paulo, por conta de diversos mandados de prisão contra ele. A Polícia local já o perseguia há um bom tempo”, revela o delegado William Lopes, do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI Sul).
‘Gasparzinho’ e ‘Pitbull’ foram autuados pelos crimes de tráfico de drogas e uso de documento falso. O primeiro já foi trazido ao Ceará, em uma operação considerada “sigilosa” pela Polícia Civil. Já o segundo continua detido em São Paulo e deve ser recambiado em breve.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, destacou que a investigação durou cinco meses e que foi importante o apoio da Polícia do outro Estado: “A Polícia Civil do Ceará vem mantendo contato frequente com todas as polícias civis do Brasil, baseado em troca de informações de Inteligência. São prisões qualificadas, que têm o condão de desmantelar essas organizações que ainda insistem em agir no nosso Estado”.
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