Magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram com forte desaprovação à possibilidade de o governo dos Estados Unidos impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Para os integrantes da Corte, tal medida representaria uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Brasil e violaria a independência do Judiciário nacional.
Fontes ouvidas apontam que a iniciativa, revelada pelo secretário de Estado norte-americano Marco Rubio na última quarta-feira (21), seria uma tentativa explícita de influência externa e tende a provocar uma onda de solidariedade ao ministro dentro e fora do país. Um dos ministros afirmou que esse gesto “explicita o alinhamento do governo de Donald Trump com a extrema direita brasileira, que, como em outros países, tem como estratégia atacar as Supremas Cortes”.
O argumento de que Moraes estaria violando direitos humanos foi duramente criticado por ministros da Corte. Eles consideram essa justificativa incoerente, uma vez que os próprios Estados Unidos, sob gestões anteriores, se afastaram de organismos internacionais que zelam por esses direitos. Lembram ainda que, durante o governo Trump, cidadãos brasileiros foram deportados de maneira truculenta, decisões judiciais americanas foram desrespeitadas, e até uma juíza foi detida por suas posições em processos sobre imigração.
As acusações de censura também foram minimizadas pelos ministros. Segundo eles, redes sociais e plataformas digitais seguem operando normalmente no Brasil, e o próprio Moraes é alvo constante de críticas online, o que descaracterizaria qualquer supressão da liberdade de expressão.
Na avaliação dos magistrados, o governo dos EUA não dispõe de legitimidade para criticar o Judiciário brasileiro com base em direitos humanos. Destacam que as decisões de Moraes não são isoladas, mas validadas por um colegiado, composto por juízes nomeados conforme os critérios democráticos estabelecidos pela Constituição brasileira.
Integrantes do STF também consideram que o Executivo nacional precisará avaliar com cautela como responder institucionalmente à eventual imposição de sanções, entendidas por eles como uma tentativa de coação à Justiça brasileira.
O desespero tomou conta…
Caso haja reação, Trump prevê sanções ainda mais duras e contra outros ministros do STF

Se isso realmente vir a acontecer, o que será feito na sequência vai ser muito pior, informa o jornalista Paulo Cappelli, do site Metrópoles. Confira:
“O governo Donald Trump prevê uma reação de ministros do STF assim que sanções contra Alexandre de Moraes forem aplicadas. E, por conta disso, analisa um próximo passo que pode atingir outros integrantes da Corte e seus respectivos cônjuges. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos mapeou magistrados do Supremo brasileiro casados com mulheres que possuem escritórios de advocacia.
A Casa Branca estuda estender sanções financeiras às esposas desses ministros como forma de reforçar as punições direcionadas a integrantes do STF. Pelo raciocínio do governo Trump, a maior parte da renda familiar dos magistrados viria desses escritórios de advocacia e, portanto, a extensão seria necessária para a efetividade do bloqueio.
Atualmente, possuem escritório de advocacia as respectivas esposas dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.”
Donald Trump é implacável e não está para brincadeira. Com ele o jogo é pesado.
Secretário de Trump sinaliza sanções contra Moraes por violação dos direitos humanos

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) divulgou em suas redes sociais nesta quarta-feira (19) trechos da audiência na Comissão de Relações Exteriores dos Estados Unidos, que discutiu violações de direitos humanos no mundo — incluindo o que está acontecendo no Brasil. Durante a sessão, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que há uma grande possibilidade de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seja sancionado sob a Lei Global Magnitsky, usada contra agentes públicos acusados de violações de direitos humanos.
“O que está sendo tratado é a violação dos direitos humanos no mundo todo e, lamentavelmente, também no Brasil. De forma muito triste, mas, pra quem é da oposição, também felizmente, a perseguição política no nosso país virou tema internacional, impactando não só brasileiros, mas também cidadãos norte-americanos”, declarou Marcel.
O deputado destacou que essa sinalização dos Estados Unidos é um alerta claro ao governo brasileiro e às autoridades que vêm atacando liberdades fundamentais:
“Essa notícia demonstra como os Estados Unidos estão reafirmando seu papel em um momento crucial de defesa da liberdade de expressão e a sanção à violação de direitos humanos e outras atitudes ilegais que atingem, inclusive, brasileiros e americanos em solo norte-americano. É uma forma de demonstrar ao Brasil e ao mundo que a situação aqui não é tolerável e que a perseguição política precisa acabar, sob risco da maior democracia do mundo acabar tomando atitudes contra líderes brasileiros, nos colocando numa situação internacional mais constrangedora”, afirma Marcel.
O parlamentar brasileiro destacou que o atual cenário de censura, perseguição política e ameaças à liberdade de expressão no Brasil está gerando preocupação internacional, algo sem precedentes na história recente do país.
Lula faz do Brasil um capacho da China

Que um presidente brasileiro visite os maiores parceiros comerciais do país em busca de novas oportunidades de negócio e do aprofundamento das relações comerciais é algo natural – as divergências políticas não impediram, por exemplo, que Jair Bolsonaro também tivesse visitado a China durante seu mandato, como Lula acaba de fazer. A diferença, no entanto, surge quando o petista abandona completamente o “pragmatismo responsável” que tradicionalmente marcou a postura brasileira diante da comunidade internacional, para abraçar um antiamericanismo de DCE e antagonizar outro dos maiores parceiros comerciais do Brasil em nome de ideologias ultrapassadas.
O governo anunciou a assinatura de acordos que resultariam em US$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil, em áreas como tecnologia, comunicação, saúde e energias limpas. O petista ainda afirmou que a China concordou em ampliar a abertura de seu mercado a produtos agropecuários brasileiros. Já o projeto de uma megaferrovia que ligue os oceanos Atlântico e Pacífico, criando um enorme corredor comercial, não avançou tanto quanto o governo gostaria. Até aí, trata-se de parte do jogo internacional, em que os países negociam entre si em busca de maiores vantagens para seus produtos e serviços.
Lula quer contar com a expertise da nação que tem o maior mecanismo de censura e controle social do mundo para tentar repetir a dose no Brasil
Mas o verborrágico Lula não conseguiu se conter, e mais uma vez aproveitou a oportunidade para provocar os Estados Unidos e Donald Trump, quando deveria estar trabalhando em um acordo para superar o impasse criado pelas tarifas impostas em abril pelos EUA às importações de itens brasileiros. O petista até demonstrou uma prudência mínima ao evitar a defesa de meios de pagamento que contornem o dólar como moeda predominante no comércio internacional; mas, de resto, desfiou seu antiamericanismo habitual.
“Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, disse Lula, acrescentando que “as últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo de forma unilateral jogam por terra a grande ideia do livre comércio”. O petista falava como se o Brasil – e, mais especificamente, a esquerda brasileira – fosse um baluarte do livre comércio mundial, e não um país bastante protecionista, que tem alíquotas pesadas de impostos sobre importações e recorre a políticas como exigências mínimas de conteúdo nacional em sua indústria naval. Assim fica fácil dizer que “o Brasil não tem medo de competir” com os EUA, como fez Lula na China.
Mas antes o risco estivesse apenas nas bravatas antiamericanas do presidente da República. Sua aproximação com ditaduras como China e Rússia, movida por convicções ideológicas e não por pragmatismo comercial, tem tudo para deixar o Brasil isolado na comunidade internacional e para cercear ainda mais a liberdade dos brasileiros. Lula elogiou o carniceiro Mao Tse-tung, que tomou o poder na China à força em 1949 e cujas políticas mataram de fome dezenas de milhões de chineses. E ainda afirmou ter perguntado “ao companheiro Xi Jinping se era possível enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para discutir a questão digital” – ou seja: Lula quer contar com a expertise da nação que tem o maior mecanismo de censura e controle social do mundo para tentar repetir a dose no Brasil.
Depois do vexame de juntar-se a ditadores em Moscou para celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, enquanto todo o mundo livre festejava em outro lugar, Lula volta da China com algumas dezenas de bilhões de dólares em promessas de investimento, sim, mas traz na bagagem um outro saldo, bem mais negativo. Os laços ideológicos cada vez mais estreitos com um regime totalitário, que não hesita em controlar todos os aspectos da vida de seus cidadãos, enquanto as democracias ocidentais são desprezadas – independentemente do que se pense a respeito dos mandatários de plantão nesses países –, apontam para um futuro no qual o Brasil, outrora respeitado por sua postura no cenário internacional, se tornará um mero subalterno da China e de seus colegas valentões.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-brasil-capacho-da-china-censura-antiamericanismo/
Israel condena assassinato de membros de sua embaixada nos EUA: “Antissemitismo”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou nesta quinta-feira (22) o ataque violento contra dois funcionários da embaixada israelense em território americano.
Em comunicado de seu gabinete, Netanyahu declarou que o mundo está testemunhando o “terrível preço do antissemitismo e da incitação selvagem contra o Estado de Israel”, após o assassinato a tiros de Yaron Lischinsky e Sarah Milgrimdois.
“Estamos vendo o preço terrível do antissemitismo e da incitação selvagem contra o Estado de Israel. Os libelos de sangue contra Israel estão aumentando e devem ser combatidos até o fim”, disse o premiê.
Netanyahu também anunciou que ordenou aumento da segurança nas representações israelenses no exterior.
Diante do acontecimento, Netanyahu também anunciou uma nova ordem para aumentar a segurança nas representações israelenses no exterior.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, também divulgou uma nota de condenação ao ataque, classificando-o como “um ato desprezível de ódio e antissemitismo”.
“Este é um ato desprezível de ódio e antissemitismo que ceifou a vida de dois jovens funcionários da embaixada de Israel. Nossos corações estão com os entes queridos dos assassinados e nossas orações imediatas estão com os feridos”, escreveu Herzog em uma publicação nas redes sociais.
O presidente israelense disse estar “devastado” com a notícia e garantiu que “o terror e o ódio” não quebrarão o espírito do país.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, expressou preocupação com as missões diplomáticas de seu país em outras localidades após o ataque fatal contra funcionários nos EUA.
“Nos últimos meses, fiquei preocupado que algo assim pudesse acontecer, e aconteceu”, disse o ministro em entrevista coletiva em Jerusalém nesta quinta-feira. De acordo com Saar, houve uma série de ataques e tentativas de ataque contra missões israelenses ao redor do mundo nos últimos anos, muitos dos quais não foram relatados.
Por isso, fez um apelo aos “líderes mundiais que estão cedendo à propaganda terrorista palestina” que “parem sua incitação contra Israel e deixem de fazer falsas acusações”.
Antes da coletiva, o ministro já havia feito uma publicação na redes sociais dizendo que “Israel não se renderá ao terrorismo”.
O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, também reagiu ao ataque, atribuindo-o ao “mesmo ódio antissemita latente” dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. “Este povo é mais forte que qualquer ódio e superará o desejo assassino de seus inimigos”, destacou Smotrich.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/israel-condena-assassinato-membros-embaixada-eua-antissemitismo/
Netanyahu afirma que Israel “provavelmente” eliminou novo líder do Hamas em Gaza

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou nesta quarta-feira (21) que as Forças de Defesa de Israel (FDI) “provavelmente” eliminaram Mohammed Sinwar, atual líder do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em Jerusalém, após uma série de ataques contra alvos do grupo terrorista na região. Segundo Netanyahu, a ação marca mais um passo significativo na campanha israelense para desarticular a liderança do Hamas e restaurar o controle de segurança sobre todo o território palestino.
“Eliminamos dezenas de milhares de terroristas”, afirmou Netanyahu ao detalhar o avanço das operações militares em Gaza. “Eliminamos os líderes dos assassinos Deif, Haniyeh, Yahya Sinwar e provavelmente Mohammad Sinwar”, acrescentou, referindo-se aos principais nomes do comando do Hamas alvos das ações israelenses nos últimos meses.
A ofensiva que teria resultado na morte de Mohammed Sinwar ocorreu na semana passada, quando as FDI lançaram uma série de ataques aéreos nas imediações do Hospital Europeu, na cidade de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza. As autoridades de Israel sustentaram que o local estava sendo utilizado como esconderijo estratégico pelo alto comando do Hamas.
Mohammed Sinwar assumiu a liderança do grupo terrorista palestino em Gaza após a eliminação de seu irmão, Yahya Sinwar, também abatido por Israel em outubro do ano passado durante a operação militar israelense em curso no enclave palestino.
Durante a coletiva, Netanyahu reforçou o compromisso de Israel em avançar sobre todo o território de Gaza até que seus objetivos sejam plenamente alcançados. “Nossas forças estão capturando cada vez mais território em Gaza”, declarou. “Ao final da operação, todas as áreas da Faixa estarão sob controle de segurança israelense”, afirmou o primeiro-ministro, sinalizando que não haverá recuo até que Hamas seja completamente derrotado.
Questionado sobre a possibilidade de cessar-fogo, Netanyahu ressaltou que Israel só aceitará interromper as operações mediante o cumprimento de condições específicas, entre elas a libertação de todos os reféns que ainda estão sendo mantidos em cativeiro em Gaza, a desmilitarização do enclave, a deposição do Hamas e a implementação do plano americano de emigração voluntária para fora da área palestina.
“Quem pede que paremos a guerra antes que esses objetivos sejam atingidos está pedindo que deixemos o Hamas no poder”, pontuou.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/netanyahu-afirma-que-israel-provavelmente-eliminou-novo-lider-do-hamas-em-gaza/
O que Janja fez para merecer a Ordem do Mérito Cultural?

A Lei nº 8.313/1991, que criou a Ordem do Mérito Cultural (OMC), é clara: a condecoração se destina a reconhecer personalidades, vivas ou mortas, que tenham “contribuído de forma relevante para a cultura brasileira”. O decreto ainda inclui entidades públicas ou privadas e lista categorias como “escritores, poetas, artistas plásticos, atores, cantores, compositores, músicos, arquitetos e cineastas”.
Então por que a primeira-dama Rosângela “Janja” Lula da Silva foi agraciada, na terça-feira (20), no Rio de Janeiro, com a honraria máxima da cultura brasileira? E o mais surpreendente: ao lado de artistas do porte de Alceu Valença, Alcione, Ary Fontoura, Chitãozinho & Xororó, Laura Cardoso, Fernanda Torres e Milton Nascimento.
O contraste é ainda maior quando comparamos Janja a outros ícones premiados desde a década de 1990 (Jorge Amado, Clarice Lispector, Lúcio Costa, Glauber Rocha, Oscar Niemeyer, Ariano Suassuna). Mesmo políticos e empresários já homenageados, e cujos nomes poderiam ser questionados, trazem em suas biografias mais credenciais do que as da socióloga e ex-funcionária da Itaipu Binacional.
É o caso de figuras como Franco Montoro, José Ermírio de Moraes Filho, Jorge Gerdau, Octávio Frias de Oliveira — que escreveram livros ou foram pioneiros na criação de editais, bolsas e programas culturais. Até a Xuxa, condecorada na leva desta semana, tem uma “obra” mais relevante que a de Janja.
Não é um prêmio para militantes
Segundo o Ministério da Cultura (MinC), responsável pelas homenagens, Janja foi reconhecida por sua “atuação destacada em causas sociais, direitos das mulheres e combate à fome”. A OMC, no entanto, não é um prêmio para o ativismo militante.
A pasta também destaca seu “engajamento na promoção da cultura e da participação popular”. Mas Janja, em sua curta trajetória pública, esteve à frente de um único projeto artístico — o Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza, realizado em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, durante a cúpula do G20.
Para quem não está ligando o nome ao evento, trata-se do “Janjapalooza”, financiado com recursos de estatais como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras e Itaipu. De acordo com dados obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, a festa tirou R$ 28,3 milhões do bolso dos pagadores de impostos.
Entretanto, o que era para ser um veículo de projeção mundial para Janja acabou se tornando mais um item da coleção de gafes e descomposturas protagonizadas pela primeira-dama. Além de receber críticas por organizar um festival com gastos públicos excessivos, a socióloga causou grande constrangimento no governo durante um painel do G20 dedicado a influenciadores digitais.
Ao defender a regulamentação das redes sociais, Janja afirmou não ter medo do empresário americano Elon Musk e deu uma demonstração de vulgaridade ao usar uma expressão em inglês de baixo calão para insultar o dono do X. “Eles vão perder a próxima eleição”, respondeu Musk logo em seguida.
Personalidade da saúde e da diplomacia
Desde o retorno de Lula ao Planalto, Janja da Silva já foi agraciada com outras seis honrarias. Duas delas, concedidas pelo próprio governo, foram alvo de críticas.
Em 2024, a primeira-dama ganhou a Medalha Oswaldo Cruz, entregue a pessoas que promovem e incentivam atividades voltadas à saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, ela foi laureada por realizar lives sobre vacinação e “participar ativamente” das discussões da pasta — a justificativa, porém, não colou.
Um ano antes, Janja recebeu o grau máximo da Ordem do Rio Branco, entregue pelo Ministério das Relações Exteriores para personalidades que prestaram serviços à diplomacia ou à projeção internacional do Brasil. Logo ela, atualmente no centro de uma controvérsia devido a uma quebra de protocolo durante um jantar em Pequim com o ditador chinês Xi Jinping.
De acordo com o Ministério da Cultura, a retomada da OMC (suspensa desde 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro) “contou com ampla participação popular” — 11,3 mil pessoas acessaram um formulário digital e indicaram “indivíduos, instituições e coletivos de todo o Brasil”. É improvável, no entanto, que Janja tenha sido lembrada por uma quantidade expressiva de internautas.

“Artistas aceitam qualquer humilhação”
“Acabei de ler as obras completas de Janja em oito volumes e fiquei muito impressionado. Mas é possível que eu esteja confundindo com outra pessoa”, diz o escritor, roteirista e ensaísta Alexandre Soares Silva, autor de livros como “Morte e Vida Celestina”, “A Alma da Festa” e “A Humanidade é uma Gorda Dançando em um Banquinho”.
“É o que o PT faz em todas as áreas”, afirma o escritor, sobre a justificativa capenga do MinC para premiar a primeira-dama. “É um desvio de recursos escancarado, e que pode ser tão escancarado quanto eles quiserem porque não há repercussão prática nenhuma.”
Para Soares Silva, a ausência de qualificação na condecoração de Janja reflete o que já acontece em outras ordens, prêmios e editais da área cultural (e até na Academia Brasileira de Letras). “Nada mais tem a menor legitimidade”, diz.
E completa: “Eles podem dar a ela as honrarias mais absurdas que você possa conceber, como a de astronauta de mérito ou o que seja, e o resultado vai ser sempre o mesmo — reclamamos e fazemos piadas, e ela recebe as honrarias tranquilamente”.
Questionado se a inclusão da socióloga entre ícones da cultura configura um desrespeito à intelectualidade brasileira, o escritor acredita que sim. Mas, segundo ele, a categoria está acostumada com isso. “A classe pensadora e artística brasileira aceita qualquer humilhação, e talvez sinta que está sendo pouco humilhada até.”
Lula, o dono do Brasil
Escritor, tradutor e roteirista da produtora de documentários Brasil Paralelo, Elton Mesquita evoca o que chama de “Síndrome da Suécia Súbita” para comentar o episódio.
“Quando falamos de algum problema ou questão, imediatamente assumimos a perspectiva de alguém que mora em um país sério como a Suécia, e esquecemos que em ciência política existe um termo preciso que descreve países como o Brasil: ‘república das bananas’”, diz o autor dos livros “Hesperio Garra de Aguilhão” e “Não Tenhais Medo: Como Salvar sua Próxima Ceia de Natal, o Brasil e Talvez Até sua Alma”.
Ou seja: para ele, não há novidades ou surpresas com relação aos líderes da América Latina.
Mesquita, também conhecido pelo canal do YouTube Brasileirinhos, ainda faz questão de destacar o papel de um presidente da República que, segundo ele, “saiu da cadeia para se tornar o homem mais livre do Brasil”.
“O Lula é alguém que ganhou um país inteiro de presente. Assim, quando ele distribui honrarias para a amada, está apenas dispondo do que é seu, como qualquer um faria por direito, com a liberdade de ação e alegria de quem sabe que pode fazer o que quiser. O Brasil não é nosso, é dele.”
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/janja-ordem-merito-cultural/

Previdência ou armadilha digital?

Imagine se você instalasse uma loja na sua cidade e o prefeito determinasse o seguinte: todo mundo é obrigado a comprar na sua loja — e quem não quiser comprar terá que expressar a vontade de não querer comprar; senão, fica devendo. É mais ou menos isso que aconteceu com a Previdência — e que está acontecendo agora. As pessoas não foram consultadas. Segundo levantamento, 98% não foram consultadas, não deram um “ok” para que o desconto fosse feito. Mas agora elas têm que tomar a iniciativa de dizer que estão tendo descontos em suas aposentadorias — além de precisar entrar nesse mundo digital, que muitos não entendem.
Meu Deus, igualzinho ao que ocorreu após a Reforma Trabalhista de 2017, quando deixou de ser obrigatória a contribuição sindical. Aí as pessoas foram obrigadas a formar grandes filas para informar, por escrito, que não estavam dispostas a pagar. Caso contrário, seriam cobradas. É incrível. Se fizeram isso, o INSS é quem tem que saber cada pessoa que foi lesada — e tomar a iniciativa de parar de descontar. Meu Deus do céu!
Carteiros sem médico, diretores com bônus
Outro assunto: os Correios — uma estatal — deram um lucro maravilhoso no tempo de Jair Bolsonaro. Entrou um novo governo e veio um prejuízo pequeno. Agora o prejuízo já é de R$ 2,6 bilhões — e a diretoria dos Correios se concede um aumento de 14%. Então, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) está requerendo à Câmara que convoque o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, que passou a receber um salário de R$ 53 mil, além de benefícios. A diretoria também recebe mais benefícios, mais aumento, enquanto os carteiros estão com dificuldades para ter assistência médica por falta de recursos de pagamento. Essa é a situação dos Correios. Nenhuma surpresa — a gente já viu isso nos governos anteriores do PT.
Bastidores da troca de poder
Eu queria falar também sobre o depoimento da quarta-feira (21), do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior. Embora o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, tenha negado ter dado voz de prisão a Bolsonaro, ou ameaçado prendê-lo, o brigadeiro Baptista Júnior explicou melhor. Segundo ele, Freire Gomes teria dito: “Se o senhor fizer isso, terei que prendê-lo.” Isso teria ocorrido durante a discussão sobre a possibilidade de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem ou da determinação de um estado de sítio. Lembrando que, para ocorrer o estado de sítio, precisa da aprovação do Congresso e teria que passar pelo Conselho de Defesa.
Baptista Júnior sugeriu: “vamos mandar para o Conselho de Defesa, se há uma alegação de perigo de explosão social…” Mas depois disse que negou a ideia completamente, com o apoio de Freire Gomes e do general Paulo Sérgio de Oliveira, então ministro da Defesa. Afirmou que não passava pela cabeça deles, em nenhuma das situações, impedir a posse do presidente eleito. Ele disse ainda que só o almirante de esquadra Almir Garnier teria dito que a tropa da Marinha estaria à disposição do presidente Bolsonaro. Perguntado sobre o general Augusto Heleno, disse que, em momento algum, ouviu do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional qualquer manifestação sobre impedir ou fazer uma ruptura — nada disso. E que Bolsonaro, quando percebeu que não daria, recuou e não falou mais no assunto. Isso teria acontecido depois do segundo turno.
STF no radar americano
Por fim, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, confirmou durante uma audiência no Congresso americano que está sendo analisada a possibilidade de impor uma sanção, com base na Lei Magnitsky, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E que há uma grande possibilidade de que isso aconteça. Caso seja aplicada, significaria o bloqueio de bens nos Estados Unidos; impedimento de negociar com qualquer pessoa jurídica americana — inclusive bancos; e, claro, ausência de visto ou retirada do visto para impedir que ele entre nos Estados Unidos. Seria uma sanção motivada por informações sobre desrespeito aos direitos humanos, além de perseguição política, censura, etc.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/previdencia-armadilha-digital/
Nikolas quer explicação do presidente dos Correios sobre aumento salarial em meio à crise

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou um requerimento à Câmara para que o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, seja chamado para explicar o aumento do próprio salário em meio à crise da estatal, que acumula prejuízos bilionários.
“Ele [Fabiano Silva] e a diretoria concederam aumentos aos próprios salários e ampliaram os benefícios que recebem, como auxílio-moradia, alimentação e previdência complementar. A estatal passa por uma grave crise orçamentária e precisou recorrer a empréstimos para manter suas operações básicas”, disse Nikolas ao informar sobre o requerimento em suas redes sociais, nesta quarta-feira (21).
“Ainda assim, os principais dirigentes da empresa continuaram acumulando vantagens. É dever do Parlamento exigir explicações diante de decisões que afetam diretamente o uso de recursos públicos. A população precisa saber quem está tomando essas decisões, com base em quê e a que custo”, completou o parlamentar.
Fabiano Silva teve um reajuste de 14% no próprio salário, que passou de R$ 46.727,77, quando assumiu a presidência dos Correios, para R$ 53.286,39 no período de dois anos. O reajuste contrasta com a situação da estatal, que fechou o último ano com déficit de mais de R$ 2,6 bilhões.
Crise nos Correios
O prejuízo somado aos gastos elevados com patrocínios serão alvo de análise na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. A iniciativa tem sido chamada de “mini CPI”.
Mesmo registrando rombo histórico nas contas, os Correios passaram de um gasto médio de R$ 430 mil com patrocínios ao ano, entre 2019 a 2022, para R$ 34 milhões só em 2024, de acordo com levantamento divulgado pelo Poder360.
Além disso, empresas que prestam serviço de transporte aos Correios fizeram uma paralisação em abril, reclamando de atrasos nos pagamentos.
Denúncias ainda apontam que o plano de saúde dos servidores dos Correios foi afetado por atrasos nos repasses. De acordo com o senador Márcio Bittar (União-SC), o problema levou à suspensão de atendimentos médicos.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/nikolas-quer-explicacao-do-presidente-dos-correios-sobre-aumento-salarial-em-meio-a-crise/

O tribunal que tortura a verdade

Meus queridos sete leitores, peguem seus cafés e acomodem-se. A manhã londrinense, outonal e preguiçosa, convida à reflexão, e hoje a mitologia, essa velha senhora sempre atual, nos oferece uma lente ideal para examinar o teatro do absurdo brasileiro.
Vamos falar de Procusto, um dos vilões mais sombrios da mitologia grega. Longe de ser um herói ou um modelo de virtude, esse personagem, cujo nome significa “O Esticador”, era um bandido disfarçado de filantropo.
Procusto vivia nas montanhas de Elêusis, onde mantinha uma hospedaria à margem da estrada que ligava Mégara e Atenas. Sempre que passava um viajante, Procusto o convidava a passar a noite em suas acomodações.
O que parecia gentileza, no entanto, era uma armadilha sangrenta. A hospedaria de Procusto possuía apenas duas camas de ferro: uma grande e uma pequena. Os viajantes de baixa estatura eram conduzidos à cama maior, enquanto os mais altos eram levados ao leito pequeno.
Então Procusto fazia o seguinte: para ajustar o hóspede ao tamanho da cama, ele torturava o pobre infeliz, esticando seus membros até destroncá-los ou cortando a cabeça e os pés da vítima, conforme o caso.
Em suma, a arte de Procusto consistia em torturar as pessoas para adequá-las ao tamanho da sua cama.
O Supremo Soviete Federal é um tribunal de Procusto moderno: no julgamento do suposto golpe de Jair Bolsonaro, o que se tem feito ali é torturar a realidade até adequá-la ao tamanho da narrativa do regime
Essa ânsia do tribunal em adequar os fatos à ficção ficou evidente no depoimento do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes.
Diferentemente do que ele possa ter alegado durante a fase processual — e lembremos que o seu depoimento, ao estilo soviético, durou longas oito horas —, Freire Gomes, diante do tribunal, não usou a palavra “golpe” em nenhum momento e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro limitou-se a discutir artigos constitucionais com os chefes das Forças Armadas.
Freire Gomes ainda isentou o ex-ministro Anderson Torres e o ex-assessor presidencial Filipe Martins de qualquer participação nessas reuniões para discutir algo que, segundo ele mesmo, não era golpe nenhum, mas apenas uma consulta sobre artigos da lei maior do país (os quais, diga-se, não foram aplicados). O ex-comandante chegou a afirmar: “Não entendi o que você falou sobre ‘reuniões golpistas’. As reuniões de que participei foram normais, com o presidente da República e demais comandantes, nada mais que isso”.
O Imperador Calvo ficou furioso com as falas de Freire Gomes. Chegou a dizer que ele estava mentindo: “Solicito que, antes de responder, pense bem. Ou falseou na polícia ou está falseando aqui!”
Outra gravíssima inconsistência nas denúncias sobre o golpe — mais uma situação em que o hóspede da realidade não se encaixa no leito da narrativa — foi apontada pelo advogado Jeffrey Chiquini, defensor do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, o militar das forças especiais do Exército denunciado por estar nas proximidades da residência do Imperador Calvo em 15 de dezembro de 2022, com a suposta intenção de matá-lo.
Disse o advogado:
“Conseguimos demonstrar e provar que o relatório final da Polícia Federal é uma farsa. A nuvem do iPhone do meu cliente prova que ela não estava no dia e no local que a ficção criativa da Polícia Federal disse que ele estava. Naquele dia e naquele horário era aniversário do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo e ele estava em casa, respondendo a mensagens de WhatsApp e comemorando com a sua família, conforme provam os documentos da Apple e do Rappi [aplicativo de entrega de comida]. Mas a PGR desconsiderou essas provas e meu cliente está preso há seis meses.”
Notem vocês, meus sete amigos, a semelhança com o caso do ex-assessor Filipe Martins, cujos dados de geolocalização também foram ignorados pela PF e pela PGR.
A farsa está cada vez mais clara. O Supremo Soviete Federal montou um amálgama stalinista, uma narrativa cuja fragilidade é diretamente proporcional à arrogância de seus autores. Para os Procustos do Brasil, é necessário torturar a verdade até que ela se deite, desfigurada e irreconhecível, em sua cama de ferro.
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FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-briguet/o-tribunal-que-tortura-a-verdade/

STF pelos pobres!

“Se um tribunal não cuida dos assuntos dos mais pobres, das viúvas, dos órfãos, enfim, daqueles que sofrem, será tudo menos um tribunal”, disse o ministro comunista Flávio Dino, do STF. Mas onde, na Constituição, há essa prerrogativa de utilizar o poder supremo para fazer “justiça social” e “cuidar dos pobres”?
Não é preciso ser um jurista para identificar o absurdo da fala de Dino, que claramente confunde os papeis – talvez porque num só ano tenha sido do Poder Executivo, do Poder Legislativo e depois do Poder Judiciário. Se bem que a confusão é perene mesmo: quando ministro da Justiça, ele disse que a Polícia Federal servia à causa de Lula, seu chefe.
André Marsiglia rebateu: “As políticas públicas cuidam dos mais pobres, ministro. Um tribunal cuida das leis. Uma Suprema Corte cuida da Constituição. Não é nem de longe o que tem feito o STF”. Vou além: a Igreja cuida melhor dos pobres do que o governo, quase sempre incompetente e tantas vezes corrupto. Mas, sim, são as políticas públicas que miram nessas questões, nunca o STF. E o governo Lula tem deixado muito a desejar, para dizer o mínimo.
Não podemos cobrar respeito à Constituição daqueles que deveriam ser seus guardiões. Afinal, a missão suprema é outra, bem mais ampla e nobre: cuidar dos pobres e das viúvas!
“Nunca soube de tirano anunciar ser contra a democracia”, disse sua colega Cármen Lúcia. É verdade. Normalmente, os tiranos fazem justamente o contrário: garantem que estão tomando medidas arbitrárias e drásticas para “salvar a democracia”, nem que seja de golpes imaginários. Talvez a ministra do STF devesse refletir sobre a censura antidemocrática que defendeu, em caráter “excepcionalíssimo”, que dura até hoje…
Enquanto isso, o colega de ambos, ministro Alexandre de Moraes, que já era vítima, investigador, procurador, advogado e juiz, deu a entender que é também o dono desse tribunal, onde não vai tolerar “circo”. Quando falou sobre Paulo Figueiredo, sem conter o ódio que exalava por cada poro, chamou o jornalista de “pseudojornalista” e afirmou que ele estava “foragido”. Paulo tem residência fixa nos Estados Unidos há quase uma década. Érica Gorca explicou o absurdo:
A falta de citação adequada para que qualquer réu se defenda de acusação criminal é um acinte ao ordenamento jurídico brasileiro. O artigo 353 do Código de Processo Penal é cristalino: “Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.” No caso do Sr. Paulo Figueiredo, que reside nos Estados Unidos, a citação deve se dar por carta rogatória, a qual substitui a carta precatória para a citação em jurisdição internacional. É absolutamente ilegal e inconstitucional que o processo contra o Sr. Figueiredo proceda mediante convocação por edital. A própria Defensoria Pública se recusou a participar do processo quando percebeu o vício insanável de inexistência de citação legal. O processo em questão se encontra maculado, sendo desde já totalmente NULO.
Mas quem liga para essas “filigranas jurídicas”, não é mesmo? Principalmente quando se está “salvando a democracia” de ameaças tão terríveis quanto um jornalista opinando no YouTube! Não podemos cobrar respeito à Constituição daqueles que deveriam ser seus guardiões. Afinal, a missão suprema é outra, bem mais ampla e nobre: cuidar dos pobres e das viúvas!
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/stf-pelos-pobres-flavio-dino/

A ajuda chinesa para regular as redes

Disseram que a Janja provocou constrangimento na China. Não é verdade. O constrangimento é que vive provocando a Janja. O companheiro Xi Jinping foi claro: o Brasil pode banir o Tik Tok se quiser. Quem é que viu constrangimento nisso?
Sair do armário é sempre um movimento saudável, jamais constrangedor. Na viagem à China, Lula e Janja assumiram para o mundo os seus propósitos. Pedir a um dos maiores ditadores do planeta ajuda para disciplinar redes sociais não é para qualquer um. Tem que ter muita desinibição. Principalmente se você disser que fez isso em nome da democracia.
Estava tudo transcorrendo muito bem, entre quatro paredes – como recomenda a transparência democrática – até que houve o vazamento. Inspirado pelos modos do companheiro Xi, Lula jogou no ventilador e declarou para todo mundo ouvir que havia um traidor no grupo. No seu grupo.
Claro que o mais importante numa hora dessas é caçar o linguarudo e repudiar a publicidade de um assunto privado (o mandato de presidente é dele, ele faz o que quiser com ele). Alguns entendidos dizem até que, na democracia perfeita, nem é preciso maioria popular para conquistar o poder. Mas isso é outro assunto.
Mas a maior energia no pronunciamento de Lula sobre a missão chinesa foi colocada na parte referente a Janja. Ele chegou a se referir a ela como “a minha mulher”, mostrando os dentes de fera ferida. E corrigiu todo mundo, afirmando que quem perguntou ao presidente chinês sobre redes sociais foi ele próprio. Janja só teria colocado na mesa um dado adicional sobre viés político do Tik Tok.
Nessa hora, o presidente brasileiro alcançou seu maior nível de sinceridade. Disse que pediu, sim, ao companheiro Xi Jinping a designação de alguém da confiança dele para ir ao Brasil checar o funcionamento do ambiente digital.
Quem ainda tinha alguma dúvida sobre os propósitos do governo quanto à regulação das redes sociais, não tem mais. Clareza é tudo na vida
O presidente Lula fez a sua parte. Declarou para quem quisesse ouvir que quer um emissário do regime chinês atuando no Brasil para o disciplinamento da internet, um ambiente que, segundo ele, tem sido muito permissivo com a circulação de falsidades.
Todos os apoiadores ou simpatizantes discretos do governo têm agora a oportunidade de declarar que a sua concepção de democracia e liberdade de expressão coincide com a do presidente.
Se não quiserem falar, não tem problema. Tem horas que o silêncio diz tudo.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-fiuza/a-ajuda-chinesa-para-regular-as-redes/
PT bate cabeças na disputa pelo governo gaúcho

Petistas do Rio Grande do Sul não falam a mesma língua quando o assunto é a disputa pelo governo estadual. O senador Paulo Paim disse a lideranças locais que não pretende renovar o mandato, que termina em 2027. Mas não descartou disputar outros cargos eletivos e que até o deseja, deixando os petistas desconfiados de que ele pretende disputar o Palácio Piratini. Derrotado em 2022, Edegar Pretto ganhou boquinha na Conab como consolação e pretende ser candidato outra vez.
Petistas fazem fila
Não é só Pretto que está de olho nos movimentos de Paim. Até Pepe Vargas, ex-ministro de Dilma citado na Lava Jato, tem interesse.
Pimenta sonha
Quem trabalha noite e dia para ser o nome do PT para o lugar de Eduardo Leite (PSD) é o Paulo Pimenta, deputado e ex-Secom do Lula.
Chance é pequena
Pimenta até levou Lula no papo, que inventou um ministério extra para “reconstruir o Estado”. Com desempenho fraquíssimo, foi logo demitido.
Se oferecer, ela quer
A mais fraca pretendente é Maria do Rosário, que tomou uma sova de votos de Sebastião Melo (MDB) na disputa de Porto Alegra: 61% a 38%.
FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/pt-bate-cabecas-na-disputa-pelo-governo-gaucho
Dinheiro roubado ‘contaminou’ eleição, diz deputado Evair

O dinheiro roubado dos aposentados do INSS “contaminou” as eleições de 2022, segundo convicção do deputado Evair de Melo (PP-ES), manifestada durante entrevista ao podcast Diário do Poder. “Olhe os sindicatos e associações que praticaram esse roubo e você vai ver os políticos que essa base apoiou”, diz. “Não vou dizer que [houve dinheiro roubado] na eleição de 2018, era só o início”, mas, para o deputado capixaba, na eleição de 2022 e 2024 “possivelmente teve muito”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
“A prestação de contas de 2022 deveria ser revisitada”, defende Evair, para quem é possível que o dinheiro roubado pode ser rastreado.
A possível contaminação se deu, segundo Evair, “na base da pirâmide, que é aquele a gente lá que elege o vereador que faz a sua base”.
O deputado garantiu que a oposição já está mobilizada para investigar o uso eleitoral dos bilhões roubados dos aposentados.
FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/politica/ttc-politica/dinheiro-roubado-contaminou-eleicao-diz-evair
Senador petista tem mandato cassado por corrupção e compra de votos

Por cinco votos a dois, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou, na terça-feira (20), o mandato do senador petista Beto Faro e de seus suplentes, Josenir Gonçalves Nascimento e Leny May da Silva Campêlo.
A decisão se baseia em condenações por corrupção eleitoral, captação ilícita de sufrágio (compra de votos), assédio eleitoral e abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Os envolvidos podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no prazo de três dias.
Segundo o TRE, foi comprovada as práticas de “corrupção, assédio eleitoral, abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei nº 9.504/1997), consubstanciados na adoção de estratégia empresarial articulada para aliciamento massivo de votos de funcionários e terceiros mediante concessão de vantagem financeira atrelada ao engajamento eleitoral em favor de candidato específico ao Senado Federal”.
As investigações revelaram que durante a campanha o senador criou um esquema de aliciamento de funcionários da empresa Kapa Capital Facilities LTDA, onde vantagens financeiras eram prometidas em troca de votos para Beto Faro.
“O proprietário da Kapa Capital, ao lado de seu gerente administrativo, não apenas pediu votos para o candidato Beto Faro, como prometeu e ofereceu de forma explícita o pagamento em dobro do ticket alimentação àqueles que atendessem à solicitação e aliciassem novos eleitores”, diz um trecho dos votos lidos.
Os sócios da empresa, Octávio Augusto da Fonseca Pacheco e Luiz Fernando Lisboa, também foram condenados.
A decisão teve como base provas como documentos, gravações, trocas de mensagens e dados de contratos públicos, além de um inquérito do Ministério Público do Trabalho. Os réus negaram as acusações mas as defesas foram rejeitadas pela Corte Eleitoral.
Além da perda de mandato, os condenados deverão pagar multas eleitorais. Os valores são os seguintes:
- Octávio Pacheco: R$ 47.884,50
- Luiz Lisboa: R$ 19.153,80
- Beto Faro: R$ 42.564,00
- Josenir Nascimento e Leny Campêlo: R$ 1.064,10 cada
Em nota oficial, Beto Faro e o PT do Pará afirmaram que irão recorrer da decisão e mantêm confiança na Justiça Eleitoral.
Veja íntegra da nota:
“O senador Beto Faro e o Partido dos Trabalhadores do Pará receberam com serenidade a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, embora dela discordem.
Com plena confiança na Justiça Eleitoral, comunicam que irão recorrer da decisão, certos de que a verdade será reconhecida e a inocência do senador plenamente comprovada.
É importante reforçar que a decisão não tem efeito imediato. Beto Faro segue exercendo normalmente seu mandato no Senado Federal, legitimado por mais de 1,7 milhão de paraenses nas urnas.
Com a consciência tranquila e o compromisso de sempre, o senador seguirá firme na defesa da democracia, do voto popular e dos direitos do povo do Pará”.
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