O que mais chama a atenção, na calamidade que o governo Lula criou para si próprio com a reforma e a imediata contrarreforma das regras do Pix, que traria várias mudanças, não é tanto o prodigioso grau de incompetência atingido neste momento pelos burocratões-chefe que realmente tomam as decisões neste país. Isso é de fato a marca registrada de tudo o que chega perto do presidente, como o casal dançante é a marca do Sonho de Valsa. O que vai ficando cada vez mais esquisito, a cada palhaçada-master como essa, é a extraordinária capacidade do governo de dobrar o prejuízo de cada desastre que faz.
No caso, foi a notável ideia de mexer com o Pix – uma das poucas coisas que funciona direito no Brasil e resolve a questão da transferência de dinheiro, de forma eficaz, rápida e amigável para o cidadão, em toda a economia do país. É sem dúvida uma das coisas mais estúpidas que alguém poderia fazer dentro de um governo – e um resultado direto da inépcia de uma gestão que entregou à Receita Federal a tarefa de montar e executar a política econômica do Brasil.
Lula, o governo e os jornalistas estatizados que correram mais uma vez em seu socorro não vão convencer ninguém de que foram vítimas de mentiras da internet. A maioria da população fica convencida, isto sim, de que quem está mentindo são eles
Nenhum ser vivo em todo território nacional estava querendo, e muito menos pedindo, qualquer mudança no Pix. Ao contrário. Num país com os problemas realmente insanos que o Brasil tem hoje (o poder público não é capaz, nem sequer, de garantir o direito constitucional à vida das pessoas), a última coisa a se cobrar das autoridades era mudança no Pix. Mas o verdadeiro ministro da Fazenda que existe hoje na prática é o chefe da coletoria – e é da natureza de qualquer secretário da Receita Federal arrecadar o máximo de impostos, mesmo porque é exatamente isso que lhe cobram dia e noite. Deu no que deu.
Consumado o desastre com perda até agora total, o governo Lula não fez, também nesse caso, a única coisa que deveria ter feito: reconhecer que errou, pelo menos isso, e se responsabilizar pelo conserto do seu erro. Fizeram o contrário. Ficaram enfurecidos com o povo, que se sentiu imediatamente ameaçado em seu bolso pela mudança e fez a sua indignação explodir nas redes sociais – essas mesmas que o regime Lula-STF está desesperado para censurar. A culpa não era deles, gritaram indignados – era das fake news que, na sua visão, estariam deturpando o caráter benigno e inofensivo das mudanças no Pix.
Não houve fake news absolutamente nenhuma. O que houve, na vida real, foi uma tentativa mal resolvida de usar o Pix para aumentar a cobrança de impostos – e como hoje existe a internet para mostrar essas coisas, a reação natural de milhões de pessoas foi se sentir ameaçada. Queriam o quê? Que se sentissem aliviadas? Desde quando os tubarões do governo falam em “imposto” com a intenção de cobrar menos? Pior que tudo: se era mentira o que as redes diziam, e a decisão da Receita Federal estava perfeitamente correta, por que então a portaria foi revogada em clima de pânico?
Lula, o governo e os jornalistas estatizados que correram mais uma vez em seu socorro não vão convencer ninguém de que foram vítimas de mentiras da internet. A maioria da população fica convencida, isto sim, de que quem está mentindo são eles: tentaram, não conseguiram e ficaram com a brocha na mão e o pé na jaca. No seu delírio crescente, acham que a culpa não é deles, por baixarem uma portaria que tiveram de revogar – é do povo idiota que se deixa enganar, é do “ambiente tóxico” das redes, é da “extrema direita”. Toque-se a Polícia Federal em cima deles. E vamos socar mais dinheiro público na “comunicação”.
FONTE; GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/mudanca-no-pix-foi-tentativa-mal-resolvida-para-aumentar-cobranca-de-impostos/
Moraes impede Bolsonaro de ir à posse de Trump
O ministro Alexandre de Moraes, que mandou tirar o passaporte de Jair Bolsonaro, não vai devolvê-lo para que o ex-presidente brasileiro possa ir à posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segunda-feira que vem, na Casa Branca. Trump é amigo de Bolsonaro, os dois têm afinidades, e daí veio esse convite muito especial.
Segundo a agência oficial, Moraes alega que o comportamento de Bolsonaro tem indicado a “possibilidade de tentativa de fuga” do Brasil. Imaginem se Bolsonaro vai fugir, vai dizer “olha, eu estou fugindo porque eu sou golpista”. Equivaleria a uma confissão. Mas não: Bolsonaro pediu o passaporte e prometeu devolvê-lo quando voltasse, depois de cinco dias.
Essa história de “possibilidade de tentativa”, aliás, está parecida com o caso do “golpe”. Tudo “tentativa”. E lembremos que a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que não houve crime no caso de um sujeito que cortou um cadeado, entrou armado na casa, mas não roubou nada, foi impedido de roubar. Isso foi apenas preparação, não configurou crime, disse o STJ. E agora Moraes diz que Bolsonaro “já estaria se preparando” para fugir do Brasil… Quem vai, então, é Michelle Bolsonaro, que certamente vai brilhar na Casa Branca e provocar alguma reação da Janja. Não há como não lembrar disso e fazer essa comparação.
Mudou o ministro, mas redes sociais do governo ainda estão com Janja
Falando nisso, Janja continua comandando as redes sociais na Secretaria de Comunicação. O novo ministro, Sidônio Palmeira, pôs outra pessoa, mas para isso teve de submeter a escolha a Lula. E ele, claro, perguntou para a Janja. O nomeado ainda vai ficar ligado ao gabinete de Lula, quer dizer, à Janja.
Maduro diz bobagem e provoca crise entre EUA e Brasil
Um senador norte-americano, Rick Scott, republicano que representa a Flórida, ouviu as declarações de Nicolás Maduro sugerindo o uso de uma tropa brasileira para invadir e libertar Porto Rico dos Estados Unidos. Agora, Scott está questionando o governo brasileiro para ver o que Lula tem a dizer a respeito disso. Foi uma maluquice de Maduro, dirigindo-se a brasileiros que estavam em Caracas representando o Foro de S. Paulo, o PT e o MST no Festival Antifascista. Os venezuelanos homenageiam um brasileiro, o general Abreu e Silva, que como capitão integrou as tropas de Simón Bolívar na libertação da Venezuela e da Colômbia, e Maduro chegou a dizer que “o Batalhão Abreu e Silva vai invadir”. Acontece que no Recife existe um Batalhão Abreu e Silva, da PM de Pernambuco. Isso causou uma celeuma danada.
Senador quer saber quem são os “criminosos” e os “parceiros” da Receita no caso do Pix
Por falar em convocar, o senador Magno Malta está convocando o chefe da Receita, Robson Barreirinhas, para explicar quem são os “criminosos” que ele denunciou ao dizer que recuaria naquela instrução normativa do Pix. Quem quer acusar alguém de criminoso tem de dar um nome. E, se o chefe da Receita for convocado para ir ao Senado, certamente vão lhe perguntar também quem são os parceiros, porque Barreirinhas agradeceu a “parceria” da imprensa nessa tentativa de monitorar o Pix.
Aliás, todo mundo pergunta: se era tudo fake news, se era mentira, por que o governo recuou? Como é que a verdade cedeu à falsidade? O caso é que pegaram o governo tentando, sim, enquadrar sabe-se lá quantos dos 40 milhões de informais que estariam sujeitos a declarar e pagar Imposto de Renda.
IVA brasileiro será mesmo o mais alto do mundo
Está sancionada a primeira parte da reforma tributária, que começa a entrar em vigor em 2027. O IVA será mesmo o mais alto do mundo, 28%. E mais do que isso: só essa primeira parte tem 544 artigos. Pobre do pagador de impostos.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/moraes-impede-bolsonaro-posse-trump/
O Pix e o desejo ensandecido de controlar o discurso
“A norma é correta, o que falam dela é mentira, mas mesmo assim resolvemos revogar.” A atitude do governo federal, ao revogar a normativa da Receita Federal sobre monitoramento de movimentações no Pix e no cartão de crédito acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas, bem poderia ser resumida nessa afirmação carregada de cinismo. A verdade é que, com um vídeo de alguns poucos minutos, o deputado Nikolas Ferreira impôs um 7 a 1 na partida de estreia do marqueteiro Sidônio Palmeira como “ministro da Propaganda” lulista – e, agora, os derrotados e sua torcida estão mais que dispostos a recorrer ao tapetão.
Não há a menor dúvida de que o estopim para o recuo do governo foi a enorme disseminação do vídeo do deputado do PL de Minas Gerais, que bateu rapidamente os 217 milhões de visualizações – é como se todo brasileiro tivesse assistido ao vídeo uma vez. Não é nosso objetivo, no momento, analisar a medida da Receita ou o mérito das críticas de Nikolas. A discussão sobre quais medidas se pode tomar para combater a sonegação (desde, é claro, que não se descambe para violações de sigilo), que grupos deveriam ser fiscalizados com mais rigor, a conduta específica da Receita Federal do Brasil, e a conveniência da normativa agora revogada é perfeitamente lícita em uma sociedade democrática. E é justamente por isso que temos de lamentar a enorme degradação do debate público ocorrida neste episódio.
Isso porque, em vez de contra-argumentar e tentar defender o acerto da resolução, a única estratégia que o governo federal e seus apoiadores na imprensa e em outros setores da opinião pública empregaram foi qualificar o vídeo como “fake news” e “desinformação”. E ainda por cima o fizeram como se apenas o qualificativo bastasse, já que não houve nem sequer um esforço para demonstrar qual afirmação factual o deputado havia feito e que era incorreta. Ironicamente, o deputado colocou bastante ênfase em negar (mais de uma vez) a principal informação factualmente falsa que vinha sendo veiculada a respeito do imbróglio todo, a de que o Pix seria taxado.
Se os profissionais da informação são incapazes de reconhecer a diferença entre uma crítica legítima e a afirmação factual falsa, é certo que o futuro da liberdade de expressão está em maus lençóis no país
Sem isso, o que sobrou a alguns jornais foi afirmar, em tom de denúncia, que Nikolas “acusava o governo de querer taxar Pix”, como se isso fosse uma barbaridade completa, e não um recurso legítimo empregado na discussão pública desde que o mundo é mundo. Não há candidato que deixe de dizer, durante uma campanha, que seu adversário fará um mau governo, fazendo inclusive afirmações sobre o que pode vir a acontecer em determinados setores, como a economia. A própria esquerda, na política e na imprensa, se comporta assim o tempo todo: basta observar as previsões apocalípticas feitas após a eleição de Donald Trump ou após a mudança nas políticas de moderação das mídias sociais de Mark Zuckerberg.
Seria, por acaso, fake news dizer que os Estados Unidos caminharão para o fascismo após a posse de Trump, ou que Instagram e Facebook virarão campo fértil para o cometimento de crimes com a saída dos checadores? Certamente que não, pois não se trata de afirmações factuais incorretas – se forem incorretas, isso só será possível saber no futuro. O mesmíssimo princípio se aplica quando Nikolas diz que uma taxação do Pix pode entrar no radar do governo – e nem a medida provisória recentemente publicada serve como argumento para desqualificar essa afirmação ou transformá-la em fake news, já que o Brasil é o país onde até a suprema corte viola cláusulas pétreas da Constituição.
De resto, o que há no vídeo – e nos espanta que isso pareça tão difícil de perceber para tanta gente – é crítica pura e simples. No caso da normativa da Receita, Nikolas critica, por exemplo, o suposto efeito da medida sobre brasileiros mais pobres que recorrem à informalidade como meio de aumentar sua renda. Em um contexto mais amplo, o deputado menciona a sanha arrecadadora, as promessas não cumpridas (inclusive no caso da “taxa das blusinhas”), o sigilo a respeito de gastos da Presidência, e a espiral crescente do gasto público. Nada disso é “desinformação”, muito menos fake news – independentemente de Nikolas estar certo ou não a respeito do que diz. Também a crítica é parte do debate público, que se faz na base do embate de argumentos e da exposição de dados que comprovem ou desmintam certa tese. É direito de qualquer cidadão; no caso de parlamentares como Nikolas, é até mesmo parte de suas funções. Mas o governo e seus aliados querem negar ao brasileiro esse direito.
Na quarta-feira, ao anunciar a revogação da norma, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez um agradecimento revelador. Enquanto fazia sua justificativa contraditória, de que a norma estava sendo anulada apesar de estar tudo certo com ela e apesar de as críticas serem todas “mentirosas”, Barreirinhas afirmou: “Preciso agradecer a imprensa, que foi parceira da gente na tentativa de afastar essas mentiras”. A “parceria”, no caso, consistiu em ecoar o discurso governista, chamando de “fake news” e “desinformação” um vídeo que definitivamente não merece tal qualificativo, em mais uma demonstração do baixíssimo nível que o debate sobre liberdade de expressão assumiu no Brasil. Se os profissionais da informação são incapazes (isso na mais benigna das hipóteses) de reconhecer a diferença entre uma crítica legítima e a afirmação factual falsa, é certo que o futuro de uma garantia democrática está em maus lençóis no país.
E, como no Brasil de Lula tudo pode piorar, o vídeo de Nikolas Ferreira ainda pode se tornar alvo de perseguição judicial, já que o grupo Prerrogativas (que se tornou uma espécie de AGU pessoal do presidente da República) anunciou que iria à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho de Ética da Câmara contra o deputado – por um crime que não existe, diga-se de passagem; e, ainda que existisse, não poderia jamais ser imputado a alguém que não espalhou fake news, mas apenas exerceu sua liberdade de expressão e seu direito de crítica. Direito este que, incrivelmente, há jornalistas querendo cassar, como fez Eliane Cantanhêde na GloboNews ao afirmar que “desacreditar, atacar medidas públicas é crime” – os totalitários do século 20 não teriam dito de outra forma.
“Temos de tomar uma medida pedagógica”, justificou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, ao anunciar sua perseguição contra Nikolas Ferreira. “Pedagógico” é a palavra perfeita: desde as mudanças anunciadas por Mark Zuckerberg nas políticas de moderação de suas redes sociais, e agora, com o caso do Pix, o brasileiro está aprendendo que o governo Lula e parcelas importantes da imprensa e do mundo jurídico, quando falam em “regulação das mídias sociais”, não estão nem um pouco preocupadas com democracia ou proteção dos usuários: trata-se apenas de controlar o discurso, decidir quem pode falar e o que pode ser dito – e esta última categoria, evidentemente, não inclui críticas ao governo.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/video-nikolas-ferreira-pix-controle-discurso/
Temor de alta nas passagens aéreas cresce com possível fusão entre Azul e Gol
Uma possível fusão entre a Azul e a Gol, a segunda e a terceira maiores empresas aéreas em participação de mercado, segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), levanta a preocupação de uma concentração e de aumento nos preços das passagens aéreas. O memorando de entendimento para a operação foi apresentado na quarta-feira (15).
Reportagem do “Valor” aponta que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) indica que é difícil a aprovação da fusão sem nenhum tipo de restrição. A operação seria uma das maiores analisadas pela autarquia. Juntas, as duas empresas fecharam o ano passado com um share de 60,4% nos voos domésticos. No mercado internacional, a participação é bem menor: 9,4%.
Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que o risco de haver um aumento nos preços das passagens aéreas é grande. “As empresas que surgem de uma associação ou fusão tendem a tentar exercer uma precificação mais elevada para fazer frente aos riscos e incertezas existentes”, diz o coordenador acadêmico de cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antônio Jorge.
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, disse que um cenário pior seria a quebra das empresas.
André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, avalia que a concentração não é a melhor opção: “Quanto mais concentrado o segmento, menor a concorrência. Mas cabe ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliar esse movimento. É um segmento muito complexo e estratégico para o desenvolvimento de um país com dimensões continentais.”
Segundo Vanderlei Garcia Jr., especialista em direito associado e sócio da VGJr Advogados Associados, a concentração de mercado resultante da fusão entre as duas grandes companhias aéreas pode afetar diretamente os consumidores e a concorrência.
“Com menos concorrentes relevantes no setor de aviação, o poder de precificação das empresas aumenta, o que pode levar a um aumento nos preços médios das passagens. Além disso, em rotas menos movimentadas, a fusão pode reduzir as opções disponíveis para os consumidores, limitando as alternativas de voos para esses destinos.”
Momento difícil para as empresas aéreas
O momento não é confortável para as aéreas. A desvalorização do real frente ao dólar atingiu 27% no ano passado e ajuda a pressionar os custos das empresas. Combustíveis, aluguel dos aviões e peças são cotados na moeda americana.
Prévia dos resultados da Gol mostra que a empresa teve prejuízo líquido de R$ 176 milhões em novembro. A empresa está em recuperação judicial nos Estados Unidos. Já a Azul está realizando uma reestruturação financeira. No início do mês, as duas aéreas fecharam acordos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para reduzir R$ 5,8 bilhões em dívidas.
Empresas e governo negam possibilidade de alta nas passagens aéreas
A possibilidade de alta nos preços é descartada tanto pelo governo quanto pelas empresas. O ministro disse que a possibilidade de fusão das duas empresas poderá ser positiva para o país, inclusive no sentido de evitar aumento de tarifas, já que resultaria na diminuição do número de assentos não ocupados das aeronaves. A taxa de ocupação em dezembro foi de 83,4%. É o melhor resultado para esse mês desde 2019.
“O que nós não vamos permitir é aumento de tarifas. Estamos trabalhando para que essas companhias se fortaleçam, o Cade não vai permitir qualquer movimento errado, mas precisamos ainda entender essa fusão tecnicamente”, disse ele.
Manuel Irarrázaval, Chief Financial Officer (CFO) da Abra – investidor majoritário na Gol e na colombiana Avianca –, destacou para “O Globo” que a fusão entre as aéreas brasileiras deve impulsionar o crescimento dos voos internacionais, sem necessariamente resultar em aumento das tarifas.
Segundo o executivo, o foco da transação está na complementaridade das empresas e na escala que poderá ser alcançada. “Com uma empresa de tamanho dobrado, teremos uma posição mais vantajosa para negociar com fornecedores, além de maior eficiência na compra de combustível e no planejamento da malha aérea”, explicou.
A Azul destacou por meio de nota que a fusão tem por objetivo fortalecer a posição do Brasil no cenário global de aviação, um setor altamente competitivo e internacionalizado.
Ela avalia que a união das duas companhias visa impulsionar o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, ampliando o número de destinos, rotas e conectividade. Com isso, espera-se oferecer mais serviços aos consumidores, aumentando a oferta de voos tanto domésticos quanto internacionais.
Mercado aponta para melhoria na eficiência e competição entre aéreas
O Santander avaliou, em relatório divulgado a clientes, que a fusão entre as companhias promete melhorar significativamente o cenário competitivo da indústria aérea brasileira. No entanto, alertou que o processo de integração será “longo e sinuoso”, exigindo alinhamento nos esforços comerciais, nos programas de fidelidade, nas operações de carga e na integração de frotas e equipes de manutenção.
Além disso, a instituição destacou que o ambiente macroeconômico continua desfavorável para as companhias aéreas brasileiras, com incertezas persistentes e preços do petróleo em alta.
A XP avalia que, após a fusão, espera-se que Azul e Gol capturem diversas sinergias, mantendo suas marcas separadas, mas integrando áreas comuns.
As sinergias previstas incluem melhorias operacionais, como o aprimoramento da conectividade da rede, aumento das frequências de voo e mais parcerias com empresas internacionais. No âmbito das receitas, a expectativa é expandir as receitas auxiliares, como cartões de crédito e programas de milhagem, além de ampliar as operações de carga.
A corretora aponta que, em termos de custos, a fusão deve otimizar a frota para cada rota, possibilitar a redução da alíquota de ICMS e permitir o compartilhamento de departamentos. A administração da Azul acredita que essas sinergias serão capturadas no curto prazo, contribuindo para uma estrutura de capital sustentável e mantendo a alavancagem sob controle, sem exceder os níveis pré-fusão da Gol.
Fernando Canutto, especialista em direito empresarial e sócio da Godke Advogados, aponta que um dos fatores que podem favorecer a fusão é a pouca sobreposição de rotas entre as duas empresas. “Ela não deve afetar tanto a concorrência”, diz.
Mas, por outro lado, Garcia Jr. vê a possibilidade de um aumento de eficiência operacional. “A integração de recursos, frota e logística pode resultar também em melhorias na eficiência e na experiência do cliente, com maior conectividade e ampliação de malhas aéreas.”
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/fusao-azul-gol-impactos-precos-passagens-aereas/
FAB fez 1.522 voos com ministros de Lula, presidentes do STF, Câmara e Senado
Os jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) fizeram 1.522 voos com ministros de Lula e presidentes do STF, da Câmara dos Deputados e do Senado. Houve farra de “Uber” aéreos, com 104 voos de 1, 2 ou três passageiros – 34 deles com apenas um passageiro a bordo. O campeão de voos foi o presidente do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, com 143 viagens; seguido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, com 124 voos. Entre os Ministérios, a liderança ficou com a Justiça, com 93 viagens. Houve ainda 92 voos secretos, “à disposição dos Ministério da Defesa”.
No primeiro ano do terceiro governo Lula, quem mais realizou voos secretos foi o ministro do STF Alexandre de Moraes, por questões de “segurança”. Ele estaria sendo constrangido e até ameaçado nos aeroportos. Em 2024, o segredo foi mantido a sete chaves. Mas é possível apurar que 54 desses voos misteriosos partiram de São Paulo ou foram com destino à capital paulista. Vinte e sete desses deslocamentos tiveram apenas um passageiro. Questionado sobre esses voos, o STF silenciou, por questões de “segurança”. Os voos secretos estão previstos no decreto presidencial que regulamenta o uso de aeronaves oficiais. Os registros dos voos estão na página de “Transparência Ativa” da Aeronáutica.
Em 23 de agosto, a ministra do STF Cármem Lúcia fez o roteiro Brasília/João Pessoa/Fortaleza em voo “À disposição do Ministério da Defesa”. Na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez uma reunião de alinhamento com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB), Polícia Federal e outras forças de segurança, com o objetivo de discutir estratégias para as próximas eleições. No mesmo dia, fez “visita institucional” ao Tribunal Regional Eleitoral (TER-CE). Em 15 de agosto, Haddad fez o trajeto Brasília/São Paulo, em voo compartilhado “à disposição do Ministério da Defesa”. Estava no voo o ministro Gilmar Ferreira Mendes.
Voos para casa
Nos 93 voos da Justiça, 68 partiram de São Paulo ou foram com destino à capital paulista – onde o ministro Ricardo Lewandowski tem residência. Dos 128 voos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 86 tiveram destino ou partiram de São Paulo, onde costuma ter agenda oficial nos finais de semana. A esposa do ministro, Ana Estela, fez 14 viagens como carona em jatinhos “chapa branca”. Em 19 de maio, um domingo, Haddad e esposa foram os únicos passageiros do voo Brasília/São Paulo.
Dos 124 voos do presidente da Câmara, 69 foram com destino ou partida de Maceió, onde tem residência. Usou 4 “Uber” aéreos, com 2 e 3 passageiros. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que fez 64 voos pela FAB, sendo 10 de ida ou volta a Belo Horizonte.
As demais autoridades também apreciam o “Uber Aéreo. O presidente Barroso fez sete voos com 2 ou 3 passageiros. Dois deles foi no trajeto Miami/Brasília, com escala em Boa Vista, acompanhado do ministro Cristiano Zanin, em janeiro de 2024, durante o recesso parlamentar. O Supremo não informou a programação do ministro em Miami.
Jatinhos para o exterior
Além das centenas de viagens nacionais, houve mais algumas dezenas de voos internacionais. A maioria do Ministério das Relações exteriores, o que é compreensível. O ministro da Fazenda fez quatro viagens internacionais. Esteve em Washington em abril, em eventos sobre os temas Finanças Sustentáveis e Reforma Tributária e Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza do G20, entre outros. Em junho, visitou o Vaticano, onde teve audiência com o Papa e Conferência sobre a Crise da Dívida do Sul Global.
Em setembro, esteve em Nova York, onde participou de eventos e acompanhou o presidente Lula em encontros com autoridades públicas e empresariais. Em outubro, retornou a Washington, onde teve reunião com o presidente do Banco Mundial Ajaya Banga e participou do Lançamento da Plataforma Brasileira de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica.
O presidente do Senado viajou a Buenos Aires, onde participou de um evento na Faculdade da capital, e esteve em Roma, para fazer uma visita de cortesia ao presidente do Senado Italiano.
As viagens dos ministros
O ministro dos Transportes, Renan Filho, ex-governador de Alagoas e filho do senador Renan Filho, fez 64 voos pelo país. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, filho do ex-deputado Silvio Costa, apoiador de Lula, fez 81 viagens em jatinhos da FAB em 2024. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, fez 48 viagens nos jatinhos. O Ministro da Casa Civil, ex-governador da Bahia, Rui Costa, fez 41 viagens. O ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará, fez 42 voos. O ministro das Cidades, Jader Filho, tem padrinhos fortes. É filho do senador e ex-governador Jader Barbalho (MDB-PA) e irmão do governador Elder Barbalho (PA). Fez 44 viagens nos jatinhos oficiais.
O Decreto Presidencial 10.267/2020, que regulamenta o uso de aeronaves oficiais por autoridades, deixa expresso que os presidentes da Câmara, do Senado e do STF podem viajar para casa nos finais de semana nas asas da FAB. “Presume-se motivo de segurança o deslocamento ao local de residência permanente dessas autoridades”, diz o decreto. O art. 3º do decreto abre uma brecha legal para ministros. Diz que as solicitações de transporte serão atendidas por motivo de emergência médica, serviço ou segurança. Assim, ministros, de Estado ou do STF, alegam motivo de “segurança” para viajar nas asas da FAB.
A assessoria de Haddad afirmou ao blog que a viagem de 19 de maio, na companhia da esposa, “foi necessária em razão dos compromissos realizados na cidade de São Paulo no dia 20/05/2024”. Acrescentou que Ana Estela foi passageira no voo realizado no dia 19 de maio nos termos do Art. 7º do Decreto nº 10.267: “Art. 7º Ficarão a cargo da autoridade solicitante os critérios de preenchimento das vagas remanescentes na aeronave, quando existirem vagas disponíveis”.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/fab-fez-1-522-voos-com-ministros-de-lula-presidentes-do-stf-camara-e-senado/
Barroso comete um artigo constrangedor do início ao fim
Em seu recente artigo de opinião no jornal O Estado de S.Paulo, Luís Roberto Barroso – uma figura quixotesca em luta perpétua contra o Antigo Regime universal e a permanência de “guetos pré-iluministas” no Brasil – demonstrou mais uma vez não compreender bem o seu papel institucional e os limites do poder judicial que, em tese, ele deveria exercer. Todos já sabíamos, por exemplo, que ele deseja participar da política, mas sem arcar com o ônus de se expor ao escrutínio público, batalhar por votos, submeter-se a mandatos temporários e confrontar adversários de igual para igual. Sim, o nosso Voltaire de Vassouras quer ser político e juiz ao mesmo tempo, desfrutando simultaneamente da condição simétrica do campo de batalha político e da condição hierárquica inerente à posição do magistrado no tribunal; da liberdade de defender apaixonadamente uma determinada agenda político-ideológica e, ao mesmo tempo, da segurança institucional conferida pelo cargo, única e exclusivamente, claro está, na condição de que o magistrado aja imparcial e desinteressadamente.
Mas agora notamos que o sujeito também quer acumular os papéis de juiz e colunista de opinião, gozando apenas dos bônus de ambas as funções. Ao escrever o seu artigo de réplica a um editorial do Estadão, Barroso afeta a postura de um debatedor político no mesmo nível dos demais, de um colunista de opinião como outro qualquer, em condição de igualdade com o autor ou autores dos textos que ele intenta refutar. Mas a afetação de isonomia não dura muito tempo, e a maneira como o texto é redigido trai a condição privilegiada do magistrado, capaz de tornar réu (e, portanto, em posição hierárquica inferior) aquele que até então era um mero oponente no terreno das ideias. Assim é que o pretenso opinador recheia o artigo de reprimendas e ameaças veladas ao jornal que lhe cedeu espaço, mas que, ao término do documento indefinido entre a natureza de artigo de opinião e a de peça judicial, é colocado na posição de candidato a ingresso num dos inquéritos perpétuos que o partido-corte ao qual pertence Barroso tem utilizado em sua permanente lawfare contra adversários políticos.
Luís Roberto Barroso demonstrou mais uma vez não compreender bem o seu papel institucional e os limites do poder judicial que, em tese, ele deveria exercer
Após adotar o procedimento mezzo retórico mezzo inquiritorial de contabilizar o número de editoriais publicados pelo jornal acerca do STF, Barroso ressente-se de seu teor crítico, manifestando-se num parágrafo que, redigido no estilo condescendente característico do autor, equivale a uma emboscada:
“E, no entanto, praticamente todos os editoriais foram duramente críticos, com muitos adjetivos e tom raivoso. Ainda que não deliberadamente, contribuem para um ambiente de ódio institucional que se sabe bem de onde veio e onde pretendia chegar. Ao longo do período, o jornal não vislumbrou qualquer coisa positiva na atuação do STF ou do CNJ. Faz parte da vida. Parafraseando Rosa Luxemburgo, liberdade de expressão é para quem pensa diferente. Mas o que existe está nos olhos de quem vê.”
Sabe-se de onde veio Barroso e aonde ele pretende chegar. Barroso vem de um tribunal ultrapolitizado e parcial, perdendo, nesse quesito, apenas para o Judiciário da Venezuela, como concluiu um levantamento recente da Rule of Law Index (Índice do Estado de Direito), uma publicação do World Justice Project, organização independente que reúne especialistas em direito de todo o mundo. Barroso vem de um tribunal reconhecidamente transformado numa casta privilegiada (como denunciaram recentemente o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung e o jornal alemão Handelsblatt), que, enquanto desmantela a maior operação anticorrupção já feita no Brasil (como denunciou o The New York Times), se une corporativamente na defesa do direito autoconcedido à prática recorrente de abuso de autoridade contra críticos e adversários políticos. Eis um assunto que, em seu cabotiníssimo manifesto, o magistrado simplesmente ignorou.
Pois Barroso vem, portanto, dessa heterodoxa corte constitucional, cuja credibilidade colapsa dia após dia. E aonde ele quer chegar? Essa é fácil: à intimidação contra o Estadão, uma vez que, na qualidade de colaborador do “ódio institucional” que veio da “extrema direita” e pretendia chegar num “golpe de Estado” – essa a tese do iluminista e de seus companheiros de partido-corte –, o Estadão passa a ser um alvo potencial dos inquéritos ilegais comandados por Alexandre de Moraes e chancelados por todo o STF, sob o pretexto de preservar a democracia e o Estado de direito. Aliás, era previsível que funcionários públicos com complexo de grandeza, espírito revolucionário e arrogância patológica – que ora imaginam poder “empurrar a história”, “editar o país inteiro”, “derrotar o bolsonarismo” e “recivilizar o Brasil” – não fossem se deter na perseguição exclusiva aos assim chamados “bolsonaristas”.
Aliás, o próprio Estadão antevira a manobra retórica de Barroso no editorial do dia 2 de janeiro, intitulado “A credibilidade do STF em queda livre”. “Mesmo críticos que nada têm a ver com o bolsonarismo são censurados como ‘extremistas’ e suas críticas são tomadas como ‘ataques às instituições’”, escreveu o editorialista. É justamente aí que o fleumático Barroso pretende chegar com suas ameaças, as quais, não obstante distintas em estilo das de seu colega mais sanguíneo, nem por isso são menos autoritárias. Trata-se de forçar o jornal paulistano a retomar a postura leniente e quase cúmplice que manteve com a corte ao longo dos últimos anos, sobretudo durante o governo de Jair Bolsonaro, visto como uma espécie de aberração antidemocrática que autorizava todas as veleidades dos magistrados supremos.
O Voltaire de Vassouras se vê simultaneamente como homem e como deus da democracia
Convicto de ser um representante dos “deuses da democracia” na terra – ou mesmo de ser ele próprio um deus da democracia feito carne –, é natural que Barroso tenha dificuldade de lidar com toda expressão que não seja de adoração, como a que, mal-acostumado, ele recebe diariamente das Organizações Globo. Barroso é o profeta da religião secular da democracia – uma democracia de gabinete, dos convescotes patrocinados por empresários com ações na corte, uma democracia sem povo. Mas, como escreveu certa vez o filósofo político John Gray: “O problema com os mitos seculares é o de serem frequentemente mais danosos que os antigos. No cristianismo tradicional, o impulso apocalíptico era controlado pelo insight de que os seres humanos eram inerentemente falhos. Nas religiões seculares que surgiram desde então, esse insight foi perdido. O resultado foi uma forma de tirania inédita na história, cujos vastos crimes são cometidos em nome do paraíso na Terra”.
Com efeito, o grande mito secular no qual crê Barroso é, no fundo, uma paródia da encarnação cristã. O Voltaire de Vassouras se vê simultaneamente como homem e como deus da democracia, ora como ser histórico, ora como ser situado fora da história, capaz, portanto, de empurrá-la na direção desejada. Compreende-se que alguém com esse delírio de autointerpretação não se contente com a reles função de juiz constitucional, e não se conceba submetido às mesmas regras, parâmetros e referências que circunscrevem as ações do cidadão comum. Por fim, compreende-se também que, ao redigir um artigo de opinião (ademais medíocre), um sujeito como esse imagine transmitir um mandamento.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/flavio-gordon/artigo-barroso-estadao-constrangedor-do-inicio-ao-fim/
O STF que o ministro Barroso não mostra: 7 erros do STF em 2024
Na segunda-feira o Ministro Barroso publicou no Estadão o artigo “O STF que o ‘Estadão’ não mostra”, em que criticou o jornal por ter feito 40 editoriais criticando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Reclamou dos “muitos adjetivos” e do “tom raivoso”, alegando que contribuem para um “ambiente de ódio institucional” que se sabe “onde pretendia chegar”. Ressaltou ainda vários dados e decisões do STF que avaliou como positivos.
Contudo, o ministro não respondeu às críticas muito pertinentes do jornal sobre privilégios, abusos e ativismos. Por isso, apresento os 7 principais erros do Supremo em 2024, que são um “STF que o ministro Barroso não mostra”. Como presidente do Tribunal, são erros e abusos que devem ser corrigidos. Em nome da transparência laudada no artigo do ministro, a sociedade merece uma resposta.
1 – As condenações do 8 de janeiro
É impossível abordar os erros do STF sem mencionar as condenações dos réus do 8 de janeiro, acompanhadas por prisões ilegais e alongadas. Um caso emblemático é o de Débora Rodrigues, que ficou mais de 400 dias presa sem denúncia formal, acusada apenas de ter escrito “Perdeu, mané” na estátua do STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) só apresentou denúncia após a Gazeta do Povo denunciar a ilegalidade da prisão, já que a legislação brasileira proíbe prisões sem denúncia por mais de 35 dias. Em 2024, o STF continuou condenando em lotes os réus, com penas entre 14 e 17 anos nos casos mais graves. Nos casos mais leves, todos os que recusaram acordos de não persecução penal foram condenados, enviando um recado claro aos mais de 600 presos ainda sem decisão: aceitar o acordo ou enfrentar a perseguição.
2 – Moraes absolveu Moraes
O ministro Alexandre de Moraes se superou em 2024 ao anular uma sentença cível que condenava a União a indenizar o ex-deputado estadual Homero Marchese em R$ 20 mil. Marchese, vítima de bloqueios ilegais de suas redes sociais no inquérito das fake news, teve sua liberdade de expressão restringida e sua atuação parlamentar prejudicada. A decisão inicial responsabilizava a União pelos danos, mas Moraes poderia vir a ser cobrado no futuro em uma ação de regresso. O ministro anulou tudo após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), o que, na prática, significa que Moraes absolveu a si mesmo. O caso tornou-se um mais um exemplo emblemático de como Moraes atua não só como vítima, investigador, juiz e carrasco dos outros, mas também como absolvedor de si mesmo, comprometendo ainda mais a credibilidade do tribunal.
3 – Acobertamento de Moraes na Vaza Toga
O maior escândalo judicial da história do Brasil, a Vaza Toga, revelou como Alexandre de Moraes utilizava sua assessoria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios fraudulentos e “criativos” que embasavam suas decisões no STF. Segundo as reportagens da Folha de S. Paulo, esses relatórios eram encomendados previamente para justificar prisões, buscas, apreensões, bloqueios de bens e de redes sociais contra alvos políticos predeterminados. Apesar das provas claras de ilegalidades, o STF escolheu proteger Moraes, demonstrando um corporativismo que desonrou ainda mais a Suprema Corte.
4 – Vingança contra a família Mantovani
Em um episódio que reforça a imagem de autoritarismo, o STF usou seu aparato para perseguir a família Mantovani, acusada de ofender Alexandre de Moraes e seu filho no aeroporto de Roma. O tribunal negou acesso às imagens do aeroporto à defesa, transformou Moraes em assistente de acusação — algo sem previsão legal — e pressionou, por meio da imprensa, a Polícia Federal a revisar seu relatório inicial, que não indiciava ninguém. O objetivo parecia claro: humilhar publicamente a família Mantovani, que foi forçada a pedir desculpas para encerrar o processo.
5 – Banimento do X no Brasil
O episódio mais infame de 2024 foi o banimento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, resultado de um embate entre Elon Musk e Alexandre de Moraes. O ministro ordenou o bloqueio da plataforma por mais de dois meses, em pleno período eleitoral, além de congelar R$ 20 milhões das contas da Starlink, outra empresa de Musk, que nada tinha a ver com o caso. A decisão colocou o Brasil na lista de países que restringiram o X, como Irã, Coreia do Norte, Venezuela e Rússia, reforçando comparações com regimes autoritários.
6 – Destruição da imunidade parlamentar
O STF contribuiu decisivamente para a destruição da imunidade parlamentar em 2024. O tribunal abriu inquéritos contra deputados como Nikolas Ferreira, que chamou Lula de ladrão, e Marcel van Hattem, que criticou abusos da Polícia Federal em investigações conduzidas por Moraes. A imunidade parlamentar, garantida pelo artigo 53 da Constituição, foi relativizada a ponto de se tornar ineficaz. Em contraste, o STF arquivou queixas-crime contra parlamentares da esquerda, como Erika Hilton, citando a mesma imunidade parlamentar, demonstrando seletividade e como o tribunal relativiza a imunidade parlamentar apenas da direita.
7 – Perseguição a Bolsonaro
A perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro atingiu níveis extremos em 2024. O STF alterou sua própria jurisprudência sobre foro privilegiado para justificar sua competência para julgar Bolsonaro, mesmo ele não ocupando mais cargo público. Diversas operações policiais foram autorizadas contra Bolsonaro, sua família e aliados, com decisões repletas de abusos e conclusões forçadas para legitimar pescarias probatórias. Ministros do STF chegaram a afirmar publicamente que Bolsonaro já estava condenado, com prazo máximo de prisão definido para o final de 2025, evidenciando que o julgamento de Bolsonaro não será técnico, mas político.
Se você concorda que esse é o “STF que o ministro Barroso não mostra” e que a sociedade merece uma resposta, compartilhe este artigo.
FONTE: GGAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/deltan-dallagnol/o-stf-que-o-ministro-barroso-nao-mostra-7-erros-do-stf-em-2024/
PSD barganha para obter de Lula troca de dois ministérios, na reforma
Com Lula soltando por aí que as mudanças ministeriais serão pontuais, o PSD se moveu e já avisou ao presidente que quer alterar ao menos duas das três pastas que comanda. Minas e Energia, hoje sob comando de Alexandre Silveira, agrada a Lula, mas desagrada ao partido. Sobram reclamações de chá de cadeira e até rispidez nas audiências com deputados e senadores. Outra ala insatisfeita é o PSD da Câmara, que levou o mirrado e inexpressivo Ministério da Pesca.
Brito ministro
Brito inclusive é hoje o nome mais forte dentro do partido para uma eventual troca de Carlos Fávaro do Ministério da Agricultura.
A fatura chega
Tem ainda outra compensação que o PSD pleiteia, a desistência de Antonio Brito (BA), rifado pelo Planalto, à presidência da Câmara.
Pedido é ordem
Obstáculo no PSD é que Lula aprova Silveira, sempre benevolente com os irmãos Batista e que faz o que o petista quer na condução do MME.
Empoderou
Passada a eleição e com bom desempenho nas urnas, o PSD quer mais espaço e compensar a perda da Presidência do Senado.
Bolsonaro anuncia que Michelle vai à posse de Trump
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira (16) que a ex-primeira-dama e presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro vai representar o Brasil na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Bolsonaro afirmou que Michelle tem um voo marcado para os EUA neste sábado (18).
“No sábado de manhã, aqui do aeroporto de Brasília, tem um vôo para os Estados Unidos. A minha esposa irá para lá. Estava convidada, juntamente comigo e vai fazer a sua parte. Tenho conversado com alguns próximos do presidente Trump e ela vai ter um tratamento bastante especial lá. É pela consideração que o presidente Trump tem para comigo”, declarou o político.
O ex-presidente foi impedido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de ir à posse de Trump que ocorre na segunda-feira (20).
O magistrado negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para devolver o passaporte e autorizar a ida do político ao evento.
O passaporte do ex-presidente foi apreendido em fevereiro de 2024 pela Polícia Federal (PF) nas investigações que apuram suposta tentativa de golpe de Estado.
A decisão representa a quarta vez que a devolução do documento foi negada pelo ministro da Suprema Corte.
Veja abaixo o vídeo em que Bolsonaro faz a declaração:
Campanha da petista Maria do Rosário é condenada por esconder vice negra
A 161ª Zona Eleitoral de Porto Alegre condenou e aplicou multas contra a coligação “O Povo de Novo na Prefeitura”, encabeçada pela deputada federal Maria do Rosário (PT), por irregularidades em propagandas eleitorais. A decisão parcial foi resultado de uma representação movida pela coligação adversária, “Estamos Juntos, Porto Alegre”, liderada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que buscava a reeleição em 2024.
A coligação “Estamos Juntos, Porto Alegre” alegou que a campanha de Maria do Rosário cometeu irregularidades ao omitir o nome de sua vice-prefeita, Tamyres Filgueira (PSOL), em diversas propagandas eleitorais, violando o artigo que regula a forma como os nomes dos candidatos devem ser apresentados em propagandas eleitorais. Essa norma exige que o nome dos candidatos a vice sejam exibidos de forma clara e legível, com tamanho proporcional ao do titular.
Segundo a acusação, foram identificadas 54 peças publicitárias irregulares. Em defesa, a coligação adversária argumentou que suas publicações estavam dentro das normas e que parte das postagens era de autoria de apoiadores, além de algumas apresentarem corretamente a identificação textual e visual das candidatas.
Decisão Judicial
O juiz eleitoral José Ricardo de Bem Sanhudo decidiu parcialmente em favor da coligação liderada por Sebastião Melo. Ele concluiu que 43 das 54 peças analisadas infringiram a legislação eleitoral e aplicou uma multa de R$5.000 por propaganda irregular, conforme estipulação legal.
O juiz rejeitou preliminares apresentadas pela defesa de Maria do Rosário que questionavam a validade da ação devido à ausência de URLs em algumas denúncias. Ele considerou que os relatórios de captura digital anexados ao processo comprovavam a veracidade das irregularidades apontadas.
Trump convidou Bolsonaro, confirma ‘Wall Street Journal’
A postura do governo brasileiro em negar a devolução do passaporte do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), que autorizasse a ida dele à posse de Donaldo Trump (Republicano) tem gerado repercussão na mídia internacional, jornal americano prevê “embate diplomático”.
O Wall Street Journal, um dos mais importantes e respeitados jornais do mundo, publicou nesta quinta-feira (16) a reportagem intitulada “Trump convidou Bolsonaro para sua posse; Brasil não o deixará ir”.
O jornal disse que a equipe de posse de Trump confirmou à reportagem o convite feito para Bolsonaro e que o presidente Lula (PT) pode enfrentar problemas de diplomacia com Trump ao negar a ida do ex-presidente.
“O líder de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, está prestes a enfrentar um embate diplomático com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, devido à recusa do país em permitir que seu antecessor de direita, Jair Bolsonaro, compareça à posse de Trump”, declarou Wall Street Journal.
Em entrevista ao WSJ, Bolsonaro alegou sofrer perseguição. “Eles estão tentando me humilhar, me pintar como o pior criminoso do mundo. A perseguição é implacável”.
Pessoas próximas ao presidente americano destacou que “Trump está disposto a usar tarifas comerciais para pressionar o Brasil e outros países que ele considera estarem praticando algum tipo de “lawfare” de esquerda”, espécie de guerra jurídica utilizando os tribunais para derrubar opositores.
A reportagem relembrou também os embates entre Elon Musk, dono do X, e Alexandre de Moraes, ministro do STF.
“Musk, que Trump nomeou para sua próxima administração, comparou Moraes a um ditador, enquanto o Partido dos Trabalhadores de Lula acusou o bilionário de ameaçar a soberania do Brasil. Moraes também emitiu advertências este mês sobre o movimento da Meta para afrouxar restrições ao discurso de ódio, colocando o Brasil e Lula da Silva na vanguarda da oposição global aos planos”.
O erro crucial de Moraes: A confissão implicita
O ministro Alexandre de Moraes cometeu um erro gravíssimo em sua decisão que negou a devolução do passaporte ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Moraes apontou a “possibilidade de fuga”. Algo sem nenhuma procedência, vez que o ex-presidente sequer ainda foi denunciado. Uma decisão judicial não pode jamais se prender a ‘achismo’. No caso em tela, fica claro que a decisão tem caráter pessoal, em razão da notória inimizade entre o magistrado e o político.
Porém, o ‘erro crucial’ está quando a decisão admite que o ex-presidente pode pedir asilo político no exterior. Moraes reconhece isso textualmente.
Ora, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só tem direito à pedir asilo político quem é perseguido por motivos políticos, religiosos ou raciais.
Artigo 14:
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
A admissão da possibilidade do pedido de asilo político é uma clara ‘confissão’ da perseguição ao ex-presidente.
Estadão: Lula já não governa; é governado
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma demonstração de covardia ao revogar a normativa da Receita Federal sobre o Pix. É o que afirma o jornal O Estado de S. Paulo em editorial desta sexta-feira, 17.
Para o veículo, se acreditava que a medida em questão era boa, o governo deveria tê-la bancado. “Ao ceder facilmente à pressão das redes, o presidente da República mostrou-se incapaz de defender até mesmo suas decisões mais comezinhas, como era o caso desta”, diz o Estadão. “Isto é, Lula deu claros sinais de que já não governa – ao contrário, é governado.”
“E note-se: o veteraníssimo Lula não está sendo governado apenas pelas raposas felpudas do Centrão, mas também por um rapaz de 28 anos, mal entrado na política”, acrescenta.
O “rapaz” em questão é o deputado oposicionista Nikolas Ferreira (PL-MG), que gravou um vídeo no qual levantou dúvidas sobre as verdadeiras intenções do governo ao obrigar bancos digitais e operadoras de cartão de crédito a informar ao Fisco movimentações mensais por Pix superiores a R$ 5 mil por pessoas físicas e a R$ 15 mil por pessoas jurídicas.
Para o jornal, é “ocioso discutir se a intenção do referido deputado era suscitar questões legítimas ou explorar politicamente o receio dos pequenos empreendedores de terem sua modesta renda mordida pelo Fisco”.
“O fato é que o vídeo teve mais de 200 milhões de visualizações e o espírito de sua mensagem chegou com força ao mundo real”, afirma o Estadão. “É muito provável que o parlamentar tenha gastado em seu vídeo apenas uma ínfima fração do dinheiro que o governo despendeu para contra-atacar a boataria, e, no entanto, foi infinitas vezes mais bem-sucedido. E isso aconteceu porque ninguém mais acredita no governo.”
Já faz algum tempo que Lula parece ter se dado conta disso, a ponto de recentemente entregar sua Secretaria de Comunicação a um profissional de marketing eleitoral, mas talvez fosse o caso de contratar um ilusionista.
Diante do desafio colossal de recuperar a confiança dos brasileiros em Lula, o ministro-marqueteiro já avisou que tocará adiante uma licitação de quase R$ 200 milhões para turbinar as redes sociais governistas.
“Debalde: será jogar dinheiro no lixo, porque, a julgar pelo episódio da normativa da Receita, os brasileiros já se convenceram de que o único propósito do governo Lula é arrancar o suado dinheiro dos contribuintes para aumentar a capacidade do Estado de lhes atrapalhar a vida”, afirma a publicação.
“Fazer gracinhas nas redes sociais, a título de confrontar o que o governo chama de fake news, não vai resolver o problema de fundo do governo”, , acrescenta.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/estadao-lula-ja-nao-governa-e-governado/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
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