O Brasil vive há quase seis anos num estado de exceção único em sua história: uma junta de magistrados que serve ao governo, é servida por ele e defendida pelas Forças Armadas, decidiu que existe uma ameaça eterna à democracia no país e, por conta da necessidade superior de preservar o “Estado de Direito”, está autorizada a desrespeitar qualquer lei. Também se deu o poder de ir criando a sua própria legislação à medida que quer fazer isso ou aquilo. O resultado é um AI-5 do século XXI. Sai a urgência de combater a subversão. Entra a urgência de combater o “golpe”.
A prisão do general Braga Netto, uma aberração legal em qualquer país civilizado do mundo, é o último show do regime na sua escalada repressiva. Como tantos outros, foi acusado pela polícia privada do STF de organizar um golpe de Estado para impedir Lula de assumir a Presidência e colocar no governo um comitê de militares. É mais um passo na estratégia de manter vivo o inquérito ilegal aberto em 2019 e que serve, hoje, como a única Constituição válida do Brasil. Começou para investigar “fake news”. Passou a ser o instrumento de poder mais potente na vida pública do país.
O que existe – e é só isso que existe – é a invenção de uma nova doutrina na ciência criminal: prova é tudo aquilo que a Polícia Federal do Brasil diz que é prova, nos casos em que investiga acusados do exercício de atividades políticas ilegais
A questão, como em tudo que houve ao longo deste processo, não é saber o que o general e os outros acusados queriam, ou se o que queriam estava certo ou errado, ou mesmo se o STF tem o direito de agir como delegacia de polícia e vara penal. A questão, agora como desde o primeiro minuto, é onde estão as provas de que houve uma tentativa de golpe.
A palavra “prova” é utilizada aqui com o significado que ela tem em todos os códigos penais em vigor no resto do mundo: o fato objetivo, ou conjunto de fatos, que atesta a existência material de algo. Não é o que a polícia acha, ou que o juiz supõe. É o que aconteceu. Isso não existe, por nenhum processo racional, nos “atos golpistas” do dia 8 de janeiro, nem na denúncia contra os “37 líderes” e nem na prisão do general Braga Netto.
O que existe – e é só isso que existe – é a invenção de uma nova doutrina na ciência criminal: prova é tudo aquilo que a Polícia Federal do Brasil diz que é prova, nos casos em que investiga acusados do exercício de atividades políticas ilegais. Não vale para traficantes de drogas, assassinos presos em flagrante ou qualquer outro tipo de criminoso que, naturalmente, continuam desfrutando de todas as garantias da lei; só vale para “golpistas” ou suas submarcas, como “propagadores de ódio”, autores de fake news e o que mais está na lista de crimes hediondos do STF. A aplicação dessa doutrina é simples. A PF diz que possivelmente teria havido uma tentativa de se fazer ou pensar alguma coisa. A imprensa informa: “PF anuncia provas do golpe”. O STF manda prender os acusados.
A prisão do general Braga Netto é mais um esforço para impedir a concessão da anistia para os presos políticos do Brasil. É a maior causa, hoje, do STF, de Lula e da esquerda nacional: “Sem anistia”. Com medo de perder na votação do tema no plenário da Câmara cria-se, a cada 15 minutos, uma nova e intolerável ameaça à democracia: o homem-bomba suicida de Brasília, os 37 “Kids Pretos”, o general Braga Netto etc. etc. etc. Como pensar em anistia, horrorizam-se os ministros, os jornalistas e o PT, com todos esses atentados ao Estado de Direito? Não dá.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/prisao-do-general-braga-netto-mostra-que-vivemos-um-ai-5-do-seculo-xxi/
Quantos “golpes” serão descobertos pela PF e por Moraes até a eleição de 2026?
Nenhum governo na história da República, pelo menos é o que tentam mostrar há dois anos a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, quis, pensou ou tentou dar tantos golpes de Estado quanto o de Jair Bolsonaro e seus ajudantes-de-ordens. Nenhum, ao mesmo tempo, conseguiu golpear tão pouca coisa de prático. O último a ser divulgado ao público pela PF e pelo ministro, que talvez se confunda com os anteriores, é descrito pela imprensa como a “Operação Punhal Verde-Amarelo”. Fiel ao método de sempre, não deu em nada.
Uma das lembranças possíveis é um dos velhos filmes de Robert de Niro e Al Pacino nos anos 70 – The Gang That Couldn’t Shoot Straight, um quadrilha da Máfia que só conseguia atirar em si mesma. Os golpistas de Bolsonaro, basicamente, não conseguem dar o golpe. Em sua última edição, segundo as notificações que a polícia entrega e os jornalistas reproduzem como fato científico, um bando de subalternos que se apresenta como a “rataria”, conversa entre si sobre o golpe, fala no celular, faz prints de computador, discute assassinatos e, no fim, não faz nada de concreto.
O golpe do Punhal Verde Amarelo ainda resiste em grupos que continuam a combater nas primeiras páginas de alguns jornais, mas já não há o ânimo das primeiras horas
Tudo o que conseguiram foi ser presos, abafar a última crise de Janja e se verem enfiados em mais um dos inquéritos do ministro Moraes – um em que ele cita o próprio nome mais de 40 vezes. O ministro, nesta versão, continua sendo a figura central para os golpistas. Em relatos anteriores, ele era enforcado na Praça dos Três Poderes, ou fuzilado na estrada de Brasília para Goiânia. Continua sendo morto, mas desta vez os “Kids Pretos” do Exército iriam envenenar Lula, por métodos que não foram descritos. Mais extraordinário que tudo, iriam matar também o vice Geraldo Alckmin.
Há um pouco de tudo. Um dos “Kids Pretos” golpistas, a certa altura, se entusiasma com o número de adesões: “Já temos uns vinte”. Outro reclama que nas reuniões que querem fazer no Palácio do Planalto para acertar os detalhes do golpe aparece gente que atrapalha e fica dizendo que “não pode”. Um dos conspiradores não consegue ir a uma reunião porque o táxi atrasa. Outro diz que “quatro linhas é o c.” A verba para o golpe, segundo a própria PF, é de R$ 100.000.
Depois da excitação inicial, como no caso do Unabomber de Brasília, a coisa deu uma murchada. O terrorista que ia “atacar” o STF participava de uma “conspiração golpista” e não tinha, de jeito nenhum, “agido sozinho”, foi definido por Janja como o “bestão” que se suicidou com fogos de artifício – e aí o ministro e a PF ficaram a pé. O golpe do Punhal Verde Amarelo ainda resiste em grupos que continuam a combater nas primeiras páginas de alguns jornais, mas já não há o ânimo das primeiras horas.
Um dos problemas é que não deu para estabelecer um vínculo entre os Kids Pretos e o envenenamento de Lula com Bolsonaro – e sem Bolsonaro a história perde 90% da graça. Outro é que o MP, se Moraes deixar que o MP participe do processo, vai ter de suar a camisa para transformar em prova e denúncia a salada que saiu até agora da polícia.
Aguarda-se, agora, a descoberta do próximo golpe. Tem chão pela frente. Ainda faltam dois anos para a eleição de 2026.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/quantos-golpes-serao-descobertos-pela-pf-e-por-moraes-ate-a-eleicao-de-2026/?ref=veja-tambem
Um governo na UTI
O 8 de janeiro, o plano do golpe – ambos lamentáveis e, até o momento, dissociados – e as investigações decorrentes servem como máscara de oxigênio para um governo Lula que não tem nada a apresentar, salvo retrocesso e fracasso. A economia está aquecida, mas cresce de maneira não sustentável, anabolizada pelo aumento das despesas públicas e pela ampliação dos programas de transferência de renda. Os efeitos colaterais consistem na explosão da dívida pública (aumento de 6,1% do PIB entre dezembro de 2022 e junho de 2024), na elevação dos juros para 12,25% ao ano, e no descontrole da inflação, que deve ser de 4,9% em 2024, acima do limite máximo da meta planejada, 4,5%.
Em outras áreas, o governo não se sai melhor. A segurança pública sofreu, nas palavras do ministro Ricardo Lewandowski, um “brutal corte orçamentário”, e os concursos para as carreiras policiais federais foram “sustados”. Não se conhece nenhum projeto ou ação concreta do governo federal contra a criminalidade. No campo institucional, o governo Lula ficará conhecido pela burla à Lei das Estatais e pela volta desenfreada do loteamento político partidário da máquina.
As condições da economia e das instituições estão em visível processo de deterioração e a paciência popular está se exaurindo
Nesse governo e sob sua silenciosa cumplicidade, foram libertados os ladrões do erário, com as anulações de condenações na Lava Jato. Na saúde, o país vivenciou a perda de milhões de vacinas que venceram sem serem utilizadas, e registra recorde de mortes por dengue. A ministra da Saúde resolveu atribuir a culpa do descalabro administrativo à mudança climática, esquecendo de olhar-se no espelho. Para qualquer lugar que se olha, só se veem fracassos e retrocessos. Mesmo a tão falada reforma tributária virou um monstrengo confuso, cheio de regimes especiais e lobbies, e tão distante da almejada simplificação e redução da carga tributária.
Neste cenário de fracassos, os lamentáveis eventos do 8 de janeiro e a descoberta de um plano de golpe não executado favoreceram Lula. Esses eventos permitiram que Lula posasse como um democrata e colocaram a oposição na defensiva, embora a quase totalidade dos opositores, inclusive eu, não tenha nada a ver com isso. Eles servem, ainda, de distração para o deserto de realizações do governo e, infelizmente, como justificativa inadequada para a restrição das liberdades gerais, como as de expressão e a de crítica, e da própria imunidade parlamentar.
Até quando a distração vai funcionar, não sei; mas ouço, com crescente frequência e intensidade, reclamações contra o governo Lula. Em 2025, ele será submetido a pressão crescente, pois as condições da economia e das instituições estão em visível processo de deterioração e a paciência popular está se exaurindo. Não se enganem, o governo Lula está doente e vai mal.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/sergio-moro/governo-lula-uti/
Faltam justificativas para prisão de Braga Netto
Na manhã de sábado, a Polícia Federal prendeu o general Walter Braga Netto, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, dentro do inquérito que investiga uma suposta trama golpista que seria colocada em prática após a vitória de Lula nas eleições de 2022, com o objetivo de manter no poder o então presidente, Jair Bolsonaro. Braga Netto, que havia sido ministro-chefe da Casa Civil, ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, se tornou o primeiro general-de-exército (a mais alta patente do Exército brasileiro, já que o posto de marechal só existe em tempo de guerra) a ser preso no Brasil em mais de um século – antes dele, o único caso semelhante fora o do marechal e ex-presidente Hermes da Fonseca, curiosamente também ocorrido em um contexto de questionamento de resultados eleitorais, em 1922. Após a audiência de custódia, Moraes manteve a prisão preventiva, mas as circunstâncias em que ela ocorreu mostram que muito provavelmente estamos diante de um novo caso de abuso desse instrumento, uma prática que infelizmente se tornou a regra no Brasil pós-8 de janeiro.
Diz o artigo 312 do Código de Processo Penal que a prisão preventiva pode ser decretada “como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado”. O risco de que o investigado continue a cometer crimes, tente fugir do país, destrua provas ou procure outros investigados para coagi-los, por exemplo, justifica a decretação da prisão preventiva, que só pode ocorrer se existir ao menos um dos fatores previstos na lei – o que, no entanto, não ocorreu no caso de Braga Netto, a julgar pela decisão que mandou prendê-lo.
Um exemplo disso é a ausência da possibilidade de o investigado seguir delinquindo. Para efeitos de prisão preventiva, pouco importa que, de acordo com o relatório da Polícia Federal, Braga Netto teria levado dinheiro que seria usado na suposta tentativa de matar Moraes, pois se trata de algo que ocorreu há mais de dois anos, e já não existe o menor risco de que algo semelhante esteja sendo tramado neste momento. Situação diferente seria a de uma possível obstrução de Justiça. Braga Netto poderia estar destruindo documentos importantes para a averiguação da existência da conspiração golpista; entrando em contato com outros investigados para, por exemplo, combinar versões a apresentar em depoimentos; ou tentando convencer alguém a não delatar. Tudo isso, de fato, justificaria um decreto de prisão preventiva. A pergunta é: algo assim vinha ocorrendo?
Se toleramos que alguém seja preso com uma argumentação tão frágil, abre-se a porta para a desvirtuação completa do instituto da prisão preventiva
A ordem de prisão emitida por Alexandre de Moraes repete trechos do relatório da PF sobre as supostas movimentações realizadas no fim de 2022, provavelmente para estabelecer o “indício suficiente de autoria” que o CPP também exige como condição para a prisão preventiva. No entanto, a única informação ali presente quanto a uma suposta ação de Braga Netto em relação às investigações é a de que o general havia tentado, em 2023, conseguir informações sobre o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e peça-chave nas investigações. Não há registro de nenhum tipo de coação, ameaça, nem mesmo qualquer indício de que Braga Netto tivesse tentado dissuadir Mauro Cid de fazer a delação premiada; no máximo, há um documento com perguntas e respostas (atribuídas a Mauro Cid) sobre sua colaboração, e registros de comunicações entre o general e o pai do ex-ajudante de ordens.
Para a PF atual, no entanto, isso basta, pois o resto se completa com ilações – como bem sabe a família Mantovani, outro alvo de Alexandre de Moraes. Se Braga Netto queria informações sobre a delação de Mauro Cid, seria para “controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”, e para “tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa de que os fatos relativos aos mesmos não estariam sendo repassados à investigação”. Se o pai de Mauro Cid, também militar, diz não se lembrar se Braga Netto havia lhe perguntado sobre a delação do filho, isso basta para a PF afirmar que “a hesitação em confirmar o contato (…) reforça a interferência de Braga Netto sobre o colaborador e seus familiares”. Nenhuma dessas afirmações é corroborada por outros depoimentos ou mensagens, elementos que seriam imprescindíveis para que se confirmasse a intenção que a PF atribui aos citados em seu relatório.
Querer buscar informações sobre uma investigação está muito longe de atuar para dificultar ou bloquear a ação das autoridades, mas mesmo quem tem uma interpretação totalmente elástica do conceito de “obstrução de Justiça” haverá de se deparar com outro problema. A prisão preventiva exige que a ameaça – de fuga, de novos crimes, de obstrução de Justiça – seja presente, não passada. A PF afirma que Braga Netto “vem atuando reiteradamente para interferir nas investigações” e que “não há como garantir que as condutas criminosas tenham sido cessadas”, mas não oferece um único indício que sustente tal afirmação; não há uma única descrição de fato ocorrido em 2024, quanto mais nas últimas semanas ou últimos dias. Ainda que certas informações tenham vindo à tona apenas recentemente, por meio de depoimentos dados em dezembro, não se trata de “fatos novos”, mas de “fatos antigos” só agora revelados. Enfim, são tantas as lacunas, deficiências, inconsistências e erros de interpretação que que a prisão preventiva não se justifica, como bem lembraram vários juristas ouvidos pela Gazeta do Povo.
Por tudo isso não há como aceitar a prisão de Braga Netto como algo normal. Retirar preventivamente a liberdade de uma pessoa, sem condenação judicial, é algo extremo que exige o cumprimento de todos os critérios legais e uma fundamentação robustíssima que justifique esse tipo de medida. Independentemente da gravidade do crime que está sendo investigado, se toleramos que alguém seja preso com uma argumentação tão frágil, repleta de ilações, com fatos que não configuram obstrução de Justiça, nem qualquer tipo de ameaça atual, abre-se a porta para a desvirtuação completa do instituto da prisão preventiva, para a arbitrariedade, para o fim do devido processo legal.
Mauro Cid, aliás, foi o pivô de um outro episódio que pode ajudar a entender a maneira como o STF tem conduzido as investigações relativas a supostas tentativas de manter Bolsonaro no poder. Cid havia sido preso preventivamente em 2023, durante investigações sobre uma possível falsificação em cartões de vacinação da família Bolsonaro; em setembro daquele ano, foi solto após fechar um acordo de delação premiada. No entanto, Cid voltou para a cadeia após o envio de áudios insinuando, entre outras coisas, que teria sido coagido a dizer o que as autoridades gostariam de ouvir. A respeito de Moraes, Cid dizia nos áudios que o ministro “é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser”, e que “já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo”. Esse vaivém dá motivos suficientes para acreditar que Moraes esteja usando a prisão preventiva como meio de obter colaborações: quem ajuda fica livre; quem tumultua vai (ou volta) para a prisão. Estaria o ministro pretendendo fazer o mesmo com Braga Netto? Ou sua intenção seria a de fazer do general um exemplo, como fez com centenas de brasileiros que viveram meses de injustificada e abusiva prisão preventiva após o 8 de janeiro, para manter a espada de Dâmocles sobre outros envolvidos, especialmente Bolsonaro?
Em qualquer dos casos, trata-se de abuso flagrante. Prisão preventiva não é meio de forçar colaborações – algo de que, aliás, a Operação Lava Jato foi injustamente acusada inúmeras vezes por ministros do STF. Também não é um equivalente moderno da prática bárbara de exibir os cadáveres de condenados nas ruas, como maneira de dissuadir os demais e mostrar o que acontece a quem contestar o regime. Tampouco serve como antecipação de uma futura condenação, que a essa altura parece certa, já que o STF, quando age como corte criminal, já lançou ao cesto de lixo os princípios mais básicos do direito. A alegada trama golpista precisa ser investigada com todo o critério possível – a bem da verdade, as investigações já haviam até terminado, embora no Brasil de Alexandre de Moraes tudo possa ser reaberto a qualquer momento. Apelar a medidas abusivas pode até saciar a sede de sangue de setores políticos e da opinião pública, mas não ajuda em nada a “salvar” a democracia das ameaças contra ela – as reais e as imaginárias.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/faltam-justificativas-prisao-braga-netto/
Já tem investidor achando que dólar a R$ 6 é bom negócio porque vai subir mais
As crises sempre começam pela economia. E as finanças públicas, que estão prejudicando a economia brasileira, já mostram sinais de debilidade há muito tempo. A propaganda do governo tenta nos convencer do contrário, de que está tudo bem, mas não está. Vejam o dólar, que passou de R$ 6 e não sai mais dali. Nesta segunda-feira, o Banco Central fez um leilão de US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão à vista. As pessoas compraram, ou seja, estão investindo em dólar acima de R$ 6, acreditando que será uma vantagem porque o dólar deve subir mais ainda. E o dólar fechou a segunda a R$ 6,09, mais exatamente R$ 6,0934. Mesmo com as tentativas de conter isso. Os juros futuros também estão em 15%. Quem fecha financiamento, crédito, está pagando 15% ao ano, acima da taxa básica Selic, de 12,25% depois do aumento de um ponto porcentual.
Por outro lado, vemos que não haverá corte nas finanças públicas. O problema é o gasto excessivo do Estado brasileiro, do governo federal. Lula inventou um monte de ministérios, gosta de gastar, chama gasto de “investimento”. Mas isso não se traduz em bons serviços públicos. O presidente faz propaganda, diz que o SUS é o melhor do mundo, mas ainda melhor que o SUS, como o próprio presidente mostrou, é o Sírio-Libanês de São Paulo, não é nem o de Brasília. Sexta-feira, o artesão e garçom José Augusto Mota Silva, de apenas 32 anos, morreu sentado em uma UPA, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, à espera de atendimento. Queixava-se de fortes dores. O pai dele se lamentou e perguntou: como é que o filho morre assim, esperando o atendimento que não vem? É chocante.
O serviço de ensino é péssimo. A previdência atende mal. A população tem medo e fica atrás das grades, botando cadeado em casa. Quem pode paga a segurança e blinda o carro. Por quê? Estamos em guerra? Até estamos, por falta de segurança pública. O saneamento básico é a mesma coisa. Aí dizem que temos só 6% de desemprego. Como assim? Quantas dezenas de milhões estão recebendo Bolsa Família? Também são pessoas sem trabalho. É tudo propaganda para disfarçar as coisas que estão brotando.
Congresso não vai ter tempo de votar toda a pauta econômica desse fim de ano
Na próxima segunda-feira começam as férias do Congresso, mas não vai ter tempo de votar tudo. Os parlamentares têm de aprovar o orçamento do ano que vem. A Câmara parece que está tentando votar a reforma tributária. E não vai sobrar tempo para votar o pacote do Haddad, que o governo deixou para o fim e anunciou para fazer propaganda, dizer que “vamos cortar”. Mas por que precisam cortar? Porque gastam demais. O corte é uma confissão de que se está gastando em excesso. Não pagamos imposto para sustentar governo, mas para o Estado brasileiro nos servir de serviços públicos eficazes, eficientes e de qualidade.
Se a reforma tributária for aprovada como está, o tal Imposto sobre Valor Agregado (IVA) será o mais alto do mundo, com 28,55%, bem acima da Hungria, que hoje é a líder. No Canadá paga-se 5% de IVA. Não são impressões subjetivas, são números que estão na nossa cara, e que sentimos na hora de ir ao supermercado fazer compras.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/dolar-rs-6-leilao-banco-central/
Estrago será tão grande que a ‘era Dilma’ será lembrada como ‘café pequeno’
Com o Dólar chegando a R$ 6,18, o nicho de internet que trabalha com economia surtou. Parece que a tal recessão que tanto falaram no decorrer dos meses, agora é uma realidade inegável. Dados maquiados não vão mais convencer a Faria Lima, que desemboca de vez do governo.
Aqui vai um recado. Diversifiquem os investimentos e guardem grana. Mesmo que Lula saia daqui a dois anos, o estrago será tão grande que a era Dilma será lembrada como café pequeno. Se Inácio queria uma vingança contra o povo, esse objetivo ele alcançou.
Para tentar ‘evitar mais uma morte’, magistrado faz grave denúncia contra Moraes (veja o vídeo)
O caso se trata de um indígena preso preventivamente desde setembro de 2023.
Elielton do Santos, conhecido como Pará, já teve sua liberdade negada em cinco oportunidades.
Elielton está com tendências suicidas, com quadro depressivo, tomando sete remédios por dia.
Querem levá-lo para uma prisão no Norte do país.
Os fatos que envolvem a acusação sobre Elielton aconteceram há mais de dois anos e até o momento o processo não foi concluído.
Sobre isso, o desembargador aposentado Sebastião Coelho disse o seguinte:
“Não é possível que uma pessoa permaneça preso por fato acontecido há mais de dois anos sem uma conclusão da investigação”.
E disse ainda o magistrado:
“Quero colocar a vida do Elielton sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, porque é o presidente do inquérito, presidente de tudo. E também alertar o procurador-geral da República. Se acontecer o pior, todos já estão sabendo previamente de que não foi por falta de aviso.”
Veja o vídeo:
“Querem prender Bolsonaro, a todo custo. Custe o que custar. Não importa violar a Constituição”, detona Bia Kicis
A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que não há nada que comprove que houve uma tentativa de golpe de Estado no país após a eleição de 2022 e que querem prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a qualquer custo.
“Aquelas 800 e tantas páginas que colocaram de relatório, eu vi alguns trechos, umas pessoas que leram, advogados que leram bastante, disseram que é tudo baseado em fantasias. Não tem nada de concreto, e se tivesse mesmo história de golpe, isso teria acontecido quando o presidente Bolsonaro era o chefe supremo das Forças Armadas”, disse Kicis sobre o relatório da Polícia Federal (PF).
“Isso não aconteceu, ele sequer estava no Brasil. Isso não passa de alucinação, narrativas para justificar o quê? Querem prender Bolsonaro, a todo custo. Custe o que custar. Não importa violar a Constituição, violar o devido processo legal”, prosseguiu.
É uma verdadeira “sanha” do “sistema”.
A prisão do general mostra que está mais do que claro que o “sistema” vai tentar envolver qualquer narrativa possível para atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro nesse caso. Querem prendê-lo de qualquer forma.
O país em parafuso: BC torra US$ 4 bilhões, dólar quebra novo recorde e declaração de Trump assusta
O dólar quebrou novo recorde nesta segunda-feira (16) e fechou alta de 0,99%, com a cotação em R$ 6,09.
O Banco Central bem que tentou conter o avanço da moeda americana, mas não conseguiu o efeito almejado.
Por volta das 9h30, o dólar já havia alcançado R$ 6,09. O BC agiu e fez uma leilão entre 9h35 e 9h40. Quando terminou, a cotação caiu para R$ 6,03. Às 11h30, no entanto, subiu novamente, numa arrancada de 0,74%, a R$ R$ 6,08.
Entre 10h20 e 10h25, o BC fez uma segunda intervenção no câmbio, na qual foram investidos US$ 3 bilhões. Na ocasião, ocorreu um leilão de linha, no qual o Banco Central assume o compromisso de recompra da moeda. Esse tipo de ação não tem como objetivo central alterar a cotação da moeda estrangeira, mas, sim, dar liquidez ao mercado.
Na sexta-feira (13), o BC já havia feito um leilão, no qual vendeu US$ 845 milhões.
Para esta terça-feira (17), investidores aguardam a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a do Federal Reserve (Fed) para definição das novas taxas de juros americanas. A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual.
Mais cedo, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que o Brasil está entre os países que taxam muito os produtos americanos e está sujeito a retaliações, também em forma de tarifas. Esta foi a primeira vez que Trump mencionou explicitamente o Brasil como alvo de ameaças de aumento de tarifas.
Lula se manifesta sobre a prisão do General Braga Netto
Lula se manifestou sobre a prisão do general Walter Braga Netto.
Em entrevista ao Fantástico, ele afirmou:
“Fiquei acompanhando notícias políticas com muita tristeza. Saber que pessoas que passaram a vida inteira recebendo dinheiro da União para cuidar da soberania nacional estavam tramando um golpe nesse país.”
“É muito triste. É muito triste para quem começou a brigar pela liberdade democrática, ainda muito jovem, sabe? Que participou da campanha das diretas, muito jovem, sabe? Que foi para a rua fazer as primeiras diretas desse país muito jovem. É muito triste saber que pessoas que chegaram ao cargo de General de quatro estrelas montaram uma máquina de saber. Moldado nesse país e queriam dar um golpe. Sabe?”, disse Lula.
Com seu tradicional oportunismo, Lula continuou:
“Eu perdi quatro eleições. Cada vez que eu perdia uma eleição, eu ia para casa chorar minhas marcas, reclamar e me preparar. Então, é muito grave o que eles fizeram. É muito grave. Eu fiquei chocado. Fiquei chocado. Eu vou te dizer uma coisa: Eu defendo que eles tenham a presunção de inocência que eu não tive. Eu quero que eles tenham todo o direito de defesa. Mas, se for verdade a das acusações, essa gente tem que ser punida severamente para que sirva de exemplo ao Brasil.”
A prisão do general mostra que está mais do que claro que o “sistema” vai tentar envolver qualquer narrativa possível para atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro nesse caso. Querem prendê-lo de qualquer forma.
Lula faz pouco da autonomia do Banco Central, diz Estadão
No mesmo dia em que recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, depois de uma cirurgia de emergência e cinco dias de internação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou que está mesmo em forma.
Em editorial publicado nesta terça-feira, 17, o jornal O Estado de S.
Paulo destacou que o petista, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, não deixou dúvidas sobre seu desejo de interferir na gestão de Gabriel Galípolo, seu escolhido para presidir o Banco Central (BC) a partir do ano que vem.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/lula-faz-pouco-da-autonomia-do-banco-central-diz-estadao/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification#google_vignette
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