Os quinze minutos de fama a que a Síria terá direito no noticiário servirão pelo menos para uma coisa: deixar claro, mais uma vez, o quanto o público pagante perde de seu tempo quando presta atenção às análises dos comentaristas internacionais – como as sobre o Irã. Se você ocasionalmente faz isso, com certeza tem lido e ouvido sobre o imenso poder militar do Irã; aliás, ninguém leva essa verdade definitiva mais a sério do que o governo Lula e o Itamaraty do ministro de fato Celso Amorim. Segundo os analistas e o governo, o regime dos aiatolás e dos assassinatos de mulheres que não usam o véu muçulmano é uma potência monumental no Oriente Médio. Tremam de medo, Donald Trump, Israel e o mundo capitalista: o Irã pode mandar todos vocês para o espaço.
A derrubada da ditadura extrema da Síria, com direito à fuga do ditador para a Rússia, saque da Embaixada do Irã e fuga miserável dos militares iranianos de “elite” que sustentavam a tirania, prova o quanto as lendas dos analisas eram apenas isso – lendas, ou, para quem preferir, mentiras de A à Z. O Irã, a potência dos aiatolás, como se vê mais uma vez, não consegue sustentar nem o ditador da Síria; na hora em que bandos de rebeldes um pouco mais competentes apertaram o regime, o Exército do Irã simplesmente fugiu do campo de batalha e largou seu aliado entregue às baratas.
Nunca ouviu uma sílaba a respeito dos 600.000 mortos, na maioria civis, da guerra civil de 20 anos na Síria, inclusive por gases tóxicos e outras armas químicas. Os especialistas em política externa têm a sua própria sintaxe, e a moral comum não faz parte dela
A potência nuclear dos analistas de política internacional já havia patrocinado o assassinato em massa de civis israelenses nos ataques feitos pelos terroristas “palestinos” no ano passado e ganhado, em compensação, as represálias que acabaram com a Faixa de Gaza. Disparou pelo menos dois ataques descritos pela mídia como “devastadores” contra Israel – só que não conseguiu acertar um único alvo com os seus mísseis de altíssimo poder destrutivo, abatidos em voo pelas defesas israelenses ou lançados em cima do nada. O Irã não foi capaz, nem mesmo, de garantir a segurança do seu próprio presidente, morto num acidente de helicóptero por falta de manutenção.
Os aiatolás também não conseguiram salvar os terroristas de outro dos seus clientes, o Hezbollah do Líbano, da destruição militar que lhes foi imposta nos últimos meses por Israel. Em suma: são uma tremenda força de resistência ao imperialismo americano nas mesas redondas da televisão, mas na hora de combater, que é bom, o que se tem é uma tristeza. Falam, falam e falam. Mas levam um pau em Gaza. Levam um pau no Líbano. Agora levam um pau na Síria. Seu problema, no fundo, talvez nem seja Israel. Do jeito que vão, podem se dar por muito satisfeitos se não forem derrubados pelos próprios iranianos – os únicos inimigos, até hoje, dos quais têm conseguido ganhar.
A Rússia, pelos resultados práticos que obtém nos campos de combate, não é muito melhor que o Irã. Há mais de dois anos invadiu a Ucrânia, um país menor que Minas Gerais e com um PIB equivalente a 20% do que tem o Brasil – e até agora não conseguiu ganhar. Na Síria foi o mesmo vexame. Há vinte anos ao lado do Irã, era a Rússia quem sustentava a ditadura agora escorraçada. Assim que a coisa ficou preta, sumiu do mapa. O máximo que se dispôs a fazer foi dar asilo ao ditador detonado. Não consegue ganhar nada – mas tem sido, e deve continuar sendo, a grande esperança de Lula, dos especialistas internacionais e do “processo civilizatório” no combate ao fascismo, à extrema direita e a tudo o que está errado no mundo.
Há pelo menos um ano você vê todos eles falarem sem parar no “genocídio” que Israel estaria cometendo contra os palestinos. Nunca ouviu uma sílaba a respeito dos 600.000 mortos, na maioria civis, da guerra civil de 20 anos na Síria, inclusive por gases tóxicos e outras armas químicas. Os especialistas em política externa têm a sua própria sintaxe, e a moral comum não faz parte dela.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/queda-da-ditadura-siria-prova-que-ira-perdeu-relevancia-no-oriente-medio/
Prêmio à tirania: quando Lula condecorou o “carniceiro” Bashar al-Assad
Enquanto os líderes do ocidente democrático manifestam seu alívio após a queda do ditador sírio Bashar al-Assad, o presidente da maior nação da América do Sul se vê obrigado a ficar de bico calado.
Mas seria difícil esperar algo diferente de Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2010 concedeu a al-Assad a mais importante condecoração brasileira oferecida a personalidades estrangeiras, o Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
Conhecido como “O Carniceiro de Damasco”, por ordenar ataques brutais ao próprio povo, o tirano recebeu a honraria diplomática em julho daquele ano, durante uma visita ao Brasil — em retribuição à viagem de Lula a seu país, sete anos antes.
Durante o encontro com al-Assad no Itamaraty, o petista defendeu a devolução à Síria das colinas de Golã (território estratégico ocupado por Israel em 1967, na fase final da Guerra dos Seis Dias). Também afirmou que os sírios eram “sócios indispensáveis” na pacificação do Oriente Médio.
Já o ditador elogiou o presidente por buscar uma saída negociada para o fim do impasse sobre a política nuclear do Irã (um de seus principais aliados). E chamou Lula, naquele e em outros eventos da turnê, de “amigo”.
Para defender o governo do PT, a esquerda hoje afirma que, em 2010, a Síria ainda não era alvo de sanções generalizadas — algo que só aconteceu a partir do ano seguinte, com o início da guerra civil.
Mas Bashar Al-Assad exercia o controle do país de forma ditatorial desde a metade de 2000. E seu pai, Hafez, durante 30 anos mandou prender, torturar e matar milhares de opositores para se manter no poder.
Os “passadores de pano” ainda omitem que, em 2013, já na condição de ex-presidente, Lula colocou em dúvida se Damasco realmente havia autorizado o uso de armas químicas contra a população.
“Fiquei horrorizado com as imagens daquelas crianças atingidas. Mas quem disse quem fez aquilo?”, disse o petista, durante um evento com representantes da América Latina e da África promovido pela revista Carta Capital.
Em 2018, deputado apresentou projeto para revogar condecoração
Ao permanecer em silêncio diante da derrubada de um ditador aliado — e a quem concedeu a maior honraria do governo brasileiro —, o presidente novamente não surpreende. Apenas mantém sua postura ambígua e de alinhamento com regimes autoritários.
No entanto, ao menos no campo diplomático, essa vergonha nacional pode ser revertida. É o que vem tentando, desde 2018, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Naquele ano, o parlamentar apresentou um projeto para revogar o decreto que atribuiu a Bashar al-Assad a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
“A honraria é destinada a pessoas estrangeiras que tenham se tornado dignas de reconhecimento do Brasil. Indubitavelmente, não é o caso do ditador sírio”, afirmou à época.
Cavalcante ainda mencionou a grande crise humanitária provocada pelo exército sírio e as denúncias de crimes contra a humanidade ordenados por al-Assad (especialmente no tocante ao uso de armas químicas).
“É inconcebível que um tirano brutal e criminoso de guerra ostente a mais importante condecoração da nação brasileira, que tem entre os seus princípios o respeito aos direitos humanos, a relação fraterna e pacífica com a comunidade internacional, o respeito à pluralidade e à diversidade e o apego à liberdade e à democracia — todos aviltados pelas condutas bárbaras do ditador”, disse
A proposta ainda está em análise e, no momento, passa pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Mas, segundo a assessoria do deputado Sóstenes Cavalcante, que não estava disponível para atender a reportagem da Gazeta do Povo, o parlamentar tentará levar a matéria ao Plenário em regime de urgência.
Também procurado, o relator do projeto, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), afirma que a Câmara tem o dever de corrigir esse erro histórico cometido por Lula e Celso Amorim (à época ministro das Relações Exteriores).
“Lula mantém amizades com pessoas que não respeitam a liberdade, a democracia e os direitos humanos, e Bashar Al-Assad se enquadra neste quesito”, diz.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/premio-tirania-quando-lula-condecorou-carniceiro-bashar-al-assad/
PF busca 17 por suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares
A Polícia Federal cumpre 17 mandados de prisão preventiva nesta terça (10) contra um grupo suspeito de desviar recursos públicos de emendas parlamentares e de convênios através de fraudes licitatórias no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Os mandados são cumpridos no âmbito da Operação Overclean, realizada nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Oito servidores públicos supostamente envolvidos no esquema foram afastados das funções.
“As investigações apontam que a organização criminosa teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais”, disse a PF em nota.
Ainda de acordo com a autoridade, as investigações tiveram apoio internacional da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), apurando crimes como fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Além dos mandados de prisão, também são cumpridos 43 de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens. A investigação aponta que o esquema ilícito ocorrido no DNOCS, principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o DNOCS, com a CEST-BA e com a Casa Civil da Presidência da República e aguarda retorno.
“Durante o período investigado, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024”, apontou a PF.
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), que participa da operação, o grupo realizava a lavagem de dinheiro “de forma sofisticada”, como o uso de empresas de fachada controladas por laranjas e de grande fluxo de dinheiro em espécie “que mascaravam a origem dos recursos desviados”.
“A atuação do grupo era estruturada em operadores centrais e regionais que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos. Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou métodos que ocultavam a origem dos recurso”, completou o órgão.
A autoridade afirma que foi determinado o sequestro de R$ 162,3 milhões referentes ao “valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo”.
Os órgãos, no entanto, não divulgaram quais são os parlamentares envolvidos no envio de recursos para estas empresas de fachada.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro. Além da Polícia Federal e da CGU, também participam da operação o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal.
A operação ocorre em meio a uma queda de braço entre o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo por causa de regras mais rígidas determinadas pelo ministro Flávio Dino para a execução de emendas parlamentares.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/pf-busca-17-suspeita-desvio-recursos-emendas-parlamentares/
Governo vai liberar R$ 6,4 bilhões em emendas parlamentares, diz líder
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou nesta segunda-feira (9) que o Executivo vai liberar R$ 6,4 bilhões em emendas parlamentares. O objetivo é conter a crise com o Congresso e viabilizar a votação do pacote fiscal.
O pagamento deve ser oficializado através de uma decisão por força executória da Advocacia-Geral da União (AGU) e da edição de uma portaria pela Casa Civil. Segundo Randolfe, serão R$ 4,1 bilhões em emendas de bancada (RP7) e R$ 2,3 bilhões em emendas de comissão (RP8).
“Está sendo emitida agora, talvez agora à noite, no máximo amanhã de manhã, uma uma decisão de força executória da AGU e uma portaria que autorizará, que criará, melhor dizendo, o pagamento de todas as emendas de RP7 e RP8. A soma das duas é de R$ 6,4 bilhões”, disse o senador em entrevista ao portal g1.
As medidas foram definidas após a reunião do presidente Lula (PT) com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Antes do encontro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino rejeitou um pedido da AGU para flexibilizar as regras de execução das emendas.
A decisão aprofundou a insatisfação dos parlamentares com o governo e travou a tramitação de pautas prioritárias. Apesar da aprovação da urgência, os projetos do pacote fiscal ainda não foram analisados pela Câmara.
Além disso, a leitura do relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para o principal projeto de regulamentação da reforma tributária foi adiada na sessão desta tarde da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Randolfe argumentou que houve “interpretação incompleta” da decisão de Dino, o que gerou um ruído com o Congresso. No entanto, afirmou que o impasse foi superado na reunião entre Lula, Pacheco e Lira.
Haddad diz que entendimento sobre emendas “atende anseios dos parlamentares”
Na mesma linha, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente chegou a um entendimento com o Legislativo. “O presidente Lula se reuniu com o presidente das duas Casas e pactuou um entendimento que, no meu ponto de vista, atende os anseios dos parlamentares”, afirmou o ministro a jornalistas após o encontro.
“Nós temos a chance de terminar o ano com coisas importantes. Firmamos acordo com União Europeia, temos condições de votar a Reforma Tributária, e agora esse conjunto de medidas que contem um pouco o gasto público no mesmo sentido de equilibrar as contas”, acrescentou Haddad.
O ministro defendeu a agenda do governo para equilibrar as contas públicas e pediu a “compreensão” entre os Poderes para “deixar para trás” o clima de desconfiança que, segundo ele, aumentou nos últimos meses.
“Ela é possível, ela é factível e ela é uma obrigação que deveria envolver e está envolvendo todos os Poderes. Então nós precisamos dessa compreensão Executivo, Legislativo e Judiciário para organizar melhor as finanças públicas do país e deixar para trás esse clima de desconfiança que cresceu nos últimos meses”, enfatizou.
Haddad afirmou ainda que alguns bancos já estão ajustando as projeções e se aproximando dos números estimados pela equipe econômica. “Quem está fazendo contas sabe que as medidas vão na direção correta e não há um impacto pequeno, é um impacto importante que pode, sim, ajudar a ancorar as expectativas”, disse.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/governo-vai-liberar-r-64-bilhoes-em-emendas-parlamentares-diz-lider/
Lula é operado às pressas em SP e estado de saúde é estável
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi operado às pressas na madrugada desta terça (10) em São Paulo após sentir fortes dores de cabeça em Brasília, na noite de segunda (9). De acordo com o mais recente boletim médico, ele teve um hematoma provocado pelo acidente doméstico que sofreu em outubro no Palácio da Alvorada.
Ainda à noite, ele passou por exames de imagem no Hospital Sírio Libanês de Brasília e foi transferido para São Paulo para fazer o procedimento cirúrgico.
“Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve ontem à noite (09/12) no Hospital Sírio-Libanês, unidade Brasília, para realizar exame de imagem após sentir dor de cabeça. A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10”, disse o hospital em nota.
A instituição segue, afirmando que “foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências. No momento, o Presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI”.
Lula está sob os cuidados da equipe médica liderada pelo dr. Roberto Kalil Filho e pela dra. Ana Helena Germoglio e ficará internado pelo menos até o começo da próxima semana, segundo informaram em uma entrevista coletiva nesta manhã. Toda a agenda de Lula marcada para esta terça (10) foi cancelada.
“Procedimento ocorreu de forma normal dentro do planejado, vai permanecer internado por mais alguns dias, mas está estável, sob controle. Foi importante esse procedimento para estabilizar a saúde do presidente para voltar à atividade o mais rápido possível”, disse o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência.
Segundo o ministro, o presidente passou o dia indisposto e, por volta das 18h, em função de uma dor de cabeça, a médica que o atende na presidência entrou em contato com o dr. Kalil, que determinou exames de imagens e o procedimento. “É uma espécie de drenagem no crânio provocada pelo acidente”, completou.
Momento delicado para o governo
O novo internamento de Lula ocorre em um momento delicado de sua gestão, em que precisa negociar fortemente com o Poder Legislativo para conseguir a aprovação do pacote de corte de gastos que vêm pressionando o dólar e refletindo em outros indicadores da economia – como a taxa básica de juros, que deve ser elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nesta semana.
A situação com os parlamentares é tensa, já que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou os pedidos do governo – através da Advocacia-Geral da União (AGU) – para flexibilizar pontos da decisão que endureceu o repasse de emendas parlamentares.
Isso levou a uma reunião de emergência, no final da tarde de segunda (9), de Lula com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para prometer liberar R$ 6,4 bilhões em emendas que estão bloqueadas. O presidente deixou o encontro no meio das discussões para fazer exames no Sírio Libanês, que comprovaram o hematoma que levou à cirurgia desta madrugada.
A expectativa é de que estas emendas sejam liberadas através de uma portaria a ser publicada ainda nesta terça (10) em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O governo precisa que o pacote de corte de gastos seja aprovado ainda neste ano para vigorar em 2025 e começar a trajetória que leve a uma economia estimada em R$ 70 bilhões.
Gleisi elogiou disposição de Lula
O novo internamento de Lula ocorreu também no mesmo dia em que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, elogiou a disposição dele e defendeu a tentativa à reeleição em 2026. Ela negou qualquer semelhança com as condições físicas e mentais que levaram à desistência de Joe Biden nos Estados Unidos.
“Quem conhece o Lula sabe que não tem nenhuma semelhança com o Biden. Nem pode trazer aquela avaliação para cá […] Ele (Lula) é fundamental para ganharmos as eleições (de 2026). Não vejo um outro nome com capacidade de disputa na sociedade brasileira”, afirmou Gleisi em entrevista ao jornal O Globo publicada mais cedo.
Ainda de acordo com ela, “Lula está bem, disposto” e “é uma pessoa ativa”. Em 2026, o petista completará 81 anos.
Como foi o acidente no Alvorada
O acidente doméstico que Lula sofreu no Palácio da Alvorada ocorreu dias antes de embarcar para Kazan, na Rússia, para participar da cúpula do Brics. A viagem acabou sendo cancelada por recomendação médica, assim como todas as agendas das semanas seguintes que exigissem deslocamento de avião, isso porque a pressurização poderia provocar novos sangramentos cerebrais.
“Qualquer sangramento cerebral pode aumentar nos dias subsequentes. Então, a observação é importante. Agora, te digo, ele está bem”, disse Kalil na época.
Quase um mês depois do acidente, Lula explicou o que aconteceu naquela noite na residência oficial. Ele sofreu uma queda quando cortava as unhas no banheiro, bateu a cabeça e teve duas lesões cerebrais, e precisou levar cinco pontos na nuca.
“Eu caí de onde eu nunca deveria ter caído. […] Eu estava sentado. Quando eu fui guardar o estojo [com o kit de cortar unhas], ao invés de eu mexer com o banco, eu mexi só com o corpo. Bom, e aí, o dado concreto é o seguinte, é que não teve mais espaço, ou seja, a minha bunda não levitou, então eu caí e bati com a cabeça”, disse.
“Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue. Eu achei que tinha rachado o cérebro, o casco. Fui direto para o Sírio-Libanês”, relatou referindo-se à unidade do hospital em Brasília, onde recebeu atendimento imediato.
Ele completou afirmando que “achei que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro”.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-operado-pressas-sp-estado-saude-estavel/
“Nossa vitória total está se tornando realidade”, diz Netanyahu após queda de Assad
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (9) que “a vitória total, da qual as pessoas riam, está se tornando realidade”, em sua primeira entrevista coletiva desde setembro, poucas horas antes de depor em seu julgamento por corrupção.
“As conquistas militares de Israel se devem a três fatores: nossos soldados maravilhosos, a resiliência nacional e a força de nossos cidadãos, e a forma como a guerra está sendo administrada”, disse o presidente, que reivindicou sucessos militares em Gaza, no Líbano e agora na Síria.
“Pense no que teria acontecido se tivéssemos dado ouvidos àqueles que disseram que tínhamos que parar a guerra. Não teríamos entrado em Rafah, não teríamos tomado o corredor Filadélfia. Não teríamos matado Sinwar”, disse o premiê, referindo-se às operações israelenses no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito.
Em 17 de outubro, Israel anunciou a morte do líder do Hamas em Gaza e principal mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, Yahya Sinwar, em uma inspeção de rotina das Forças de Defesa de Israel em Rafah.
Agora, Netanyahu afirmou que a queda do ditador Bashar al-Assad na Síria deixa o Hamas “mais isolado do que nunca”.
“Eles esperavam a ajuda do Hezbollah, mas nós a tiramos deles. O Hamas queria a ajuda do Irã, mas nós também tiramos isso deles”, comentou, afirmando que, com o regime sírio fora da equação, eles cortaram as rotas de entrega de armas do Irã.
“Isso abre a possibilidade de um acordo, um acordo de reféns”, analisou, enquanto Israel e Hamas realizam negociações indiretas sobre o pacto de trégua nesta semana.
A última entrevista coletiva de Netanyahu foi no início de setembro, em resposta a uma onda de protestos em massa contra a forma como ele lidou com a guerra, depois que os corpos de seis reféns foram encontrados na Faixa de Gaza.
Nesta segunda-feira, Netanyahu parafraseou seus comentários de 9 de outubro de 2023, quando afirmou que a resposta ao ataque do Hamas dois dias antes “mudaria o Oriente Médio”.
“O eixo [do Irã] está começando a desaparecer. Estamos mudando o Oriente Médio”, disse o premiê à imprensa israelense nesta segunda-feira.
Israel negocia indiretamente um cessar-fogo na Faixa de Gaza com o Hamas, buscando recuperar os 96 dos 251 reféns sequestrados em 7 de outubro que permanecem em Gaza, sendo que as autoridades estimam que pelo menos 34 estão mortos.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/netanyahu-entrevista-coletiva-assad/
Companheiros de Lula, aiatolás do Irã estão enfraquecidos
Em 2010, o então presidente Lula resolveu homenagear com o Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira dada a estrangeiros, o ditador sírio Bashar al-Assad. Após 24 anos de regime brutal, que chegou a utilizar armas químicas contra civis, al-Assad fugiu para Moscou, sob a proteção de Putin.
Não há mocinho na Síria. Se o regime de al-Assad era ditatorial e assassino, isso não faz dos “rebeldes” vitoriosos um grupo decente. O líder do HTS é um radical que já foi ligado a Al Qaeda e é considerado terrorista pelos Estados Unidos, que colocaram uma recompensa de dez milhões de dólares por sua cabeça. Não há qualquer primavera árabe no radar, portanto.
O maior vitorioso na Síria não é o povo em si, especialmente as minorias de cristãos, drusos e curdos, mas sim Netanyahu. Sua estratégia tem sido de enfrentamento aos terroristas para desestabilizar o regime iraniano, que é quem financia e controla esses grupos
Mas uma coisa é certa: a queda de al-Assad significa o enfraquecimento do Irã. Eram os aiatolás xiitas que, por meio do Hezbollah, garantiam uma perna ao regime do al-Assad. A outra era garantida pelo próprio Putin. Mas Israel arrancou essa perna ao desmobilizar quase totalmente o Hezbollah, enquanto Putin enfrenta uma longa e penosa guerra contra a Ucrânia.
O que a derrocada de al-Assad mostra é que esses tigres eram de papel em essência. O maior vitorioso na Síria não é o povo em si, especialmente as minorias de cristãos, drusos e curdos, mas sim Netanyahu. Sua estratégia tem sido de enfrentamento aos terroristas para desestabilizar o regime iraniano, que é quem financia e controla esses grupos. E jamais ter cedido as colinas de Golã se mostrou essencial para essa defesa israelense agora.
Enquanto o nefasto regime iraniano agoniza sem seus vassalos Hamas e Hezbollah, quase dizimados por Israel, Lula resolveu aproximar o Brasil do Irã e levá-lo até para os Brics, ao lado da Rússia de Putin, que também agoniza. Seria o abraço dos afogados do eixo do mal?
Trump vem aí e isso já afeta a diplomacia mundial. Trudeau andou elogiando o presidente americano eleito e Macron disse que estava muito feliz com o retorno de Trump a Paris, num aperto de mão bem firme. O Ocidente já se move para se adaptar à liderança de Trump, que compreende que a paz só vem pela força.
Na Guerra Fria 2.0, os inimigos do Ocidente não terão a mesma facilidade de avanço que encontraram sob Obama e Biden. E hoje o Brasil, sob o lulismo, está do lado errado da história, de mãos dadas a essas ditaduras terríveis como Irã, Rússia e China. E a queda de al-Assad, após mais de duas décadas, mostra que toda ditadura um dia termina…
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/companheiros-de-lula-aiatolas-do-ira-estao-enfraquecidos/
Rombo fiscal, inflação e endividamento: a crise inevitável
De repente, o mercado se dá conta de que esse governo não entende nada de economia e está comprometido com a gastança e a corrupção; práticas já corriqueiras desde que ocuparam o cargo, mesmo em outros mandatos. O que ficou claro para o mercado é que a situação não é mais sustentável, pois há uma combinação de fatores que levam a crise:
- Rombo fiscal constante;
- Aumento de impostos constante;
- Aumento do endividamento;
- Aumento dos juros;
- Aumento da inflação;
- Aumento do risco Brasil.
Dessa forma, o mercado entendeu que não é possível o governo continuar gastando como está, pois gera um rombo que se aprofunda mensalmente. E como tapar esse buraco? Com aumento de arrecadação e de endividamento! Ambos são provas de sua incapacidade, pois os juros, que já estavam altos, subiram ainda mais. O governo, consequentemente, se vê obrigado a cortar custos, pois não há mais de onde tirar ou de onde arrecadar.
IBGE e a ficção: o poder central também não consegue arrecadar no ritmo de seus gastos, nem se endividar mais porque o mercado não está mais comprando os títulos públicos que emite, nem acredita nos números mirabolantes divulgados pelos órgãos oficiais, notadamente o IBGE. Já escrevemos artigo sobre esse assunto, abordando os dados do IBGE que não condizem com a realidade.
O IBGE vem divulgando dados da inflação entre 4% e 5% e temos juros na faixa de 13% a 14%. Ou seja, será que temos o maior juro real do mundo? Não. A verdade é que a inflação é muito superior aos 5% publicados pelo IBGE.
Já denunciamos a maquiagem de números por parte desse órgão governamental, que afeta todas as decisões, e agora o mercado constata a mistura fatal de corrupção, incompetência e uma espessa cortina de fumaça criada pelo IBGE, que menospreza a inteligência e a experiência do povo brasileiro. Mas agora esse governo não engana mais ninguém.
Mais confisco de quem produz: O que isso significa, crise fiscal para governo socialista? O poder federal deve acirrar ainda mais os seus ataques contra o setor produtivo, aqueles que têm poupança e renda, que investem e que geram empregos, aumentando o confisco de quem realmente produz algo no país. Essa tem sido a ideologia e a narrativa desse desgoverno.
Dólar: em função direta dessas ações do governo, o consumidor sai perdendo, pois o dólar disparou diante da constatação da classe produtora de que o Brasil não é um bom lugar para se ter poupança ou se investir.
O governo está justamente atrás desse segmento, pois são cidadãos e empresas que podem comprar dólares e sair do Brasil, bem como todos os que já entenderam que o país não vai conseguir equilibrar suas contas.
Adicionalmente, muitos dos que operam recursos financeiros já sabem que, se não enviarem remessas para o exterior, podem sofrer retaliações, pois é muito provável que seja adotada uma postura muito semelhante à da Argentina peronista, de controle de fluxo de capital.
Tal deve ocorrer também no Brasil, inicialmente como vem acontecendo, com o aumento de tributos, de IOF, de taxação sobre transações e compras internacionais; até a criação de bloqueios e limites de transações entre países em moeda estrangeira, não só de compras, mas de remessas e viagens, dentre outros. Portanto, a pressão sobre o dólar tende a aumentar.
Brasil saindo da rota dos investimentos: somado à pressão ao dólar, o governo Trump deve fazer o oposto ao governo brasileiro em relação ao setor produtivo, o que vai sugar ainda mais recursos para investimento que estavam direcionados para o Brasil.
Sim, o que viria para nós, doravante, terá como destino os Estados Unidos, o qual será o grande “aspirador de pó” dos investimentos mundiais, uma vez que seja um país mais atraente que o nosso.
Isso não é novidade, haja vista o que aconteceu no primeiro governo Trump e que agora acontece na Argentina. A Argentina tem atraído muitos fundos de investimentos, mesmo que sua inflação ainda esteja muito alta, na faixa de 100% a 120%, no entanto a sinalização do governo argentino é verdadeiramente de cortar gastos, atingir equilíbrio fiscal, valorizar a moeda e readquirir crédito internacional.
A cada mês, a Argentina galga sucesso no setor da economia e o mercado responde positivamente para investimentos lá. Por consequência, a bolsa e a moeda argentina têm valorizado, assim como o crédito, o que significa juros menores.
Agora, com os Estados Unidos entrando nesse jogo de reforçar sua própria moeda, o Brasil pode se tornar um dos piores investimentos das Américas
E como isso se traduz para o consumidor final? Preços mais altos, dólar aumentando ainda mais, o que vai gerar efeito nos combustíveis, alimentos, produtos e serviços em todo o país.
Crédito mais caro: com o viés de aumento de juros, o crédito certamente fica mais caro para o consumidor. Mas os juros não aumentam somente pela pressão da inflação. Não, infelizmente. Os juros também aumentam por desconfiança de que o Brasil pode não pagar seus títulos uma vez que o endividamento está alto (batendo 80% do PIB com juros a mais de 13%). A dívida está se tornando impagável e o risco do Brasil entrar num ciclo semelhante ao que a Argentina entrou no passado peronista está no horizonte. Isso não se resolve no curto prazo.
Três consequências e uma lição: resumindo, a população deve sofrer dois impactos diretos: o primeiro, nos preços por causa do dólar, o segundo, nos juros do cartão de crédito. Um terceiro impacto, bem previsível, também deve acontecer: o desinvestimento, que terá como efeito menos empregos na livre iniciativa, e o governo estará lá, de boca aberta a esperar os que queiram ir para o setor público, nada sustentável e que certamente deve acelerar a crise na qual o esse desgoverno mergulhou o Brasil.
Compreendo que esse diagnóstico é negativo, no entanto, há uma lição positiva a se extrair para os próximos e difíceis dois anos que se seguirão: haverá mudança em 2026, pois a classe média não aguenta mais “pagar o pato” da incompetência, corrupção e ideologia da administração atual.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luiz-philippe-de-orleans-e-braganca/rombo-fiscal-inflacao-e-endividamento-a-crise-inevitavel/
EMERGÊNCIA
FONTE: JBF https://luizberto.com/emergencia/
O Copom se reúne sob a sombra do pacote de Haddad
Nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) inicia sua última reunião do ano, e a decisão sobre a taxa Selic será tomada em meio a um ambiente geral de pessimismo, disparado pelo tímido pacote de medidas econômicas – chamá-lo de “pacote de corte de gastos” seria um enorme exagero – anunciado no fim de novembro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A mais recente pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, mostrou como as previsões se deterioraram rapidamente, afetando inclusive as perspectivas para os próximos anos.
A decepção com o pacote tem as mesmas dimensões da expectativa que ele havia gerado, especialmente a partir de declarações de ministros como Simone Tebet, que pareciam estar acordando para o sério problema fiscal que o Brasil atravessa. Os déficits fiscais primários se tornaram recorrentes, a dívida pública como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) está em perigosa trajetória de alta, e a demanda cresce puxada por gastos do governo acima das receitas tributárias e por elevação do endividamento das famílias para compra de bens de consumo. Tudo isso cria pressão sobre a inflação; as consequências já bastante conhecidas deste roteiro são elevações na taxa básica de juros, aumento do preço do dólar (que superou a marca psicológica dos R$ 6) e queda no índice de ações na bolsa de valores (puxada, em parte, pela saída de investidores estrangeiros).
Um aspecto importante é que tais indicadores ruins ocorrem em um momento no qual não há crises de produção. O PIB não está em recessão, pelo contrário: as últimas análises especializadas, inclusive o boletim Focus, preveem que o PIB crescerá 3,39% neste ano e 2% ao ano entre 2025 e 2027. Outro indicador que apresentou melhora é o índice de emprego, mostrando que o setor produtivo está em fase ascendente. Apesar disso, as reações ao pacote de medidas do governo – especialmente a subida da taxa de câmbio, o recuo da bolsa e a expectativa altista da Selic – têm raízes na política fiscal (persistência de déficits fiscais e crescimento da dívida pública, que aumentou R$ 1,8 trilhão na atual gestão de Lula e chegou a R$ 9 trilhões, o equivalente a 78,6% do PIB) e na percepção de que o governo inchou demais a máquina estatal, ampliou gastos com pessoal e custeio, bem como na percepção das empresas e das pessoas de que deve vir aumento da carga tributária, tanto a atual quanto aquela que resultará da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional.
A decisão sobre a taxa Selic será tomada em meio a um ambiente geral de pessimismo, disparado pelo tímido pacote de medidas econômicas anunciado no fim de novembro
Apesar de o governo afirmar que seu pacote terá um efeito de R$ 70 bilhões nos gastos entre 2025 e 2026, a promessa tem duas fraquezas sérias: a primeira é o fato de não se tratar de um corte de gastos propriamente dito, mas de uma redução no ritmo da elevação do gasto público, que seguirá crescendo; a segunda é o fato de não haver explicação detalhada de como isso será executado. Outra crença incutida na mente dos investidores, empresários e agentes de mercado (inclusive profissionais liberais e trabalhadores em geral) é de que o governo aumentará ainda mais os gastos públicos em função de medidas como correção de benefícios sociais (como o BPC, o abono salarial, salário mínimo etc.), ao lado de medidas que reduzirão a arrecadação, a exemplo da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a taxação de 10% sobre rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, mesmo que isentos.
É bem verdade que o governo fala em rever a aposentadoria dos militares, limitar os supersalários do funcionalismo público e diminuir desembolsos com emendas parlamentares. Esse pacote se mistura a outros anúncios anteriores, como aumento da tributação dos super-ricos, a elevação no imposto sobre doações e heranças, e a tributação sobre dividendos (distribuição de lucros aos acionistas de empresas de capital aberto), e tudo isso assusta o mercado e a sociedade em geral quanto à possibilidade de explosão da carga tributária, a ponto de desestimular a atividade econômica.
Nesse emaranhado de medidas, vale registrar o caso específico da tributação sobre dividendos, distribuídos após a empresa pagar Imposto de Renda de 25% sobre o lucro, mais 9% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), perfazendo 34% de tributo sobre o lucro de empresas (para os bancos, a CSLL é de 21%; outras instituições financeiras pagam 16%). Todo esse aumento da carga tributária sobre bancos e outras instituições financeiras será repassado para os tomadores de empréstimos por meio de elevação das taxas de juros.
O Copom tem repetido, em seus comunicados e atas, que uma inversão do ciclo de aperto monetário atual depende de medidas fiscais sólidas e críveis. Que o pacote de Haddad não se encaixa nesse critério fica evidenciado pelas palavras do escolhido por Lula para ser o futuro presidente do Banco Central. Em 28 de novembro, Gabriel Galípolo disse que a taxa básica de juros seguirá alta e será calibrada da forma necessária para segurar o avanço da inflação, que já superou o limite máximo de tolerância previsto para o ano, de 4,5%. Galípolo reiterou a necessidade de manter a Selic em patamar contracionista para atingir a meta de inflação fixada em 3%.
Dizendo de outra forma, o novo presidente do BC, que assume o cargo em janeiro, está afirmando que a taxa Selic pode continuar elevada. Enquanto isso, o presidente Lula e a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, continuam sua campanha de ataques grosseiros ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, acusando-o de manter a Selic elevada para favorecer os banqueiros. A partir de 2025, quando os indicados por Lula serão maioria no Copom, o Brasil não sabe se prevalecerá o que diz Galípolo, ou se a taxa de juros será aquela que Lula mandar o Copom aprovar – o presidente da República, recorde-se, já chegou a dizer que não faz sentido o BC ter autonomia, nem o fato de Lula não poder dar ordens ao presidente do órgão e demiti-lo caso ele não as cumpra (por mais que a Selic não seja decisão individual, mas dos nove membros que compõem o Copom).
Os elementos de toda essa confusão só podiam dar origem a um pacote tão complexo quanto pífio, que amplia incertezas sobre sua aprovação e sobre o futuro econômico do país. Não é nada surpreendente que, agora, o consenso sobre a reunião que se inicia nesta terça-feira aponte para uma elevação de 0,75 ponto porcentual na Selic, contra a alta de 0,5 ponto que se previa até poucos dias atrás. Como se não bastasse, a última pesquisa Focus mostra que o mercado financeiro espera a manutenção do ciclo de aperto em 2025, com uma piora ainda mais drástica nas previsões, que um mês atrás eram de Selic em 11,50% no fim do próximo ano, mas subiram para 12,63% na semana passada e 13,50% nesta segunda-feira. Para completar, a mediana das estimativas de inflação para 2025 também já estourou o limite máximo da banda de tolerância, indicando a persistência da temida “desancoragem das expectativas”, que o Copom considera o principal gatilho para novas altas de juros.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/reuniao-copom-pacote-haddad-taxa-selic/
Senador expõe áudio de Dias Toffoli e se enfurece (veja o vídeo)
O senador Eduardo Girão mostrou um áudio do ministro do STF, Dias Toffoli, na tribuna do Senado e disparou:
“Eles é que estão mandando no Brasil.
Para que este Congresso aqui? Vamos combinar? Para que este Congresso? Para que esse custo para você? Se o STF dá as cartas e o Senado, que seria o único que poderia fazer alguma coisa para barrar esse ativismo judicial, esses abusos, essas interferências de um poder sobre os outros no Brasil, especialmente sobre o Congresso, não faz nada.
Por omissão, não deliberam um pedido de impeachment, só eu tenho três, aqui nessa mesa, tem mais de sessenta. E o Senado se acovarda, o Senado acaba manchando, no seu bicentenário, desmilinguindo a democracia no Brasil, porque está inerte”.
parece brincadeira, mas você ouviu. (…) Olhe a comparação absurda, estapafúrdia que ele fez para justificar a censura! Cadê a racionalidade? Cadê o bom senso? Cadê as pessoas de bom senso neste país para chegarem e dizer: ‘Está aí. Eles não têm nem argumento!?’
Mas querem calar você, querem jogar uma pá de cal no restinho de democracia que a gente ainda pode ter”.
O senador prosseguiu:
“Essas declarações do Ministro Toffoli, com analogias referentes à liberdade de expressão, são tão absurdas que jamais chamariam atenção se fossem ditas por alguma pessoa que tivesse com sinal de embriaguez e fosse um ignorante jurídico. Nós estamos falando de um voto de um Ministro do Supremo, pessoal, num dos julgamentos mais arbitrários da história do STF, pois tem um duplo objetivo: o controle das redes sociais e a legitimação da censura no Brasil, ferindo de morte a nossa Constituição”.
Confira:
ACREDITEM: TEM GENTE QUE ACREDITA NELE!
https://twitter.com/i/status/1866161090784350435
FONTE: JBF https://luizberto.com/acreditem-tem-gente-que-acredita-nele/
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