Trump volta à Casa Branca

Donald Trump comemora vitória na eleição presidencial, no Centro de Convenções de Palm Beach, na Flórida.| Foto: Cristobal Herrera-Ulashkevich/EFE

No início da manhã de quarta-feira (no horário de Brasília, madrugada nos EUA), o republicano Donald Trump conquistou a maioria necessária no Colégio Eleitoral para se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos, derrotando a atual vice-presidente, Kamala Harris. Mesmo com a apuração ainda em curso em alguns estados, ele já ultrapassou os 270 delegados graças a vitórias em estados-pêndulo importantes, que ele havia perdido em 2020, como Geórgia, Pensilvânia, Wisconsin e Michigan – no momento da publicação deste editorial, Trump também liderava em Nevada e Arizona. Para completar a vitória republicana, o partido tomará dos democratas a maioria no Senado e tem chances razoáveis de manter sua maioria na Câmara de Representantes (muitos distritos ainda estão apurando seus votos). Se conseguir a chamada “trifecta”, o Partido Republicano repetirá o cenário da primeira metade do mandato anterior de Trump, e que os democratas também tiveram nos dois primeiros anos da presidência de Joe Biden, dominando as duas casas do Congresso.

Por mais que os políticos democratas e seus apoiadores na opinião pública insistam em não admitir, o fato é que há motivos evidentes e numerosos para o eleitor ter colocado os republicanos de volta na Casa Branca e, provavelmente, entregar-lhes a maioria nas duas casas do Congresso. O “wokeísmo” identitário mobiliza uma minoria barulhenta, mas não ressoa entre a maioria da população, que tem outras prioridades. A inflação norte-americana pode estar controlada neste momento, mas já esteve em níveis até maiores que a inflação brasileira; os níveis de desemprego estão baixos, mas a economia está desacelerando. Com um discurso de combate às ideologias woke, redução de impostos, mais liberalismo e menos intervencionismo econômico, e combate à imigração ilegal, que se tornou desenfreada durante a administração Biden, Donald Trump se conectou mais com o cidadão comum que Kamala Harris.

Há motivos evidentes e numerosos para o eleitor ter colocado Donald Trump de volta à Casa Branca

Esse descolamento da realidade ficou evidente na forma como a candidata democrata fez do aborto uma das suas principais bandeiras de campanha. Tanto foi assim que o voto pró-vida acabou indo para Trump mesmo com algumas ressalvas. A ênfase do republicano em deixar os estados decidirem suas legislações sobre aborto, até mesmo com algumas críticas a leis como a da Flórida, que proibiu a prática a partir da sexta semana de gravidez, desanimou alguns líderes pró-vida, mas não o suficiente para que eles negassem seu voto a Trump, já que a alternativa era muito pior. Agora, os defensores dos direitos do nascituro esperam ver de volta o Donald Trump que governou de 2017 a 2021, aquele cujas nomeações para a Suprema Corte foram cruciais para a derrubada de Roe v Wade, e que, em um de seus primeiros atos como presidente, reativou a Política da Cidade do México, que impede financiamento federal a grupos que promovem o aborto fora dos EUA e foi derrubada por Biden em 2021.  

Especialmente em relação ao Brasil, será preciso prestar atenção à economia. Trump tem um discurso protecionista com o potencial de prejudicar as exportações brasileiras – embora isso não seja exclusividade dos republicanos: os democratas também costumam recorrer ao protecionismo quando lhes interessa, apenas disfarçando-o melhor, por exemplo recorrendo a tarifas relacionadas à questão ambiental. Além disso, o Brasil não é nenhum exemplo de abertura comercial, muito pelo contrário: é uma das economias mais fechadas do G20. Se Trump cumprir a promessa de trabalhar na base da reciprocidade, poderá acabar forçando por vias tortas uma abertura do comércio exterior brasileiro para que os nossos exportadores não percam oportunidades nos Estados Unidos, que hoje são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

No campo da diplomacia, a grande incógnita está em como Donald Trump lidará com a guerra na Ucrânia. A resistência ucraniana tem recebido enorme ajuda financeira e militar do governo Biden, mas durante a campanha Trump não foi muito explícito a respeito do que fará. O presidente eleito tem certa proximidade com o ditador russo, Vladimir Putin, e já prometeu que buscaria uma “solução rápida” para o conflito, o que desperta temores de que Trump force um desfecho que faça calar as armas, mas que não respeite a integridade territorial da Ucrânia, validando assim a agressividade russa. Este é o momento de Trump se lembrar da máxima de Ronald Reagan em 1985: “Devemos apoiar todos os nossos aliados democráticos (…) e não devemos trair a fé daqueles que estão arriscando suas vidas (…) para desafiar a agressão apoiada pelos soviéticos” (soviéticos esses dos quais Putin é herdeiro). A defesa da Ucrânia é a defesa do Ocidente; se Trump negociar com Putin tendo isso em mente, poderá construir uma paz verdadeira, em vez da “paz dos valentões” apoiada, por exemplo, pelo brasileiro Lula.

Por fim, um grande desafio de Trump foi mencionado por ele em seu discurso de vitória, na Flórida. “É hora de deixar as divisões dos últimos quatro anos para trás (…) temos de colocar nosso país em primeiro lugar ao menos por algum tempo”, afirmou. No entanto, como os próprios norte-americanos dizem, easier said than done: falar é fácil. Os democratas têm se empenhado, ao longo dos últimos anos, em demonizar Trump e seus apoiadores; nas últimas semanas, “nazista” e “fascista” se tornaram lugares-comuns para descrever o republicano. Seus eleitores foram chamados de “lixo” por Biden, mas já em 2016 haviam sido descritos como “deploráveis” por Hillary Clinton. O problema é que Trump também precisará amenizar sua retórica, bastante belicosa. Apenas com boa vontade de ambos os lados será possível fazer da política o que ela deveria ser: um campo de debates sobre projetos de país, em que o outro lado é um adversário a derrotar nas ideias e nas urnas, em vez de um campo de batalha onde há apenas inimigos a aniquilar.

A recordação da famosa expressão de Hillary Clinton, aliás, nos revela que, a julgar pelas reações dos democratas e seus simpatizantes, eles continuam demonstrando uma enorme dificuldade em enxergar a realidade. Políticos, jornalistas e anônimos dão novas demonstrações do que ficou conhecido como “Trump derangement syndrome”, enchendo as redes sociais com discursos apocalípticos sobre o “fim da democracia na América” ou o “fim dos Estados Unidos”, imaginando cenas como campos de concentração para imigrantes ilegais. Para explicar a vitória de Donald Trump (um homem branco com problemas na Justiça) sobre Kamala Harris (uma mulher com ascendência afro-americana por parte de pai e indiana por parte de mãe), é muito mais simples culpar o “ódio”, o “racismo” e a “misoginia” que tentar entender a mentalidade do povo americano com sinceridade e honestidade intelectual, como fizeram autores do porte de Mark Lilla e Jonathan Haidt. Enquanto estiver presa a esse modo binário de pensar, a esquerda seguirá sofrendo outras derrotas “inexplicáveis” como essa, e não apenas nos Estados Unidos.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/donald-trump-vitoria-eleicao-estados-unidos/

Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump

Donald Trump foi eleito nesta terça-feira (5) para um segundo mandato nos EUA
Donald Trump foi eleito nesta terça-feira (5) para um segundo mandato nos EUA| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH


Donald Trump está pronto para retornar à Casa Branca em 2025, após conquistar a presidência de forma esmagadora nas urnas nesta terça-feira (5), ao derrotar a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata. Com sua vitória, o agora presidente eleito dos Estados Unidos se prepara para a formação de seu novo próximo governo, um processo que já tem gerado especulações antes mesmo da divulgação dos resultados finais.

Segundo informações da mídia americana, neste segundo mandato, Trump promete escolher pessoas mais alinhadas à sua agenda e leais à sua causa, diferentemente do que ocorreu em seu primeiro governo, onde parte de seu secretariado havia feito parte de administrações republicanas anteriores com visões diferentes.

Com o Partido Republicano controlando o Senado e, possivelmente, a Câmara dos Representantes, o novo presidente poderá contar com uma base política sólida para aprovar nomes que precisam passar pelo Congresso, bem como aprovar diversas medidas, como a tão esperada reforma do sistema de imigração.

Dentre os nomes que começam a surgir como fortes possibilidades para compor a nova equipe de governo dos EUA, destaca-se o empresário Elon Musk, um dos principais apoiadores de Trump nesta jornada eleitoral.

Elon Musk à frente da “eficiência governamental”

Em agosto, Trump anunciou publicamente que consideraria Elon Musk para um cargo em seu governo, como conselheiro ou comandando uma pasta oficial. Musk, um dos homens mais ricos do mundo, conhecido por liderar a Tesla, SpaceX e da rede social X, tem sido um dos maiores defensores de Trump, especialmente em questões relacionadas à redução de custos do governo e à eficiência administrativa. Durante um discurso em Nova York no final de outubro, Musk sugeriu que seu foco seria tirar o “governo das costas e dos bolsos” dos cidadãos, uma referência direta ao seu plano de cortar gastos públicos.

Musk já havia proposto, desde julho, a criação de uma comissão de eficiência governamental, com o objetivo de reduzir os gastos do governo em cerca de US$ 2 trilhões. A criação de um departamento específico para essa função, que ficaria sob sua supervisão, é uma das propostas mais comentadas. Embora não haja confirmação oficial, fontes próximas a Trump indicam que ele estaria de fato discutindo com Musk a criação de um escritório governamental para liderar essa reforma, o que pode ser um dos principais pilares de seu novo governo.

RFK na espera

Além de Musk, outros nomes estão circulando com força para compor a nova equipe de Trump em seu retorno à Casa Branca. Dentre os possíveis secretários, Robert F. Kennedy Jr., ex-candidato à presidência, também tem se destacado como uma das opções mais especuladas. Após abandonar sua candidatura e declarar apoio a Trump na disputa contra Kamala, RFK foi sondado para um possível cargo em áreas como a Secretaria de Saúde e Serviços Humanos ou a Secretaria de Agricultura.

Política econômica

Segundo informações da agência Reuters, outro nome cotado para cargos de alto escalão é o de Scott Bessent, um conselheiro econômico de longa data de Trump, que seria uma escolha forte para a Secretaria do Tesouro. Bessent, identificado como um veterano do mercado financeiro, é conhecido por suas visões econômicas alinhadas ao liberalismo econômico e à desregulamentação, algo que ressoa com a filosofia econômica de Trump. A proposta de uma política mais restritiva ao comércio internacional, favorecendo tarifas como uma ferramenta de negociação, é uma das bandeiras defendidas por Bessent, cita a Reuters.

Além de Bessent, nomes como o de Howard Lutnick, CEO da financeira Cantor Fitzgerald, também estão sendo cotados para o novo governo Trump. Lutnick, que segundo a Reuters teve um papel importante na transição de Trump em 2016, seria um nome forte para cargos de liderança econômica, o que o coloca como um outro candidato a liderar a pasta do Tesouro. Outro nome cotado para a Secretaria do Tesouro é o de John Paulson, bilionário e investidor, que foi um dos grandes doadores de Trump durante esta campanha presidencial. A favorável visão de Paulson sobre cortes de impostos e a redução das regulamentações também o torna um aliado estratégico para o governo de Trump.

Os nomes para a política externa

Na área de política externa, a especulação gira em torno de nomes como Robert O’Brien, ex-conselheiro de Segurança Nacional do último governo Trump (2017-2021), que ainda mantém uma relação próxima com o presidente eleito. O’Brien, que também já esteve à frente da diplomacia americana – como enviado especial para negociação de reféns dos EUA -, ainda no primeiro governo Trump, é visto como uma opção forte para o cargo de Secretário de Estado. Segundo informações da imprensa americana, sua experiência em negociações internacionais o tornam uma escolha forte para chefiar o Departamento de Estado.

No entanto, outros senadores e ex-funcionários do primeiro governo de Trump também estão em evidência. Bill Hagerty, ex-embaixador dos EUA no Japão e atual senador republicano pelo Tennessee, é uma outra opção para a função. Sua habilidade política e sua ampla experiência em relações internacionais podem ser cruciais para direcionar as políticas externas do novo governo. Marco Rubio, senador pela Flórida, é outro nome forte, especialmente pela sua expertise em assuntos latino-americanos, uma área importante para a política externa dos EUA. Rubio tem se mostrado um defensor de políticas duras contra regimes comunistas da América Latina, como a ditadura de Cuba. Ele também defende “pulso firme” contra o regime islâmico do Irã.

Brian Hook, ex-funcionário de alto escalão do Departamento de Estado durante o primeiro mandato de Trump, é esperado para liderar a equipe de transição do Departamento de Estado. Segundo informações da CNN, Hook, que tem vasta experiência e conhecimento sobre o funcionamento do Departamento de Estado, atuou como diretor do planejamento de políticas de 2017 a 2018 e, posteriormente, como enviado especial dos EUA para o Irã até 2020. Sua longa trajetória na diplomacia americana, incluindo sua atuação como assessor do secretário de Estado e envolvimento com organizações internacionais, coloca-o como uma figura-chave neste processo de transição e até como um dos prováveis nomes para assumir a pasta.

Segurança nacional e defesa

Nos setores de defesa e segurança nacional, nomes como os de Mike Pompeo, ex-secretário de Estado e diretor da CIA, continuam a ser cotados. Pompeo, que foi um dos principais aliados de Trump durante seu primeiro governo, está sendo especulado como um possível Secretário de Defesa nesta nova gestão. Sua postura firme em relação à China e à Rússia é um reflexo do direcionamento mais conservador de Trump em questões internacionais.

Tom Cotton, senador republicano pelo estado do Arkansas, também está sendo considerado como uma opção para o cargo de Secretário de Defesa. Assim como Pompeo, Cotton representa o lado mais combativo do Partido Republicano e poderia ser uma escolha estratégica para o governo Trump.

Richard Grenell, ex-embaixador dos EUA na Alemanha e ex-diretor interino da Inteligência Nacional, tem sido um dos outros nomes mais citados para o setor de defesa. Com forte alinhamento com as políticas de Trump, Grenell tem sido cotado para assumir como Conselheiro de Segurança Nacional, cargo que não exige confirmação pelo Senado. Sua postura em relação à política externa, especialmente sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia – onde defende um acordo que transformaria os territórios tomados pela Rússia em regiões autônomas -, o torna um dos nomes que Trump, defensor de uma negociação entre russos e ucranianos, poderia considerar.

Endurecimento das políticas de imigração

O combate à imigração ilegal foi uma das bandeiras centrais de Trump em sua primeira gestão e durante esta campanha presidencial, e ele promete manter essa política no novo governo. Para isso, nomes como os de Tom Homan, ex-diretor do da Agência de Imigração e Alfândega dos EUA, estão sendo cogitados para a Secretaria de Segurança Interna (DHS). Homan é descrito como um defensor ferrenho de políticas de imigração mais rígidas e já trabalhou de perto com Trump durante sua primeira gestão para implementar medidas contra a imigração ilegal, o que o torna uma figura-chave para a gestão do novo governo, que promete reformar o sistema.

Outro nome que surge nesse cenário é Chad Wolf, ex-secretário interino de Segurança Interna, que também é visto como uma opção para retornar à pasta. Wolf também defende políticas mais rígidas de controle nas fronteiras.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/com-musk-na-eficiencia-governamental-os-nomes-que-devem-compor-o-novo-secretariado-de-trump/

Dia D do corte de gastos: governo fechará proposta para mandar ao Congresso

Haddad e Lula
Últimos “dois detalhes” do corte de gastos serão discutidos por Lula com a equipe econômica nesta quinta. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechará nesta quinta (7) o pacote de corte de gastos que vem sendo discutido nas últimas semanas e que já teve os ministros notificados dos impactos em suas devidas pastas. Os últimos “dois detalhes” que faltam ser resolvidos serão discutidos em uma reunião às 9h30 com a equipe econômica.

De acordo com a agenda oficial de Lula e como anunciou o ministro Fernando Haddad (Fazenda) na noite de quarta (6), participarão do encontro também Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Rui Costa (Casa Civil).

“Resolvidos esses detalhes, a questão é como é que o presidente vai decidir dialogar com as duas Casas [Senado e Câmara], mas da nossa parte, eu quero crer que no final da manhã de amanhã, nós vamos estar com essas questões decididas”, disse Haddad a jornalistas.

A expectativa é de que algum anúncio sobre o corte de gastos ocorra ainda na tarde desta quinta (7) ou na sexta (8). Ainda não há informações se a divulgação do pacote será feita antes ou depois das conversas com os presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado.

Os cortes serão encaminhados ao Congresso na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLP).

Haddad afirmou que terminou na terça (5) as conversas com todos os ministros e que “estão muito conscientes da tarefa que temos pela frente, de reforço do arcabouço fiscal, da previsibilidade e da sustentabilidade das finanças”.

Embora ainda não haja nenhuma proposta oficial, o pacote terá, em linhas gerais, a inclusão das despesas obrigatórias do governo nas regras do arcabouço fiscal, que limita a expansão dos gastos a 2,5% acima da inflação. Caso ocorra uma alta acima deste patamar, uma alternativa seria acionar gatilhos para travar a despesa obrigatória.

“O que nós estamos levando para o presidente é consistente com a tese que nós estamos defendendo, de reforçar o arcabouço fiscal”, declarou o ministro ao ressaltar que apresentou a situação fiscal do país aos outros ministros nas reuniões que foram realizadas nesta semana.

Entre as opções – que geraram críticas dos ministros envolvidos, como Carlos Lupi (Previdência) e Luiz Marinho (Trabalho) – estão a limitação de gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e o abono salarial.

Essas duas últimas atingem diretamente o bolso do trabalhador celetista, fatia importante da base eleitoral do presidente. Mas são políticas consideradas caras e pouco eficientes.

Segundo dados do Tesouro Nacional, o BPC – destinado a idosos e pessoas com deficiência que não contribuíram o suficiente com a Previdência – consumiu quase R$ 73 bilhões de janeiro a agosto e R$ 106 bilhões no acumulado de 12 meses.

O abono salarial, pago uma vez por ano a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos, também enfrenta problemas. “É uma questão de desenho do programa”, diz João Pedro Paes Leme, analista da Tendências. “Ele acaba sendo muito caro para aquilo que ele entrega.”

O seguro-desemprego, por sua vez, tem apresentado uma distorção curiosa. Os gastos com o benefício aumentaram 20% entre janeiro de 2022 e agosto de 2024, passando de R$ 43,6 bilhões para R$ 52,5 bilhões, corrigidos pelo IPCA. O movimento chama atenção porque o desemprego diminuiu de 13,1% para 6,6% nesse mesmo intervalo.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/corte-gastos-governo-fechara-proposta-mandar-congresso/

Alexandre Garcia

Conselho sem voto quer fazer lei para facilitar aborto em adolescentes

resolucao conanda
Proposta de resolução do Conanda diz que, em caso de estupro, adolescentes devem poder abortar em qualquer fase da gestação.| Foto: Pexels

Provavelmente nesta quinta-feira o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, pensando que é Poder Legislativo, quer baixar uma norma que teria força normativa sobre o SUS, por exemplo, permitindo o aborto feito por mãe adolescente em qualquer tempo de gravidez, não importando o peso do bebê. E fazem isso com a maior cara lavada, esquecendo todos os princípios de direito natural, de ética, esquecendo o Código Civil, que no artigo 2.º diz que os direitos do feto são exercidos depois de nascido vivo, mas começam desde a concepção.

Querem um exemplo? Recentemente o Tribunal Superior do Trabalho decidiu uma questão de acidente de trabalho: a empresa teve de indenizar a esposa do homem que sofreu o acidente, mas, como ela estava grávida no dia do acidente, o direito do bebê já estava contando desde a fecundação, desde o momento em que o esperma fecundou o óvulo, e ele também terá direito à indenização. É decisão da Justiça: o nascituro tem direitos civis, direito à herança, à indenização, à pensão – mas não tem direito à vida, Conanda? Vocês estão no mundo real? E a Gazeta do Povo ainda informou que o Conanda promete denunciar médicos que, por força de consciência e de recomendação do Conselho Federal de Medicina, se recusarem a fazer um aborto, a matar um bebê e a sacrificar a vida de uma menina.

Se a menina não quiser ter a criança, está cheio de gente pra adotar. A menina sabe os perigos de um aborto? Sabe tudo o que vai acontecer com ela? Os membros do Conanda receberam algum voto para fazer lei sobre isso? Não receberam. Não sei se eles ocupam cargos em comissão, se estão lá por indicação política, ou se são funcionários de carreira. Não importa: nenhum deles tem o poder de fazer leis no Brasil. Esse é assunto do Congresso Nacional, dos nossos representantes, que vão debater, discutir, sentir o perfume, o cheiro, o tato do que pensa a população brasileira para decidir sobre a vida dos que ainda vão ver a luz, mas já foram fecundados e estão em formação.

Comentaristas antidemocráticos se recusam a aceitar a escolha do povo americano 

Diziam o tempo todo que a disputa para presidente dos Estados Unidos estava equilibradíssima. “Kamala Trump estão empatados”, “Kamala está na frente”, “Trump é um desastre!”. Onde é que eles viram isso tudo aí? Eles são antidemocráticos, estão contra o eleitor americano. Basta dar uma olhada no mapa dos resultados da votação nos Estados Unidos: está tudo com a cor vermelha dos republicanos, só uns cantinhos azuis dos democratas. Os republicanos ganharam o Senado, a Câmara, a maioria dos governadores e a Casa Branca.  Não adiantou toda a pressão.

Lula já cumprimentou Donald Trump, deu os parabéns, reconheceu pragmaticamente e sensatamente que a decisão é do povo americano. Infelizmente vejo uma certa mídia torcedora que não aceita a decisão do povo americano. São os tais antidemocratas. Essa mesma mídia que chamou de “antidemocratas” os manifestantes que não queriam aceitar o resultado da eleição aqui no Brasil. Como o mundo dá voltas…

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/resolucao-conanda-aborto-adolescentes/

Uma lição para o mundo

Donald Trump.
Donald Trump.| Foto: Michael Reynolds/EFE


Ele sofreu impeachment na Câmara por pretextos ridículos; ele foi indiciado por uma Justiça aparelhada pelos adversários; tentaram matá-lo, mas ele sobreviveu milagrosamente; a imprensa o demonizou, comparando-o a Hitler; não obstante, a vitória foi de Trump, que voltará à Casa Branca como o 47º presidente dos Estados Unidos. E foi uma vitória acachapante!

“Quem se vinga depois da vitória é indigno de vencer”, pregou Voltaire. O sentimento de vingança seria até compreensível na direita massacrada pelo sistema, mas espero que Donald Trump seja magnânimo após sua vitória. Sim, ele não pode ser ingênuo e precisa fazer a limpa, drenar o pântano em Washington D.C., que deu mais de 90% de votos para os democratas no desespero de salvar a burocracia reinante.

Tomara que a vitória incontestável de Trump represente o começo da virada no Brasil também, que precisa urgentemente resgatar as liberdades mais básicas, destruídas pelo sistema corrupto e ditatorial

Com a ajuda de Elon Musk, espera-se que Trump possa dar um choque de eficiência no aparato estatal, declarando guerra ao establishment, ao Deep State. Mas seu foco deve ser justamente nos resultados, no resgate dos valores republicanos, não em humilhar seus desafetos. A nação está, de fato, dividida, e muito disso se deve ao discurso democrata na mídia. Cabe a Trump ser superior a isso agora.

É preciso unir todos aqueles cansados da ideologia woke, das fronteiras escancaradas, da economia patinando e das guerras pelo mundo. Para fazer a América grande novamente, Trump terá de adotar uma visão propositiva, tal como fez Reagan. Ele foi essencial para destruir a narrativa do establishment, e agora precisa ser hábil para construir um novo futuro melhor. Certamente tem o desejo de fazê-lo, e também a capacidade.

Para os seus adversários, que o tratam como inimigo mortal, a vitória de Trump deveria ser um momento de reflexão e humildade. Os jornalistas deveriam parar para pensar sobre o fenômeno: Trump levou até nos votos populares, com folga! É a América uma nação de nazistas? Ou será que a retórica inflamada da mídia é abjeta e deveria ser repensada?

Espero, do fundo do coração, que essa vitória acachapante do “nazista” sirva para trazer humildade aos jornalistas, para que eles busquem com sinceridade compreender melhor a realidade em vez de tentar “empurrar a história”. A soberba nas redações dos jornais tem destruído de vez a credibilidade do jornalismo. Ainda dá tempo de mudar?

Sabemos que as elites globalistas arrogantes não vão simplesmente recuar e aceitar com dignidade a derrota. Teremos tempos difíceis pela frente, de muito embate de ideias e mentiras. O trabalho está só começando. Mas agora há esperanças de um futuro melhor para nossos filhos.

Os americanos deram uma verdadeira lição ao mundo todo. Basta de tanta perfídia, loucura, corrupção e incompetência! É hora de arregaçar as mangas e batalhar pelo resgate dos valores que fizeram dos Estados Unidos o país mais poderoso do planeta!

PS: O presidente Lula, depois de chamar Trump de nazista, deu os parabéns ao presidente eleito, afirmando que a democracia é a voz do povo e deve sempre ser respeitada. Não é republicanismo nem sentimento democrata sincero. Afinal, Lula adora a ditadura cubana até hoje, e a eleição brasileira não foi limpa por conta de um TSE partidário. É receio de retaliação, em que pese o ministro Alexandre Padilha achar que Trump é quem deve temer o confronto. Lula tem motivo para preocupação. Não só falou em “fascismo de cara nova” como sabe que teve a ajudinha do governo Biden. Também sabe que Elon Musk comprou a briga pela liberdade brasileira, e vem para cima de Alexandre de Moraes agora. O Brasil corre risco de ter até sanção econômica ao entrar no eixo do mal, e o dólar já passou de seis reais. Tomara que a vitória incontestável de Trump represente o começo da virada no Brasil também, que precisa urgentemente resgatar as liberdades mais básicas, destruídas pelo sistema corrupto e ditatorial.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/uma-licao-para-o-mundo/

Flávio Dino apresenta aguardado voto em recurso impetrado pela “Dama do Tráfico”

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O ministro Flávio Dino chefiava o Ministério da Justiça e Segurança Pública quando quatro autoridades da pasta, incluindo dois secretários nacionais, receberam Luciane Barbosa, tida como ‘a dama do tráfico, em seus gabinetes.

Na época, Dino arrumou uma desculpa esfarrapada e jogou toda a culpa em Elias Vaz, então secretário de Assuntos Legislativos.

Agora, Luciane aciona o STF após perder prazo para recorrer do acórdão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que a condenou em outubro de 2023 a 10 anos de prisão por associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Os advogados de Luciane tinham 15 dias para contestar a decisão, mas enviaram o recurso após esse período. A defesa alega, porém, que o cálculo do prazo teria sido feito equivocadamente.

O relator do caso foi o ministro Luis Roberto Barroso, que entendeu que os advogados não trouxeram argumentos aptos a desconstituir a decisão agravada.

“A ocorrência de feriado local, recesso, paralisação ou interrupção do expediente forense deve ser demonstrada, por documento idôneo, no ato da interposição do recurso manejado.

No presente caso, os recorrentes apenas anexaram mera captura de tela (printscreen) e um link que remete ao sítio do Tribunal de origem, o que não satisfaz a exigência do requisito acima referido.”

Voto de Dino, bastante aguardado.

Sem outra alternativa plausível, Dino acompanhou o relator.

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/64449/flavio-dino-apresenta-aguardado-voto-em-recurso-impetrado-pela-dama-do-trafico#google_vignette

Operação da PF investiga golpes de R$260 milhões contra 10 mil investidores

Polícia Federal. (Foto: Reprodução PF).Davi Soares

A Operação Profeta foi deflagrada na manhã desta quinta (7) pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa do Rio de Janeiro e São Paulo, e prender um dos responsáveis por golpes que geraram danos de mais de R$ 260 milhões para 10 mil investidores. As vítimas de diversos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional denunciaram que os investigados se apropriaram dos valores das aplicações em uma empresa de investimentos em criptoativos e mercado Forex (câmbio).

O cerco aos criminosos foi autorizado pela 6ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, que também determinou a recuperação de bens e ativos adquiridos pelo esquema criminoso, com sequestro de valores e patrimônio dos suspeitos, no montante de R$ 262,7 milhões.

Um mandado de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão são cumpridos na capital do Rio de Janeiro e nos municípios paulistas de Barueri, Guarulhos, Cajamar e Salto.

“Os investigados articularam uma complexa estrutura empresarial para captar investidores e, em seguida, se apropriar dos recursos aplicados e remetê-los para o exterior sem o conhecimento das vítimas. Os valores foram enviados ao exterior por meio de exchanges (corretoras de criptomoedas)”, detalhou a PF.

A operação foi batizada de “profeta” em referência ao líder da organização criminosa que usava a religião para atrair mais vítimas e conquistar a confiança das vítimas com o esquema financeiro fraudulento.

Entre os crimes financeiros investigados na Operação Profeta estão: apropriação indevida de valores; negociação de títulos ou valores mobiliários sem registro prévio e sem autorização da autoridade competente; fazer operar instituição financeira sem a devida autorização; e evasão de divisas. E os alvos ainda podem responder por crimes de exercer a atividade de administrador de carteira no mercado de valores mobiliários sem a devida autorização; organização criminosa transnacional; e lavagem de dinheiro por meio de ativo virtual.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/csa-brasil/operacao-da-pf-investiga-golpes-de-r260-milhoes-contra-10-mil-investidores

Desembargador do CE tem filho preso em esquema de venda de sentenças

Ministério Público Federal (MPF). Foto: José Cruz/Agência BrasilRodrigo Vilela

O advogado Fernando Carlos Oliveira Feitosa foi preso nessa terça-feira (5), em Fortaleza (CE), por participar de um esquema de venda de liminares em plantões judiciais do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/CE). A prisão foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no final de setembro, após o Ministério Público Federal (MPF) cobrar a execução imediata da decisão que condenou o advogado de forma definitiva por corrupção passiva, em 2020. Feitosa deve cumprir 19 anos, 4 meses e 2 dias de prisão em regime fechado, além de pagar R$ 241,3 mil em multa.

Na Ação Penal 841, o MPF apontou que o advogado liderava o esquema criminoso, que comercializava decisões proferidas pelo seu pai – o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) Carlos Rodrigues Feitosa – durante os plantões judiciais. Conforme narra a denúncia, Fernando anunciava previamente, em um grupo de whatsapp formado por advogados, os dias dos plantões em que o pai trabalharia e negociava valores e formas de pagamento, dando a certeza de que obteriam resultado favorável aos clientes. As cobranças, segundo as investigações, variavam de R$ 70 mil a R$ 500 mil. A prática foi descoberta na Operação Expresso 150, deflagrada em 2015.

Em abril de 2019, o STJ condenou pai e filho, além de outros seis advogados, pela participação no esquema criminoso. No entanto, de lá para cá, os condenados apresentaram uma série de recursos na Justiça para adiar o cumprimento da decisão. Em junho deste ano, o Ministério Público Federal pediu ao STJ o cumprimento imediato das condenações. A petição sustentou que os condenados têm a clara intenção de “prolongar indefinidamente o exercício da jurisdição”, com a apresentação de recursos protelatórios, o que tem gerado prejuízos para a administração e a dignidade da Justiça.

“Há quase 4 anos a condenação transitou em julgado e, até o presente momento, não se deu início à execução das penas impostas. Esse comportamento transborda a garantia da ampla defesa, desvia dos legítimos fins das normas procedimentais e configura manifesto abuso do direito de defesa”, registrou o pedido.

A relatora do caso, ministra Maria Thereza Assis Moura, acolheu o pedido em relação a Fernando Feitosa no final de setembro, por entender que os recursos ainda pendentes de julgamento não impedem a execução definitiva da pena. Diante disso, determinou que a 2ª Vara de Execuções Penais de Fortaleza expedisse mandado de prisão contra o advogado. (Com informações do MPF)

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/desembargador-do-ce-tem-filho-preso-em-esquema-de-venda-de-sentencas

Governo Lula reage mal à nova derrota da esquerda

Donald Trump durante seu discurso da vitoria, durante a madrugada desta quarta-feira (6) – Foto: redes sociais.Redação

Lula (PT) se demorou a cumprimentar o presidente eleito dos EUA, após insultar Donald Trump (R) e manifestar “preferência” pela candidatura afinal derrotada de Kamala Harris (D). Com idêntica cara de espanto, o ministro dos desacertos econômicos Fernando Haddad, cujo dever é zelar pelas boas relações com países que investem no Brasil, cometeu indelicadeza desnecessária, dizendo que o dia teria amanhecido “tenso”. A esquerda raivosa não captou o recado do Brasil que saiu das urnas. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

O silêncio inicial de Lula e a grosseria de Haddad mostram não haver caído a ficha na esquerda de que, outra vez em 2024, perdeu, mané.

Chefes de Estado e de Governo não podem ter “preferências políticas” em países alheios, têm interesses a serem preservados ou viabilizados.

Assim como Lula ensaiou com Trump, o arqui-inimigo Bolsonaro cometeu erro idêntico, há quatro anos, demorando a reconhecer a vitória de Joe Biden.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/uncategorized/governo-lula-reage-mal-a-nova-derrota-da-esquerda

Últimos a saber, ministros alvos de cortes se acham traídos

Fernando Haddad, ministro da Fazenda – (Foto: Washington Costa/MF)Cláudio Humberto

Foi a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, quem soou a trombeta para que fossem chamados ao Planalto, para exercerem uma espécie de direito de defesa na reunião em que Lula (PT) definia com a equipe econômica a tesourada nos gastos públicos. A reunião começou com Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão). Ex-ministra do Planejamento, Miriam sabe que, sem os ministros alvos das medidas, o corte não anda.

Sobrou pra geral

Os ministros Desenvolvimento Social, Previdência, Saúde, Educação e Trabalho, chamados às pressas ao Planalto, reclamaram de “traição”.

Cama feita

Entre as opções da turma encabeçada por Haddad, tem ajustes no BPC, Fundeb e outros benefícios… mas ninguém foi avisado da intenção.

Sem embromation

O bicho pegou quando a solução dos ministros foi “combater fraudes”. Tebet explicou que só isso não seria suficiente. É corte mesmo.

Penduricalho

Sobrou até para “Bessias” da AGU, ausente, mas lembrado, que tenta engordar salário de sua turma com mais um privilégio: o auxílio-saúde.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/ultimos-a-saber-ministros-alvos-de-cortes-se-consideram-traidos

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