A diferença de apenas 10.838 votos determinou a vitória de Evandro Leitão (PT) sobre André Fernandes (PL) em Fortaleza, na disputa mais acirrada entre todas as capitais brasileiras e que deu ao PT a única prefeitura de capital nestas eleições de 2024. Para chegar a esse resultado, o partido precisou colocar em campo seus principais cabos eleitorais no estado, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente no segundo turno.
No primeiro turno, Leitão passou atrás de Fernandes — 40,2% contra 34,33% dos votos válidos —, contando com um desempenho ruim do atual prefeito José Sarto (PDT), que fez apenas 11,75%.
Sem garantir nenhuma capital no primeiro turno, o PT avançou em quatro: Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre. Nas projeções internas da sigla, a que tinha mais chances era a cearense, fazendo com que os esforços fossem destinados para lá.
Tropa de choque desembarcou em Fortaleza
Logo no começo do segundo turno da eleição em Fortaleza, no dia 11 de outubro, o presidente Lula desembarcou na cidade para um comício ao lado de Leitão, do governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) e do ministro da Educação e ex-governador cearense, Camilo Santana (PT).
Os três principais cabos eleitorais foram amplamente usados na propaganda eleitoral, na qual eles apareciam como o “time do Evandro”, com o propósito de mostrar que o candidato tinha a benção deles e também teria o apoio das esferas estadual e federal em prol da cidade.
O ministro, aliás, esteve em Fortaleza em várias oportunidades no segundo turno, até para aproveitar sua popularidade na cidade. Ex-governador e senador eleito em 2022, Camilo Santana carrega uma imagem positiva sobre o eleitorado na capital cearense. De acordo com pesquisa da AtlasIntel*, divulgada na véspera do segundo turno, ele aparecia com uma imagem positiva por parte de 57% dos entrevistados.
“Nosso time é o time do amor e quem ama Fortaleza sabe que o Evandro é quem pode fazer mais pelos fortalezenses”, declarou Santana no sábado anterior à votação. “Evandro é meu candidato. Se você votou em mim, vote Evandro 13”, pediu em suas redes sociais.
Foi na véspera também que o presidente Lula deu o último recado ao eleitor da capital do Ceará. “O Evandro está preparado, tem o apoio do governador Elmano de Freitas e do ministro Camilo Santana, e encontrará no governo federal uma gestão parceira para construir projetos para melhorar a vida do povo”, escreveu nas redes sociais.
Na festa da vitória neste domingo, Santana marcou presença no palco, ao lado de Leitão. “Eu queria agradecer a Deus, ao povo de Fortaleza e dizer que o que eu puder fazer para o Evandro ser o melhor prefeito da cidade, eu farei”, discursou após rezar um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria” junto com os presentes no comitê da campanha.
Fernandes se distanciou do bolsonarismo para quase vencer a eleição em Fortaleza
Se de um lado o PT foi com toda a tropa para ajudar Leitão na eleição em Fortaleza, não aconteceu o mesmo com André Fernandes. Deputado federal dos mais alinhados ao bolsonarismo, ele não levou o ex-presidente para a campanha. Pelo contrário. Escondeu o quanto foi possível. Isso porque a figura de Bolsonaro não é das mais queridas em Fortaleza, como mostra a pesquisa já citada da AtlasIntel: 57% dos entrevistados têm uma imagem negativa do ex-presidente.
Bolsonaro só esteve em Fortaleza em agosto, antes mesmo do início do período oficial das eleições. Depois disso não apareceu mais. E para tentar vencer as eleições, Fernandes moderou seu discurso para tentar atrair o eleitor que rejeita Bolsonaro. Funcionou em boa medida, principalmente no primeiro turno.
Na parte final do pleito, porém, a campanha adversária fez o possível para colar o candidato do PL no ex-presidente, desidratando aos poucos a vantagem que fez para avançar ao segundo turno.
Ataques nas redes sociais
Além disso, um vídeo postado pelo deputado federal José Guimarães (PT) em suas redes, já na última semana do segundo turno, ganhou repercussão nacional. Na legenda, Guimarães escreveu “André Fernandes odeia as mulheres”. No vídeo, Fernandes estaria menosprezando casos de feminicídio. “Tá, dane-se”, disse. O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) determinou, inclusive, que o deputado do PT publicasse um direito de resposta em suas redes sociais.
O voto das mulheres, aliás, pode ter sido determinante para a vitória de Leitão. Tanto que ele reservou um espaço no seu discurso da vitória para agradecê-las. “Quero fazer um agradecimento muito especial, mas muito especial mesmo, a todas as mulheres de Fortaleza”, disse. “Foi uma jornada muito pesada. Mas, com a força de Deus e Nossa Senhora do nosso lado, a gente chega aqui com uma grande vitória”, prosseguiu.
*Metodologia da pesquisa citada: 1.600 entrevistados pelo AtlasIntel entre os dias 20 a 25 de outubro de 2024. A pesquisa para a eleição em Fortaleza foi contratada pela Focus Comunicação e Mídia LTDA. Confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Registro no TSE nº CE-08144/2024.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2024/fortaleza-ce/para-nao-zerar-nas-capitais-pt-apostou-tudo-em-fortaleza/
Eleições consagram antipetismo e PT só leva uma capital – e com vitória apertada
O segundo turno das eleições municipais mostrou que o antipetismo segue como uma importante força política no país, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupar a chefia do Executivo federal. Das 26 capitais, o PT conseguiu levar apenas Fortaleza (CE), com Evandro Leitão (PT), e viu o Centrão e a direita tomarem as demais 14 capitais neste domingo (27).
Mesmo levando a capital cearense, a disputa com o Partido Liberal, encabeçado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dividiu a cidade. Leitão foi eleito prefeito com 50,38% dos votos válidos (716.133 votos), contra 49,62% (705.295 votos) conquistados pelo deputado federal André Fernandes (PL).
No início de outubro, quando 11 capitais elegeram prefeitos no primeiro turno, o PT e alguns partidos satélites já haviam sido derrotados nas urnas. O partido de Lula perdeu em Vitória (ES) e Teresina (PI); o PSOL, em Macapá (AP) e Salvador (BA); e o PSB, em São Luís (MA).
O fracasso se aprofundou neste segundo turno, com a derrota de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo; de Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre (RS); de Natália Bonavides (PT) em Natal (RN); de Lúdio Cabral (PT) em Cuiabá; e de Luiz Roberto (PDT) em Aracaju (SE). Quando observada a região Nordeste, importante reduto eleitoral de Lula, a esquerda também sofreu outra importante derrota. Das nove capitais, sete foram para a direita e o Centrão. Confira:
- São Luís – PSD
- Teresina – UNIÃO
- Fortaleza – PT
- Natal – UNIÃO
- João Pessoa – PP
- Recife – PSB
- Maceió – PL
- Aracaju – PL
- Salvador – UNIÃO
Para o cientista político Adriano Cerqueira, a eleição em Fortaleza simbolizou um “suspiro final” para o PT e evidenciou a força emergente do PL. Ele destacou que, apesar da vitória petista na capital cearense, a margem estreita revela a fragilidade do partido e aponta para um futuro desafiador.
“Foi uma vitória milimétrica para o PT, praticamente 50 a 50. O candidato do PL, o André, quase conseguiu vencer, o que mostra a força crescente do partido. Foi uma derrota com sabor de vitória para o PL, enquanto o PT mostrou dificuldades e fragilidade,” analisa Cerqueira. “Embora tenha sido uma conquista em uma capital, talvez se trate de uma vitória de Pirro para o PT, sugerindo um cenário estadual complexo nas próximas eleições.”
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2024/eleicoes-antipetismo-pt-capital/
Derrota de Boulos foi desmoralizante e o Brasil aponta para que lado caminha
Com o fim do 2º turno das eleições municipais de 2024, posso reafirmar o que disse na coluna de 6 de outubro de 2024: a direita conservadora foi consagrada como nunca antes, alcançando um resultado inédito, enquanto Lula, o PT e a esquerda foram humilhados. No entanto, o maior vencedor do pleito não foi a direita, mas sim o Centrão, bloco formado por políticos que se alinham tanto à direita quanto à esquerda, mas cuja verdadeira ideologia é o pragmatismo do toma-lá-dá-cá.
Não há como começar esta análise sem falar de São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) sofreu um vexame eleitoral raro. Sua derrota foi ainda mais acentuada do que as pesquisas previam, revelando um teto eleitoral que ele não conseguiu superar. Assim, ele terminou a disputa praticamente no mesmo patamar da eleição anterior, apesar de ter investido 16 vezes mais nesta campanha.
Vamos aos números: Ricardo Nunes (MDB) venceu com 59,35% dos votos, enquanto Boulos obteve 40,65% – o mesmo desempenho da eleição de 2020. Nunes conquistou 54 zonas eleitorais de São Paulo, enquanto Boulos venceu em apenas 3, sem sequer liderar nos bairros mais ricos, onde antes tinha vantagem. O número de abstenções superou os votos em Boulos: 2.940.360 eleitores não compareceram às urnas, enquanto 2.323.901 votaram nele. A derrota foi mais que humilhante; foi desmoralizante.
Esses dados são relevantes porque, em 2020, Boulos defendeu abertamente pautas progressistas, como a descriminalização das drogas e do aborto, além da visão bandidólatra da esquerda em relação à segurança pública. Em 2024, contudo, ele fez uma guinada brusca, tentando se afastar de seu histórico como invasor de terras e de seu radicalismo comunista, buscando agradar o eleitorado conservador e evangélico. Nos momentos finais da campanha, chegou a se aproximar de Pablo Marçal (PRTB), que, durante toda a campanha, acusou-o de ser usuário de drogas e cheirador de cocaína, até mesmo com um laudo falso na véspera do 1º turno.
O número de abstenções superou os votos em Boulos: 2.940.360 eleitores não compareceram às urnas, enquanto 2.323.901 votaram nele
Apesar do esforço, Boulos não conseguiu avançar em relação à eleição anterior. Nem o gasto de campanha 16 vezes maior ajudou: o PT e o PSOL, principais financiadores, investiram R$ 51 milhões, mais de quinze vezes os R$ 3,3 milhões de 2020. O projeto de transformá-lo no herdeiro político de Lula fracassou. Além de ter um teto eleitoral claro, Boulos não conquistou a confiança do eleitorado de direita, independentemente do quanto gastasse ou de suas tentativas de se vestir como um “faria limer” em vez de um militante comunista. Lula e a esquerda precisarão buscar outra alternativa para 2026, mas a missão será difícil: não há, atualmente, lideranças relevantes na esquerda além do próprio Lula.
A derrota da esquerda não se limitou a São Paulo, mas se espalhou por todo o Brasil. O PT venceu em apenas uma capital, Fortaleza, e por uma margem apertada contra André Fernandes (PL), que conduziu uma campanha vibrante, com jingles inspirados em músicas populares entre os jovens. Em Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) sofreu uma das derrotas mais marcantes, ficando atrás apenas de Boulos em termos de decepção: obteve 38,47% dos votos contra 61,53% do prefeito Sebastião Melo (MDB), agora reeleito. No estado de São Paulo, berço do PT, o partido venceu em apenas quatro cidades: Matão, Santa Lúcia, Lucianópolis e Mauá. Esse desempenho é desastroso para quem está no comando do país, com o poder e a máquina da Presidência da República nas mãos.
Em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) e Paulo Martins (PL) serão os próximos prefeito e vice-prefeito. Martins foi indicado pessoalmente por Jair Bolsonaro e recebeu o apoio do partido Novo, do qual sou embaixador. Pimentel conquistou 57,64% dos votos, contra 42,36% de Cristina Graeml (PMB). Embora derrotada, Cristina fez história ao se tornar a mulher mais votada nas eleições municipais de Curitiba, com 390.254 votos, consolidando-se como uma forte candidata para o Legislativo em 2026.
O PL, partido de Bolsonaro, teve um desempenho mais modesto no segundo turno, vencendo em apenas duas das nove capitais disputadas: Cuiabá e Aracaju. O PL perdeu em Palmas, Manaus, João Pessoa, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém e Goiânia. A eleição em Goiânia merece destaque, pois, dois dias antes do pleito, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deflagrou uma operação da Polícia Federal contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), um dos principais apoiadores do candidato Fred Rodrigues (PL).
Fred acabou derrotado por Sandro Mabel (União), candidato do governador Ronaldo Caiado (União). A operação policial foi vista por muitos, inclusive por mim (e você pode conferir no programa Sem Rodeios da última sexta, no canal do Youtube da Gazeta do Povo), como uma interferência direta de Moraes nas eleições, uma vez que a investigação contra Gayer não apresentava urgência e continha inconsistências graves, como a alegação de que Gayer usou verbas parlamentares para financiar os atos do 8 de janeiro antes mesmo de tomar posse como deputado federal, algo impossível pelas leis da física.
Embora a direita tenha se consolidado e a esquerda tenha sido derrotada, o grande vencedor foi o Centrão, a força política mais relevante do Brasil, infelizmente. O PSD, de Gilberto Kassab, lidera em número de prefeituras, com 878, seguido pelo MDB, com 847, pelo PP, de Arthur Lira, com 743 e pelo União Brasil, com 579. Só então vem o PL, com 510. O PT ficou atrás até do PSDB, um partido já considerado nanico, com 248 prefeituras, contra 271 dos tucanos. Embora o Centrão não tenha um alinhamento ideológico definido, aproximando-se do governo do momento em troca de poder e dinheiro, a maioria de seus políticos tende a se aproximar de posições conservadoras em temas de segurança pública e costumes.
Encerro celebrando o crescimento do partido Novo nestas eleições: elegemos quase 300 vereadores e vencemos em 19 cidades, um feito inédito que representa um crescimento de mais de 1.800%. No 2º turno, conquistamos Taubaté (SP), a segunda cidade mais populosa do Vale do Paraíba, onde Sérgio Victor (Novo) derrotou o ex-prefeito Ortiz Junior com 61,98% dos votos válidos, contra 38,02% do adversário. Em Ribeirão Preto, perdemos a prefeitura por apenas 687 votos e nosso candidato Marco Aurélio, estreante na política, poderá vir a fazer a direita crescer no Congresso em 2026. Para a direita, estas eleições são motivo de celebração: os futuros deputados federais, senadores e governadores de 2026 já estão entre nós.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/deltan-dallagnol/derrota-de-boulos-foi-desmoralizante-e-o-brasil-aponta-para-que-lado-caminha/
Pacote antiativismo não é inconstitucional
Por mais que o ministro Luís Roberto Barroso insista em negar, o problema do ativismo judicial é bastante real, como lembramos neste espaço alguns dias atrás. Na mesma ocasião, afirmamos também que a solução ideal deveria vir do próprio Supremo Tribunal Federal, cujos membros deveriam reconhecer que há anos vêm assumindo funções que não são do Judiciário, mas dos outros dois poderes, e partir para a autoconteção. Mas, se essa iniciativa não vem da cúpula do Judiciário brasileiro – que, pelo contrário, nega o problema enquanto o intensifica –, o que se pode fazer a respeito?
Tramita no Congresso Nacional um grupo de propostas de emenda à Constituição e projetos de lei, em diferentes estágios de análise, que consiste em um autêntico “pacote antiativismo judicial”. Por mais que o termo “anti-STF” já tenha se popularizado, seu uso é equivocado porque não se trata de atacar o Supremo, reduzi-lo à irrelevância, fazer dele um subpoder ou retirar-lhe as atribuições que a Carta Magna lhe dá. O objetivo é buscar meios de conter a distorção na separação de poderes causada pelo ativismo judicial, a intromissão de um Judiciário que redige e muda leis, que define políticas públicas, que decide quem pode ou não pode ser nomeado para certos cargos – enfim, trazer de volta à normalidade um cenário de relações entre poderes que hoje é anômalo.
Por mais que o termo “anti-STF” já tenha se popularizado, seu uso é equivocado porque o pacote não pretende atacar o Supremo, reduzi-lo à irrelevância, fazer dele um subpoder ou retirar-lhe as atribuições que a Constituição lhe dá
A oposição ao pacote antiativismo não tardou a vir. Os ministros do STF, como era de se esperar, têm feito muito uso do jus sperneandi, às vezes em termos bastante duros, como quando Gilmar Mendes chamou de “pigmeus morais” os senadores que haviam aprovado a PEC 8, um dos textos desse pacote antiativismo; mais recentemente, o decano do Supremo comparou o pacote à Constituição ditatorial da Era Vargas, promulgada em 1937. Formadores de opinião satisfeitos com a atuação recente do Supremo têm tentado desqualificar os projetos como mera vingança de parlamentares bolsonaristas contra uma corte que tem se empenhado em persegui-los, ignorando a realidade do ativismo judicial. Em muitos casos, tem sido dito que os projetos seriam “inconstitucionais”. Mas será isso verdade?
Não é nosso interesse, neste espaço, fazer uma avaliação positiva ou negativa a respeito dos projetos – o que, em alguns casos, já foi feito em outras ocasiões neste espaço. Interessa-nos, hoje, avaliar se o pacote antiativismo de fato viola a Constituição e os princípios que regem a relação entre os poderes, que são “independentes e harmônicos entre si”, nas palavras do artigo 2.º da Carta Magna, e estão todos sujeitos ao sistema de freios e contrapesos imprescindível em uma democracia para impedir o surgimento de “superpoderes”.
A primeira questão é bastante simples: o Congresso tem o direito de alterar as regras que regem o funcionamento do Poder Judiciário, inclusive do Supremo? Parece-nos óbvio que sim, já que o Legislativo, formado pelos representantes do povo, exerce o poder constituinte derivado – e inclusive já o fez no passado recente, quando em 2015 aumentou de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria dos ministros do STF por meio da “PEC da Bengala”. Se o Congresso assim decidisse, poderia impor mandatos fixos a ministros, mudar o número de membros da corte, ou alterar a forma como eles são escolhidos. Tudo isso está dentro do escopo do Congresso.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/pacote-antiativismo-nao-e-inconstitucional/
Eleições confirmam: Lula não está em sua melhor fase
Tinha previsto que Ricardo Nunes (MDB) faria 60% em São Paulo, deixando Guilherme Boulos (PSOL) com 40%. Nem adiantou a ajuda de Marçal no final. Marçal chamou o Boulos para um palanque dele. Certamente queria se promover. Mas Nunes não foi. Não mordeu a isca.
Eu não sei se todas essas idas e vindas não o prejudicam também profissionalmente. Parece que ele é um “treinador de gente” que quer se dar bem na vida. E acabou entrando em caminhos errados. Não deu certo. Enfim, a gente realiza as coisas pelo resultado.
Tampouco adiantou Lula dar apoio a Boulos. Não adiantou, nem Lula e nem primeira dama. Foi uma vitória em praticamente todo o município de São Paulo, e em quase todas as seções eleitorais. Foi uma bela vitória do prefeito – agora reeleito – Nunes.
Houve uma boa vitória do PT apertadíssima em Fortaleza. Praticamente empate. Em situações normais de eleição, pediriam recontagem de votos e recontagem manual de votos. Vejam só: 50,38% a 49,62% – PT vs PL.
Em Goiânia, o governador Caiado mostrou força elegendo seu candidato e não o de Bolsonaro.
Em Porto Alegre houve uma derrota do PT. Sebastião Melo (MDB) se reelegeu com 61% dos votos. É um resultado importante. Assim como em Natal, onde a governadora Fátima Bezerra (PT) não conseguiu emplacar sua candidata. Ganhou o União Brasil.
Lá em Belo Horizonte o PL também não conseguiu. Foi reeleito o prefeito. Mais vitórias do PSD, do Kassab.
Queda de Lula
Como eu previa aqui (já que também sofri uma queda e bati a cabeça no chão) Lula não poderia viajar para São Paulo. Ele não foi nem votar em São Paulo, e muito menos fazer campanha para o Boulos na reta final. Nem vai para a Colômbia ou para Cali, na Conferência da Biodiversidade da ONU. Chamam agora a natureza de biodiversidade. Acham que é mais bonito? Talvez mais erudito? Mais elitista? Porque o povo ainda chama natureza de natureza. “Conferência da Biodiversidade da ONU”, nome pomposo. Adoram nomes pomposos e compridos. Mas ele não vai porque não pode viajar.
Enquanto isso, o Maduro continua espinafrando o Lula. Está furioso porque Lula vetou sua entrada como apoiador dos BRICS. O mesmo Lula que, no início de seu governo, tentou vender a democracia da Venezuela, chamada por ele de “relativa”, para os presidentes do continente sul americano, latino americano.
Ele não conseguiu. Teve até uma reação hostil do esquerdista Gabriel Borić, presidente do Chile. Lula não está na sua melhor fase.
Enfim, houve a queda e Lula se livrou de ter a foto apertando a mão de Putin, do presidente da China e do Irã. Eu até acho que ele pensa que ficaria bem na foto, mas ficaria ainda pior para a imagem do Brasil.
Estava lá Mauro Vieira, mas ninguém sabe quem é Mauro Vieira. Não vão ligar a presença dele, com os outros, ao Brasil. O Brasil já tem tantos motivos, infelizmente, para sofrer certo preconceito no exterior. Ainda bem que Lula não foi nessa reunião dos BRICS – “reunião anti-ocidental”.
Residência do Torto
Eu vivo tentando ensinar aos jornalistas que a casa de campo do Presidente da República não é a Granja do Torto, mas a residência do Torto. E eles continuam: “Lula fez uma reunião, um churrasco na Granja do Torto”. Não. A Granja do Torto é um parque de exposições próximo, mas não é a residência do Torto. Resultado: agora a Polícia Civil está investigando desvios na administração da Granja do Torto. E aí, será que os coleguinhas vão continuar chamando de Granja do Torto?
Caso Vilmar Lacerda
Vilmar Lacerda, ex-presidente do PT, também ex-suplente de senador de Cristovam Buarque – enquanto Buarque era ministro da Educação – está preso por pedofilia, supostamente praticada sobre meninas de 13 anos de idade. Meu Deus do céu! Vilmar Lacerda está preso.
A estrela do PT é uma estrela cadente nesse momento, resultado das últimas eleições.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/eleicoes-confirmam-lula-nao-esta-em-sua-melhor-fase/
Sem aceitar a derrota e movido pelo rancor, Boulos entra com queixa-crime contra Tarcísio
27/10/2024 às 20:24Ler na área do assinante
Guilherme Boulos entrou com uma esdrúxula queixa-crime no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O motivo é a declaração do governador sobre a interceptação de bilhetes no sistema prisional com um “salve” do Primeiro Comando da Capital (PCC) pedindo votos para Boulos.
As alegações dos advogados do candidato derrotado são fracas e contrastam com a realidade.
O “salve” do PCC pedindo votos para Boulos realmente aconteceu.
Sua votação maciça no sistema prisional é reflexo disso.
O mais, é mero choro de um derrotado.
O relator do caso no TSE será o ministro Nunes Marques.
ACHAMOS A FOTO SECRETA DO BRICS
FONTE: JBF https://luizberto.com/achamos-a-foto-secreta-do-brics/
FAZ PENA O CHORORÔ GLOBEIRO…
FONTE: JBF https://luizberto.com/faz-pena-o-chororo-globeiro/
É DE FAZER CHORAR… PEGUE UM LENCINHO…
FONTE: JBF https://luizberto.com/e-de-fazer-chorar-pegue-um-lencinho/
Aumento da dívida pública do Brasil não é questão de fé, diz Estadão
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que a dívida bruta brasileira deve aumentar mais de 10 pontos porcentuais ao longo do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 83,9% do Produto Interno Bruto (PIB), no fim de 2022, para 94,7%, em 2026.
Já o superávit primário, se houver, será só a partir de 2027, e bastante modesto – o equivalente a 0,1% do PIB. É o que destaca o jornal O Estado de S. Paulo em editorial desta segunda-feira, 28.
A relação entre dívida e PIB é um indicador importante para aferir a solvência de um país e comparar sua situação à de outras nações semelhantes. No caso brasileiro, o endividamento, segundo os critérios do fundo, subiu de 86,7% do PIB no relatório divulgado em abril para 87.6% do PIB no de outubro. E até 2029, a dívida na proporção do PIB chegará a 97,6%.
Antes mesmo dessa revisão, destaca o jornal, o indicador brasileiro já destoava da média dos países emergentes, hoje em 70,8%, atrás apenas de China, Egito, Ucrânia, Bahrein e Argentina.
Mas o alerta do FMI não vale somente para o Brasil. A dívida bruta global deve atingir 93% do PIB, em média, e superar US$ 100 trilhões neste ano. Até 2030, ela deve alcançar 100%, 10 pontos porcentuais acima do registrado em 2019, um ano antes da pandemia.
“Com a covid-19, países desenvolvidos e emergentes aumentaram gastos para lidar com os desafios sanitários e evitar que suas economias desabassem”, afirma o Estadão. “O estimulo resultou em inflação elevada e juros mais altos. Para completar, tensões geopolíticas ampliaram incertezas no mundo todo.”
A receita mais segura em um cenário turbulento, segundo o FMI, é apostar na credibilidade e na transparência das políticas fiscal e monetária.
Para o fundo, é preciso aproveitar o ciclo de flexibilização da política monetária nas principais economias do mundo para elaborar políticas fiscais cuidadosas, que protejam as famílias mais vulneráveis e não prejudiquem o crescimento. Do contrário, os ajustes necessários terão de ser bem mais duros no futuro.
O Estadão destaca ainda que projeções do FMI para a dívida brasileira foram mal recebidas pelo governo, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que esse cenário não se concretize. “Não acredito nessa trajetória. Se você está descrevendo o que está no documento, eu não acredito que ela vá acontecer”, afirmou o ministro, em entrevista a jornalistas em Washington.
Um dia antes, quando o FMI melhorou a estimativa para o crescimento do PIB de 2,1% para 3% neste ano, a receptividade foi muito diferente. Haddad celebrou a revisão sem questioná-la, negou que o avanço estivesse relacionado ao estímulo fiscal do governo e não deu muita atenção à previsão do FMI para o PIB de 2025, embora o crescimento tenha sido reduzido de 2,4% para 2,2%.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/aumento-da-divida-publica-nao-e-questao-de-fe-diz-estadao/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Mensagens do PCC: Cármen Lúcia comenta ação de Boulos contra Tarcísio
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comentou a ação ajuizada pelo candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), contra o governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O governador afirmou, em entrevista coletiva, que a inteligência do governo havia interceptado mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) em que orienta o voto no psolista.
Questionada pela imprensa se não houve demora da Justiça Eleitoral em agir, ela disse que “quem pratica qualquer ilícito no dia da eleição, antes ou depois da eleição, responde juridicamente, terá dada resposta juridicamente”.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva no TSE, depois do encerramento do segundo turno das eleições municipais. “Nós estamos dando o resultado de uma eleição de 33 milhões de eleitores nas urnas, duas horas e 15 minutos depois do início do fechamento das urnas. Acho que realmente um caso significa apenas um atestado do êxito da Justiça Eleitoral. Um caso de 51 municípios com mais de 30 milhões de eleitores, convenhamos que é uma Justiça que funciona muito bem”, afirmou.
Ela disse, ainda, que os prazos na Justiça Eleitoral do Brasil são estreitos, e, portanto, a resposta será rápida. “A Justiça Eleitoral tem prazos curtíssimos, e será dada a resposta. Fosse um país onde ficam meses ou semanas para dar a notícia, eu acho que até seria razoável essa ilação de que fica a impressão [de que a Justiça Eleitoral não agiu]. Essa é a impressão, realmente, que eu acho que não tem nenhum embasamento”, disse.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/mensagens-do-pcc-carmen-comenta-acao-de-boulos-contra-tarcisio/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
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