Um país de trilhos abandonados

Governo quer retomar 11 mil quilômetros de ferrovias em desuso. Imagem ilustrativa.| Foto: Sesbilder/Pixabay

Quando o assunto é infraestrutura, o Brasil tem uma coleção notável de vergonhas. O exemplo mais perceptível para a maioria da população é o das rodovias que são verdadeiras “rotas do queijo”, tantos os buracos; mas o modal ferroviário está em uma situação ainda mais deprimente. A malha total brasileira é de 31 mil quilômetros, extensão quase idêntica à de 100 anos atrás e equivalente à malha atual da França, cujo território tem o mesmo tamanho da Bahia. Os Estados Unidos, que têm área 11% maior que a do Brasil, têm dez vezes mais ferrovias. E mesmo o pouco que temos é subutilizado: uma auditoria do TCU, com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostrou que 57% das estradas de ferro brasileiras estão inoperantes ou têm nível de tráfego abaixo de uma viagem de ida e volta por dia.

Boa parte desses trilhos em desuso – cerca de 11 mil quilômetros – está na mão de empresas que arremataram concessões no fim dos anos 90 do século passado, e o governo federal resolveu propor a essas empresas a devolução dos trechos mediante pagamento – na prática, uma indenização pelo fato de as concessionárias não terem feito o devido bom uso das ferrovias concedidas. Com base em um acordo já fechado com a Rumo e avalizado pelo TCU, o preço estimado por quilômetro de trilho devolvido ficaria entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. Para as empresas, devolver os trilhos seria um bom negócio, já que seria muito mais barato pagar este valor que investir de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões por quilômetro para construir uma ferrovia nova. Para o governo, os acordos representam a chance de levantar cerca de R$ 20 bilhões, montante significativo para quem está caçando todo e qualquer recurso disponível para fechar as contas.

Os bilhões que o governo pode arrecadar com a devolução dos trilhos em desuso terão de ser usados no planejamento da infraestrutura ferroviária, mas haverá espaço, neste planejamento, para uma participação robusta da iniciativa privada?

A grande questão não é o negócio em si, mas o que será feito desses trilhos depois que eles retornarem para as mãos do governo federal. O modal ferroviário precisa desesperadamente de ampliação e modernização; chamá-lo de “subaproveitado” ainda seria fazer uma avaliação generosa demais, tão ínfima é a malha atual diante de todo o potencial brasileiro para o transporte de pessoas e cargas sobre trilhos – neste último caso, com enorme potencial de redução de custos e aumento da competitividade. O governo anterior enfrentou este e outros gargalos de infraestrutura: além da “BR do Mar”, conseguiu emplacar o Marco Legal das Ferrovias em 2021, mas para isso precisou recorrer a uma manobra sagaz. Diante da demora do Congresso na apreciação de um projeto de lei sobre o tema, datado de 2018 e de autoria do tucano José Serra, Jair Bolsonaro publicou uma medida provisória, implementando um modelo que atraiu enorme interesse; no fim, o Congresso teve de se mexer para não levar a culpa pelo desperdício de investimentos caso a MP caducasse.

O PT de Lula, no entanto, se opôs a tudo isso. O relator do PLS 261/18 no Senado, Jean Paul Prates, propunha um modelo ligeiramente diferente, a ponto de várias empresas ameaçarem desistir dos investimentos prometidos caso aquela versão acabasse aprovada; o Congresso, felizmente, acabou emendando o texto para deixá-lo semelhante à medida provisória que tinha sido editada. Nos plenários do Senado e da Câmara, o PT votou contra o projeto. Os bilhões que o governo pode arrecadar com a devolução dos trilhos em desuso terão de ser usados no planejamento da infraestrutura ferroviária, mas haverá espaço, neste planejamento, para uma participação robusta da iniciativa privada, nos moldes do que o Marco Legal das Ferrovias prevê, ou veremos o retorno da ideologia estatizante que tem sua parte de responsabilidade no atraso do modal ferroviário no Brasil?

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/ferrovias-abandonadas-devolucao-governo-concessionarias/

Governo Lula se contradiz com discurso a favor de vacinas e falta de imunizantes em municípios

Apesar de discursos frequentes a favor de vacinas, o ministério da Saúde deixa municípios desabastecidos.
Apesar de discursos frequentes a favor de vacinas, o ministério da Saúde deixa municípios desabastecidos.| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


Uma pesquisa recente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que mais de 64% dos municípios brasileiros estão enfrentando estoques insuficientes de vacinas. O levantamento, realizado em setembro, escancarou falhas na administração do ministério da Saúde, ameaçando a imunização nacional e repetindo a baixa cobertura de 2022, atribuída ao governo anterior. Ainda assim, o governo Lula reitera o discurso pró-vacinação, como o realizado no desfile de 7 de setembro.

Apesar das campanhas do ministério da Saúde, a realidade nos municípios aponta para uma escassez preocupante. De acordo com o estudo, as vacinas com maior escassez são as contra varicela (catapora), covid-19 pediátrica, meningite tipo C, hepatite A, a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) e a DTP (difteria, tétano e coqueluche). Entre os estados mais afetados estão o de Santa Catarina, onde 83,7% dos municípios estão sem vacina, seguido de Pernambuco (80,6%) e Paraná (78,7%). Das 27 unidades federativas do país, 20 apresentam pelo menos 50% dos municípios sem imunizantes.

“No fim, quem paga a conta é a população, que na grande maioria das vezes não tem condições financeiras de obter essas vacinas na rede privada e fica à mercê do governo”, afirma Francisco Cardoso, médico infectologista e membro da Câmara Técnica de Infectologia do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Falta de vacinas coloca a saúde pública em risco e pode gerar impactos econômicos

As complicações da catapora, por exemplo, podem se agravar significativamente nos casos em que a criança não tenha recebido a vacina. Segundo informações do próprio Ministério da Saúde, entre as principais consequências estão a encefalite, uma inflamação aguda no sistema nervoso central, além de pneumonia e infecções na pele e ouvido.

Já a meningite C, cuja vacina é a terceira mais em falta nos municípios, pode causar complicações graves como danos cerebrais, perda de audição e visão, paralisia ou amputação de membros e atrasos no desenvolvimento motor.

Para Antônio Jordão, médico com formação em saúde pública, a falta de cobertura vacinal de doenças graves pode desestruturar o sistema de saúde. “Se houver um desencadeamento de uma epidemia de meningite C, por exemplo, o impacto na saúde pública seria imenso. Isso exigiria não apenas uma alta hospitalização, mas leitos de UTI muito específicos para doenças contagiosas, estrutura que nem todos os hospitais possuem”, alerta.

Diante da situação crítica em que se encontram, algumas cidades estão buscando alternativas emergenciais. Em algumas unidades da federação, os postos de saúde têm oferecido vacinas de cobertura maior à população como é o caso do Distrito Federal. Por exemplo, na ausência de meningo C (contra a meningite C), os profissionais da saúde utilizam a ACWY (que cobre meningites do tipo A, C, W e Y). “Essas vacinas que estão sendo usadas para cobrir as lacunas do PNI [Plano Nacional de Imunização] são mais caras. Isso certamente está sendo feito no esquema de emergência, mas aumenta significativamente os custos. Ou seja, se não for resolvido a curto prazo, o gasto vai explodir e pode faltar dinheiro para comprar as vacinas regulares”, analisa Cardoso.

Uma nota do ministério da Saúde declarou que “não há falta generalizada de vacinas no Brasil”. De acordo com a pasta, ao assumir o governo em 2023 “havia desabastecimento generalizado de vacinas” e que, “além de problemas na gestão anterior”, algumas dessas vacinas estariam “em falta no mercado mundial” e outras apresentariam “desafios de produção nacional”. A pasta acrescentou que todos os estados estarão reabastecidos até o próximo final de semana e uma nova compra de 69 milhões de doses está em execução.

Falta de vacina contra covid-19 expõe contradições na gestão de saúde

A vacina da covid-19, cuja eficácia e segurança foram amplamente debatidas durante os anos de pandemia, também enfrenta escassez. Segundo a Folha de S. Paulo, quase um terço dos estoques desse imunizante perdeu a validade, evidenciando falhas na distribuição pelo governo. Atualmente, a vacina de covid para adultos é a sétima mais em falta nos municípios.

Em resposta às críticas e à baixa cobertura vacinal, o governo tentou justificar a situação como sendo fruto da circulação de fake news. No começo da gestão do terceiro mandato de Lula, em 2023, o ministério da Saúde realizou campanhas com esse argumento para tentar aumentar a cobertura vacinal. “Temos enfrentado uma forte campanha, desde 27 de fevereiro, de fake news envolvendo a vacina bivalente. Isso é extremamente sério e eu tenho destacado que não se trata de desinformação, se trata de ação criminosa”, afirmou Nísia Trindade durante um evento em março de 2023.

“O que me chama a atenção é que até mesmo o imunizante da covid, que é alvo de questionamentos, e tão defendido pela ministra Nísia, pelo Lula e por todos do atual governo, também está em falta. Ou seja, aparentemente a preocupação não era exatamente a vacina, mas apenas uma narrativa contra adversários políticos”, observa Cardoso.

Os especialistas apontam para a necessidade da responsabilidade do governo, sem deixar de garantir a liberdade de escolha da população, principalmente em relação às vacinas da covid para crianças, questionadas em vários países.

Sobre a falta de vacinas contra a covid, o ministério da Saúde informou, por meio de nota, que uma nova remessa de 1,2 milhão de doses da vacina de covid para o público infantil começou a ser distribuída nesta semana. “Novo pregão foi concluído recentemente para aquisição de mais de 60 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, garantindo proteção contra cepas atualizadas pelos próximos dois anos”, declarou a pasta.

Médico defende que Congresso Nacional debata sobre escassez de vacinas

De acordo com os médicos ouvidos pela Gazeta do Povo, a escassez de imunizantes pode ser um indicativo de problemas mais amplos na gestão da saúde. “Isso gera preocupações quanto a segurança de quem está na gestão. Será que as pessoas que estão na gestão estão sabendo o que estão fazendo? Será que está faltando dinheiro? São preocupações que têm impacto, pois elas têm uma ação direta na própria assistência. Se está faltando vacina, o que mais está faltando na assistência à saúde no Brasil?”, questiona Cardoso.

Para Antônio Jordão, o Congresso Nacional precisa cobrar responsabilidade dos governantes e das instituições de forma equânime. “Essas questões são relevantes e dizem respeito ao direito de cada cidadão brasileiro. Elas devem ser levadas ao Congresso, ao Ministério da Saúde e a outras instituições como o Ministério Público”, sugere.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/lula-contradicao-falta-vacinas/

A venda de sentenças escancarada em operação da PF

Operação contra venda de sentenças.
Investigações em curso comandadas pela PF apuram supostas vendas de sentença no Tribunal de Justiça do MS e no STJ.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Operação Ultima Ratio, da Polícia Federalestá gerando frutos. Já são cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado usando tornozeleira. Foram afastados por seis meses para continuar a investigação.

Tudo começou quando um advogado, Roberto Zampieri, foi morto com 12 tiros. Encontraram no celular dele toda a conversalhada sobre compra e venda de sentenças. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, com reflexos até em Brasília. Cobranças ridículas, gente dizendo que estão até cobrando pouco, que ele sabe como é que funciona… Aliás, todo mundo sabe, todo mundo comenta. Não é só lá, não. Esses escritórios de advocacia que são vinculados, muitas vezes é o sobrinho, é o primo, é o filho, é a filha, é o genro do dono de escritório de advocacia, e o sujeito está lá usando, ele não se mete. Assim como gente ligada ao gabinete, mas sem vínculo: são os negociadores, que devem levar algum, são os operadores dessa bolsa de venda de sentenças.

O Conselho Nacional de Justiça está pedindo para o Superior Tribunal de Justiça repassar as informações, e os indícios que estão aparecendo são gravíssimos. As pessoas falam do político corrupto, do político que usa os bens públicos para se promover, para se projetar, mas é muito mais grave o juiz que vende sentenças. E muitas vezes o pior que acontece a ele é ser aposentado compulsoriamente e continuar recebendo – e não é pouco o que um juiz recebe.

Será que o livro sobre Dias Toffoli inclui todas as barbeiragens que ele vem cometendo? 

Houve o lançamento de um livro interessante no Supremo. É um livro que, pelo jeito, promove o ministro Dias Toffoli, trata dos 15 anos de atuação dele no STF, chamam de jurisdição. E o livro tem o nome pomposo de Constituição, Democracia e DiálogoDias Toffoli é o ministro que, quando presidente do Supremo, pegou um artigo do Regimento Interno que tinha sido derrogado pela Constituição – mais especificamente, pelos artigos 127 e 129 da Constituição, que dizem que toda a iniciativa de ação penal é do Ministério Público, pois juiz não tem iniciativa –, tomou a iniciativa como se tivesse ocorrido um crime dentro do STF que exigisse uma investigação administrativa, e deu início ao “inquérito do fim do mundo”, como batizou o então ministro Marco Aurélio Mello. Mais recentemente, Toffoli aparece no noticiário quase todo dia: anulou tal processo, anulou tais provas, anulou tal coisa, anulou multa da Lava Jato. Deve estar tudo lá no livro, pois são 1.655 páginas; o Estadão informou que o preço do livro é de R$ 490.

Mais governadores se juntam à resistência contra o novo DPVAT

Está cada vez mais forte o movimento dos governadores contra a ressurreição do DPVAT, agora com outro nome, SPVAT. No governo de Jair Bolsonaro, ele foi derrubado porque estava trazendo vantagem apenas para a seguradora, mas o lobby bem feito na Câmara e no Senado conseguiu que ele fosse recuperado. Agora os governadores estão dizendo que não cobrarão ainda mais impostos dos cidadãos de seus estados. Já haviam dito isso Jorginho Mello (Santa Catarina), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal). Agora se juntaram a eles Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás) e Ratinho Junior (Paraná). São estados importantíssimos. Lula já respondeu que tem de cobrar, mas foi a União que criou o tributo, é da área federal. Parece que é a Caixa Econômica Federal que vai cobrar.Veja Também:

Sem Constituição, país é dominado pela lei do mais forte, com fuzil ou com caneta

Diz a lei complementar que pagar o SPVAT é condição para obter o licenciamento do carro. O dono do veículo é obrigado a pagar o seguro. Mas é obrigado mesmo? Será que a Constituição permite isso? A Constituição, espero que ainda continue valendo – foi o que eu disse em palestra que fiz na quinta-feira na Escola Superior de Guerra, aqui no Rio de Janeiro. Um país sem Constituição não é mais país, é um aglomerado. E, sem Constituição, vale quem tem o calibre mais forte. Quinta-feira, aqui no Rio, por exemplo, eu lembrei dos tempos de guerra no Líbano, que eu cobri em 1982 – e lá corríamos menos risco. Aqui o tiroteio de fuzil entre polícia e bandidos parou a Avenida Brasil, deixando três mortos e vários feridos.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/venda-de-sentencas-operacao-ultima-ratio/

Estadão critica ‘governo camarada’ de Lula por distribuir dinheiro público a artistas

Margareth Menezes, ministra da Cultura, ao lado do presidente Lula; governo lula

O “governo camarada” de Luiz Inácio Lula da Silva tem usado o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) para distribuir quase R$ 60 milhões de recursos públicos a determinados artistas e produtores culturais. Com isso, o chamado “fomento à cultura” tornou- se uma espécie de retribuição ao engajamento ideológico ao lulopetismo. É o que afirma o editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira, 25.

A publicação denuncia alguns casos relacionados ao Ministério da Cultura, de Margareth Menezes, que criou o PNCC em 2023. De acordo com o texto, são 27 comitês de cultura no Brasil. No DF, o programa beneficia a Associação Artística Mapati, cujo vice-presidente era Yuri Soares Franco, secretário de Cultura do PT-DF.

Pouco tempo depois da posse de Lula, Franco ingressou na Secretaria Executiva do MinC.

“Até o momento, a ONG da qual o assessor era um dos diretores já recebeu R$ 486 mil de um total de R$ 2 milhões em verbas da pasta a serem repassados até setembro do ano que vem”, informou o Estadão.

Outro caso “ainda mais estarrecedor” envolve o comité de cultura do Paraná. O que ocorre lá, de acordo com o jornal, é a suspeita de favorecimento financeiro da ONG Soylocoporti, dirigida pelo petista João Paulo Mehl. Essa mesma organização foi transformada em plataforma político-eleitoral para lançamento da pré-candidatura de Mehl para vereador em Curitiba, pelo PT.

“Além do apoio da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, Mehl contou com Margareth Menezes em pessoa no evento institucional, transformado em comicio”, revelou o editorial.

FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/emestadao-em-denuncia-que-o-governo-camarada-de-lula-distribui-r-60-milhoes-do-dinheiro-publico-para-artistas/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification

Bolsa Família: sudeste tem 18 mil casos de superbenefícios que superam o salário mínimo

Aumento do Bolsa Família desestimulou busca de emprego, diz estudo
| Foto: Roberta Aline/MDS


Os maiores benefícios do Bolsa Família estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste, mas também ocorrem nos grandes centros do país. Na Região Sudeste, há 18 mil superbenefícios, com valor acima do salário mínimo. Na Região Sul está o maior benefício – no valor de R$ 4.790. Na cidade de Novo Gama (GO), colada ao Distrito Federal, uma família com 14 pessoas recebeu 20 benefícios no valor total de R$ 3.288.

Inicialmente, o Bolsa Família pagou R$ 142 para cada integrante da família, totalizando R$ 1.988. Em seguida, pagou R$ 150 para cada uma das sete crianças com idade de zero a sete anos incompletos – mais R$ 1.050. Pagou ainda R$ 50 para seis crianças e adolescentes de 7 a 18 anos – mais R$ 300. Ao todo, a beneficiária Thaynara Veloso recebeu R$ 3.388. No período de amamentação, no início do ano, ela recebeu mais R$ 50. Hoje, ela está morando em outra cidade próxima a Brasília, mas continua credenciada ao programa.

Os dados sobre superbenefícios foram extraídos dos pagamentos relativos a junho. Os números são semelhantes aos registrados no mês anterior. Foram registrados 91,5 mil desses benefícios. O maior foi pago novamente a Aline Villas Boas Salvador, no município de Bandeirantes (PR): R$ 4.790 – o equivalente a 3,4 salários mínimos. Foi o mesmo valor do mês de maio. Lenita Menezes, de Autazes (AM), manteve o valor de R$ 4.056, mas passou da terceira para a segunda colocação. Cassiane Lemos, de Alenquer (PA), caiu de R$ 4.288 para R$ 3.996 e ficou em terceiro lugar no ranking.

Aline Salvador é presidente do Lar das Crianças Dr. Bezerra de Menezes – uma instituição filantrópica que atende crianças e jovens de 0 a 18 anos. A Prefeitura de Bandeirantes afirmou ao blog que Aline é guardiã legal cadastrada de 18 crianças que se encontram abrigadas naquela casa de acolhimento por mandados judiciais.

São Paulo

No Estado de São Paulo foram 8.091 casos. O maior benefício pago no estado chegou a R$ 3.322, pago a Suelen da Silva. No Estado do Rio de Janeiro houve mais 3.767 superbenefícios – o maior no valor de R$ 3.122, para Luciana Pinto. O blog trabalhou com benefícios acima do salário mínimo – R$ 1.412. A maior concentração desses casos ocorreu nos estados de Pará (11.705) e Amazonas (11.152). Os superbenefícios ocorrem em famílias numerosas, incluindo as de nações indígenas. O valor médio recebido pelas 20,7 milhões de famílias beneficiadas em outubro foi de R$ 678.

Na Região Nordeste, foram registrados 30.924 superbenefícios, o maior deles pago no município de Capela (SE). Na Região Norte, esses benefícios somaram 29.120 – o maior em Autazes. No Centro-Oeste, foram 7.452 casos, com o maior deles em Rio Verde. Na Região Sul, 5.702 superbenefícios, com o maior em Bandeirantes.

Alguns municípios se destacaram no ranking dos maiores benefícios. Entre os 10 maiores benefícios no país, quatro estão em Alenquer (PA). Foram 160 casos no município de 57 mil habitantes. Em Autazes (AM), com apenas 41 mil habitantes, foram registrados 157 superbenefícios. Em Itacoatiara, município de 103 mil habitantes, foram 387 casos. Entre as grandes cidades, destacam-se São Paulo (SP), com 1.710; Rio de Janeiro, com 932; Manaus, com 1.285; Fortaleza, com 431; Salvador, com 403; São Luís, com 336. Nesses casos, é preciso registrar que as grandes metrópoles têm populações bem maiores.

O que diz a lei

A Lei 14.601/2024, que criou o Programa Bolsa Família detalha os seus benefícios:

I – Benefício de Renda de Cidadania, de R$ 142 por integrante, destinado a todas as famílias beneficiárias do Programa;

II – Benefício Complementar, destinado às famílias cuja soma dos valores relativos aos benefícios seja inferior a R$ 600;

III – Benefício Primeira Infância, de R$ 150 por criança, destinado às famílias; beneficiárias que possuírem crianças com idade entre 0 e 7 anos incompletos;

IV – Benefício Variável Familiar, de R$ 50, destinado às famílias beneficiárias que possuírem: gestantes; nutrizes; crianças com idade entre 7 anos e 12 anos incompletos; ou adolescentes, com idade entre 12 e 18 anos incompletos.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/bolsa-familia-sudeste-tem-18-mil-casos-de-superbeneficios-que-superam-o-salario-minimo/

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/bolsa-familia-sudeste-tem-18-mil-casos-de-superbeneficios-que-superam-o-salario-minimo/

Desdolarização e Sul Global

Presidência do Brasil nos Brics em 2025 pode impulsionar agenda antiocidental do grupo

Lula
Presidente Lula estará na presidência dos Brics em 2025| Foto: André Borges/EFE

O Brasil assume a presidência dos Brics no próximo ano e a agenda do país à frente do grupo pode impulsionar o caráter antiocidental que o bloco tem ganhado desde 2023. Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a agenda brasileira na presidência do bloco abraça discussões que contestam a hegemonia ocidental. Nesse sentido, o Brasil dará continuidade ao Brics Pay e tentará impulsionar o Sul Global no apoio por uma nova ordem mundial.

“Na presidência brasileira do Brics, queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países […] Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países”, disse Lula durante a Cúpula de Líderes dos Brics nesta quarta-feira (23).

Embora a iniciativa tenha um viés econômico que converge com a origem dos Brics, a busca por alternativas comerciais sem o uso do dólar é observada por analistas como uma ação política do bloco. O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero observa que os Brics enfrentam um “duplo processo de descaracterização”, incentivado por China e Rússia.

“Por um lado, estão perdendo o perfil de um grupo que reúne países de grande extensão territorial e população, com a exceção da África do Sul, que representa o continente africano. Por outro lado, o bloco tende a se alinhar cada vez mais com a política externa da China e da Rússia, com um foco antiocidental”, afirmou Ricupero à Gazeta do Povo.

Impulsionado pelos interesses sino-russos, os Brics têm promovido discussões que questionam a hegemonia do Ocidente e da moeda norte-americana no comércio internacional. Tais discussões foram priorizadas neste ano durante a presidência russa e não deve ser diferente no próximo ano, quando o Brasil assume a liderança do bloco.

Presidência brasileira vai impulsionar implementação do Brics Pay

O Brasil assume a presidência rotativa dos Brics em janeiro de 2025 e vai dar sequência a discussões sobre mudanças no sistema financeiro internacional. Conforme anunciado pelo chanceler Mauro Vieira, a presidência brasileira pretende focar na promoção do sistema de pagamentos entre os países membros dos Brics sem a utilização do dólar, incentivando o uso de moedas locais em transações comerciais.

“Temos uma série de iniciativas e de projetos para essa nossa presidência. Um deles é o sistema de pagamento internacional entre os países do Brics, que leva em conta o uso das moedas nacionais e que se possa fazer o comércio entre os países de forma mais célere e menos custosa”, disse Vieira durante coletiva de imprensa nesta quarta (23).

Vieira foi quem presidiu a comitiva brasileira durante a Cúpula de Líderes dos Brics, que ocorreu nesta semana em Kazan, na Rússia. O ministro das Relações Exteriores assumiu a chefia da delegação após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sua viagem ao encontro cancelada por uma recomendação médica. O petista sofreu uma queda durante o final de semana que ocasionou um traumatismo craniano. Desde então, Lula está em observação.

A iniciativa citada pelo chanceler é o Brics Pay, plataforma de pagamentos que poderá servir de alternativa ao sistema Swift. A implementação do sistema é discutida entre os membros dos Brics desde 2018, mas saiu do papel somente neste ano, sob a presidência russa no bloco. A motivação para desenrolar as tratativas foi a suspensão da Rússia do Swift, o que afetou seu comércio internacional.

Swift é um sistema de mensagens de pagamentos interbancárias que permite transações financeiras baseadas no dólar entre mais de 200 países. Na prática, ele permite que pessoas, empresas, entidades e governos façam transferências internacionais de dinheiro.

“Se você usa a moeda estadunidense e os Estados Unidos sancionam seu país, você tem dificuldade de acesso a esses valores, [o que impulsiona a busca por alternativas]”, pontua João Nyegray, professor do curso de Negócios Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Analistas, porém, enxergam o Brics Pay mais como um movimento político do que econômico. A China disputa com os Estados Unidos a liderança da economia mundial e tenta emplacar o yuan como uma moeda internacional de banco central digital capaz de competir com o dólar, que não tem perspectivas de se tornar digital. Isso se soma ainda ao interesse da Rússia em tentar minimizar seu isolamento causado pelo Ocidente.

Desde que Vladimir Putin ordenou a guerra contra a Ucrânia, a Rússia se tornou o país mais sancionado do mundo. Nesse sentido, o país foi suspenso do Swift – manobra orquestrada pelo G7 em uma tentativa de pressionar Putin a colocar um fim à guerra. Tal suspensão impulsionou o país a buscar alternativas de manter seu comércio internacional.

Reforma da ordem mundial desejada por Lula é distorcida por interesses sino-russos

O desejo de Lula por uma reforma nos tradicionais organismos internacionais não é recente e o petista defende mudanças nas Nações Unidas e nas instituições financeiras mundiais desde seus primeiros mandatos. O presidente Lula deve buscar engajar sua presidência nos Brics em busca de tais reformas, com a intenção de posicionar o chamado “Sul Global” (termo utilizado para designar os países em desenvolvimento) como atores ativos na reconfiguração da atual ordem mundial, hoje marcada pela hegemonia dos Estados Unidos.

Na concepção de analistas, apesar de legítima, essa ambição tem sido distorcida pela crescente influência da China e da Rússia dentro do bloco. Rubens Ricupero, por exemplo, adverte que o grupo dos Brics tem se transformado cada vez mais em um palco para a projeção política e econômica da China, ao mesmo tempo em que oferece espaço para a Rússia romper com seu isolamento internacional após a guerra na Ucrânia.

“Os Brics acrescentam mais um nível de divergência [com o Ocidente] ao se converter em fórum que favorece a projeção da China e enfraquece o isolamento da Rússia após a invasão da Ucrânia”, avalia Ricupero. Para o diplomata, essa visão sino-russa, marcada por um confronto contra o Ocidente, afasta o bloco de alcançar tais objetivos.

“As chances de que o grupo consiga modificar a realidade internacional é praticamente inexistente por uma razão simples: as grandes reformas do sistema internacional […] dependem, antes de mais nada, de um elevado grau de convergência de posições e interesses como existia entre os aliados vitoriosos na Segunda Guerra Mundial. Ora, o que se tem agora é uma aguda divergência, uma tendência ao antagonismo sistemático entre as duas maiores potências [China e EUA] e seus aliados [Ocidente e Brics]”, pontua Ricupero.

Esse antagonismo limita a capacidade do grupo de implementar as mudanças desejadas por Lula e outros líderes. Pesam ainda para essa dificuldade o novo formato dos Brics, atualmente composto, em sua maioria, por países que são considerados ditaduras. Com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a expansão do grupo agregou Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. De acordo com o Ranking da Democracia do jornal inglês The Economist, apenas Brasil, Índia e África do Sul são consideradas democracias, apesar de classificadas como “falhas”.

Discurso antiocidente também é reproduzido por Lula

Os interesses sino-russos predominam por trás dos Brics e as narrativas dos dois países encontram respaldo no governo do presidente Lula, embora não haja garantia de que o sucesso do bloco se reflita em benefícios para o Brasil. Durante seu discurso na abertura da Cúpula de Líderes dos Brics, que ocorreu por meio de videoconferência, por exemplo, o brasileiro criticou organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

O petista ainda ressaltou o trabalho do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics. Ele disse que a instituição foi bem-sucedida onde as “instituições de Bretton Woods continuam falhando”. Ele se referia ao sistema comercial internacional estabelecido pelos Estados Unidos e seus aliados em 1944, que na década de 1970 foi modificado pelo fim da paridade do dólar com o ouro. O mandatário brasileiro também voltou a criticar o enriquecimento das nações desenvolvidas às custas dos países pobres.

“Os fluxos financeiros continuam seguindo para nações ricas. É um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo desenvolvido”, disse Lula.

Na avaliação de Rubens Ricupero, as declarações de Lula vão ao encontro às narrativas sino-russas e reforçam a postura antiocidente que os Brics tem adquirido.

“Para chineses e russos, os Brics fazem sentido, pois criam a impressão de que esses dois países não carecem de aliados. O que, porém, ganha um país como o Brasil? Não se percebe bem. A não ser reforçar a impressão de que a política externa de Lula é inspirada por um viés antiamericano e antiocidental, de acordo com o conceito da velha esquerda, hostil ao que percebe como o domínio do sistema internacional pelo poder hegemônico dos EUA e seus aliados”, avalia Ricupero.

O professor João Nyegray, da PUCPR, pontua ainda que a presidência do Brasil no Brics deveria se pautar pela defesa da democracia. “A presidência brasileira precisaria vir acompanhada de questões sobre a promoção dos direitos humanos e da democracia. Do contrário, nós seguiremos fazendo parte de um grupo de Estados que vai ser um compartilhamento de resistência à ordem Ocidental”, avalia.

“Há um grupo de países, dentre os quais o segundo maior país das Américas, que está fazendo coro às intenções de países autoritários. Isso preocupa porque o presidente Lula veio de um partido que dizia defender a democracia nas últimas eleições. Mas, além de fazer esse aceno aos países dos Brics, o próprio PT reconheceu Nicolás Maduro como presidente eleito da Venezuela em uma eleição que foi completamente fraudada”, aponta o docente da PUCPR.

Na noite desta quinta-feira, o governo venezuelano divulgou uma nota afirmando que o Brasil se opôs à entrada de Caracas no bloco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã) e classificando a decisão diplomática como uma agressão.

Interesses da China e da Rússia sobressaem entre os dos demais países

O analista em relações internacionais Cezar Roedel também avalia que mesmo que o Brasil esteja à frente do Brics durante o próximo ano, são os interesses da China e Rússia que devem sobressair nas discussões do grupo.

Na avaliação de Roedel, o Brasil deve acabar cedendo a essas influências. O analista critica ainda a “subserviência da política externa às autocracias” que caracterizam a política externa do presidente Lula, sob a influência do embaixador Celso Amorim.

“Lula e Amorim acreditam em uma nova ordem hipotética, regida por um eixo autocrático, estruturada a partir de uma nova moeda fiduciária, onde o Brasil teria um lugar de “liderança” ou “destaque”. ocorre que na realidade apenas seria uma marionete russo-chinesa”, avalia.

Amorim foi chanceler de Lula em seus primeiros mandatos e nesta gestão petista ocupa o cargo de assessor para assuntos internacionais da Presidência. Apesar do posto a serviço do Palácio do Planalto, Amorim é apontado como o principal articulador da política externa do presidente Lula neste mandato. Foi ele, inclusive, a figura responsável por desenrolar o plano sino-brasileiro por um cessar-fogo na Ucrânia.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/presidencia-brasil-brics-2025-pode-impulsionar-agenda-antiocidental-grupo/

Ataques domésticos e espionagem: como o terrorismo virou uma ameaça quase diária em Israel

Protesto no Irã: Israel enfrenta ameaça terrorista dentro do país desde o início da guerra com o Hamas
Protesto no Irã: Israel enfrenta ameaça terrorista dentro do país desde o início da guerra com o Hamas| Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH


Israel enfrenta há mais de um ano uma guerra contra grupos terroristas entrincheirados em suas fronteiras, que têm como lema a destruição de seu Estado. No último mês, os serviços de inteligência identificaram que essa ameaça já se fazia presente no país há muito mais tempo com redes de espionagem do Irã.

Em pouco mais de um mês, Tel Aviv descobriu cinco planos que teriam sido encomendados por Teerã para provocar o caos dentro de Israel. As ações envolviam desde vandalismo em locais públicos, a fim de gerar revolta social, até ordens de assassinato de membros do governo e outras figuras importantes.

O caso mais recente revelado pela agência de segurança interna Shin Bet e a polícia envolve uma rede de espionagem que atuava a partir de Jerusalém, cujos membros eram cidadãos israelenses com idades entre 19 e 23 anos, todos sem antecedentes criminais.

Segundo os promotores, que indiciaram sete moradores da cidade por supostamente atuarem a mando do Irã, as ações terroristas demandadas envolviam o assassinato de um cientista nuclear israelense e de um prefeito de uma grande cidade no centro de Israel, que não foi nomeada.

A célula de espionagem, segundo a acusação, foi montada por um agente iraniano que contatou um dos israelenses envolvidos no caso via Telegram. Por meio do aplicativo de mensagens, o homem se apresentou como um funcionário do Ministério da Inteligência iraniana e ofereceu recompensas em dinheiro aos aliciados. A investigação sobre a quadrilha começou em setembro, mês no qual os sete moradores de Jerusalém foram detidos.

Dias antes, nesta mesma semana, as autoridades anunciaram que sete cidadãos israelenses, imigrantes judeus do Azerbaijão, foram presos no mês passado sob suspeita de espionagem para o Irã por até dois anos, realizando mais de 100 tarefas a mando do regime de Teerã, motivados por “milhares de dólares”, segundo a investigação.

Os detidos foram acusados ​​de fotografar e coletar informações sensíveis de bases militares, incluindo o quartel-general de defesa de Kirya, em Tel Aviv, e as bases aéreas de Nevatim e Ramat David, que têm sido alvos do Irã e do Hezbollah desde o início da guerra no ano passado.

Os investigados também foram denunciados por coletar informações sobre baterias, portos e infraestrutura do Domo de Ferro (Iron Dome, em inglês), incluindo a usina de energia em Hadera, após supostamente receberam mapas de locais estratégicos de dentro de Israel.

Desde o início da guerra contra o Hamas, o Shin Bet já anunciou uma série de investigações envolvendo espionagem e ações terroristas lideradas pelo Irã dentro do país.

Em janeiro, a inteligência identificou um esquema criminoso com cidadãos israelenses que foram recrutados para reunir informações sensíveis sobre figuras de alto escalão, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

No mês passado, um empresário do sul do país foi preso acusado de receber pagamentos para realizar “missões” em nome de Teerã, sendo a mais grave a de assassinar Netanyahu; o ministro da defesa, Yoav Gallant; e o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.

Mais recentemente, em 14 de outubro, um casal da cidade de Ramat Gan também foi preso sob acusações de realizar vários atos de sabotagem e vandalismo após ser aliciado por um suposto agente iraniano.

Dois dias depois, a polícia de Israel e o Ministério Público anunciaram a prisão de outro homem no centro de Israel que teria adquirido uma arma para matar um cientista israelense, após receber instruções de um agente iraniano. Ele também foi acusado de realizar outras “tarefas menores” para o agente de Teerã.

Essa ameaça terrorista se une a outros episódios isolados de cidadãos que são recrutados dentro do país por grupos terroristas para realizar atos de violência. Um dos casos mais recentes ocorreu em 2 de outubro, quando sete pessoas foram mortas e 17 feridas em um ataque em Tel Aviv, que posteriormente foi reivindicado pelo Hamas.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/ataques-domesticos-espionagem-como-terrorismo-virou-ameaca-quase-diaria-israel/

PF faz operação contra Gustavo Gayer por suspeita de desvio de cota parlamentar

Gustavo Gayer
Investigação aponta que recursos da cota parlamentar eram desviados através de uma oscip.| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi alvo de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta sexta (25), por suspeita de desvio de recursos da cota parlamentar a que tem direito. As investigações que levaram à Operação Discalculia apontam que a verba era destinada a uma organização da sociedade civil de interesse público (oscip) pelo deputado e assessores, que também foram alvos da ação.

À Gazeta do Povo, Gayer afirmou não saber o motivo dos mandados de busca e apreensão, mas que as primeiras informações apontam que o inquérito seria relativo a um prestador de serviços que trabalhou para ele entre março e abril deste ano para divulgar atividades parlamentares nas redes sociais, e que teria sido pago com recursos da cota.

“Vou seguir trabalhando para acabar com essa ditadura que estamos vivendo”, disse ressaltando que acha curioso que a operação tenha ocorrido a apenas dois dias do segundo turno das eleições municipais em que ele apoia o correligionário Fred Rodrigues (PL) contra Sandro Mabel (União) em Goiânia.

Ao todo, são cumpridos 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília e nas cidades goianas de Goiânia, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás e Aparecida de Goiânia.

Este prestador, disse o deputado, teria participado dos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e já estaria preso, e teria sido remunerado pelo trabalho nas redes com recursos da cota parlamentar. No entanto, os advogados de Gayer não conseguiram ter acesso ao teor completo da denúncia.

No meio da manhã, a Gazeta do Povo teve acesso à petição da Polícia Federal que autorizou a operação e que aponta o suposto uso das verbas da cota parlamentar para a contratação do prestador de serviço para o “desempenho de demandas privadas, bem como teria utilizado verbas públicas para manter, ainda que parcialmente, essas atividades privadas”.

Gustavo Gayer disse que teve um celular, um computador e cerca de R$ 1,7 mil apreendidos pela PF. No entanto, seu passaporte e armas não foram levados. Ele também disse que não foi chamado para prestar depoimento. O deputado afirmou, ainda, não saber de quem seriam os R$ 70 mil em espécie supostamente apreendidos em um dos mandados, segundo registram alguns veículos de imprensa.

Porta “esmurrada” pela PF

Um pouco mais cedo, em um vídeo nas redes sociais, Gustavo Gayer disse que foi acordado às 6h com a porta de casa “sendo esmurrada pela Polícia Federal” a “dois dias do segundo turno” das eleições municipais. Afirmou, ainda, não saber do teor do inquérito, que está em sigilo e foi aberto no dia 24 de setembro.

“Não dá pra saber nada, não dá pra ter nenhuma informação sobre o que se trata. Sei que alguns assessores meus também receberam a busca e apreensão, alguns deles trabalha com rede social fazendo card e vídeo. Esse é o Brasil que a gente vive, que a gente está vivendo agora. É surreal o que está acontecendo. Onde que isso vai parar”, questionou.

Ele emendou afirmando que “essa democracia relativa está custando caro para o nosso país”. Gayer pontuou que o inquérito é físico, o que dificulta o acesso pelos advogados que precisarão pedir autorização a Moraes para analisarem as informações, e ainda terão de se deslocar a Brasília para consultar o processo.

Gayer ainda criticou a atuação da Polícia Federal e disse que está sendo tratado como um criminoso. Ele ainda disparou contra Moraes afirmando que “quando você manda fazer uma busca e apreensão na casa de alguém, essa pessoa é como recebesse um carimbo de honesto, de pessoa idônea que luta pela democracia e libertar o Brasil”.

“Vamos ver qual vai ser a narrativa que eles vão criar, a desculpa, o motivo e acrobacia jurídica que inventaram para na sexta-feira, antes da eleição no domingo, para mandar a Polícia Federal na minha casa”, pontuou.

De acordo com a PF, os investigados podem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/pf-operacao-gustavo-gayer-suspeita-desvio-cota-parlamentar/

Mais uma vez, Moraes age contra Daniel Silveira

Imagem em destaque

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido feito por Daniel Silveira para exercer atividades fora da prisão. O ex-deputado havia solicitado permissão para trabalhar em uma academia e estagiar no escritório de Paulo Faria, um de seus advogados.

Faria também solicitou a remição de pena, argumentando que dias não contabilizados anteriormente deveriam ser considerados. No entanto, Moraes manteve a decisão e não acatou o pedido.

Além dessas solicitações, o advogado de Silveira pediu autorização para saídas temporárias no Natal e Ano-Novo, já que o ex-parlamentar está atualmente em uma colônia agrícola. Moraes, no entanto, afirmou que esses pedidos devem ser feitos em conformidade com o momento processual adequado e com a devida documentação que comprove o cumprimento dos requisitos legais.

Após a decisão, Paulo Faria criticou a postura do ministro, afirmando que Moraes “perpetua na prática da tortura” e que levará a questão à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando desrespeito às leis e à omissão da Procuradoria-Geral da República.

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/63955/mais-uma-vez-moraes-age-contra-daniel-silveira

Polícia prende ex-senador e vice do PT de Brasília por pedofilia; vítimas têm 12 e 13 anos

Wilmar Lacerda, uma das estrelas da esquerda de Brasília, foi presidente do PT/DF – Foto: Alessandro Dantas/PT no SenadoRedação

O ex-presidente e atual vice-presidente do PT do Distrito Federal Wilmar Lacerda, também ex-secretário de Administração do governo petista de Cristovam Buarque, foi preso preventivamente nesta quinta-feira (24) em Brasília  acusado de crime de pedofilia em um esquema de garotas de programas com meninas, segundo fontes  policiais, com idade de 12 a 13 anos. Quando as vítimas têm essa idade, de acordo com especialistas, fica caracterizado o crime de estupro de vulnerável.

Lacerda foi suplente e chegou a assumir mandato de senador pelo PT, durante curto período, em 2017, no afastamento do  titular, Cristóvam Buarque. Conhecido no noticiário policial, por ocasião da roubalheira do Mensalão, o ex-presidente do PT-DF confirmou à polícia haver recebido propina no valor de R$381 mil no esquema de Marcos Valério, ex-tesoureiro do primeiro governo corrupto de Lula.

Na investigação de pedofilia, ele foi identificado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, no âmbito da Operação Predador, ao vasculhar  o celular de um homem de 61 anos também preso preventivamente.

Nesse celular, os policiais encontraram tratativas com Lacerda para a contratação de garotas de programa e a organização de festas na chácara do homem, com a participação de meninas e adolescentes.

O mandado de prisão preventiva, expedido pela vara criminal da cidade de Itapoã, na periferia de Brasília, foi cumprido por três policiais na entrequadras 204/205, na Asa Sul da capital. Levado  à delegacia, ele foi interrogado e conduzido à carceragem.

Lacerda continuava tendo voz de comando no Partido dos Trabalhadores, inclusive na página  nacional da sigla na internet. Em uma de suas “reflexões”, ele atacou as escolas cívico-militar e também o governador do DF, Ibanei Rocha (MDB), que venceu em primeiro turno a disputa por sua reeleição em 2022. O acusado de crime de pedofilia contra crianças de 12 anos chama Ibaneis de “autoritário” por implantar esse modelo de escolas, aprovadas em pesquisa por mais de 80% dos professores, alunos, pais de alunos e funcionários entrevistados.

Atuação de Wilmar Lacerda, acusado de pedofilia, na página oficial do PT: “vote no time do Lula”.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/distrito-federal/ttc-distrito-federal/policia-prende-ex-senador-e-vice-do-pt-de-brasilia-por-pedofilia-vitimas-tem-12-e-13-anos

Desembargadores afastados faturaram R$4,3 milhões este ano, oficialmente

STJ afastou cinco desembargadores (foto) do TJMS suspeitos de envolvimento em esquema de venda de sentençaCláudio Humberto

Os rendimentos dos cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, afastados esta quinta (24) sob suspeita de venda de sentenças, passam dos R$4,3 milhões só este ano. A soma envolve salários oficiais, diárias e penduricalhos disponibilizados na transparência do próprio TJ-MS. Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel, Marcos José de Brito Rodrigues, os afastados, que mico, estão usando tornozeleira eletrônica.

CNJ deu aval

A grana foi turbinada por “gratificação de acúmulo de acervo retroativo”, jeitinho com aval do CNJ que rendeu até R$60 mil extras por mês.

R$134 mil mensais

Em março, o contracheque de Sérgio Fernandes, presidente afastado do TJMS, registra R$134,3 mil. Mais um plus de R$14,5 mil em diárias.

O ‘pobre’ é rico

Marcos José foi o menos abastado entre os colegas, “só” R$737,7 mil em nove meses. Sérgio Fernandes faturou mais: R$1.028.581,14.

RH ostentação

O mês de holerite mais mixuruca foi fevereiro, quando os cinco custaram ao pagador de impostos R$276,1 mil. Em agosto, a fatura foi R$692 mil.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/desembargadores-afastados-faturaram-r43-milhoes-oficialmente-este-ano

Ausência de Marta na campanha de Boulos virou ‘estratégia’

Ex-prefeita que se dizia “fiadora” de Boulos há apenas um mês, Marta não participou nem de 10% de eventos de campanha no primeiro turno. (Foto: acervo pessoal/Marta Suplicy)Rodrigo Vilela

Após o candidato de extrema-esquerda Guilherme Boulos (Psol) prometer a vice Marta Suplicy presente “dia e noite” em sua campanha, ficou ainda mais óbvio o sumiço da ex-prefeita paulistana na corrida pela prefeitura de São Paulo. A ausência quase total da petista se percebe até nas redes oficiais de Boulos e do Psol, é como se não existisse. A própria Marta teve de explicar ter agenda “complementar” e que optou por fazer carreatas sozinha. De preferência sem Boulos, faltou dizer. As informações são do jornalista Cláudio Humberto, colunista do Diário do Poder.

Segundo a assessoria de Marta, que voltou ao PT para disputar a eleição, problemas de saúde também limitaram sua participação.

Ex-prefeita que se dizia “fiadora” de Boulos há apenas um mês, Marta não participou nem de 10% de eventos de campanha no primeiro turno.

O experiente presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, avalia que a escolha de Marta “foi o primeiro erro do PT” na eleição em São Paulo.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/sao-paulo/xwk-sao-paulo/ausencia-de-marta-na-campanha-de-boulos-virou-estrategia

Be the first to comment on "Um país de trilhos abandonados"

Leave a comment

Your email address will not be published.


*