Sem posicionamento oficial do Brasil sobre as eleições na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou pela primeira vez sobre o processo eleitoral no país vizinho e minimizou a tensão política em Caracas. Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo classificaram a declaração como mais um erro de Lula. Além disso, a fala do petista vai no sentido oposto ao posicionamento adotado pelo Itamaraty, que espera as atas eleitorais para se posicionar sobre o pleito em que o ditador Nicolás Maduro e o oposicionista Edmundo González disputam a presidência.
As afirmações feitas pelo presidente brasileiro geraram uma série de críticas de parlamentares de oposição e até mesmo de aliados, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, e o PSB, partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin. (Leia mais abaixo.)
“O Tribunal Eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal. Tem uma eleição, tem uma pessoa que disse que teve 51%, teve outra pessoa que disse que teve 41%, entra na Justiça e a Justiça faz”, disse Lula em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo no Mato Grosso, nesta terça-feira (30).
“É normal que tenha uma briga. Como se resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar”, acrescentou o presidente brasileiro.
Na avaliação de especialistas ouvidos pela reportagem, o petista fez afirmações equivocadas sobre o processo eleitoral venezuelano. Além disso, o cientista político Elton Gomes, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), salientou que a recente declaração de Lula sobre a Venezuela se soma a outras problemáticas relacionadas a assuntos internacionais, tais como a guerra na Ucrânia e a contraofensiva israelense na Faixa de Gaza contra o Hamas.
“A declaração do presidente Lula se soma a um grande conjunto de declarações polêmicas no campo da política externa e que foram emitidas pelo mandatário em período mais recente e parecem serem feitas no improviso, natural de líderes populistas”, pontua Gomes.
Para Lula, a imprensa brasileira teria supostamente exagerando ao tratar a situação como se fosse “uma terceira guerra mundial”, pois, na visão dele, não teve “nada de anormal” no processo eleitoral da Venezuela. “Estou convencido de que é um processo normal”, disse o mandatário na mesma em entrevista.
O sociólogo venezuelano Guillermo Pérez também criticou as falas de Lula e ressaltou que não pode ser considerado normal alguém ser declarado vitorioso sem que se apresentem os resultados. Ele ainda fez uma comparação com as eleições presidenciais brasileiras de 2022 para ilustrar esse raciocínio.
“[Lula] tenta normalizar o que em nenhuma democracia pode ser considerado normal, ou seja, que um candidato seja proclamado vencedor sem mostrar evidências da sua vitória. Imaginando que isso tivesse acontecido no Brasil [em 2022] e o Bolsonaro tivesse se declarado vencedor sem que o Lula saiba quase nada sobre os resultados, ele acharia normal?”, questionou Pérez, que está radicado no Brasil há cinco anos.
Segundo o sociólogo venezuelano, Lula também falhou em garantir que a Venezuela teria eleições transparentes, livres e justas, termos que se comprometeu ao assinar o Acordo de Barbados como “fiador de Maduro”. “Hoje, com seus comentários, falha também de forma muito evidente em garantir um mínimo de transparência nas eleições venezuelanas”, destacou.
Marcada por manobras do regime de Nicolás Maduro para se manter no poder, o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela é contestado pela oposição, organizações internacionais e diversos países, os quais não reconheceram a declarada vitória de Maduro.
Durante a madrugada da última segunda-feira (29), o órgão anunciou a reeleição do ditador venezuelano com 51% dos votos. De acordo com o CNE, a apuração de 80% das urnas já apontava para um resultado “irreversível”. Para o órgão, o segundo lugar no pleito ficou com Edmundo González, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), o principal nome da oposição, com 44% dos votos.
O autocrata Nicolás Maduro está à frente da presidência venezuelana há 11 anos e tem controle sobre os principais organismos governamentais do país, inclusive o CNE, que controla e organiza as eleições. Maduro é sucessor de Hugo Chávez, que governou a Venezuela por 13 anos e foi responsável pela ditadura instaurada no país.
Oposição critica declarações de Lula sobre suposta “normalidade” no processo eleitoral da Venezuela
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que Lula normalizou a crise política enfrentada pelo país vizinho. “É oficial! Segundo o próprio Lula, Maduro foi eleito legitimamente! Normalizar o que está acontecendo na Venezuela, é coisa de amigo do peito!”, disse ele no X.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) classificou as declarações do presidente como “uma vergonha completa”. Para a parlamentar, Lula “desmoraliza o Itamaraty” e desrespeita o “povo e os políticos venezuelanos”.
Além deles, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) disse que o chefe do Executivo brasileiro “saiu do muro para o lado da tirania”.
A também deputada Rosangela Moro (União-SP) afirmou que, “no metaverso do Lula, Maduro é um democrata”. “Não dá para justificar o injustificável! Lula ama um ditador. Relativiza ditadura. Nesse momento a pressão internacional é crucial. Mas não podemos esperar isso da Brasilândia”, afirmou Rosangela.
Para o deputado Nikolas Ferreira (Pl-MG), as falas do presidente soaram como “piadas da democracia relativa”. Ele criticou a relação entre o petista e o ditador, que são aliados. O deputado compartilhou um vídeo que mostra declarações de Lula em favor de Maduro. “Venezuelanos, não esqueçam de Lula, amigo de Maduro que sempre o ajudou e foi seu aliado”, afirmou.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse que Lula “é cúmplice de ditaduras e deste mais novo golpe”. “Se isso é ‘processo normal’ para ele [Lula], imagina o que não é normal! E ainda se diz ‘defensor da democracia’. Patético!”, afirmou Zambelli.
Já para o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS) o petista “passou pano para o ditador sanguinário da Venezuela”.
Brasil ainda não se posicionou oficialmente; PT diz que eleição foi “jornada pacífica e democrática”
Apesar das declarações de Lula, o Brasil ainda não se posicionou oficialmente sobre o resultado das eleições no país vizinho. O Ministério das Relações Exteriores informou na última segunda-feira (29) que iria aguardar a divulgação de “dados desagregados por mesa de votação” para se posicionar sobre o pleito. Não houve nova manifestação da pasta sobre o assunto desde então.
As atas têm sido cobradas constantemente ao CNE por diferentes órgãos e países para comprovação do resultado eleitoral. O órgão anunciou o resultado do pleito, mas sem a devida comprovação dos dados divulgados. A suspeita sobre os números informados ganhou ainda mais peso depois que o regime chavista tirou o site do CNE do ar, inviabilizando o acesso aos documentos eleitorais.
“Na hora em que estiveram apresentadas as atas e for consagrado que as atas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela”, disse Lula nesta terça (30). O presidente Lula informou ainda que seu assessor especial para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, cobrou as atas de Maduro.
“Na conversa com o Maduro foi dito o seguinte, o Celso perguntou para ele: “bom, as coisas só vão ficar definidas quando apresentarem a ata”. Ele falou: “eu vou apresentar a ata”. Só não disse quando, mas disse que vai apresentar. Na conversa com a oposição, a mesma coisa. Ele [Edmundo González] disse que tem 70% das atas. Então nós tivemos um processo eleitoral que teoricamente foi pacífico. Não houve violência, não houve nada”, disse o mandatário em entrevista à TV Centro América.
Lula afirmou ainda que a divulgação das atas é capaz de “dar fim à briga” entre Maduro e os membros da oposição, que contestam o resultado do pleito. “Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar a Justiça tomar o processo”, sugeriu o mandatário brasileiro.
Na avaliação de Guillermo Pérez, a declaração de Lula ignora o fato de que os órgãos governamentais da Venezuela estão sob influência de Nicolás Maduro. “O pior talvez seja que o comentário de Lula é muito cínico ao dizer que se existe um conflito entre as atas da oposição e as atas do governo, isso pode ser resolvido com um recurso na Justiça, quando todo o mundo sabe que o Tribunal da Venezuela não é um órgão independente”, avaliou.
Além disso, ainda existe a expectativa ainda sobre o posicionamento oficial do Brasil sobre os resultados das eleições venezuelanas divulgados pelo CNE. Com o retorno de Amorim ao Brasil, o petista deve se reunir com o assessor ao longo desta quarta-feira (31) e alinhar um parecer brasileiro.
Já o Partido dos Trabalhadores – sigla de Lula – reconheceu a “reeleição” do ditador Nicolás Maduro e classificou o processo eleitoral no país vizinho como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”. A nota foi divulgada na noite de segunda-feira (29).
“Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, afirmou o PT.
Aliados criticam posicionamento de Lula e do PT
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), divergiu do posicionamento oficial do próprio partido e criticou as eleições na Venezuela. Randolfe se filiou ao PT no último dia 18, após passar mais de um ano sem partido. Para o parlamentar, o pleito não teve “idoneidade”.
“Uma eleição em que os resultados não são passíveis de certificação e onde observadores internacionais foram vetados é uma eleição sem idoneidade”, disse o senador à CNN Brasil. Ele afirmou que o regime vigente na Venezuela é “autoritário” e “tanto Maduro quanto a oposição carecem de legitimidade”.
Já o presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, disse que a legenda condena as “violações perpetradas pelo regime chavista”. O posicionamento da sigla do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, contraria o que é defendido pela sigla de Lula.
“O PSB condena as violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista. Consideramos esse regime uma ditadura e, como tal, sabíamos que ele não realizaria uma eleição livre, transparente e democrática”, disse Siqueira no X.
Além deles, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou nesta terça-feira (30) a falta de transparência nas eleições da Venezuela. Em nota, Pacheco destacou que “toda violação a democracia deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for”. O senador defendeu que a “luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas”.
Lula e Biden conversam sobre situação da Venezuela
No mesmo dia das declarações dadas pelo petista, Lula e o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, conversaram por telefone sobre a situação da Venezuela e outros temas.
O governo estadunidense disse nesta terça-feira (30) que Lula e Biden “compartilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério, e se comprometeram a manter uma coordenação estreita sobre o assunto”.
Já o Planalto informou que Lula disse a Biden que tem “mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas”. Ainda de acordo com a pasta, Lula reiterou a posição do Brasil de “seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”.
Repressão à oposição e protestos marcam o pós-eleições na Venezuela
Desde o resultado do processo eleitoral divulgado pelo CNE, a Venezuela tem registrado vários protestos. Milhares de venezuelanos saíram às ruas, em diversas regiões do país, para contestar a reeleição de Nicolás Maduro. A repressão das forças de segurança chavistas, contudo, deixa as manifestações distante de serem pacíficas e seguras.
Segundo organizações não governamentais, ao menos 11 pessoas morreram e 84 ficaram feridas durante os protestos. O Ministério Público local ainda contabilizou 749 prisões e 48 policiais e militares feridos, um deles foi morto “por tiros disparados pelos manifestantes”.
As novas manifestações ocorrem após numerosos protestos realizados na segunda-feira em várias regiões do país em rejeição ao resultado eleitoral anunciado pelo CNE. A escalada da tensão levou o Ministério das Relações Exteriores a emitir um alerta de segurança aos brasileiros que estão na Venezuela.
A eleição foi marcada por denúncias de perseguição a opositores do ditador e cerceamento da imprensa pelo regime chavista. Ainda no domingo (28), dia em que os venezuelanos foram às urnas, três membros do comando de campanha presidencial da Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão de oposição ao regime venezuelano, foram presos.Veja Também:
Países questionam processo eleitoral na Venezuela
Países latino-americanos contestaram os resultados divulgados pelo CNE. Os governos de Argentina, Uruguai, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana expressaram, por meio de nota, preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais no país.
Em um comunicado conjunto, os nove países exigem uma revisão completa dos resultados eleitorais e pedem uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA). “A contagem dos votos deve ser transparente e os resultados não devem levantar dúvidas”, afirmou o comunicado.
O Chile também não reconheceu a reeleição de Maduro. O presidente Gabriel Boric, com alinhamento à esquerda, adotou posicionamento parecido com o do Itamaraty e disse que não reconheceria os resultados até que fosse “comprovados”. O posicionamento foi chileno que foi criticado pelo chanceler de Nicolás Maduro, Yvan Gil, nas redes sociais.
Lula ignorou ataques de Maduro ao Brasil e enviou assessor para acompanhar eleições na Venezuela
Às vésperas das eleições na Venezuela, a tensão eleitoral no país acabou respigando no Brasil, quando o ditador Nicolás Maduro direcionou ataques a Lula e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As acusações que fez contra o TSE, ao afirmar que o Brasil não audita suas eleições, geraram uma reprimenda do órgão contra o ditador chavista.
Em resposta aos ataques, o TSE suspendeu ainda o envio de servidores ao país para acompanhar as eleições. O órgão, assim como outras entidades brasileiras, foi convidado para ir à Venezuela acompanhar o processo de votação.
O presidente Lula também entrou na mira de ataques do autocrata. O venezuelano sugeriu que o petista tomasse “chá de camomila” depois que se declarou “assustado” com as afirmações de Maduro sobre o suposto banho de sangue diante do resultado das eleições. Os ataques, contudo, não geraram qualquer manifestação oficial do Itamaraty ou do Planalto. Interpretados como falas de campanha, Lula ainda enviou um assessor a Caracas para acompanhar o processo eleitoral.
Lula designou o ex-chanceler Celso Amorim para a missão na Venezuela. O assessor chegou à Caracas na última sexta-feira (26) e retornou ao Brasil nesta segunda (30), quatro dias depois. Na capital venezuelana, Amorim se reuniu com Nicolás Maduro, com Edmundo González, e outros atores do governo venezuelano.
O assessor de Lula foi o único representante de governo que acompanhou as eleições na Venezuela e manteve contato com ambos os lados durante o processo. Celso Amorim foi ainda a figura que negociou, ao lado da Venezuela, o Acordo de Barbados, instrumento que buscou viabilizar eleições justas e democráticas na Venezuela por meio da negociação com outros países, o regime de Maduro e membros da oposição.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-atropela-itamaraty-e-falha-mais-uma-vez-ao-minimizar-tensao-politica-na-venezuela/
Falas de Lula ‘são muito pró-Maduro’, diz ex-embaixador da Venezuela
O diplomata Milos Alcalay, de 78 anos, ex-embaixador da Venezuela no Brasil (1997-2000), manifestou preocupação com declarações “muito pró-Maduro” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua mais mais recente fala sobre as eleições no país vizinho.
“São declarações muito pró- Maduro”, afirmou o diplomata, referindo-se ao ditador Nicolás Maduro, proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral vencedor da eleição realizada no último domingo, 28.
O petista afirmou que foi um processo “tranquilo e normal”. A oposição demonstrou claros indícios de fraudes, vários países não reconheceram o processo, e a Organização dos Estados Americanos também afirmou que não é possível reconhecer o resultado.
“Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata”, disse o presidente em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso. “Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso. E vai esperar na Justiça tomar o processo e vai ter uma decisão que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordem tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam, e o governo tenha direito de provar que está certo.”
Por isso mesmo, Milos Alcalay considerou as declarações de Lula preocupantes. “Nos preocupa muito o giro de Lula. Parece que Lula agora é o porta-voz de Celso Amorim, não o contrário. São declarações muito pró-[Nicolás] Maduro, que praticamente deixam para as calendas gregas o problema”, afirmou o ex-embaixador à Folha de S.Paulo.
Ao contrário do que sugeriu Lula – que a Justiça da Venezuela resolva os questionamentos acerca da validade do pleito -, Alcalay lembrou que “os tribunais estão cooptados na Venezuela” pela ditadura de Maduro. “Aqui não há Justiça. Dizer isso é permitir Maduro, e não insistir que se contem os votos.”
O ex-embaixador afirmou que uma recente frase de Lula quando disse que o perdedor deveria entregar o poder-teve repercussão positiva no país.
“Uma posição que teve uma incidência muito grande em outros setores da esquerda democrática na América Latina”, disse Alcalay. “Mas então Amorim vem e dá algumas declarações muito distintas das de Lula. São declarações decepcionantes. Parecia que estava em linha distinta de Lula. Agora, porém, entendemos que não.”
Declarações pró-Maduro de Lula podem ter impacto em negociações sobre crise na Venezuela
O ex-embaixador expressou preocupação sobre o impacto das falas pró-Maduro de Lula nas negociações com México e Colômbia para ajudar na crise venezuelana. Mais cedo, o chanceler colombiano pediu a divulgação das atas eleitorais.
Alcalay, que integra a comissão de política internacional da campanha opositora, é uma voz importante no tema das relações bilaterais devido à sua experiência como ex-embaixador no Brasil.
Ele havia elogiado anteriormente opapel equilibrado de Lula e criticado o “low profile absoluto” de Amorim em Caracas. No entanto, sua opinião mudou após as mais recentes declarações do presidente brasileiro. Ainda assim, Alcalay destacou: “Lula ainda não reconheceu uma vitória de Maduro, e isso é bom. Mas Lula não é somente lider do PT, que diz reconhecer Maduro. Há um Brasil profundo que tem muita esperança na defesa do voto da Venezuela.”
Guaidó 2: oposição e governo paralelo
Alcalay afirmou que a oposição não planeja montar um governo paralelo. “Isso não é ‘Guaidó 2”, disse ele, referindo-se ao cenário de 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino, depois das denúncias de fraudes por Maduro nas eleições daquele ano.
“O que vemos nas ruas é reflexo de condições eleitorais fraudadas. Mas com as provas em mãos se pode contar voto por voto. O que hoje está em discussão não é um ‘Guaidó 2’, mas o respeito à decisão de 28 de julho”, disse ele à Folha.
“Guaidó entrou sendo presidente da Assembleia Nacional e com uma série de erros. No momento, o que há é exigir o cumprimento da Constituição e do respeito ao voto do povo”, afirmou Alcalay.
“A solução não é criar um gabinete à sombra, mas insistir na verdade: Edmundo González conseguiu maioria”, continuou. “Essa explosão social é algo que não se pode deter. O cidadão sabe que votou e que seu voto foi manipulado. É uma primavera venezuelana.”
Para Alcalay, a parceria entre Edmundo González e María Corina é um “binômio exitoso”. “Ele é um diplomata com mais de 40 anos de carreira, que liderou as negociações internacionais da oposição por muito tempo, inclusive com Guaidó. Ela, por sua vez, alguém com muita experiência política”, finalizou.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/falas-de-lula-sao-muito-pro-maduro-diz-ex-embaixador-da-venezuela/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification#google_vignette
Número 1 do Hamas é morto em ataque no Irã, diz mídia estatal
O grupo terrorista palestino Hamas confirmou nesta quarta-feira (31) a morte do seu líder, Ismail Haniyeh, em um ataque que atribuíram a Israel em Teerã, onde se encontrava em visita oficial.
“O irmão líder, o mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu como resultado de um traiçoeiro ataque sionista à sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano”, disse o grupo em comunicado.
Até o momento, as autoridades de Israel não confirmaram qualquer ataque em Teerã, nem a morte de Haniyeh, que assistiu nesta terça-feira (30) na capital iraniana à tomada de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian.
“Não considerem mortos aqueles que foram assassinados no caminho de Alá, mas sim que estão vivos com seu senhor, recebendo sustento”, escreveu ainda o grupo sobre a morte de Haniyeh, número 1 do gabinete político do Hamas, que vivia autoexilado no Catar.
A Guarda Revolucionária do Irã também comentou a morte de Haniyeh em um ataque em Teerã, que matou ainda um dos seus guarda-costas, enquanto o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas – da facção rival Fatah – condenou o “assassinato” do líder do Hamas pela “ocupação”.
Sami Abu Zahri, um oficial do Hamas na Faixa de Gaza, afirmou que “o martírio dos líderes do grupo não quebrará a vontade do movimento ou do povo palestino”.
A notícia da morte de Haniyeh chega poucas horas depois de Israel ter confirmado que matou o chefe militar do grupo xiita libanês Hezbollah, Fuad Shukr, o líder militar mais graduado do grupo e conselheiro próximo do líder da organização, Hassan Nasrallah, em retaliação pelo ataque que matou 12 crianças no sábado na cidade drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã.
Segundo a televisão estatal iraniana, Haniyeh foi morto às 2h de quarta, horário de Teerã (20h de terça em Brasília), enquanto estava em uma residência no norte da capital do Irã.
Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al Shati, na Faixa de Gaza, em 1962. Ele estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas, e se formou em Literatura Árabe em 1987.
Foi nomeado chefe de um escritório do Hamas em 1997 e cresceu na hierarquia da organização terrorista.
Haniyeh liderou a lista do Hamas que venceu as eleições legislativas palestinas de 2006 e se tornou o primeiro-ministro palestino em um governo de unidade nacional junto ao Fatah de Abbas, mas as divergências entre os dois grupos terminaram com a expulsão do Fatah da Faixa e a tomada forçada do poder pelos islamitas no enclave, governado de fato por eles desde 2007.
Haniyeh foi o líder do Hamas na Faixa de Gaza de 2012 até fevereiro de 2017, quando foi substituído por Yahya Sinwar, considerado o mentor dos ataques de 7 de outubro e o verdadeiro líder do grupo, com a última palavra nas recentes negociações com Israel para uma trégua.
Poucos meses depois, em 6 de maio de 2017, Haniyeh foi eleito presidente do Bureau Político do Hamas, substituindo Khaled Mashal; e desde 2019 mudou-se da Faixa para o Catar, de onde foi responsável pela liderança e representação da milícia, especialmente na arena internacional.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/numero-1-do-hamas-e-morto-em-ataque-no-ira/
Lula e o PT legitimam a ditadura militar venezuelana
“O conceito de democracia é relativo para você e para mim”, disse Lula (PT) em 2023 durante uma entrevista para a Rádio Gaúcha. É uma visão torta de política e de mundo, mas que ajuda a explicar a conduta vacilante e pusilânime de seu governo ante a fraude eleitoral levada a cabo pela ditadura venezuelana. Ainda que democracias possam se diferenciar a depender do país e do regime político, todas elas guardam características em comum.
Um núcleo de valores que englobam independência entre as instituições, equivalência de condições, moderação do poder, respeito aos contratos e liberdade de associação e livre expressão. A democracia, portanto, pode sim ser definida objetivamente. E sua defesa não pode ser feita pela metade, o que equivale a defender democracia nenhuma.
Lula toma a Venezuela como um país na plenitude da normalidade democrática, o que é uma aberração pura e simples. Com isso, o que faz é legitimar o arbítrio e o autoritarismo de uma ditadura militar
Na última segunda-feira (29), o PT, partido do qual Lula é fundador e líder máximo, fez uma eloquente defesa do processo eleitoral bolivariano. O texto, assinado pela executiva do partido e publicado nas redes sociais pela indefectível Gleisi Hoffmann, é uma miscelânea de falsificações históricas. Uma sucessão de delinquências políticas intelectuais. Trata uma eleição fraudulenta já na véspera como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”. Reconhece Maduro como “presidente reeleito”, e dá ares de legítimo e independente a um órgão servil do regime como o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O partido de Lula deixou sua inequívoca impressão digital na maior farsa eleitoral da história recente da América Latina. O PT de Lula que diz clamar pela punição de golpistas no Brasil, endossa explicitamente os golpistas no exterior, desde que, é claro, exista alinhamento ideológico.
Durante uma entrevista para a Rede Matogrossense, o presidente brasileiro comentou a eleição na Venezuela. Disse que não viu “nada de grave, nada de assustador”. Aproveitou também para soltar uma de suas simplificações rasteiras como possível forma de resolução do problema: “Tem uma briga, como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se ata tiver dúvida entre oposição e situação, oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo. Aí vai ter a decisão, que a gente tem que acatar”, disse. Não passa de má-fé.
A quem a oposição poderia recorrer? Ao CNE, controlado pelo chavista Elvis Amoroso? À Procuradoria da República, hoje sob as ordens do também chavista Tarek William Saab? Amoroso foi o agente responsável por rasgar o Acordo de Barbados e impedir a candidatura de Maria Corina Machado. Saab, por sua vez, é um dos mais notórios perseguidores da oposição venezuelana. Nem bem a noite de domingo havia se encerrado, acusou Corina Machado e outros de tramar um ataque hacker ao país. E não deve demorar para que ordene prisões arbitrárias contra estes.
Foi isso, aliás, que defendeu Jorge Rodríguez, presidente do Congresso chavista. Durante um pronunciamento no legislativo acusou o candidato Edmundo González e a própria Corina Machado de chefiarem uma “conspiração fascista na Venezuela”. Não há dúvida de que, assim que a comunidade internacional diminuir a atenção que dedica ao país, a repressão deve endurecer.
Na terça-feira (30), o Escritório da ONU para Direitos Humanos acusou o regime de Maduro de prender centenas de manifestantes pelo país, inclusive crianças. Segundo o colunista do UOL, Jamil Chade, ao menos sete mortes ocorreram no país e estão diretamente relacionadas com a eleição de domingo. Os números foram contabilizados a partir de investigações da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal.
Eis a “jornada pacífica, democrática e soberana” descrita pelo PT. Lula toma a Venezuela como um país na plenitude da normalidade democrática, o que é uma aberração pura e simples. Com isso, o que faz é legitimar o arbítrio e o autoritarismo de uma ditadura militar.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-macalossi/lula-pt-legitimam-ditadura-militar-venezuelana/
Venezuela mostra que preocupação de Bolsonaro não tinha nada de absurda
Perguntaram para o governador Romeu Zema sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro vir a ser candidato à Presidência da República, sucedendo a Lula. Ele respondeu o mesmo que eu tenho dito aos que me perguntam. Em primeiro lugar, eu digo que não tenho bola de cristal; isso depende da Justiça Eleitoral. Mas já vimos – e isso Zema lembrou – uma pessoa que estava condenada três vezes, já tinha cumprido mais de 500 dias de pena, foi retirada da prisão, foi descondenada e virou presidente da República. Então, conclui Zema, neste país tudo é possível.
Bolsonaro se tornou inelegível porque disse o que agora veio a dizer Gabriel Boric, o presidente esquerdista do Chile, referindo-se à Venezuela: “Não dá para aceitar um resultado eleitoral se a contagem dos votos não for transparente”. Bolsonaro expressou preocupação exatamente com isso. Aliás, na Venezuela, estamos vendo agora, tem comprovante do voto, se não me engano. Mas não foi suficiente para resolver a questão, porque fizeram uma enrolada monumental por lá. Todas as previsões, os levantamentos, as contagens feitas por um lado, davam a derrota de Maduro, por 70% a 30%. E disseram que ele ganhou pelo famoso 51,2%. Parece que é um algoritmo aí, muito usado.
Mais um governador do Rio se encrenca com as autoridades
A Polícia Federal fez mais um indiciamento que deixou todo mundo surpreso. Ninguém menos que o governador Claudio Castro, do Rio de Janeiro, por corrupção e peculato. O Rio parece que tem alguma coisa, está precisando de uma grande bênção. Aliás, um ex-governador do Rio já foi o maior condenado do mundo – e está solto. A mulher desse ex-governador, também cheia de joias e tal, pôde ir pra casa pra cuidar dos filhos, um de 11 e outro de 14 anos. Já a moça do batom, do “perdeu mané” na estátua da justiça, não consegue ter isso, mesmo com filhos ainda menores, só para lembrar.
Governos do PT são mais fatais para as contas públicas que a pandemia e a dengue
Nem a Covid-19 e o mosquito da dengue conseguiram ser piores, mais fatais às contas públicas do que essa administração. São dados oficiais: a dívida pública está em 77,8% de tudo o que se produz no país. Tudo. Pegue todo o PIB do Brasil, e quase 80% é dívida. É como se você somasse tudo que você tem na sua casa, o que você produz, o que você, seu cônjuge e seus filhos ganham, e estivesse devendo quase 80% de tudo isso. Esses 77,8% dão R$ 8,691 trilhões. A média da América Latina é de 68%, nós somos os campeões de dívida no continente. Mesmo na pandemia a dívida era um pouquinho menor, por volta de 77%. Mas logo depois o governo anterior se recuperou e baixou o indicador para 73%. Estava quase na média da América Latina, e agora disparou.
Estamos também com o maior déficit nominal da história. Nunca antes na história deste país tivemos um déficit de R$ 1,108 trilhão no acumulado dos últimos 12 meses. Em plena pandemia, chegou a R$ 1 trilhão. Este déficit atual já está em quase 10% do PIB.
Nós perdemos o selo de bom pagador, o grau de investimento, no governo Dilma. Sabe quem ganhou agora, há poucos dias? O Paraguai. Tem grau de investimento da Moody’s. E a toda hora ouvimos o presidente da República fazendo discurso, citando a mãe dele, dona Lindu, que o ensinou a não gastar mais do que ganha. Só palavras, palavras, palavras.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/romeu-zema-gabriel-boric-jair-bolsonaro-venezuela/
A perseguição aos cristãos chegou a Paris
Embora deliberadamente ignorada pela velha mídia, a perseguição aos cristãos é um fenômeno que cresce de forma assustadora. Pode variar da discreta opressão diária à violência mais extrema, da simples discriminação social e econômica à tortura, prisão e execução sumária. Em diversas partes do mundo onde o cristianismo constitui uma minoria religiosa, os cristãos enfrentam restrições cada vez mais severas à prática de sua fé.
Diante da complacência dos governos e do silêncio da mídia lacradora, ataques a igrejas, escolas e hospitais, bem como ameaças, espancamentos e assassinatos de cristãos por motivação religiosa são hoje comuns, sobretudo, naqueles países de maioria muçulmana (mas não apenas neles). Hoje, mais de 360 milhões de cristãos estão sujeitos a algum tipo de perseguição – praticamente um em cada sete cristãos do planeta.
Em seu relatório mais recente, a organização não governamental “Portas Abertas”, que publica anualmente um índice global da perseguição aos cristãos, estima que, só neste ano, o número de vítimas fatais de ataques relacionados à fé cristã já ultrapassou 5 mil. E continua crescendo em um ritmo alarmante.
Entre os incontáveis exemplos dessa intolerância religiosa, podem ser citados:
No Paquistão, a invasão de casas de famílias cristãs e o linchamento de cristãos já se tornaram rotineiros. Na semana passada, quatro muçulmanos armados entraram na casa de Marshall Mahsi, pai de quatro crianças, a mais nova com 18 meses de vida, e o assassinaram a tiros. Estavam incomodados com a presença de uma família católica na sua vizinhança. Esse tipo de ataque faz parte de um padrão de violência e perseguição a cristãos no país, que são forçados a abandonar suas casas ou esconder sua fé – ou arcar com as consequências.
Na Nicarágua do ditador comunista Daniel Ortega, comunidades católicas e protestantes são alvo de perseguição estatal, com relatos de detenções arbitrárias e desapropriação de terrenos da Igreja. Por suas críticas ao regime, membros do clero já foram falsamente acusados de lavagem de dinheiro e divulgação de fake news, entre outros crimes, como justificativa para essas ações. Desde 2018, a Igreja católica da Nicarágua sofreu 740 ataques pelo aparato sandinista, segundo levantamento da advogada Martha Patricia Molina. Só em 2023 foram 275.
Em Moçambique, especialmente nas províncias do norte do país, ataques jihadistas a cristãos também se tornaram comuns. Somente neste ano, já se contam dezenas os incidentes violentos, incluindo sequestros, assassinatos e incêndios criminosos de casas e igrejas. Os ataques mais violentos vêm sendo atribuídos ao o IS-M, a sucursal do Estado Islâmico em Moçambique, particularmente agressivo no ataque à comunidade cristã.
A Índia também tem assistido a uma escalada da violência contra cristãos, tanto por muçulmanos quanto por hinduístas. Sobretudo nas províncias de Gujarat, Naharashtra, Uttar Pradesh e Chhattisgarh, onde hindus e muçulmanos se sentem á vontade para agredir cristãos, especialmente mulheres. A Evangelical Fellowship of India já alertou para o aumento dramático desses ataques, que incluem interrupções violentas de missas, conversões forçadas e detenções arbitrárias.
No México, padres católicos e pastores evangélicos são aterrorizados por ameaças de morte do cartel do tráfico. A intimidação se volta principalmente contra líderes que criticam as atividades das gangues criminosas e fieis que se recusam a pagar por segurança. Sequestros e episódios de extorsão são comuns. O relatório do Portas Abertas também cita casos de recrutamento forçado de jovens cristãos pelas gangues, a expulsão de cristãos de suas propriedades e o tráfico de mulheres e meninas cristãs para exploração sexual.
Hoje, na civilização que costumava ser chamada de judaico-cristã, judeus e cristãos são sempre os vilões, nunca as vítimas
Não para aí. Na Nigéria um cristão é assassinado a cada duas horas. Na China, foram fechadas mais de 10 mil igrejas desde o final da pandemia. São fartos os relatos de discriminação contra cristãos na distribuição de ajuda humanitária.
Na Coreia do Norte, ser cristão é crime contra o Estado, passível de pena de morte. No Irã, Afeganistão, Somália, Sudão e Líbia a intolerância ao cristianismo também é extrema.
Nada disso é noticiado pela velha mídia, que sempre se diz tão virtuosa e preocupada com o respeito aos direitos humanos. As razões para o silêncio cúmplice vão da ideologia ao medo de retaliações. A ONU, por sua vez, não tem tempo para falar da perseguição a cristãos, porque está muito ocupada com a promoção do identitarismo woke.
Fato: hoje, na civilização que costumava ser chamada de judaico-cristã, judeus e cristãos são sempre os vilões, nunca as vítimas.
Pois bem, a perseguição aos cristãos chegou a Paris, em plenos Jogos Olímpicos.
Primeiro, foi a grotesca paródia da Santa Ceia encenada durante a cerimônia de abertura. A reação foi tão intensa que a organização dos Jogos se viu forçada a pedir desculpas. Mas sempre daquele jeito esfarrapado, alegando que não teve a intenção de ofender, que só queriam celebrar a diversidade etc. Aham.
Desnecessário dizer, se a celebração da diversidade fizesse alguma gracinha com o profeta Maomé as consequências seriam trágicas.
A França tem uma longa história ligada ao cristianismo, em particular ao catolicismo romano. Ainda é um país de maioria cristã, mas em três ou quatro gerações pode deixar de sê-lo, já que a taxa de fertilidade dos imigrantes muçulmanos é muito mais alta que a dos cristãos franceses nativos. Mas não é preciso esperar tanto tempo: a fé menos respeitada no país hoje já é a fé cristã.
Dois atletas brasileiros sentiram isso na pele, durante as Olimpíadas de Paris.
Após ganhar a medalha de bronze, a skatista Rayssa Leal teve a ousadia de manifestar sua fé com uma mensagem silenciosa. Na linguagem Libras, citou um versículo do Evangelho de João: “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”. O vídeo viralizou.
Não pode. Rayssa está correndo o risco de sofrer uma punição e mesmo de perder a medalha, já que os jogos não permitem manifestações religiosas. Exceto quando elas vêm de atletas muçulmanos, como o judoca do Tajiquistão Nurali Emomali, que se recusou a cumprimentar um colega judeu e ainda gritou “Allahu Akbar”, expressão usada (entre outros contextos) pelos terroristas quando explodem infiéis. O atleta não sofreu sequer uma advertência.
Por sua vez, o surfista brasileiro João Chianca, o Chumbinho, foi proibido de usar na competição uma prancha com a imagem do Cristo Redentor. A alegação foi a mesma: o regulamento dos jogos não permite manifestações religiosas. Mas não proibiram as delegações da Palestina e do Irã de impor o uso do hijab, o véu islâmico, que também é um símbolo religioso, às suas atletas mulheres.
“Ah, mas elas usam porque querem…” Mesmo? Então se alguma atleta não quiser usar o véu ela pode, sem sofrer represálias? Basta lembrar que, por não usar o hijab, em outubro do ano passado uma adolescente iraniana, Armita Geravand, foi morta a pancadas pela “polícia da moralidade”, em Teerã.
Ser cristão exige cada vez mais coragem – até mesmo em Paris
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/a-perseguicao-aos-cristaos-chegou-a-paris/
Venezuela expõe farsa tucanopetista
Até as pedras sabem que houve fraude eleitoral na Venezuela. Maduro perseguiu opositores, intimidou os eleitores, promoveu prisões políticas, usou capangas para sequestrar votos, expulsou ONGs e veículos de comunicação do país e apelou para o voto de cabresto com o populismo irrigado pelos petrodólares. Tudo uma farsa tremenda, sem qualquer legitimidade. O mundo todo sabe. Mas o PT parabenizou seu companheiro da Venezuela pela vitória “limpa”.
O PT considera a eleição brasileira que recolocou o ladrão na cena do crime, como diria Alckmin, uma eleição “limpa”. O PT considera a farsa eleitoral na Venezuela uma eleição limpa. O PT e a esquerda em geral (Boulos, Ciro Gomes) consideram que há democracia na Venezuela, ainda que uma democracia “relativa”, mas não necessariamente pior do que a brasileira ou mesmo a americana. Logo…
Cada povo está largado à própria sorte e precisa lutar, por conta própria, contra seus comunistas. Não dá para esperar qualquer ajuda de globalistas, de tucanos que “condenam” as ditaduras socialistas da boca pra fora
A postura do governo brasileiro diante da fraude na Venezuela expõe a farsa tucanopetista em nosso país. Afinal, por onde andam aqueles que assinaram cartinha para “salvar a democracia” ao lado do PT? Tabata Amaral, Luciano Huck, Caio Blinder e outros esquerdistas condenaram a fraude na Venezuela e aguardaram uma crítica lulista, em vão. Mas eis o ponto: Lula sempre defendeu Maduro e antes dele Chávez, e a Venezuela não matou sua democracia agora.
Tudo não passa, portanto, de um teatro chinfrim. Os tucanos que querem salvar nossa democracia da “ameaça” bolsonarista são os mesmos que enxergam Lula como um democrata, em que pese seu eterno apoio apaixonado por ditaduras comunistas, como Cuba. E uma turma mais ousada ainda tenta colocar Maduro no lado direito, no auge da cara de pau!
Valdo Cruz, na Globo News, afirmou que a Venezuela tem uma ditadura “conservadora”, citando a postura de Maduro em pautas de costumes. Barroso, que já se colocou como alguém do bem que derrotaria o atraso bolsonarista, disse que a Venezuela tem uma ditadura de direita, pois conta com a participação de militares. A imprensa andou falando que Maduro adotou “fala bolsonarista” ao criticar o processo eleitoral brasileiro. É tudo patético demais!
Afinal, faltou combinar com a extrema esquerda. MST, PT e companhia estão lá, elogiando Maduro, enaltecendo a “democracia” da Venezuela, enquanto todos – absolutamente todos os conservadores e bolsonaristas estão repudiando a farsa e condenando o tirano socialista. Maduro já agradeceu pelo apoio de Putin na Rússia, do Partido Comunista na China e dos aiatolás xiitas no Irã, não por acaso a mesma gangue lulista. O Foro de SP está no eixo do mal, e o Brasil lulista faz parte dele.
Não por acaso é a mesma turma que prega o desarmamento civil também. Na Venezuela, isso começou ainda com Hugo Chávez, e contou com a ajuda de ONGs como a Viva Rio, de Rubem Cesar Fernandez. O senador Mourão já agradeceu o fato de os venezuelanos estarem desarmados, pois caso contrário poderia haver uma guerra civil. De fato, uma guerra civil seria possível com o povo armado. E seria menos pior do que a escravidão total e miserável a que está submetido o povo venezuelano agora.
Os “pais fundadores” da América sabiam da importância de um povo ter armas para se defender de um Estado tirano. Não existe ditador aposentado, que voluntariamente abandona o poder. Só existe ditador deposto, preso ou morto. É triste ver o povo venezuelano escravizado, miserável e desesperado, lutando com as próprias mãos, sem qualquer apoio concreto da comunidade internacional. Por onde anda a ONU, aliás? O ex-ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, respondeu:
Em lugar nenhum. Pois a Agenda 2030 simplesmente não contempla democracia. Então, quando quiserem saber como será a “governança global” dos multilateralistas, olhem para estas cenas da Venezuela: os tiranos batendo, os povos apanhando e arriscando a própria vida por um último sopro de liberdade, e as instituições globais não fazendo absolutamente nada.
Cada povo está largado à própria sorte e precisa lutar, por conta própria, contra seus comunistas. Não dá para esperar qualquer ajuda de globalistas, de tucanos que “condenam” as ditaduras socialistas da boca pra fora e somente quando é tarde demais. Ou se reage com toda força contra comunistas, ou o resultado será miséria e escravidão. Sempre!
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/venezuela-expoe-farsa-tucanopetista-pt/
Barroso diz que foi voto vencido em decisões do STF que atrapalharam combate à corrupção
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que algumas decisões da Corte realmente atrapalharam o combate à corrupção no país. Ele foi um dos defensores da Lava Jato que, entre outras ações controversas de desmonte, anulou as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e abriu espaço para ele voltar à política.
Barroso disse que algumas decisões polêmicas dos ministros tiveram uma atuação mais “controvertida” que atingiram as ações de combate à corrupção, e que ele próprio foi voto vencido em muitas delas.
“O Supremo anulou o processo contra um dirigente de empresa estatal que tinha desviado alguns milhões porque as alegações finais foram apresentadas pelos réus colaboradores e pelos réus não colaboradores na mesma data, sem que isso tivesse trazido nenhum prejuízo. Também acho que atrapalhou o enfrentamento à corrupção”, disse Barroso na noite de terça (30) durante um discurso na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro.
A fala de Barroso se referiu ao afastamento do senador Aécio Neves (PSDB) do cargo em 2017 e a anulação da sentença após depoimentos de delatores. O político tucano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e embaraço a investigações por supostamente aceitar uma propina de R$ 2 milhões da holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Mais recentemente, Barroso criticou duramente o afastamento de magistrados que julgaram processos decorrentes da Lava Jato, alegando que a medida foi “ilegítima, arbitrária e desnecessária”
Apesar de dizer que foi voto vencido em algumas decisões, Barroso afirmou que isso não o “impele a tratar com desrespeito pessoas que pensam de maneira diferente”.
Por outro lado, se disse favorável a decisões como a equiparação do crime de homofobia ao de racismo, o reconhecimento da união homoafetiva, a permissão do aborto quando o feto é anencéfalo e a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias.
Para ele, a “importância de um tribunal não pode ser aferida em pesquisa de opinião pública, porque existem na sociedade interesses conflitantes e sempre haverá queixas e insatisfações”.
O magistrado ainda comentou a situação da Venezuela, que não pode se repetir no Brasil e que a Corte atuou intensamente contra o voto impresso “que sempre foi o caminho da fraude de uma maneira geral”. “Isso que está acontecendo na Venezuela hoje, não tem nenhuma chance de acontecer no Brasil”, completou.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/barroso-decisoes-stf-atrapalharam-combate-corrupcao/
Advocacia do Senado defende fim das “saidinhas” contra ações no STF
A Advocacia Geral do Senado encaminhou nesta terça-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação a favor da lei que determinou o fim da saída temporária de presos, conhecida como “saidinha”.
Na manifestação, divulgada pelo Estadão, o órgão defende a nova lei e pede que ações que contestem o estatuto sejam desconsideradas.
A lei que restringe as “saidinhas” foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril deste ano. Contudo, o petista havia vetado o ponto principal da proposta, a proibição de saídas temporárias de presos para visitas a familiares. O veto de Lula foi derrubado pelo Congresso no final de maio.
A manifestação dos advogados do Senado foi enviada ao ministro Edson Fachin, relator das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) que são de autoria da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
As entidades se opõem à decisão do Congresso com a justificativa de que o fim das saidinhas é “um retrocesso social em matéria de direitos fundamentais”. Eles argumentam que a medida facilita a reinserção do preso na sociedade.
Advocacia defende constitucionalidade da lei
De acordo com os advogados do Senado, “os requerentes [da ação] suscitam fundamentos constitucionais abstratos para amparar a sua discordância com o que foi decidido pelo Congresso Nacional”.
Em suma, eles reforçam que “não há dúvidas da constitucionalidade” da lei pois “não viola a dignidade da pessoa humana, o direito de acesso à justiça e garantia da razoável duração do processo, o princípio da individualização da pena ou o direito à não autoincriminação”. Por fim, pedem a “improcedência dos pedidos” em análise na Corte.
“A interferência do Poder Judiciário nas funções típicas do Poder Legislativo só pode ser
tolerada em casos excepcionalíssimos e constitucionalmente permitidos, o que não
ocorre na ação em tela, requer sejam julgados improcedentes os pedidos formulados
nas ações diretas de inconstitucionalidade”, cobram os advogados.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/advocacia-senado-fim-das-saidinhas-stf/
Zucco encurrala o Governo sobre eleições na Venezuela e pede convocação de ministro
O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) protocolou, nesta terça-feira (30), requerimento de convocação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. O parlamentar destaca que Vieira precisa deixar claro a posição do Brasil sobre a possibilidade de fraude nas eleições na Venezuela.
Segundo Zucco, diversos países já se manifestaram no sentido de não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro diante da divulgação dos boletins de urna, que deram ampla vantagem para o candidato da oposição, Edmundo González.
“A democracia não é relativa e o Brasil terá que descer desse muro. Esse silêncio não pode continuar. A convulsão social na Venezuela nos atinge diretamente”, argumentou o parlamentar.
Zucco ainda classificou como ridícula a nota de apoio do PT, reconhecendo a vitória de Maduro.
“Os deputados, senadores e demais lideranças petistas vão se configurando como alguns dos últimos apoiadores da ditadura narcoterrorista de Maduro. Enquanto isso, até mesmo líderes de esquerda na América Latina e no mundo já soltaram a mão dos socialistas venezuelanos”, destacou Zucco.
O deputado acrescenta que “quase ninguém mais passa pano para esse regime de autoritarismo, corrupção e miséria – a não ser o PT e outros fãs de ditaduras e ditadores, como PSOL e PCdoB”.
Poucas horas antes da ‘eliminação’, Alckmin foi flagrado ao lado do líder do Hamas
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, estava a poucos metros do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, durante a posse do novo presidente do Irã, na terça-feira (30), em Teerã.
Horas depois, o líder terrorista foi eliminado.
Ismail Haniyeh era tido como um homem extremamente perverso.
Uma das piores figuras que já pisou na face da terra.
Enquanto o povo sofria, esse sujeito levava uma vida de luxo e tinha responsabilidade direta na propagação do ódio entre Israel x Palestina.
Esta foto foi ontem, uma das maiores vergonhas para o Brasil, ter um representante de estado ao lado desse terrorista.
Alckmin é uma vergonha.
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