Presa sem denúncia por mais de um ano e dois meses, a cabeleireira Debora Rodrigues dos Santos segue longe dos filhos — de 6 e 9 anos — desde 17 de março de 2023. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a mulher ter participado das manifestações de 8 de janeiro.
“Ela não entrou em nenhum prédio público, mas foi fotografada escrevendo, com batom, a frase ‘Perdeu Mané’ na Estátua ‘A Justiça’, localizada em frente à sede do STF”, relata o advogado de defesa Ranieri Gonçalves Martini, que recebeu a denúncia do Ministério Público (MP) sobre o fato cerca de 420 dias após a prisão, apesar de o prazo máximo permitido ser de 35 dias.
“Nesse tempo, solicitamos oito vezes que a Debora fosse para prisão domiciliar porque ela tem o direito de esperar a sentença em casa com os filhos, mas todos os pedidos foram negados”, lamenta Martini, ressaltando que a saúde dos meninos foi afetada e que seus direitos fundamentais foram violados, já que não podem ser privados da convivência materna.
Um dos tratados a respeito do tema é a Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia da ONU em 1990 e estabelecida no Brasil pelo Decreto 99.710. Segundo o documento, o Estado tem o dever de “zelar para que a criança não seja separada dos pais” e deve garantir que todas as ações de tribunais e autoridades considerem “o interesse maior da criança”.
À Gazeta do Povo, Rodrigo Chemim, doutor em Direito de Estado, afirma que o artigo318 do Código de Processo Penal estabelece que o juiz pode substituir a prisão preventiva por domiciliar para mulheres com filho de até 12 anos de idade. “Inclusive, em 2018, o STF concedeu Habeas Corpus coletivo [143641/SP] para favorecer todas as mulheres presas que se encontravam nessa situação”, recorda o jurista.
O documento citado é de 20 de fevereiro de 2018, quando a Segunda Turma do STF, sob presidência do ministro Edson Fachin, aceitou por unanimidade prisão domiciliar para todas as presas grávidas, com bebês ou com filhos de até 12 anos “nos termos do Art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.
Em seu voto, o ministro relator Ricardo Lewandowski argumentou que as crianças “sofrem injustamente as consequências da prisão, em flagrante contrariedade ao Art. 227 da Constituição”, e que os “cuidados com a mulher presa” deveriam ser direcionados “não só a ela, mas igualmente aos seus filhos”. A exceção seria para casos de “violência ou grave ameaça, contra seus descendentes” ou em situações “excepcionalíssimas devidamente fundamentadas pelos juízes”.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/moraes-mantem-mae-de-duas-criancas-presa-por-14-meses-sem-denuncia/
Manifestantes pedem impeachment de Lula e Moraes em ato em SP
Manifestantes se reuniram neste domingo (9) em um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, para pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A manifestação foi convocada pelo comentarista e advogado de direita Marco Antônio Costa.
Entre os presentes no atos estavam a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), os deputado federais Marcel van Hattem (Novo-RS) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP), e o ex-desembargador e advogado de réus do 8 de janeiro, Sebastião Coelho. A família Bolsonaro e aliados mais próximos do ex-mandatário não estiveram no protesto, que ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
No dia 31 de maio, Marco Antônio disse à coluna Entrelinhas, da Gazeta do Povo, que a mobilização seria da sociedade civil, sem intenções político-partidárias. Os participantes defenderam a liberdade de expressão e pediram a soltura de pessoas presas pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Apesar de eu achar que não é Xandão coisa nenhuma. É Xandinho, porque quem usa de seu poder para abusar dele… é Xandinho, é minúsculo”, disse Marcel van Hattem durante o protesto. Zambelli disse que participou do evento “como ativista” e defendeu Bolsonaro. “Com minha própria honra defendi esse homem [Jair Bolsonaro].
“Hoje, respondo a oito inquéritos criminais no Supremo Tribunal Federal, 20 processos por supostas fake news durante as eleições defendendo o meu presidente, 4 processos de cassação no TSE e mais de 80 na primeira e segunda instância. Do meu salário desse mês de R$ 44 mil, que é um absurdo a gente ganhar isso enquanto o povo está passando fome, sobraram R$ 3 mil de tanta multa que eu levei”, afirmou a deputada.
Além de Moraes, Sebastião Coelho criticou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros Edson Fachin a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia. “[Eles já deram provas de que não são pessoas que merecem a confiança do povo brasileiro”, afirmou o advogado.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/apoiadores-de-bolsonaro-pedem-impeachment-de-lula-e-moraes-sp/
Irmãos Batista compram petrolífera na Bolívia
Os irmãos Wesley e Joesley Batista estão ampliando sua atuação no setor energético. A Fluxus, empresa de petróleo e gás dos magnatas que criaram a JBS, concluiu a compra da Pluspetrol Bolivia.
A Pluspetrol Bolivia possui três campos de gás natural na Bacia de Tarija-Chaco, na Bolívia.
As áreas de Tacobo, Tajibo e Yacuiba produzem cerca de 100 mil metros cúbicos de gás natural diariamente, com potencial para alcançar mais de 1 milhão de metros cúbicos por dia.
Ativos incluem plantas de tratamento
Além das reservas de gás, os ativos comprados pelos Batista incluem duas plantas de tratamento de gás e a capacidade de escoar a produção para os mercados boliviano, brasileiro e argentino. A Fluxus compartilhou essas informações com a agência de notícias Bloomberg News.
A aquisição é estratégica para a Fluxus, que busca consolidar um negócio de petróleo e gás na América Latina.
A empresa está na fase final de transição para operar o campo Centenario, em Neuquén, na Argentina.
FONTE: REVISTA OESTE: https://revistaoeste.com/economia/irmaos-batista-compram-petrolifera-na-bolivia/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Em meio a suspeitas gravíssimas de ‘irregularidades’, Lula insiste e Conab anuncia novo leilão de arroz
Os produtores de arroz do RS e de outros estados, que estão se sentindo prejudicados com a açodada a bilionária importação de arroz asiático não desistiram de suas ações na justiça.
Representados pela CNA e por parlamentares gaúchos, as ações deverão se multiplicar na Justiça Federal e mesmo no STF.
Para piorar o imbróglio, a análise dos ‘negociantes’ no primeiro lote do leilão realizado pela Conab, nesta semana, levantou suspeitas de graves irregularidades e já começam a ser alvos de investigação.
Mas nem assim, Lula desistiu. Ele liberou que uma leva de pouco mais de 30 mil toneladas, que ninguém adquiriu na primeira importação, seja objeto de nova rodada de compra, já na próxima semana.
Uma situação curiosa para quem está, cada vez mais, encurralado contra as cordas.
Será o gesto de quem não tem noção de realidade ou o reflexo de quem está acuado?
CNJ suspende juíza que criticou Lula em redes sociais
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu suspender a juíza Maria Youssef Murad Venturelli, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por 60 dias. A decisão foi motivada por postagens da magistrada em tom de crítica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois dos atos de 8 de janeiro.
As publicações incluíam um título que dizia: “revoltante, PT propõe projeto Zanin para garantir a impunidade no Brasil”.
Em outra publicação, a magistrada compartilhou um vídeo sobre a viagem do presidente da Islândia a Londres, e comentou: “Lição não aprendida pelo nove dedos”.
Todos os conselheiros do CNJ votaram pela procedência do processo administrativo-disciplinar contra a magistrada por violação à lei orgânica da magistratura.
A relatora, conselheira Renata Gil, sugeriu uma advertência, destacando a falta de registros desabonadores e a idade da magistrada, bem como o reconhecimento da inadequação das postagens.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, discordou e pediu uma penalidade mais severa. Ele citou a jurisprudência do CNJ em casos semelhantes, como o de um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região que também postou conteúdo político-partidário nas redes sociais.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/cnj-suspende-juiza-que-criticou-lula-em-redes-sociais/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Planalto organiza pautas com o PT e influenciadores governistas e acelera o verdadeiro “Gabinete do ódio”
Integrantes da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República mantêm reuniões diárias com equipes do PT para definir temas e abordagens a serem utilizados nas redes sociais do partido. Além disso, influenciadores pró-governo são ocasionalmente convocados para briefings sobre assuntos de interesse do governo.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, que divulgou essas informações nesta segunda-feira, 10, essas reuniões ocorrem virtualmente por volta das 8 horas e incluem assessores da Secom, do PT nacional, e dos gabinetes das lideranças do partido na Câmara e no Senado. Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de comunicação do partido, revelou em dezembro que o objetivo é “pautar as redes que o PT alcança”. Ele detalhou:
“Às 8 horas da manhã tem um pedacinho do povo do PT, da delegação nacional, junto com o pessoal da Câmara, da liderança do PT, junto com o Senado, junto com a Secom do governo Lula. É feita uma chamada reunião de pauta. O que é uma reunião de pauta? O que vamos abordar hoje”.
Influenciadores e estratégia digital
Uma rede de páginas e perfis governistas tem se destacado na defesa de Lula (PT). Esse grupo promove ataques coordenados a críticos do governo na tentativa de desqualificá-los. A relação direta entre governo e partido com esses influenciadores sugere que suas ações digitais são orientadas diretamente pelo Planalto, conforme o Estadão.
Durante a tragédia no Rio Grande do Sul, PT, governo e influenciadores trabalharam para desmentir o que classificaram como fake news, incluindo críticas políticas e reportagens da imprensa. O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) e a família Bolsonaro também foram alvos de perfis ligados ao governo. O jornal compara a estratégia atual com aquilo que a própria esquerda chamava de “gabinete do ódio” da gestão Jair Bolsonaro (PL).
Participação da Polo Digital Marketing
Desde 2021, integrantes de uma agência de comunicação que presta serviços ao PT participam das reuniões matinais. A Polo Digital Marketing, liderada por sua sócia Clarisse Chalréo, conduziu o grupo de WhatsApp “gabinete da ousadia” durante a campanha de 2022. Clarisse confirmou sua participação nas reuniões, mas não forneceu detalhes sobre os assuntos discutidos.
A Polo mantém um contrato com o PT no valor de R$ 117,7 mil mensais, pagos com recursos do Fundo Partidário. A equipe da Polo conta com pelo menos 19 profissionais, incluindo coordenadores, redatores, especialistas em redes sociais e produtores de vídeo.
Declarações finais de Jilmar Tatto
A existência da reunião diária entre a Secom e comunicadores do PT foi exposta pelo deputado Jilmar Tatto (PT-SP), que é secretário nacional de comunicação do partido. Ele afirmou aos correligionários que o trabalho de comunicação “para fazer disputa política com nossos adversários” é baseado em “metodologia, ciência, expertise” e que “não é de graça”.
Tatto confirmou que as reuniões diárias mobilizam as principais estruturas de comunicação do partido, mas ressaltou que a participação da Secom, de Paulo Pimenta, ocorre “às vezes, dependendo do horário”. Ele admitiu que influenciadores são eventualmente convidados: “Às vezes, quando tem necessidade, a gente convida um (influenciador) ou outro. A gente já fez reuniões com eles, se conecta com eles. Tenta manter um canal. Mas a gente não conseguiu ainda ter um padrão de funcionamento com eles.”
O deputado explicou que o objetivo é fortalecer a relação com influenciadores para que eles sigam a pauta de interesse do governo e do partido. Ele exemplificou temas tratados:
“Destaque do dia: tragédia no Rio Grande do Sul, balanço das ações; divulgação Copom/Selic, Novo PAC Seleções; tragédia no Sul, com foco na questão das fake news; pesquisa Quaest, aprovação do governo”.
Parte da atuação dos influenciadores consiste em convocar mutirões contra adversários ou a favor de governistas. O humorista Whindersson Nunes, por exemplo, e a imprensa são alvos frequentes das críticas, especialmente quando expõem erros ou omissões do governo.
Ministério Público de SP abre guerra contra a Bíblia Sagrada
Um deplorável ativismo antirreligioso tem influenciado fortemente as ações do Ministério Público de São Paulo.
Uma série de ações judiciais recentes do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) questiona a constitucionalidade de leis municipais que favorecem práticas cristãs, religião de 90% dos brasileiros e pilar da cultura brasileira, argumentando que tais práticas violam o princípio da laicidade do Estado brasileiro.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, apresentou uma ação para declarar inconstitucional a lei que exige a disponibilidade de Bíblias em bibliotecas públicas da cidade de São José do Rio Preto (SP).
Segundo o procurador, essa prática cria uma “preferência” por determinada religião, que é a majoritária no país desde seu nascimento. Ele afirma que “não compete ao Poder Legislativo municipal criar preferência por determinada religião, como o faz pela exigência da disponibilização de exemplares de Bíblia Sagrada nos acervos e bibliotecas mantidos pelo Poder Público Municipal”.
A ideia parece ignorar que igualar desiguais é também uma forma de discriminação.
Além dessa ação, o MP-SP também busca remover Bíblias em braile, disponíveis desde 2009, e questiona a frase “sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos” utilizada no início das sessões legislativas da Câmara Municipal. Em alguns casos, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) já decidiu a favor do MP, declarando essas práticas inconstitucionais.
Algo inexplicável e absurdo.
Governo usa emendas para tentar ‘enquadrar’ deputados; nem Lira escapa
Alvo da desconfiança da oposição e hostilizado por governistas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem compromissos com Lula (PT), apesar do assédio de cargos e vantagens. Mas, na prática, recebe o tratamento conferido aos inimigos: é dos poucos parlamentares, todos de oposição, cujas emendas permanecem retidas pelo governo, apesar de serem de liberação obrigatória. A jogada é obrigar Lira a pedir liberação, para então Lula impor suas condições no “toma lá, dá cá”.
Incômoda autonomia
Lira demonstra não ter a intenção de pedir a liberação de suas emendas, e está cada vez mais à vontade mantendo a Câmara independente.
Governo minoritário
Um ano e meio após a posse, Lula não consegue montar uma base governista, controlando cerca de cem dos 513 votos na Câmara.
Eis a questão
Com emendas de R$53 bilhões à mão, os deputados não querem se meter em escândalos aceitando cargos ou negócios para apoiar governo.
Gatos escaldados
O jeito PT de governar foi marcado pelo dinheiro vivo, no mensalão do primeiro governo, e no petrolão do segundo. Políticos hoje fogem disso.
STF paga diárias para juízes de Brasília trabalharem em… Brasília
Juízes de Brasília que trabalham em gabinetes de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) engrossam o salário em mais de R$10 mil sob justificativa de ser pagamentos de diárias, bancadas pelo STF, penduricalho para cobrir custos de profissionais que trabalham fora do estado de origem.
Os juízes auxiliares são do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), tribunal local do DF. A distância entre a sede do TJDFT e o STF é de cerca de 5,5km.
Ao jornal Estadão, o Supremo diz que os pagamentos são justificados pois os magistrados estão “fora de sua jurisdição”. Com isso, os salários que já superam os R$40 mil ganharam um adicional de R$10.653,50.
“Os juízes com jurisdição no Distrito Federal também têm direito a diárias porque, ao trabalhar no STF, estão atuando fora de sua jurisdição de origem, nos termos da Loman [Lei Orgânica da Magistratura Nacional]”, diz a nota.
Tour na Europa: Lula e Janja viajam nesta semana para Suíça e Itália
O presidente Lula e a primeira-dama Janja fazem nesta semana mais uma viagem internacional e devem passar o dia dos namorados na Europa.
O roteiro do casal inclui Suíça e Itália. O tour foi criticado pela oposição. O ex-presidente Jair Bolsonaro diz que há muito a fazer para reconstruir o Rio Grande do Sul enquanto Lula viaja.
Com Suíça e Itália, já são sete os países que Lula visita apenas neste ano. O petista e sua numerosa comitiva já passaram por Egito, Etiópia, Guiana, São Vicente e Granadinas, além da Colômbia.
Vitória acachapante dá à direita mais que o triplo das cadeiras da esquerda
A direita liderada pelo Partido Popular deverá conquistar 186 assentos no Parlamento Europeu, consolidando-se como maior força política do continente e assumir a liderança no legislativo, de acordo com as projeções do resultado das releições realizadas neste domingo.
As forças conservadores somaram mais que o triplo das cadeiras conquistadas pelos partidos de esquerda. Mais 65 cadeiras garantiriam à direita o quádruplo dos assentos obtidos pela esquerda.
Os votos conservadores também garantem cerca de 148 assentos no Parlamento Europeu para vários partidos e movimentos que a imprensa de orientação esquerdista chama de “extrema direita”.
Somados os votos totais, as forças conservadoras devem garantir ao menos 467 das 720 cadeiras no Parlamento Europeu, enquanto a esquerda e a extrema esquerda somaram apenas 133 cadeiras.
Toffoli – a ditadura das canetadas
Recentes editoriais do jornal O Estado de S.Paulo puseram o dedo numa ferida que demanda urgente tratamento: o ativismo judicial e o excessivo protagonismo monocrático do ministro Dias Toffoli no processo de desconstrução da verdade sobre o maior caso de corrupção da nossa história.
O primeiro editorial foi publicado no dia 23 de maio. O jornal, com clareza e elegante contundência, mostra ao leitor e à sociedade a violência contida nas recentes canetadas do ministro.
A narrativa sobre a Operação Lava Jato a que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli tem se dedicado a escrever nos últimos meses ganhou mais um capítulo. “Monocraticamente, como se tornou habitual, o ministro declarou a ‘nulidade absoluta’ de todos os atos processuais e investigações em desfavor de ninguém menos que o notório empreiteiro Marcelo Odebrecht, uma das figuras mais identificadas como o esquema do ‘petrolão’ do PT”.
Prossegue o editorial, apoiado numa lógica afiada: “De antemão, é preciso registrar que, fosse Dias Toffoli minimamente cioso das obrigações que as leis, a ética profissional e o senso de decência impõem à toga, ele não deveria assinar uma lauda sequer em processos envolvendo a Novonor (antiga Odebrecht) ou seus altos executivos, por absoluta suspeição. Como é público, Marcelo Odebrecht já identificou Dias Toffoli, em depoimento oficial, como sendo ‘o amigo do amigo do meu pai’, numa referência ao presidente Lula da Silva, à época investigado no âmbito da Lava Jato, e ao pai do empresário, Emílio Odebrecht – de fato, um amigo de longa data do petista”.
Convém registrar que o que motivou a instauração do inquérito das fake news foi a publicação de uma matéria na revista Crusoé que trazia uma referência ao ministro Dias Toffoli durante apuração feita na Operação Lava Jato. Esse inquérito – que ainda tramita até hoje, já decorridos cinco anos – tem permitido a tomada de uma série de medidas, também monocráticas e flagrantemente ilegais, contra pessoas que nem mesmo poderiam ser julgadas no STF – o que, por si só, torna abusivas as medidas determinadas.
Num crescente contorcionismo da interpretação elástica do artigo 43 do Regimento Interno do STF, tudo é trazido para o arbitrário inquérito. A liberdade de expressão, garantia maior da Constituição, foi para o ralo da ditadura judicial.
Mas o salto olímpico de desrespeito à Constituição e de agressão às liberdades se deu durante o mandato do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE. O que se viu foi uma escalada de medidas explícitas de censura e prisões arbitrárias.
Mas voltemos, amigo leitor, às surreais canetadas monocráticas do ministro Toffoli.
Na terça-feira, 28 de maio, o Estadão publicou novo editorial alertando para as consequências das decisões daquele que disse que os ministros da corte são “editores de um país” e que, agora, armado de notável diligência, está empenhado na demolição da verdade e reconstrução da história.
O ministro é o executor “da narrativa lulopetista de que o esquema de corrupção do petrolão foi na verdade invenção de uma conspirata de procuradores e magistrados em conluio com agentes internacionais para alijar ‘guerreiros do povo brasileiro’ do poder”.
“A história narrada e comprovada pelos envolvidos em acordos com o Ministério Público é bem diferente. Executivos da Petrobras recebiam propinas das empreiteiras para fechar contratos superfaturados. No exterior, os governos lulopetistas abriam as portas para governos alinhados para a contratação de obras viabilizadas com linhas de créditos do BNDES. Segundo o Tribunal de Contas da União, em uma década a Odebrecht foi beneficiada com 80% desse crédito. Enquanto isso, os marqueteiros de partidos políticos se encarregavam de lavar o dinheiro do financiamento ilícito de campanhas.”
Tudo isso foi descrito em detalhes por delatores como Marcelo Odebrecht em acordos de leniência e colaboração premiada homologados pelo STF. No caso do processo da Odebrecht, Toffoli, como já foi dito anteriormente, nem sequer deveria ser o relator. Identificado nas planilhas da empreiteira como “o amigo do amigo [Lula] de meu pai [Emílio Odebrecht]”, deveria ter se declarado impedido. Não o fez. Lamentavelmente.
Como apontou em entrevista ao jornal O Estado de S.Pauloo diretor da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, sob volumosas pás de cal lançadas por sua corte suprema, “o Brasil se tornou um grande cemitério de provas de corrupção transnacional” e agora, “depois de exportar corrupção, está exportando impunidade”.
Respeito o Supremo Tribunal Federal e conheço alguns dos seus ministros. O próprio ministro Alexandre de Moraes é um bom constitucionalista. O ministro Gilmar Mendes e o atual presidente da corte, Luís Roberto Barroso, têm sólida formação jurídica.
No entanto, em razão das sucessivas canetadas monocráticas, incluindo essas últimas de Toffoli, alguns correm o risco de entrar para a história como especialistas na promoção da impunidade, no cerceamento das liberdades e na apologia da agenda identitária.
O Senado da República continuará omisso e de costas para a sociedade e para o eleitorado?
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/carlos-alberto-di-franco/toffoli-ditadura-das-canetadas-lava-jato/
Os alexandretes existem, são muitos e só querem estar do lado “vencedor”
Caro leitor,
Estava aqui pensando no que escrever hoje e por muito pouco não caí na besteira de ficar me lastimando, seja porque é difícil escrever humor, seja porque ninguém gosta de mim, seja porque está frio, seja porque acabei de pagar um DARF… ah, sei lá! Dependendo do dia, das marés, da lua, da conjunção dos astros e da fome, a gente sempre encontra algum motivo para se lamuriar, não é mesmo?
Aí vi imagens de cortar o coração já dilacerado. Porque Alexandre de Moraes, sempre perverso, sempre sádico e nunca, jamais, nevah-evah comprometido com qualquer coisa remotamente parecida com Justiça, autorizou a prisão de duas centenas de pessoas, praticamente todas idosas ou em vias de conseguir aquela plaquinha de estacionamento preferencial. Eram manifestantes, baderneiros ou, a meu ver, vítimas do 8/1. Gente que caiu na lábia de líderes mal-intencionados ou burros o suficiente para insuflarem a ideia de que Lula é um presidente ilegítimo e jamais deveria ter tomado posse – e que a força do povo faria diferença.
Mas o pior nem é isso. Digo, para os presos talvez a prisão seja de fato o pior. Ainda mais na velhice. Para nós que ainda podemos gozar de algo cada vez mais remotamente parecido com liberdade, porém, o pior é constatar que corremos cada vez mais perigo. Porque tem muita, muita, muita gente aplaudindo aquilo que novamente chamarei de perversidade & sadismo – porque é mesmo.
Essa tal de “muita gente” acredita que houve de fato uma tentativa de golpe levada a cabo por revolucionários de bengala desarmados, ou melhor, munidos apenas da indignação por ver um ex-presidiário tomando posse como presidente depois de um processo eleitoral, digamos, pouquíssimo transparente. Por consequência, essa “muita gente” acredita que os participantes dessa tentativa de golpe merecem apodrecer nas masmorras do Estado.
“É só uma minoria!”, me diz você, iludido como todo otimista (me identifico). Talvez, mas é uma minoria ruidosa, munida de um senso muito deturpado de sucesso. E é essa suposta minoria aí que alimenta o furor persecutório de um ministro completamente despreparado para se livrar das armadilhas do próprio ego. Um ministro que já mostrou que é incapaz de resistir à tentação do poder absoluto, com sua promessa infeliz de perversidade, sadismo e injustiça. Um ministro para o qual os fins justificam, sim, os meios – não tem nem o que discutir.
Há, contudo, outro aspecto que vale mencionar aqui. Ainda que sejam minoria, os alexandretes exibem um desejo de se submeter à autoridade, uma pulsão de escravidão que é, na melhor das hipóteses, assustadora. Mas não chega a ser novidade. Vimos algo parecido durante a pandemia. E é uma pena terem vulgarizado tanto as comparações com o nazismo, mas o que a gente tem no Brasil hoje chega bastante perto daquilo. Pelo líder caricato? Também. Mas sobretudo por aquela vontade de estar do lado vencedor e de gritar “perdeu, mané!”, mesmo que essa vitória esteja sendo construída sobre bases imorais e cruéis. Imorais porque cruéis, desprovidas de qualquer racionalidade, bom senso e misericórdia.
Duvida? Então dê uma voltinha pelas redes sociais. Procure pelas publicações da Gazeta do Povo que divulgam a minha produção em texto ou vídeo, e veja com seus próprios olhos o denuncismo, a vontade de aniquilar o “inimigo” e atente principalmente para o desejo de estar do lado que pode até não ser o certo, mas é, por ora, o vencedor. O que essas pessoas acreditam que lhe garantirá ganhos financeiros, emocionais e sociais. Vai. Pode ir que eu te espero.
(…)
Não disse?
Fico por aqui, pedindo desde já perdão pelo tom lúgubre desta carta. É que tem dia que não dá para ignorar que há quem se confraternize na perversidade e zurre de prazer ao admirar o sofrimento alheio. Se serve de consolo, porém, deixo aqui minha certeza de que uma hora os ventos mudarão. E, quando isso acontecer, será a nossa vez de mostrar que somos melhores do que eles.
Um abraço do
Paulo
[Esta coluna é uma reprodução da carta que chega à caixa postal dos assinantes toda sexta-feira. Se você ainda não se inscreveu, lá em cima, logo depois do primeiro parágrafo, tem um campo para isso].
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/os-alexandretes-existem-sao-muitos-e-so-querem-estar-do-lado-vencedor/
Reféns libertados de Gaza estavam na casa de colaborador da Al Jazeera, diz Israel
O governo de Israel afirmou, neste domingo (9), que três dos quatro reféns libertados do cativeiro em Gaza, durante o final de semana, estavam na casa de um jornalista que escrevia para a Al Jazeera e outros veículos de comunicação árabes, Abdallah Aljamal.
Segundo a imprensa israelense, ele também foi porta-voz do Ministério do Trabalho do Hamas, que controla a Faixa de Gaza e foi responsável pelo massacre e sequestro de civis do lado israelense em 7 de outubro.
“Os reféns foram mantidos presos por Abdallah Aljamal e integrantes da sua família em sua casa. Isso evidencia o uso deliberado de casas e prédios civis pela organização terrorista Hamas para prender reféns israelenses na Faixa de Gaza”, disse o Exército de Israel em um comunicado.
O jornalista, que escrevia para a Al Jazeera e outros veículos, foi classificado como um membro terrorista do Hamas. “Após verificações das Forças de Defesa (FDI) e do Shin Bet (agência de segurança interna), pode-se confirmar que Abdullah Jamal era um agente da organização terrorista Hamas, que manteve os sequestrados Almog Meir, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv na casa de sua família em Nuseirat“, disse o exército.
Em meio à guerra, vários artigos de Aljamal foram publicados no portal Palestine Chronicle, inclusive enquanto os reféns Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv eram mantidos em cativeiro em sua casa. A quarta refém, Noa Argamani, foi resgatada de um prédio próximo na operação deste sábado (8).
Ajiamal também escreveu uma coluna para a Al Jazeera, em 2019, gerando questionamentos se ele ainda era um correspondente em Gaza do meio de comunicação estatal do Catar. O veículo confirmou que o jornalista já colaborou com o portal, mas negou associação atual com o terrorista.
Após a grande operação de resgate, Israel estendeu por mais 45 dias a proibição das operações da emissora Al Jazeera no país, decisão que foi primeiramente tomada no mês passado, sob a justificativa de que o veículo apoia as atividades do Hamas e representa uma ameaça à segurança nacional.
Um militar israelense foi mortalmente ferido durante troca de tiros com os terroristas do Hamas nos locais de resgate.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/refens-libertados-de-gaza-estavam-na-casa-de-colaborador-da-al-jazeera-diz-israel/
Em desespero, terroristas do Hamas ameaçam novos sequestros
Horas depois de as Forças de Defesa de Israel resgatarem quatro reféns detidos pelo Hamas em uma operação no centro da Faixa de Gaza, o grupo terrorista disse que ainda mantém sob cativeiro a maioria dos reféns capturados em 7 de outubro e que poderia aumentar esse número.
Um oficial do Hamas disse a uma agência de notícias internacional no sábado (8) que a libertação do grupo depois de nove meses de guerra “é um sinal de que eles falharam. E não uma conquista”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não cede ao terrorismo e que está operando “de forma criativa e corajosa” para trazer para casa os reféns detidos pelo Hamas em Gaza.
“Estamos empenhados em fazê-lo também no futuro. Não desistiremos até completarmos a missão e devolvermos para casa todos os reféns – tanto os vivos como os mortos”.
Um terrorista desesperado é um perigo imensurável.
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