Se o governo Lula tivesse alguma preocupação, por menor que fosse, em manter as aparências em matéria de decoro, integridade e respeito à população em geral, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski teria de ser mantido em quarentena perpétua diante de qualquer cargo da administração pública. Mas o governo Lula não tem a mais remota preocupação com nenhuma dessas coisas; nunca teve, e não dá sinais de que venha a ter um dia.
O resultado é que Lewandovski, em vez de ser proibido de chegar a menos de 1.000 quilômetros de Brasília, por exigências mínimas do manual de decência, foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Lula. Seria o chamado “fundo do poço” – se houvesse algum fundo no poço deste governo.
Se o governo Lula tivesse alguma preocupação em manter as aparências em matéria de decoro, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski teria de ser mantido em quarentena perpétua.
Lewandowski, acredite quem quiser, é advogado da J&F – a empresa que controla a JBS dos irmãos Batista. A JBS é a maior produtora de carne do mundo. Os irmãos Batista são veteranos frequentadores da justiça penal brasileira. Como é possível que um cidadão que até outro dia estava no Supremo Tribunal Federal possa se tornar, imediatamente depois de se aposentar do seu cargo, advogado de um cliente como a J&F?
A empresa dos irmãos Batista tem uma causa de 15 bilhões de reais na Justiça; só os honorários dos advogados da parte vendedora estão fixados em 600 milhões de reais. Em 2017, apertada pela obrigação de pagar 11 bilhões de reais ao Tesouro Nacional para se livrar de processos criminais por corrupção ativa, a J&F foi obrigada a vender propriedades. Uma delas foi a indústria de celulose Eldorado, no Mato Grosso do Sul – vendida pelos irmãos Batista à empresa indonésia Paper Excellence. O problema é que eles venderam, mas não entregaram.
A J&F, tempos depois de fechar o negócio, viu a sua situação penal e econômica melhorar. (Hoje, inclusive, estão no céu: o ministro Antonio Toffoli, outro dia, simplesmente anulou a sua obrigação de pagar a multa que devia pela leniência recebida nos processos de corrupção. Deu, para justificar sua decisão, uma das razões mais assombrosas da história judicial do Brasil: a J&F, segundo Toffoli, “não tinha certeza” de que realmente queria assinar o acordo que assinou com o MP.) Houve, também, um aumento nos preços internacionais da celulose. Somadas umas coisas às outras, os irmãos desmancharam a venda, convencidos de que com os advogados, os juízes e os políticos certos, iriam deitar e rolar na justiça contra um adversário estrangeiro.
É onde estamos: sete anos depois de vendida, a Eldorado não foi entregue. A situação do comprador, hoje, está mais difícil do que nunca. Qual a imparcialidade que se pode esperar do STF num caso desses? O advogado dos irmãos Batista circula ali dentro como em sua casa, depois de 17 anos no cargo de ministro e ligação próxima com os colegas que estão lá hoje. Melhor ainda que advogado, ele é hoje o novo ministro da Justiça – e íntimo do presidente as República, sem o qual nunca teria sido nada na vida. Soma-se o ministro Toffoli a isso tudo, e a coisa fica fechada pelos sete lados. É essa a democracia brasileira que o STF e Lula salvam todos os dias.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/ricardo-lewandowski-deveria-ficar-a-quilometros-de-qualquer-cargo-publico/
O Equador mergulhado no caos
Como é possível que um país considerado, até poucos anos atrás, um dos mais seguros da América do Sul esteja hoje em uma situação equivalente à de uma guerra civil, com a suspensão de garantias constitucionais e poder de polícia concedido às Forças Armadas? O mergulho do Equador no caos total começou com a fuga do líder de uma das principais facções do crime organizado do país, no último fim de semana, mas não é um episódio súbito e isolado, e sim o resultado de um processo que guarda muitas similaridades com os antigos problemas que afligem a segurança pública no Brasil.
O crime organizado já deu inúmeras demonstrações de força desde a fuga de José Adolfo Macias. Não apenas a Los Choneros, mas outras facções estão levando o terror aos equatorianos. Policiais foram sequestrados, explosões foram registradas em várias cidades do país, o estúdio de uma emissora de televisão foi invadido, e as prisões do país estão em ebulição, com novas fugas e rebeliões em que há mais de uma centena de reféns. Assim como no Brasil, a maioria dos estabelecimentos prisionais já se tornou “propriedade” das facções, e Macias conseguiu fugir justamente depois de ser transferido de uma penitenciária federal de segurança máxima para uma cadeia regional em Guayaquil, graças a uma decisão judicial assinada por um magistrado com histórico de decisões favoráveis a chefões do crime organizado e que acaba de ser suspenso.
Enquanto a deterioração da segurança pública no Equador foi um processo de poucos anos, no Brasil ela vem ocorrendo lentamente há décadas
O Equador ostentou taxas bastante baixas de homicídios até 2017, mas mesmo antes disso alguns acontecimentos começaram a traçar o destino do país, como o desmantelamento de uma base militar norte-americana em uma região portuária do país em 2009, por ordem do esquerdista Rafael Correa. O ponto de inflexão, no entanto, veio com o acordo de paz entre o governo colombiano do então presidente Juan Manuel Santos e os narcoterroristas das Farc, em 2016. O tráfico fincou suas bases no vizinho Equador, onde se aliou a cartéis mexicanos e até albaneses, e se aproveitou dos 2,2 mil quilômetros de costa para colocar de vez o país na rota do transporte de narcóticos para os Estados Unidos e a Europa, via Canal do Panamá. A omissão ou a incompetência do Estado equatoriano em combater os cartéis permitiu que eles se fortalecessem a ponto de se sentirem capazes de cometer crimes políticos de grande efeito na vida do país – embora o assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio, em agosto de 2023, ainda não tenha sido esclarecido, ele estava na mira dos cartéis, que já o haviam ameaçado de morte.
Enquanto a deterioração da segurança pública no Equador foi um processo de poucos anos, no Brasil ela vem ocorrendo lentamente há décadas. E, se aqui o crime organizado não chegou ao ponto de colocar um país inteiro de joelhos, já causou pânico generalizado em algumas regiões do país, como nas ondas de ataques do PCC no estado de São Paulo, e há várias características em comum entre os casos equatoriano e brasileiro. Com exceções (como as prisões federais de segurança máxima), as cadeias são hoje dominadas pelas facções, e fora dos muros das penitenciárias há territórios inteiros dominados por traficantes ou milicianos, da Amazônia ao Rio de Janeiro, onde ainda por cima ganharam carta branca para se reforçar graças a decisões do Supremo Tribunal Federal que amarraram os braços do Estado e o impedem de combater os criminosos com a força necessária.
Independentemente do acerto ou não do instrumento escolhido pelo presidente Daniel Noboa para tentar combater os cartéis – o estado de exceção já foi decretado dezenas de outras vezes nos últimos anos –, fato é que a espiral de violência que sugou o Equador mostra de maneira inequívoca os efeitos do descaso com a segurança pública. Quando o Estado não quer ou não consegue combater o crime, quando as leis são extremamente lenientes com os bandidos, quando o debate público é dominado por correntes ideológicas que enxergam os criminosos como “vítimas da sociedade”, os resultados trágicos aparecem, mais cedo ou mais tarde.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-equador-mergulhado-no-caos/
O PAÍS DA TRAMBICAGEM
FONTE: JBF https://luizberto.com/o-pais-da-trambicagem/
Moraes pede para PF investigar filiação de Lula ao PL; registrou ficou no ar por 6 meses
O ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou à Polícia Federal nesta quinta (11) informações sobre uma suposta filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com as informações apuradas pelo jornal O Globo que levaram ao pedido de investigação à PF pelo TSE, Lula foi filiado ao PL há seis meses com o uso de uma senha de uma advogada do partido ao sistema Filia. A legenda negou que tenha feito o procedimento.
A inclusão dos dados de Lula como filiado ao PL ocorreu no dia 17 de julho de 2023 em nome da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao partido. No entanto, se suspeita que a operação tenha sido realizada por outra pessoa.
O PL divulgou uma nota da empresa Idatha, responsável pela consolidação das informações, assegurando a disponibilidade dos registros para averiguação das autoridades.
A Idatha explicou que o fluxo de filiações é registrado no sistema, mantendo informações e documentos auditáveis. A empresa afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar na verificação do incidente.
O procedimento padrão, segundo a Idatha, envolve o registro pelo dirigente municipal e a consolidação pela empresa no sistema Filia através da senha nacional de acesso do partido.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que essa filiação é “uma loucura” e que o mesmo já havia acontecido com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao PT.
“Cada dia aparece um louco com mais facilidade de fazer esse tipo de coisa na internet. Faz uns dois meses, o Nikolas Ferreira, que foi o deputado mais votado do Brasil, pelo PL, foi filiado ao PT. Agora aconteceu com o Lula. Isso é uma loucura, temos de achar este hacker, mas vamos contar com a estrutura da Polícia Federal”, disse em entrevista à rádio CBN.
No histórico de filiações de Lula, constava sua adesão ao PT em 4 de maio de 1981 e, posteriormente, ao PL em 15 de julho de 2023 em São Bernardo do Campo (SP), base eleitoral do presidente. O ministro Alexandre de Moraes encaminhou as informações à Polícia Federal para investigação de possíveis crimes relacionados à inserção de dados falsos no sistema eleitoral.
O presidente da Corte cancelou formalmente o vínculo de Lula com o PL e retomou o laço formal com o PT, além de cancelar a senha da advogada.
O TSE esclareceu que fornece uma senha para os administradores dos partidos, responsáveis por cadastrar filiações no sistema Filia. A filiação só é recusada em caso de erro nos dados cadastrais do filiado, e em caso de duas filiações, prevalece a mais recente.
O sistema Filia realiza processamento diário dos registros, convertendo filiações para o registro oficial se não houver erros.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/moraes-filiacao-lula-pf-investigar-6-meses/
O Brasil contra Israel: A esculhambação da diplomacia e a vergonha nacional
Nas raras vezes em que vi uma TV ligada, nos últimos anos, nunca foi de maneira voluntária.
Essa praga infesta padarias, restaurantes, supermercados, como se houvesse lei obrigando – ainda não existe, mas quem sabe? – os pobres cidadãos a serem envenenados com o lixo expelido pela TV aberta.
Hoje, num supermercado, vi horrorizado numa tela enorme o atestado da decadência da nano diplomacia brasileira.
Confesso que me senti envergonhado por ser brasileiro.
Na telona, uma moça qualquer informava que Lula declarou apoio à África do Sul contra Israel, em encontro com o embaixador da palestina, Ibrahim qualquer coisa.
A palestina, que o Ibrahim representa, move uma ação, isolada do mundo civilizado, que pede à Corte Internacional de Justiça que condene Israel por ‘atos genocidas.’
E Nárnia, o braziu de Lula, corre para apoiá-lo.
Acusa Israel insanamente de violar regras de Crime de Genocídio, uma inversão surrealista da realidade que só poderia sair mesmo da cabeça de apoiadores de terroristas.
E de seus raros parceiros oportunistas, como o atual desgoverno brasileiro.
Como apontou corretamente a Confederação Israelita do Brasil imediatamente após o comunicado do Itamaraty, essa ação deveria ser movida contra os verdadeiros genocidas, os membros do Hamas.
O oportunismo escabroso de Lula acaba com décadas de um posicionamento neutro, cauteloso e sábio do país em relação a conflitos internacionais.
E coloca o país numa vergonhosa classificação, a de uma nação antissemita tosca.
Mas não se trata de antissemitismo.
É só oportunismo mesmo.
Que embrulha o estomago de qualquer um, como o meu, diante daquela telona que expelia essa atrocidade tranquilamente no cérebro de inocentes cidadãos.
MAIS UMA DO PRESOMENTE
FONTE: JBF https://luizberto.com/mais-uma-do-presomente-2/
8 de janeiro, um ano depois: o resultado da ingenuidade
Desde o início de novembro, de 2022, em todos os municípios do país, milhares de brasileiros e brasileiras que prezam a liberdade, os direitos humanos, a honestidade, a livre iniciativa, e a democracia se manifestaram, no exercício de seus direitos, publica e pacificamente nas ruas, nos parques, contra o resultado da eleição de outubro que deu a vitória a um personagem conhecido de todos nós e que, pela sua conduta passada e pelas circunstancias excêntricas pelas quais reapareceu no cenário político em 2022, não agradou boa parte dos brasileiros.
Nas capitais acamparam, durante 60 dias ou mais nas frentes de quarteis do Exército Brasileiro, como a pedir providencias que, dadas às circunstâncias, eram impossíveis de serem atendidas por parte da Forças Armadas. Ainda assim, eles permaneceram nos quarteis, nas praças de todo o país, portando-se pacífica e ordeiramente. Até resolverem que no dia 8 de janeiro de 202, ocupariam a praça dos Três Poderes em Brasília num derradeiro e desesperado esforço, pacífico, de que a presença maciça na Capital Federal, produzisse algum resultado que atendesse às suas aspirações. E assim foi feito.
Centenas de ônibus das mais longínquas geografias do Brasil dirigiram-se, transportando brasileiros, à capital para reunirem-se à grande massa de manifestantes que, pacificamente lá, já se encontrava. Mas os responsáveis pelo projeto de ocupação cometeram um erro. Grave erro! Não procuraram identificar os participantes da ação conjunta e certificarem-se, com absoluta certeza, que todos pertenciam ao mesmo grupo homogêneo que, há tanto tempo, estava junto manifestando-se, com os mesmos objetivos democráticos, pacíficos e legítimos.
E, por não terem tido esta preocupação em saber se todos os que se dirigiam ou estavam em Brasília eram da mesma conduta e defendiam as mesmas posições ordeiras, permitiram que aqueles que não compartilhavam desse espírito ordeiro e pacífico, destruíssem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal. Por conta disso, muitos manifestantes ordeiros foram presos, alguns já condenados pela última instancia jurisdicional, mesmo que tenham foro privilegiado que justifique o não o exame de seus casos e eventuais processos e sentenças pela Justiça comum de primeira instância.
Presos e condenados, carregam hoje a pecha de terroristas das piores espécies cuja reputação coletiva e individual auferida em decorrência dos fatos acontecidos, a imprensa se encarregou de divulgar. Houve tentativas de suicídio e um dos reclusos que era portador de uma série de doenças, mesmo tento sua soltura orientada pelo Ministério Público não obteve este resultado e acabou morrendo na prisão. Assim, a manifestação que começou com tantos ideais nobres, libertários e patrióticos em 2022, foi transformada em atitude criminosa e virou alvo das autoridades da Suprema Corte de Justiça. Os acusados que não tiveram seus crimes materialmente comprovados estão sendo condenados a penas que variam de 14 a 17 anos de reclusão – para a qual não há nem possibilidade de recurso.
Quanto aos que, de fato, queriam cometer dano ao patrimônio público, alguns com certeza serão presos; mas os que não o foram, certamente estarão festejando o resultado obtido, naquele 8 de janeiro de 2023 e, às gargalhadas, rindo-se dos manifestantes brasileiros comuns e ordeiros que pagaram o preço alto de seu despreparo e ingenuidades. E os manifestantes que foram presos e condenados, exemplarmente, com os rigores da lei, se arrependerão, eternamente, pelo descuido cometido.
Erner Antonio Freitas Machado é consultor financeiro e imobiliário.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/8-de-janeiro-ano-depois-resultado-ingenuidade/
Delegado que atuou na Lava Jato pede exoneração da Polícia Federal
O delegado Maurício Moscardi Grillo, ex-integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, pediu exoneração da Polícia Federal nesta semana para atuar na iniciativa privada. Grillo desempenhou papel crucial na fase inicial das investigações do escândalo de corrupção que envolveu a Petrobras e abalou o cenário político brasileiro.
De acordo com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) nesta semana, a exoneração foi “a pedido” (veja na íntegra). Ele estava lotado na Delegacia de Polícia de Imigração da PF em Curitiba, de acordo com o despacho.
O delegado esteve na PF por mais de 20 anos e foi contratado por um escritório de advocacia na capital paranaense para atuar nas áreas de compliance e criminal. Ele liderou a Operação Carne Fraca, desdobramento da Lava Jato que expôs práticas ilícitas no setor de carnes, envolvendo empresas como JBS e BRF.
Grillo destacou que sua trajetória na PF foi marcada por momentos “glorificantes” e “difíceis”. Sua decisão de deixar a instituição foi difícil, diz, mas acredita que sua experiência pode contribuir para promover “adequações necessárias” no setor privado.
“Saio com a certeza de ter feito o máximo para elevar o nome da nossa PF. A iniciativa privada precisa e vem investindo em profissionais capacitados que possam garantir a conformidade com as leis em benefício de fortes grupos empresariais”, afirmou Grillo em entrevista ao Estadão. Ele assegura que continuará buscando o cumprimento da lei em sua nova fase profissional.
Com passagens pelo Grupo Especial de Investigações Sensíveis e Especiais, Setor de Inteligência e combate a facções criminosas, tráfico de drogas e crimes financeiros, Grillo ocupou seu último posto na Divisão de Apoio Jurídico e Acompanhamento Judicial em Curitiba.
Durante a Lava Jato, enfrentou sanções administrativas relacionadas a grampos na cela de Alberto Youssef, mas a punição foi anulada pelo Ministério da Justiça.Deixe sua opinião
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/delegado-lava-jato-exoneracao-policia-federal/
Safra de 2024 será menor, diz o IBGE
A previsão do IBGE para a safra de grãos deste ano, com base na área plantada, é muito significativa. A safra vai cair em quase 9 milhões de toneladas na comparação com o ano passado. O que isso significa? Desestímulo ao setor mais dinâmico e mais importante do país nessa época, o setor que nos permite comprar produtos importados, inclusive remédios e automóveis, já que o agro exporta e nos dá divisas para importar. As importações, aliás, despencaram nesse ano de 2023, o que significa um tremor na atividade econômica. As importações de fertilizantes, por exemplo, movimentam o agro; elas também mostram a sanidade da indústria, quando se importam máquinas novas e tecnologia para ampliar a produtividade e a produção.
Essa queda na safra de grãos, de 8,9 milhões de toneladas a menos segundo o IBGE, é algo que eu nunca vi. E eu cubro agricultura desde que entrei no Jornal do Brasil, em 1971. No segundo ano já ganhei um prêmio, por reportar o escoamento da soja do Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, para o Porto de Rio Grande, justamente para a exportação.
Inflação dentro do limite é mérito do Banco Central, e não do governo
Um outro dado do IBGE divulgado agora foi o da inflação. O limite máximo de tolerância era de 4,75%, o IPCA ficou em 4,62%, acima da meta, que era de 3,25%, mas dentro do limite. Isso se deve ao guardião da moeda e do crédito, que é o Banco Central, agora independente do governo federal. É o governo federal que provoca pressões para a inflação: quando gasta mais do que arrecada, vai acontecer algo, que é puxar os preços para cima. O governo está tomando muito dinheiro emprestado no mercado, a dívida pública está crescendo muito e o governo é obrigado a pagar juros para atrair quem compre papéis do governo, e isso pressiona os juros para cima.
Agora o governo, que não quer conceder a desoneração para 17 dos setores que mais empregam e veio com essa medida provisória que não tem o menor futuro, está falando em taxar compras no exterior acima de US$ 50. Ao mesmo tempo, abre concurso para mais de 6 mil novos funcionários públicos, cria mais ministérios, tudo isso é mais gasto. Eu fico pensando: esse pessoal que virou agente do Estado, operador do Estado, parece que mora no Estado também. Eles não moram na nação. A nação é o país real, é o país dos cidadãos, dos eleitores e dos pagadores de impostos, que se organizaram e formaram um Estado para prestar serviços públicos de Justiça, de segurança pública, de saneamento, de educação e saúde para quem precisa.
Mais uma condenação da Lava Jato anulada
Para encerrar, não custa lembrar que mais um teve a condenação anulada. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, estava condenado a 24 anos, não era pouco. O ministro Edson Fachin anulou a condenação por “CEP errado”, alegou que não podia ser na Justiça Federal do Paraná. Aconteceu isso com Antonio Palocci, aconteceu com Lula. O interessante é a nota do advogado de Vaccari. Ele diz que “a decisão de Fachin restabelece a legalidade de um processo viciado desde o início e eivado de incontáveis ilegalidades e abusos, o qual propiciou imensas injustiças, todas irreparáveis aos acusados, os quais foram condenados injustamente”. Agora pensem bem: a que situações nós poderíamos aplicar essa descrição? Podemos ficar selecionando e colando essa frase em inúmeros casos presentes.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/safra-de-2024-sera-menor-diz-o-ibge/
“Fim das ‘saidinhas’ está covardemente parado no Senado”, afirma presidente da Comissão de Segurança (veja o vídeo)
O PM Roger Dias da Cunha foi executado com um tiro na cabeça em Belo Horizonte, por um criminoso beneficiado com a ‘saidinha’ de Natal.
O caso revoltou o deputado federal Ubiratan Sanderson, presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara:
“Aprovamos em agosto de 2022 o projeto de lei que põe fim às famigeradas saidinhas, mas, vergonhosamente, passados mais de 500 dias, o projeto segue covardemente parado no Senado Federal.
A ‘saidinha temporária’ é um benefício que, segundo o secretário de segurança pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, relator da matéria na Câmara dos Deputados em 2022, tem custado a vida de pessoas inocentes, como é o caso do Sargento da PM/MG Roger Dias da Cunha, assassinado covardemente por um criminoso que só estava solto graças ao mencionado benefício.
Como presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara de Deputados, tenho insistentemente cobrado do Senado Federal a votação do projeto o quanto antes, para que situações como essa, e tantas outras, não continuem se repetindo no Brasil que se mostra benevolente com criminosos”, destacou.
Veja o vídeo:
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/safra-de-2024-sera-menor-diz-o-ibge/
Lula conclui troca de ‘zagueiros’ no STF e MJ
A nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça não surpreendeu a ninguém, nem mesmo as pedras portuguesas encardidas da Praça dos Três Poderes. Pareceu jogo combinado, dos movimentos para antecipar sua aposentadoria ao breve período na advocacia de luxo, passando pela chocante presença em evento do MST, tudo parecia encaminhado para a troca de zagueiros de confiança de Lula (PT) no Supremo Tribunal Federal (STF). A troca de cadeiras com Flávio Dino.
Interlocutor oficial
Oficialmente a serviço de Lula, Lewandowski será o veículo condutor “natural” das relações (e dos recados) do governo com o STF.
Ninguém esquece
O novo ministro preocupa especialistas em segurança pública, que não esquecerem: ele é uma espécie de “pai” das audiências de custódia.
Impunidade garantida
Presos em flagrante são levados a audiências de custódia em até 24 horas, o que, segundo fontes policiais, resulta na soltura de 70% deles.
Mão que lava outra
Acusado ligações ao PT, Lewandowski cumpriu papel, às vezes solitário, reconhecido pelo maior beneficiário: o presidente que agora o nomeou.
Senadores torram R$3,5 milhões com propaganda
Senadores não pouparam o pagador de impostos em 2023 e torraram mais de R$3,5 milhões com “divulgação da atividade parlamentar”, que nada mais é do que propaganda do que as excelências andam fazendo no mandato. No topo da gastança está o senador Davi Alcolumbre (União-AP), torrou R$336,5 mil ao longo do ano passado. Zenaide Maia (PSD-RN) aparece logo atrás no ranking, R$325,7 mil com propaganda.
Pódio
Styvenson Valentim (Podemos), conterrâneo de Zenaide, fecha o pódio, gastou R$294,1 mil divulgando o que fez em Brasília.
Pacheco também
Mesmo com toda exposição que o cargo proporciona, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também usou a regalia, R$25,5 mil
Sem registro
Dos 81 senadores, só 26 não registraram despesa com propaganda em 2023, já os outros 55… a fatura total alcança exatos R$3.588.028,37.
Poder sem Pudor
Decoro desnudo
No Carnaval do Rio, em 1994, criaram um factóide para fazer o então presidente Itamar Franco passar por “garanhão”: fizeram a modelo Lílian Ramos posar a seu lado sem calcinha. As fotos causaram espanto. Em Montes Claros (MG), o vereador Benedito Said (PTB) criticou a atitude do presidente maluquete, mas foi repreendido pelo presidente da sessão, que considerou “falta de decoro” citar a palavra “calcinha” naquela sacrossanta casa. Retomando a palavra, o vereador Said ironizou: “Então, sr. presidente, retiremos as calcinhas e fiquemos com o decoro!”
CPI no forno
Deputados de oposição articulam a CPI da Máfia Digital, que deve ter como alvo a agência Mynd8. Parte dos agenciados é favorável à Lula. O número de assinaturas já bateu 114 das 171 para instalar a comissão.
Papagaio de pirata
Mesmo entre jornalistas mais alinhados ao Planalto, foi geral o comentário da “síndrome do papagaio” da primeira-dama Janja que se aboletou na foto do anúncio de Ricardo Lewandowski na Justiça.
Desfile de horrores
Após tantos ladrões descondenados, era até estranho que João Vaccari, tesoureiro do PT e compadre de Lula, acusado de achacar empresários exigindo “pixulecos”, também não ganhasse anulação de processo.
Instituto do Brasil
Instituto que mais acertou durante a campanha eleitoral de 2022, o Paraná Pesquisas prepara uma guinada importante para se consolidar como gigante no setor: está de mudança para a cidade de São Paulo.
Frase do dia
“O presidente escolheu um lado, o do terrorismo”
Rosângela Moro (União-SP) sobre posição de Lula contra Israel na Corte de Haia.
Boquinha da Nísia
Nísia Trindade (Saúde) vai ter que explicar boquinha que o filho arrumou como secretário de Cultura de Cabo Frio após a ministra destinar verba de R$55 milhões para a cidade. O pedido é de Kim Kataguiri (União-SP).
Deve ter sido herança…
Provocou grande constrangimento nos tribunais superiores o vídeo mostrando Felipe, filho do ministro Benedito Gonçalves (STJ e TSE), que tornou Bolsonaro inelegível, exibindo relógio de R$1 milhão, tênis de R$30 mil (isso mesmo, 30 mil reais), pulseirinha de R$96,5 mil etc.
Crise ianomami
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não vê muito resultado do Ministério dos Povos Indígenas após morte dos ianomamis aumentar 50% em 2023. O senador diz que Lula é “vítima” das próprias mentiras.
Se há fumaça…
A saída de Ricardo Cappelli do Ministério da Justiça é tão esperada que o próprio precisou desmentir pedido de demissão. O secretário-executivo diz que vai se ausentar da pasta, mas em “férias”.
Pensando bem…
…ele por L.
FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/lula-conclui-troca-de-zagueiros-no-stf-e-mj
Ex-cabeleireira de Dilma ganha boquinha na EBC: R$11,2 mil por mês
A ex-cabeleireira de Dilma Rousseff ganhou uma generosa boquinha na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que garante salário bruto de R$11,2 mil por mês. Com os descontos, o vencimento fica em cerca de R$8,5 mil.
Desde abril do ano passado, Márcia Westphalen, que trabalhou na campanha de Dilma em 2010, ocupa o posto de coordenadora de viagens/gerência de transportes da EBC em Brasília.
Esta não é a primeira boquinha, regada a dinheiro público, que a ex-cabeleireira de Dilma arranja. Em 2010, Márcia conseguiu um cargo na transição do governo Lula para o governo Dilma. À época, o salário era de R$6,8 mil, valor que corrigido pelo IGPM ficaria, hoje, na casa dos R$17 mil.
A boquinha motivou o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) a entrar com pedido de explicação ao ministro Paulo Pimenta (Secom) na Comissão de Fiscalização e Controle. O parlamentar que saber mais detalhes sobre os critérios para a contratação da cabeleireira.
“DESARRUMADO”? MARCO AURÉLIO FOI MUITO EDUCADO…
FONTE: JBF https://luizberto.com/desarrumado-marco-aurelio-foi-muito-educado/
REPUBLIQUETA BANÂNICA EM ESTADO PURO
A nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça não surpreendeu a ninguém, nem mesmo as pedras portuguesas encardidas da Praça dos Três Poderes.
Pareceu jogo combinado, dos movimentos para antecipar sua aposentadoria ao breve período na advocacia de luxo, passando pela chocante presença em evento do MST, tudo parecia encaminhado para a troca de zagueiros de confiança de Lula no STF.
A troca de cadeiras com Flávio Dino.
Oficialmente a serviço de Lula, Lewandowski será o veículo condutor “natural” das relações (e dos recados) do governo com o STF.
O novo ministro preocupa especialistas em segurança pública, que não esquecerem: ele é uma espécie de “pai” das audiências de custódia.
Presos em flagrante são levados a audiências de custódia em até 24 horas, o que, segundo fontes policiais, resulta na soltura de 70% deles.
Acusado de ligações ao PT, Lewandowski cumpriu papel, às vezes solitário, reconhecido pelo maior beneficiário: o presidente que agora o nomeou.
* * *
Não vou comentar esta nota.
Vou apenas repetir um dos parágrafos:
Oficialmente a serviço de Lula, Lewandowski será o veículo condutor “natural” das relações (e dos recados) do governo com o STF.
E pra fechar a postagem, vou repetir uma frase do último parágrafo:
Acusado de ligações ao PT
Acusação grave. Gravíssima.
Ser ligado a uma facção do nível desse partido, mancha o currículo de qualquer cidadão.
FONTE: JBF https://luizberto.com/republiqueta-bananica-em-estado-puro-2/
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