O governo federal, já que não encontrou nada de útil para fazer neste seu primeiro ano de passeio por Brasília, poderia mudar outra vez o nome do Ministério do Meio Ambiente. Já mudaram para “Meio Ambiente e Mudança do Clima”, como se pudessem impedir que o clima mude de uma estação para outra, como tem sido sua tendência nos últimos 4 bilhões de anos. Poderiam, agora, chamar de Ministério do Ambiente, da Mudança do Clima e das ONGs da Ministra Marina.
Já que eles gostam de inventar novos nomes e novos ministérios, combinaria bem ampliar o alcance deste importantíssimo posto de vanguarda do lulismo: em todo o bioma do governo, é hoje o ministério que mais desenvolve, alimenta e reproduz a espécie de corpos conhecida como “organização não-governamental”. Ou seja, aquela praga de lavoura que só pensa em governo, justamente – ou, para ser mais preciso, só pensa no dinheiro que está no governo.
Marina vem se tornando uma campeã nacional em matéria de ONGs e, naturalmente, na provedora-mor da prosperidade e do bem-estar dos seus donos.
A ministra Marina Silva, em quase um ano de governo Lula, conseguiu não fazer absolutamente nada pelo ambiente – as queimadas estão aumentando, o desmatamento continua sendo uma desgraça, a Amazônia está do jeito que estava. Não há nenhuma melhora na qualidade do ar ou nas emissões de substâncias nocivas. O saneamento básico, que tem de ser a prioridade absoluta em qualquer programa de melhoria ambiental nem é com ela – e o resto do governo, na prática, é contra as obras de esgoto e água encanada.
Em compensação, na área em que tem acesso a verbas, Marina vem se tornando uma campeã nacional em matéria de ONGs e, naturalmente, na provedora-mor da prosperidade e do bem-estar dos seus donos. Está envolvida, para ficar só nos casos mais feios, num “Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, ou “IPAM” – cuja principal realização foi gastar 80% do seu orçamento de 40 milhões de reais, em 2022, com o pagamento da folha salarial de seus próprios funcionários, viagens e “consultorias”. Agora se meteu numa história ainda pior. Um “Instituto Socioambiental”, ou “ISA”, dirigido por ninguém menos que o secretário executivo do ministério de Marina, também gastou mais de 80% dos 140 milhões de reais que recebeu do Fundo Amazônia e de entidades estrangeiras em salários, viagens e as inevitáveis “consultorias”. Você já adivinhou: o presidente do Conselho Diretor desse “ISA” é também dono de uma empresa de consultoria que vende suas consultas para o próprio “instituto”.VEJA TAMBÉM:
O “IPAM”, também sustentado por dinheiro do Erário e doações internacionais, diz que já fez “1.200 artigos científicos”; atribui a si próprio, igualmente, um vago “aumento de renda” para os moradores de um assentamento na Amazonia. O ISA diz que ajuda nas “estratégias de enfrentamento do desmatamento”. Nos dois casos, sua única atividade que está fora de dúvida é gastar consigo mesmos quase todo o dinheiro que recebem do governo e das doações. Qual a surpresa que poderia haver nisso tudo? Farsas raramente são apenas farsas; acabam custando caro, e quem paga por elas é o público.
Enquanto o pau come solto nos IPAMs e ISAs da vida, a ministra Marina diz que estamos lançando “nano-mísseis” na atmosfera e faz alarmantes avisos de que estão acontecendo mudanças na “regularidade cósmica”. Mais ainda: propõe, simplesmente, que se abra um “corredor humanitário para salvar as crianças da guerra do clima”. Sério? Levando-se em conta que, segundo a própria ministra, essa guerra atinge o mundo inteiro, fica difícil entender para onde iria esse corredor das crianças. Para fora da Terra? É essa gente, e suas ONGs, que governam hoje o Brasil.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/ministerio-meio-ambiente-ou-ministerio-ongs-marina-silva/
Surge novo áudio, onde Janones pede para assessores 200 mil reais de “rachadinha” (veja o vídeo)
A situação de André Janones está insustentável.
Dificilmente conseguirá escapar da cassação.
E fatalmente deverá amargar um doloroso processo-crime.
Um novo áudio acaba de ser divulgado pelo site Metrópoles.
Na matéria, o jornalista Paulo Cappelli faz a seguinte observação:
“Não foi apenas rachadinha para pagar suas despesas pessoais. O deputado federal André Janones também pediu que assessores de seu gabinete na Câmara dos Deputados contribuíssem com parte do salário para financiar futuras campanhas de seu grupo político.”
Veja o vídeo:
Os “mil” manifestantes da Paulista, o site UOL e a Escola Base
O site de notícias UOL no twitter divulgou na tarde do domingo, 26 de novembro, que havia mil pessoas numa manifestação ocorrida na Avenida Paulista, no centro da cidade de São Paulo.
E conseguiu fazer referência duas vezes a Bolsonaro no pequeno texto na rede social twitter, chamando de bolsonaristas os participantes do ato e se referindo a Cleriston Pereira da Cunha também como bolsonarista.
O ato foi convocado por diversas personalidades apenas 3 dias antes do evento e não foi em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, foi em solidariedade à família de Cleriston, que faleceu recentemente dentro do presídio da Papuda em Brasília.
Cleriston foi um dos milhares de presos ilegalmente pela manifestação de 8 de janeiro.
Cleriston não cometeu crime, não vandalizou nada.
Havia orientação médica para que ele fosse liberado da injusta prisão, mas o STF sequer analisou.
Cleriston faleceu. Deixou esposa e duas filhas. O ato do dia 26 foi em apoio a elas, em repúdio ao STF e em apoio ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
A imprensa sem compromisso com a verdade, desqualificou o ato, tentando vincular ao Bolsonaro.
E fez mais, mentiu sobre os objetivos e a quantidade de pessoas no evento.
Importante deixar registrado que Jair Bolsonaro não precisa convocar manifestações para aglutinar pessoas ao seu redor, basta chegar em algum lugar deste enorme Brasil, para que centenas, milhares de pessoas o cerquem para saudá-lo.
A imprensa tem, ou deveria ter, compromisso de informar os fatos, a verdade, e não fazer o que vem fazendo quando o “quadrante politico” não compactua com os seus “patrocinadores”.
O que o UOL e outros “quadrantes” da imprensa vem fazendo encontra similaridades com o ocorrido na década de 90 com a Escola Base, em São Paulo (Aos mais jovens, pesquisem no Google, vale a pena).
E faz mais, escala seus jornalistas e simpatizantes para massificar informações inverídicas.
Se fossem apenas mil vozes entoando o hino nacional na Paulista, se fossem mil vozes em oração por Cleriston na Paulista, já seriam suficientes para mostrar ao mundo a indignação dos brasileiros quanto à condução da justiça em nosso país.
Cleriston nao merecia morrer!
Um “quadrante” do STF tratou e chamou o Cleriston de terrorista desde sua injusta prisão até a sua morte, mas no dia seguinte o chamou de “cidadão brasileiro”.
Assim todos deveriam ser tratados por nossa justiça e por nossos representantes políticos: Cidadão Brasileiro. E não como fizeram com os proprietários da Escola Base.
Ainda existem muitos “Cleristons” presos injustamente que não podemos deixar ter o mesmo fim (e que não deveria ter ocorrido) do Cleriston Pereira da Cunha.
Mas que o mundo saiba, os “mil da Paulista” se multiplicaram por mil vezes mil em todos os cantos do Brasil, e mesmo que certo “quadrante” da imprensa, do judiciário e da política insistam, não conseguirão transformar o nosso país e nosso povo numa grande “Escola Base”.
Íntegra de reunião da “rachadinha” destrói completamente os argumentos de Janones (veja o vídeo)
Nesta segunda-feira (27), após explodir o áudio onde o deputado federal André Janones cobrava parte do salário de seus assessores para atender suas despesas pessoais, o parlamentar imediatamente se manifestou tentando negar o óbvio, dizendo que o áudio apresentado estava fora de contexto e desafiando a apresentação da íntegra da gravação.
Pois bem, a gravação acaba de ser divulgada na íntegra, para o ‘deleite’ do espevitado deputado.
Porém, a íntegra da gravação só piora a situação de Janones e devem complicar ainda mais sua situação, tanto para manter o seu mandato, quanto num eventual processo criminal que deverá enfrentar.
A integra do áudio revela que, além de querer usar o salário dos assessores em suas despesas pessoais, Janones impôs que os seus assessores deveriam fazer uma outra ‘contribuição’ financeira.
Ouça a íntegra da reunião espúria dessa figura nociva:
Moraes se manifesta sobre indicação de Flávio Dino e faz surgir preocupação… Que fica no ar
Lula já confirmou a indicação de Flávio Dino para o lugar de Rosa Weber no STF.
Um fato que todos já previam…
Diante disso, o ministro Alexandre de Moraes rasgou elogios a indicação:
“O Presidente Lula indicou dois grandes juristas e competentes homens públicos para o Supremo Tribunal Federal e para a Procuradoria Geral da República.
Flávio Dino e Paulo Gonet são escolhas sérias e republicanas”, disse.
Porém, um trecho da manifestação chamou a atenção e levantou uma dúvida…
Disse Moraes:
“Uma vez aprovados pelo Senado Federal, contribuirão para o fortalecimento de nosso Estado Democrático de Direito.”
O ministro fez questão de ressaltar que, para tomar posse, Dino passará por uma sabatina no Senado. Fato que, por vezes, é esquecido por muitos.
De fato, o comunista terá que enfrentar os senadores cara a cara… E depois terá que ser aprovado em votação secreta.
Será que ele passa?
Eis a questão…
Há quem diga que Dino pode ter sido atirado ao leões…
AO VIVO: Senado pode barrar Flavio Dino / Mega manifestações assustam a esquerda (veja o vídeo)
A esquerda tentou criar narrativas, mas contra a verdade não há argumentos.
A mega manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, mostrou que o povo não tem medo de exigir liberdade e respeito!
A manifestação de domingo pode ter sido o estopim de um grande movimento, ainda mais agora que Lula indicou o comunista Flavio Dino ao STF.
Será que ele vai passar pelo crivo do Senado?
Enquanto o país vive um descontrole total, Lula está fazendo as malas para uma nova viagem internacional, dessa vez rumo à Arábia Saudita.
Para falar sobre esses e outros assuntos, o Raio X da Política recebe o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, o jornalista Diogo Forjaz e o publicitário Luiz Galeazzo, do canal OiLuiz.
Assista a essa live no Fator Político BR, o canal que mais cresce no Brasil!
Veja o vídeo:
Rejeição no Senado vai dificultar o caminho de Dino para o STF
O ministro da Justiça, Flávio Dino, iniciou nesta segunda-feira (27) uma batalha pelo apoio de ao menos 41 dos 81 senadores para confirmar a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Independentemente do resultado que obtiver, a busca nos próximos dias por votos favoráveis será marcada por obstáculos – os maiores enfrentados por um indicado à Corte. O histórico de aprovações de ministros do STF pelo Senado até joga a favor de Dino, mas as contrariedades e as controvérsias geradas por sua indicação darão aspectos menos protocolares e mais políticos ao processo. A oposição promete empenho para tentar barrar a indicação do ministro da Justiça para a Suprema Corte, começando pela sabatina na Comissão de Constituição a Justiça (CCJ), que deverá ser longa e tensa.
Na prévia para o embate final no plenário, senadores questionarão atitudes de Dino que ampliaram sua rejeição, que alcança até integrantes da base aliada ao governo. A postura midiática irritou colegas de ministério. O desempenho, sobretudo na área de segurança, desagradou governistas. Por fim, os gestos de desrespeito em relação ao Congresso deixaram ranços no Legislativo.
Para completar o quadro de dificuldades, o anúncio do seu nome para ocupar a vaga deixada pela ministra Rosa Weber, em setembro, ocorre em meio ao clima de confronto entre Senado e STF. O embate ganhou impulso após a aprovação, na semana passada, de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2021, que limita os poderes individuais dos ministros da Corte.
O avanço dessa iniciativa legislativa foi apoiada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e contou com o voto decisivo do líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA). Isso provocou pronta e forte reação de ministros do Supremo e ainda posicionou o Planalto no meio dessa queda de braço.
Dino precisa do apoio de 41 senadores em plenário
Ao indicar Dino, Lula faz concessões ao STF, cujos ministros mais poderosos endossaram a indicação. Ele testa ainda a posição de Pacheco, que parecia estar alinhado às insatisfações dos oposicionistas com a Corte. Por outro lado, o petista não pode ser cobrado em caso de eventual derrota do seu indicado pelos senadores, já que se trata de uma prerrogativa do Legislativo. Se o nome de Dino for barrado, será a primeira vez que isso ocorre desde o fim do século 19, o que representaria um desgaste histórico entre os Poderes da República.
O menor número de apoios na votação no plenário para a aprovação de um indicado ao STF ocorreu com o André Mendonça, ex-ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve 47 votos a favor em dezembro de 2021. As votações tanto na CCJ como no plenário são secretas.
Anteriormente, o patamar mais baixo era de Edson Fachin, em 2015, durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Após enfrentar intensos questionamentos em 12 horas de audiência na CCJ, relacionados às suas posições políticas e ideológicas, Fachin conseguiu angariar 52 votos. Em contexto semelhante, o indicado Dino, caso seja aprovado, pode fixar novo piso, situado entre os 41 necessários e os 47 obtidos por Mendonça.
Indicação de Dino foi resultado de negociações entre os poderes
Para analistas ouvidos pela Gazeta do Povo, a demora de Lula em decidir por Dino, que figurou como o favorito na maior parte dos quase dois meses de espera pela indicação, revela as muitas variáveis envolvidas na decisão, que também foram mudando ao longo do tempo. A própria definição pelo nome do ministro também refletiu o conjunto de acordos e a evolução das tensões que pairam na relação do Judiciário não só com o Legislativo, mas agora também com o Executivo. Não por acaso, o processo de negociação para encaminhar o nome de Dino envolveu nos últimos dias membros do próprio STF e do comando do Senado, que é na prática partilhado entre o presidente da Casa e o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), virtual sucessor de Pacheco em 2025.
Alvo de pedidos de impeachment de deputados e de senadores, que precisam do aval de Pacheco, Dino colocou em risco o próprio cargo em diferentes situações. Ele se negou a ir às sessões para as quais foi convocado, suprimiu provas cobradas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e foi protagonista de episódios polêmicos, como a ida sem escolta policial a uma favela dominada por facção criminosa no Rio e a visita da chamada “dama do tráfico” ao Ministério da Justiça.
Frustrado por não ser ele próprio indicado ao Supremo e por não receber o aval do colegiado do tribunal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se reaproximou de Lula nas últimas semanas. Eles estavam unidos pela agenda de aprovação de Dino e pela parceria de ambos para prejudicar o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em torno da repactuação da dívida federal.
Lula e Pacheco já vinham conversando sobre o momento certo de fazer a indicação de Dino. Pesou a sugestão dada pelo senador para o presidente para que o anúncio fosse feito nesta segunda-feira (27), antes de ambos embarcarem em viagem oficial para o Oriente Médio e Alemanha. Em entrevista coletiva na tarde, pouco após a confirmação de Dino, Pacheco informou que, apesar da agenda apertada de fim de ano, que inclui a votação do Orçamento da União, daria o “devido encaminhamento” para o Senado deliberar sobre a vaga do Supremo, revelando combinação com Davi Alcolumbre, presidente da CCJ, que já fez o agendamento da sabatina para 13 de dezembro.
Lula viu em Dino alguém de absoluta confiança no STF
A preferência pessoal de Lula por Dino está relacionada ao desejo do presidente da República em garantir alguém próximo e o mais fiel possível na Corte, que tem tido papel crucial no jogo político. O perfil se encaixou com o ministro filiado ao PSB, que construiu proximidade maior com o chefe do Executivo ao longo do atual mandato, explicitando a sua vontade de atuar no Judiciário. O maior derrotado, por sua vez, foi o PT, que patrocinava a indicação de Jorge Messias, o atual advogado-geral da União. Outro nome que corria por fora era o de Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão ligado ao Legislativo, que era apoiado por Pacheco e Alcolumbre.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, declarou nesta segunda-feira, durante evento em Belo Horizonte, que foi consultado por Lula sobre a indicação de Dino, a quem assegurou querer “muito bem”. “O ministro foi um conceituado juiz de carreira, foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi bem avaliado como governador, tendo atuado então nos Três Poderes”, ressaltou. “A escolha é uma prerrogativa do presidente e acho que ela foi feliz”, disse. Igual contentamento revelou o ministro Alexandre de Moraes, também do STF.
Senadores de oposição criticam indicação impopular de Dino
Primeiro a reagir aos rumores do iminente anúncio de Dino, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o governo perdeu o resto de pudor que faltava. “Dino não é advogado notável e sua indicação é estritamente política. Neste caso, a Constituição não autoriza. Nem notável político é e a sua atuação à frente do Ministério da Justiça prova a sua incompetência máxima! Vai passar vergonha”, protestou nas redes sociais.
O senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) afirmou à Gazeta do Povo que a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do ministro da Justiça, Flávio Dino, para ser o novo nome do STF está dissociada da percepção da sociedade. “Enquanto as pesquisas de opinião pública apontam crescente insatisfação popular com a atuação dos ministros da Suprema Corte, Lula indica para ela seu polêmico ministro da Justiça”, disse.
“Esperamos contar com a colaboração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para seguir barrando os desmandos no sistema de Justiça”, disse.
Ele espera que um novo gesto de resistência da Casa, que aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 08/2021, para limitar os poderes individuais dos ministros do STF, consolide uma marca histórica da atual legislatura, que segundo ele é a de combate aos superpoderes.
Perguntado pela Gazeta do Povo se haveria tempo hábil ainda este ano para sabatinar Dino, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), líder da bancada evangélica, disse que sim. Mas ele ressaltou que isso não representaria qualquer facilidade. “Ele ainda terá de convencer os senadores”, resumiu.
Para Eduardo Girão (Novo-CE), “depois de tanto se criticar a atitude politiqueira do Supremo, Lula resolveu colocar um político nato na Corte”. O partido do senador lançou nesta segunda-feira (27) um abaixo-assinado contra o nome do ministro. Novas iniciativas da oposição são esperadas.
Antes mesmo de confirmar a indicação de Dino para o STF, tiveram início novas especulações em torno das mudanças ministeriais proporcionadas pela sua saída. O nome da ministra Simone Tebet, atualmente na pasta do Planejamento, como opção para o Ministério da Justiça ganhou força, e isso ocorreria dentro da articulação que envolve a recriação do Ministério da Segurança Pública. Para este posto estão cotados o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o secretário-executivo da Justiça, Ricardo Cappelli, o número dois de Dino.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/rejeicao-no-senado-vai-dificultar-o-caminho-de-dino-para-o-stf/
Flávio Dino e o dever do Senado
Depois de nomear o próprio advogado para uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula consolidou seu aproveitamento zero em termos de indicações respeitáveis para os postos mais importantes do Judiciário brasileiro. Nesta segunda-feira, Lula formalizou a indicação de seu ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga deixada por Rosa Weber – a não ser em caso de falecimento ou antecipação de aposentadoria, será a segunda e última escolha deste mandato, já que o próximo ministro a deixar a corte, Luiz Fux, só completa 75 anos em 2028. A opção por Cristiano Zanin era absurda por violar frontalmente o princípio da impessoalidade e representar a prevalência dos critérios pessoais, pois tratava-se de uma “recompensa” a quem havia trabalhado para tirar Lula da prisão e fazer dele um ficha-limpa; já o insulto à sociedade representado pela indicação de Dino é de outra natureza: Zanin era e ainda é uma incógnita a respeito de uma série de temas relevantes para a sociedade brasileira, mas todos sabemos muito bem o que Dino pensa e como age.
O Brasil inteiro sabe, por exemplo, do pendor liberticida de Dino. No momento em que uma das maiores urgências nacionais é o restabelecimento da liberdade de expressão em seu sentido autêntico, é certo que, se instalado no Supremo, Dino não contribuiria um milímetro para essa restauração. Pelo contrário: em várias ocasiões ele já se manifestou favorável a restrições ao discurso livre, especialmente nas mídias sociais. Durante a tramitação – por ora interrompida – do PL das fake news no Congresso, o Ministério da Justiça foi um dos agentes da truculência, colaborando com o próprio STF na intimidação das big techs, que tinham todo o direito de se manifestar a respeito de um projeto que as afetaria diretamente. Sua postura em relação aos manifestantes do 8 de janeiro, agora em julgamento no Supremo, também não indica que ele seria um elemento capaz de se contrapor aos desmandos do relator Alexandre de Moraes.
No momento em que uma das maiores urgências nacionais é o restabelecimento da liberdade de expressão em seu sentido autêntico, é certo que, se instalado no Supremo, Dino não contribuiria um milímetro para essa restauração
Além disso, Dino já demonstrou seu desprezo pelo Congresso Nacional, por exemplo, ao faltar a sucessivas convocações da Comissão de Segurança Pública e, especialmente, ao desdenhar da CPI do 8 de Janeiro com a história, muito mal explicada, do sumiço das imagens de centenas de câmeras do Palácio da Justiça, um dos ministérios mais próximos à Praça dos Três Poderes. Mesmo diante de escândalos que, de inicío, não lhe diziam respeito diretamente, como o da “dama do tráfico”, recebida por dois de seus secretários, Dino acabou comprando a briga: não apenas manteve no cargo os responsáveis por receber a esposa e braço-direito de um dos maiores traficantes da região amazônica, como ainda se juntou à campanha de difamação do jornal O Estado de S.Paulo e dos profissionais que apuraram e publicaram uma história que foi resultado de investigação rigorosa.
Diante de tudo isso, impõe-se a pergunta: o Senado, responsável por dar seu aval às indicações presidenciais para o Supremo, terá a coragem de fazer o que é certo? E por “certo” não falamos de simplesmente criar dificuldades para vender facilidades, como parece ser a prática de Davi Alcolumbre, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que, no passado, já impôs uma demora injustificável para a sabatina de André Mendonça, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Falamos, isso sim, de uma inédita rejeição em plenário. Haveria 41 senadores dispostos a impedir que o Supremo passasse a contar com Flávio Dino entre seus integrantes?
O retrospecto, infelizmente, não é nada bom. Após uma indignação inicial com a nomeação de Zanin, senadores da oposição chegaram a fazer elogios ao advogado de Lula nas mídias sociais. No fim, quase três quartos da casa – 58 senadores – endossaram a escolha do petista, contra apenas 18 que tiveram a coragem de se opor. O Senado tem, agora, uma nova chance para não ser cúmplice da degradação institucional que o petismo sempre realiza quando está no poder; que não a desperdice como já desperdiçou em outras ocasiões.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/flavio-dino-stf-senado/
Arritmia, toxoplasmose e até uso de sonda: doenças graves dos presos do 8/1
Assim como ocorreu com o comerciante Cleriston Pereira da Cunha — que passou mais de 10 meses no Complexo Penitenciário da Papuda enfrentando graves problemas de saúde —, outros presos pelos atos de 8 de janeiro e na operação Lesa Pátria da Polícia Federal (PF) também possuem comorbidades como doenças cardíacas, pré-diabetes, suspeita de câncer, toxoplasmose, tímpano perfurado e até uso de sonda para urinar.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), 44 homens ainda estão presos desde o dia 8/1, e seis deles têm mais de 50 anos. Uma mulher também segue encarcerada na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, e dezenas de pessoas foram detidas nos meses seguintes. A Gazeta do Povo solicitou informações a respeito da situação de saúde deles, mas não obteve retorno.
Um relatório emitido na última semana pela Defensoria Pública do Distrito Federal, no entanto, apresentou situações de comorbidades graves envolvendo os presos do 8/1. Em uma das citações apresentadas, um preso de 49anos conta que possui estreitamento do ureter e precisa usar sonda para urinar.
“A sonda lhe é entregue, e ele próprio passa, com muito sofrimento físico”, descreve o relatório, ao citar ainda que o homem já teve infecções, necessita de acompanhamento com urologista e de medicamentos. Ele tem quatro filhos, e o mais novo tem 12 anos.
Outro caso divulgado pela Defensoria é de um idoso que atua há 35 anos como médico e possui hipotireoidismo, arritmia cardíaca, fibrilação colateral crônica, pré-diabetes e dislipidemia (alta taxa de gorduras no sangue). O órgão não divulgou o nome do preso, mas familiares e advogados consultados pela reportagem confirmaram que se trata do clínico geral Frederico Rosário Fusco de Oliveira, de 60 anos.
De acordo com a advogada Carolina Siebra, Frederico foi preso no dia 8 de janeiro, após ajudar uma pessoa que estava passando mal nos arredores do Palácio do Planalto e ser convidado pelos policiais para se abrigar no interior no prédio. “Os policiais pediram para ele entrar porque o ambiente estava inóspito por conta das bombas de efeito moral”, relatou a advogada, informando que o médico foi aprisionado momentos depois e está há quase 11 meses na Papuda. “Ele já perdeu 15 kg e suas doenças estão se agravando”, alerta.
Documentos enviados pela defesa ao ministro Alexandre de Moraes com laudos e receitas médicas apontam que Frederico “é portador de grave cardiopatia com histórico de arritmia”, o que pode “desencadear parada cardı́aca e acidente vascular cerebral embólico”. O idoso, natural do Rio de Janeiro, sofre ainda com crises de ansiedade e insônia, e sua situação de saúde foi apresentada ao “ministro relator pelo menos dez vezes”.VEJA TAMBÉM:
- Pela lógica do STF, só Moraes poderá julgar Moraes
- “Temos que lutar pelos nossos irmãos lá dentro”, diz presos do 8/1 ao deixar a Papuda
“Ele corre risco de morte por conta das comorbidades e temos feito de tudo para conseguir revogação da prisão”, informa a advogada, ao comentar que “o gabinete do ministro Alexandre de Moraes é o único que não recebe a equipe de defesa, contrariando o que prevê o Artigo 7 do Estatuto da Advocacia”, explica Carolina.
Inclusive, ela informa que recebeu na última quarta-feira (23) parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendando liberdade provisória para o médico — mesmo documento obtido pelo empresário Cleriston Pereira da Cunha em agosto, quase três meses antes de sua morte.
Além do caso de Frederico, a Defensoria cita que um preso do 8/1 está com suspeita de câncer no fígado. Há ainda outro com toxoplasmose que afirma não receber medicação para a doença, e existem presos do 8 de janeiro com problemas como hérnia de disco, estreitamento de quase 70% na coluna cervical e grave sofrimento mental.
Preso de 63 anos com oito pinos na coluna e depressão grave
De acordo com a advogada Shanisys Martins, o agricultor Jorginho Cardoso de Azevedo, de 63 anos, está entre eles. Natural de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, o idoso sempre trabalhou na roça, vive com a esposa, e cuida do pai de 90 anos. Conforme localização apresentada em seu telefone celular, ele chegou a Brasília no final da tarde do dia 8 de janeiro e seguiu para a Praça dos Três Poderes pouco antes das 19h, quando foi preso com os demais manifestantes no local.
“Ele não participou do acampamento e nem da suposta invasão à sede dos Três Poderes”, pontua a advogada, ao citar que o homem também é acusado de “financiar os atos” porque o ônibus em que viajou foi alugado em seu nome. “As pessoas dividiram todos os gastos, e ele repassou à empresa de ônibus”, explica a advogada, ao citar que o idoso está na prisão há quase 11 meses, possui graves problemas de saúde e precisa de acompanhamento psicológico e psiquiátrico urgente.
De acordo com laudos médicos enviados pela defesa ao STF, Jorginho possui diversas comorbidades na coluna, inclusive oito pinos metálicos devido a uma lesão grave. “Seu estado de saúde é crítico, devendo ser submetido a tratamento médico contínuo”, informa o documento, que cita risco de paraplegia sem atendimento adequado.
Além disso, a advogada cita que as fortes dores e o ambiente ao qual o homem está exposto sem ter cometido crime algum prejudicaram sua saúde mental. “Seu Jorginho está com depressão grave e crises de pânico frequentes”, relatou outra integrante da equipe de defesa, a advogada Gislaine Alves Yamashita. Infelizmente, “ele tentou contra sua vida o final de semana todo”, confidenciou à Gazeta do Povo nesta segunda-feira (27).
Segundo ela, a situação piorou após a morte do Cleriston, que era colega de cela do agricultor e conversou com ele minutos antes de falecer. “Seu Jorginho ficou transtornado e, em nossa última reunião, começou a bater a cabeça no vidro e a dar chutes pedindo, pelo amor de Deus, que o tirássemos dali”, completou. “A situação é extremamente delicada”.
Presos da Operação Lesa Pátria também apresentam comorbidades
Assim como ele, o engenheiro elétrico Renam da Silva Sena, de 60 anos, também tem problemas de coluna e depressão. “Ele sente muita dor e não consegue dormir porque usava objetos específicos para deitar antes da prisão”, relata a advogada Rannie Karlla Ramos, que protocolou novo pedido de liberdade provisória na última semana para que o idoso receba tratamento em casa, na cidade de Brasília.
“Já fiz pedido de atendimento especializado para ele, mas não adianta”, revela a advogada, que viu o quadro de saúde do goiano piorar na última semana. “Ele está com dores, vê vultos e tem bloqueios mentais intensos”, afirma, ao citar que o homem foi preso na Operação Lesa Pátria dia 20 de janeiro por ter gravado vídeos pedindo doações de alimentos para o acampamento em frente ao Quartel-General de Brasília. “Ele nem estava lá”.
Outro preso durante a operação da PF foi o jornalista e guarda municipal Joelson Sebastião Freitas, de 47 anos, que segue preso desde 17 de março. De acordo com seus advogados, o morador de Foz do Iguaçu, no Paraná, “sofre de hipertensão, possui uma hérnia e está com o tímpano perfurado, sentindo dores de ouvido fortíssimas”.
“E ele tem a guarda definitiva da netinha de dois anos, que depende dele, então obteve parecer favorável da PGR para sua liberdade em junho, mas que foi negado por Moraes”, informa a advogada Tatiana Zenni, ao citar que um segundo parecer foi emitido pela Procuradoria-Geral no mês de setembro, mas também foi indeferido.
Segundo a defesa, Joelson atuou como repórter durante as manifestações de 8 de janeiro e fez um vídeo na rampa do Planalto mostrando que havia sangue no chão. “Essas imagens foram vinculadas por uma emissora e, por isso, ele está preso a mais de 250 dias”, conta a advogada, informando que o homem está a cerca de 700 quilômetros de casa — no Complexo Médico Penal (CMP), em Curitiba — e, como não tem mais a quem recorrer, iniciou uma greve de fome nesta segunda-feira (27).
“Ele nem mesmo vai continuar com sua medicação diária controlada, como parte do protesto autoimposto”, relata sua esposa, Marisa Aparecida Aires Nogueira, ao afirmar que a ação também é por Cleriston e os demais presos do 8 de janeiro. “Joelson clama ao Sr. Alexandre de Moraes por esta indulgência para si e seus pares presos pelo Brasil”, finaliza em carta aberta enviada à Gazeta do Povo.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/arritmia-toxoplasmose-e-ate-uso-de-sonda-doencas-graves-dos-presos-do-8-1/
O que pensei ao saber da indicação de Flávio Dino ao STF
Na segunda (27), logo que acordei, li a notícia de que Lula indicaria mesmo Flávio Dino para o lugar de Rosa Weber no STF. E o primeiro pensamento que me veio à mente foi: “Poxa, logo agora?”. Logo agora que Gilmar Mendes escancarou a ditadura do Judiciário em que vivemos? Logo agora que a direita conseguiu reunir milhares de pessoas para chamar Alexandre de Moraes do que ele é? Logo agora que Rodrigo Pacheco parecia ter despertado do seu coma político?
Aí tomei café, me troquei e saí de casa. Assim que cheguei ao portão, porém, senti uma gota de chuva na ponta no meu nariz e pensei: “Será que vai chover?”. Sei que isso não tem nada a ver com Flávio Dino no STF, mas pensei e, pensando bem, essa dúvida meteorológica acabou se revelando como a única coisa mais ou menos boa e real que pensei até ter um acesso de fúria. Como vocês que chegarem até o fim da crônica perceberão.
Continuando a pensar, eis que de repente o que me veio à mente foi uma comparação apressada entre Flávio Dino e a ex-ministra Rosa Weber. Aquela cujo último ato na Suprema Corte foi querer bancar a Ruth Ginsburg e descriminalizar o aborto. “Flávio Dino é 0,001% melhor do que Rosa Weber”, pensei, desta vez dispensando tanto o ponto de interrogação quanto a calculadora científica. Não é um alívio, de jeito nenhum. É só uma constatação incômoda de que o baixíssimo nível do STF não é de hoje.
Foi então que o advérbio de tempo me empurrou na areia movediça da nostalgia. “Antes era melhor”, pensei, me lembrando do ministro Adaucto Lúcio Cardoso. Que, em 1971, quando o STF considerou constitucional a Lei da Censura Prévia, se despiu teatralmente da toga e abandonou o STF – para nunca mais voltar. Vocês conseguem imaginar algo remotamente parecido hoje em dia? Nem eu. Daí porque não consegui me livrar do “antes era melhor” e já estava perdendo o fôlego. Até que.
Orvalho!
Até que fui salvo pelo humor tosco e ingênuo que graças a Deus me acompanha. Pensei no tamanho da poltrona de Flávio Dino no STF, nos quilômetros quadrados de tecido a serem usados para a confecção da toga, na licitação de contêineres e mais contêineres de lagosta, na força da gravidade e no IMC. “Vai ser um desastre impossível de ignorar”, pensei e, quando me vi livre da deprê suprema, até esbocei um sorriso. É bem verdade que o pensamento “mas ele vai criminalizar a gordofobia” tentou me jogar de novo na areia movediça, mas fui mais rápido e me desviei a tempo.
Tomando todo o cuidado do mundo para não me deixar afundar na melancolia novamente, segui pensando. “Será que o Senado vai aprovar?”, me perguntei e, por um instante, me permiti imaginar que não. Que, pela primeira vez desde 1894 (!), o Senado rejeitaria o nome de um indicado ao STF. Mas aí lembrei que nosso Senado é habitado por figuras como Romário e Kajuru, sem falar no Astronauta, e tive um ataque de riso. Sério. Quase morro engasgado com esse pensamento.
Salvou-me a boa lembrança de uma conversa com um amigo. No começo do ano, durante um almoço, ele que é mais experiente do que eu disse que Flávio Dino não duraria muito (no Ministério da Justiça) porque “é tosco demais”. Diante da lembrança, ri. Mas juro que não foi schadenfreude nem eu-avisei nem nenhuma perversidade do tipo. Se ri foi da nossa desgraça, pois a indicação de Dino ao STF é prova de que estamos sendo governados por uma gente que recompensa os toscos & tacanhos.
Aí vocês vão me desculpar, mas não aguentei e pensei: “P&%$ @)* &$@*&, %&%#@¨$#!!!”. Mas talvez eu tenha pensado um pouco alto demais, porque as pessoas ao meu redor me olharam como se tivessem entendido o que aqueles símbolos todos significavam. Assim que expliquei o que estava acontecendo, porém, elas me pediram para continuar e não hesitei. Respirei fundo e rimei araruta e suco de caju. Orvalho!
Taí
Mais calmo, me lembrei de algo que li no perfil do professor Sidney Silveira no Instagram. “O mal se paga com o bem, a injustiça com a justiça”, pensei, reproduzindo as palavras dele, que usava Santa Francisca Romana, São Tomás de Aquino e uma imagem do “Jardim das Delícias Terrenas”, de Hieronymus Bosch, para falar do Inferno a que estão submetidas as almas que fazem o mal. E como devemos combatê-las.
Por fim, pensei em Lucas 9:25, um versículo que não sai da minha cabeça e que tem regido minha vida há alguns meses. “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?”, pergunta o evangelista, ecoando as palavras de Jesus para os apóstolos. E em pensando nisso pensei que era uma boa forma de encerrar a crônica. Taí.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/o-que-pensei-ao-saber-da-indicacao-de-flavio-dino-ao-stf/
Uns têm Flávio Dino, outros têm Caio Benício
O presidente Lula indicou, para avaliação dos senadores, o nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, para ocupar a vaga de Rosa Weber no Supremo. Agora, só vai sobrar uma mulher no Supremo. Já foram três: Ellen Gracie (indicada por Fernando Henrique Cardoso), Cármen Lúcia e Rosa Weber. Se Flávio Dino for aprovado na sabatina e no plenário, só ficará Cármen Lúcia. E para a Procuradoria-Geral da República, no lugar onde também já houve uma mulher, Raquel Dodge, vai Paulo Gonet, que era procurador da Justiça Eleitoral, inclusive naqueles processos contra Jair Bolsonaro.
O povo em geral não é muito interessado em nomes, mas no caso do Supremo isso já mudou, existe um interesse muito grande. Flávio Dino era do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) quando se elegeu deputado, depois que largou a carreira de juiz federal em 2006. Anos depois, foi eleito governador do Maranhão e agora tem mandato de senador. Foi escolhido para ser senador por seu estado, mas abandonou os eleitores do Maranhão para ser ministro da Justiça e, agora, nessa tentativa de ir para o Supremo. Como ele tem 55 anos, ainda tem muito tempo pela frente até chegar à aposentadoria compulsória que pegou Rosa Weber.
Na Irlanda, brasileiro salva pessoas e é herói; aqui, PM diz que está de folga e quem prende ladrão é punido
Mas vejam só: o brasileiro está interessado mesmo, eu tenho observado, não é no Flávio Dino ou no Paulo Gonet, de quem eles nunca ouviram falar; é no Caio Benício, o motoqueiro entregador que foi para a Irlanda há pouco mais de ano em busca de oportunidades, e achou a oportunidade dele. Salvou crianças e mulheres que estavam sendo atacadas à faca por um fanático muçulmano argelino, deu uma capacetada na cabeça dele e virou herói na Irlanda. Já ganhou o equivalente a R$ 1,6 milhão só de gente que estava fazendo o Pix para a cerveja. Também já tem oferta de restaurante grátis. Todo mundo quer a companhia desse brasileiro de 43 anos. Ele não estava a serviço da segurança irlandesa, ele não estava patrulhando as ruas, ele não era policial de carreira, é motoqueiro, entregador na Irlanda.
Enquanto isso, aqui no Brasil, uma PM, fardada e armada, presenciou uma ocorrência com violência envolvendo um adolescente no domingo, 12 de novembro. As pessoas recorrem a ela, que dá um pontapé no adolescente que era objeto da discussão, e diz “estou de folga, chama o 190”. A PM, fardada e armada, alega que está de folga. Mas, quando uma pessoa ali do povo reclama dela, de repente ela não está mais de folga: ameaça o sujeito de prisão. E também tivemos o caso do sargento Breno, da PM do Rio Grande do Norte. Ele estava de folga quando viu um sujeito furtando cabos telefônicos de cobre em Nova Parnamirim. Foi lá e deu voz de prisão ao sujeito, como qualquer pessoa pode fazer, de acordo com o Código de Processo Penal, se flagrar alguém cometendo crime. Sabem o que aconteceu? O sargento pegou prisão administrativa por três dias, porque o preso, na hora da audiência de custódia, disse que foi agredido pelo policial, sendo que o policial, ao dar voz de prisão, deve tê-lo imobilizado e chamado uma viatura que estava de serviço e levou o preso.
Aqui no Brasil é assim: o policial de folga que não é policial, e o policial de folga que é policial e acaba punido por isso. Na Irlanda, um brasileiro, motoqueiro, entregador de encomendas, que não tinha nada a ver com o argelino que estava esfaqueando gente, foi lá, salvou as pessoas e está sendo recompensado por isso.
Presidente da OAB mineira lava a alma da advocacia
Termino contando o que aconteceu em Belo Horizonte, no Encontro Nacional de Advocacia. O presidente da OAB mineira fez um discurso fortíssimo na frente do ministro Luís Roberto Barroso, e o auditório todo veio abaixo. Barroso ficou cabisbaixo, sentado; todos os outros, em pé, ovacionando o orador. Parece que o cálice está transbordando.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/flavio-dino-caio-benicio/
Dino deixará o cargo sem atender quase 100 convocações do Congresso
Indicado pelo presidente Lula para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino não coleciona relação com o Congresso, ignorando 97 convocações para depor. Já nesta segunda (27), ele iniciou no Senado o “beija mão” buscando aprovação. A oposição promete tentar barrar sua indicação e os números indicam que Dino não deve ter vida tão fácil quanto o ministro Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula e o mais recente sabatinado, que venceu resistências e acabou aprovado por 58×18 votos.
Fritura intensa
O jeitão debochado de Dino rendeu 97 pedidos convocação só na Câmara, afora outras dezenas de “convites” e pedidos de informação.
CPMI ignorada
No Senado, na CPI do 8 de Janeiro, Dino foi alvo de 15 pedidos de convocação e outros quatro pedidos de quebra de sigilo telemático.
DPU foi recado
Magno Malta (PL-ES) lembra que o Senado rejeitou indicação de Lula para a DPU e diz: “confiando em Deus, rejeitaremos esta também”.
Politiqueiro
Eduardo Girão (Novo-CE) teme agravar o quadro do que chamou de “tribunal politiqueiro” e questiona, “vai colocar um político nato lá dentro?”
Oposição já prepara ações contra Janones
Tão logo foram divulgados os áudios do deputado lulista André Janones (Avante-MG) nos quais ele comunica aos assessores que ficará com parte dos seus salários, na prática de “rachadinha”, a oposição ao governo confirmou que já prepara denúncias contra o parlamentar na Justiça e no âmbito da Câmara. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou denúncia do caso ao Conselho de Ética e o ex-deputado Deltan Dallagnol está entre os qye decidiram impetrar notícias-crime contra Janones.
Flagrante em áudio
Janones descreve a rachadinha como “participação” dos funcionários na reconstrução do seu patrimônio: “não considero isso uma corrupção””
Bandido?
Exigir salários de funcionários de gabinetes é prática denunciada à exaustão pelo próprio Janones que descreve quem faz isso de “bandido”.
‘Sorte’
Na disputa pelos holofotes, o escândalo de rachadinha no gabinete do deputado Janones perdeu para a indicação de Flávio Dino ao STF.
Poder sem Pudor
Coveiro do povo
O senador Heráclito Fortes (na época, do PFL) era prefeito de Teresina (PI), em 1992, quando lançou candidato à sua sucessão o vereador Geraldin Oliveira (PDT), moderno “papa defunto”, dono de um cemitério. O tucano Augusto Basílio, oposicionista, surpreendeu ao chamar a escolha de “bem-vinda” e “coerente”. Mas depois se explicou no plenário da Câmara: “A candidatura é bem-vinda porque o prefeito está matando o povo com sua administração. Nada mais coerente: Heráclito mata e Geraldin enterra!”
Perdida no espaço
Marina Silva (Meio Ambiente) tem sido aconselhada a conter a língua, em Dubai. Ela mentiu na COP anterior (“120 milhões de miseráveis” no Brasil”) e recentemente, atribuiu os incêndios recordes na Amazônia a “nanomísseis cósmicos”. Como ET, ela deve estar perdida no espaço.
Inês é morta
Agora, quando Inês é morta, às vésperas do 1º ano do governo petista, o STF pautou para o dia 6 a análise da decisão monocrática desastrosa de Ricardo Lewandowski, como Lula queria, anulando a Lei das Estatais.
Prejuízo bilionário
Graças à anulação de dispositivos da Lei da Estatais, Lula pôde nomear políticos para cargos de dirigentes das empresas. Não deu outra: os prejuízos bilionários voltaram e serão cobertos pelo contribuinte otário.
Ladrone
Fabrício Queiroz apareceu para tirar sarro de André Janones (Avante-MG), que chamou de “Janones Ladrone”. Não perdoou o escândalo (mais um) envolvendo o deputado, “olha a rachadona do Janones”.
Frase do dia
“Não estou fazendo nenhuma questão deste mandato”
André Janones (Pode-MG) admitindo renunciar ao mandato se for pego na “rachadinha”
Respeito à prerrogativa
Jaques Wagner (PT-BA) confia na tradição de respeito à prerrogativa do presidente de indicar ministros do STF e acha Flávio Dino será aprovado. E jura que “trabalhou” no PT para aprovar os indicados de Bolsonaro.
Na mesma
Confirmada a ida de Flávio Dino para o STF, o quadro do poder não deve mudar no Senado. A primeira-suplente Ana Paula Lobato (MA) também é do mesmo PSB de Dino. Tocam de ouvido.
Na pressão
O Partido Novo criou um abaixo-assinado para pressionar senadores pela reprovação da indicação de Flávio Dino ao Supremo. Já nas primeiras horas, foram quase 40 mil assinaturas.
Coragem reconhecida
O presidente da OAB-MG, Sergio Leonardo, foi ovacionado por corajoso discurso contra condutas do STF. “Não vamos aceitar que a advocacia seja silenciada”, bradou. Foi aplaudido de pé em Belo Horizonte.
Pensando bem…
…rachadinha nos olhos dos outros é refresco.
QUEM MATOU CLEZÃO?
FONTE: JBF https://luizberto.com/quem-matou-clezao/
MORTE DE CLEZÃO FAZ MORAES SOLTAR PRESOS
FONTE: JBF https://luizberto.com/morte-de-clezao-faz-moraes-soltar-presos/
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