O sistema de produção rural do Brasil, o chamado agronegócio, é a maior, melhor e mais relevante conquista da economia brasileira em nossa era. O agro transformou o Brasil, que até 50 anos era uma nulidade incapaz de produzir mais do que café, num dos dois ou três maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo.
O país, que tinha de importar comida, hoje produz cinco vezes mais do que consome; tornou-se um fator essencial para a segurança alimentar da humanidade, a ponto de não haver mais nenhum cálculo sério sobre o futuro mundial que não inclua o Brasil. Neste ano vai ser colhida a maior safra da história, mais do que o volume recorde de 2.022. O efeito é decisivo para a economia brasileira como um todo.
No ano passado o agro exportou 160 bilhões de dólares – e isso continuou a garantir o saldo na balança comercial. É o que fornece ao Brasil os dólares necessários para comprar tudo o que precisa no exterior, e ainda ficar com dinheiro de sobra; por conta da agropecuária o Brasil está com reservas de 350 bilhões de dólares em moeda forte.
É por isso que o Brasil, há anos, não tem mais “crise cambial” e a economia não entra em parafuso por falta de dólar. É por isso que não se vê mais por aqui as “missões do FMI”, dando instruções ao governo como condição para emprestar dinheiro. Não se fala mais em “empréstimo-ponte”, e o Brasil deixou de ser um país-mendigo que fica passando o pires no mercado financeiro internacional.
O progresso do agro trouxe os milhões de hectares da região centro-oeste para dentro da economia brasileira; o Mato Grosso, sozinho, produz hoje mais soja do que a Argentina toda. Um novo mercado foi criado pelo agro no interior do Brasil. São bilhões de reais consumidos com produtos e com serviços fornecidos pelo restante da economia brasileira.
Tão importante quanto isso tudo é o fato de que a produção rural do Brasil cresce porque decidiu, definitivamente, andar junto com o avanço da tecnologia. É o que faz a diferença, hoje, para criar uma economia capaz de competir nos mercados globais, aumentar a sua eficiência e crescer em bases sustentáveis. As exportações do agro em 2023 valem mais que toda a produção de petróleo da Arábia – com a vantagem de que as safras são renováveis a cada ano.
Tudo isso são fatos objetivos; não é uma interpretação, e nem depende daquilo que o cidadão acha ou não acha. Mas o último Enem, o exame escolar mais importante antes do ingresso na universidade, exigiu que os candidatos respondessem que o agro é uma atividade nociva ao Brasil, nas perguntas feitas sobre o tema. Ou era isso, ou a resposta estava errada – assim como era obrigatório responder que o capitalismo é uma doença social gravíssima etc. etc. etc.
Não afeta em rigorosamente nada, é claro, nem o agronegócio e nem o capitalismo. É apenas uma prova a mais da recusa dos mandarins da educação brasileira em aceitar realidades; só acreditam nas suas próprias ideias, ou ilusões. Não têm nenhum interesse em determinar se algo é falso ou verdadeiro. A única coisa que pensam é em ter razão.
No caso, os autores do Enem não se conformam com o fato de que o agro brasileiro é uma prova física de que a solução para a atividade rural está na aplicação do capitalismo, e não da “reforma agrária”. Sua maneira de lidar com isso é se aproveitarem dos recursos da máquina pública para defender seus interesses ideológicos particulares.
O desastre, uma vez constatado, só piorou. O responsável pelo exame, nas explicações que foi chamado a dar, sustentou uma ideia realmente prodigiosa. Segundo ele, os organizadores do exame “não são contra o agro”. Sério? Por que raios, então, obrigaram os alunos a escreverem que o agro é um horror? Falou também de “editais”, para dizer que as perguntas foram escolhidas de forma imparcial. E daí? Alguém acredita que uma licitação pública é garantia de honestidade neste país? É frequentemente o contrário, como está provado nas condenações da Lava Jato. Mas a intolerância faz isso mesmo. A posição contrária não pode ser admitida, nunca – o Enem, segundo os seus responsáveis, está acima de qualquer julgamento crítico.
FONTE: JBF https://luizberto.com/responsaveis-pelo-enem-nao-se-conformam-com-o-sucesso-do-agro-brasileiro/
Queimadas na Amazônia têm alta de 60% em outubro e governantes culpam seca, vento e Bolsonaro
O número de queimadas registradas na Amazônia bateu recordes no mês de outubro e deflagrou um jogo de empurra e busca por culpados entre a União e governantes do Amazonas e do Pará. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem culpando a seca e seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Governadores e prefeitos locais atribuem a responsabilidade uns ao outros e ao vento, enquanto ativistas de esquerda dizem que o problema está no El Niño.
O bioma da Amazônia teve 22.061 focos de incêndio em outubro deste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 8.150 casos a mais do que o registrado no mesmo mês do ano anterior, representando uma alta de quase 60%.
Somente o Amazonas teve 3.858 focos de incêndio, o maior número para o mês desde 1998, quando começou a série histórica do Inpe. Já o Pará registrou 11.378 focos de incêndio em outubro. Foi o maior número registrado no nessa época do ano desde 2008, quando 11.568 focos de incêndio foram computados.
Lula vinha acusando Bolsonaro de ser o grande responsável pelas queimadas em seu mandato. Mas, quando o cenário se repetiu em seu governo, o petista decidiu continuar culpando o rival pelo problema. Ele vem afirmando, sem apresentar evidências, que as áreas que estão sendo queimadas agora são fruto de desmatamento feito na gestão passada.
Mas a busca por culpados transcende o PT e partidos de esquerda e passou a envolver governadores e prefeitos. Municípios do Amazonas têm atribuído uns ao outros a responsabilidade sobre uma nuvem de fumaça que está fazendo da capital, Manaus, uma das piores do mundo em qualidade do ar. Enquanto isso, o governo do Amazonas joga a culpa no Pará, que chegou a registrar 5,3 mil focos de incêndio em uma semana.
Governo Lula não tem conseguido cumprir promessas e estados entram na briga
A origem da nuvem de fumaça que afeta Manaus e do número elevado de queimadas tem criado animosidades na região amazônica. Em meados de outubro, o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, disse que a densa fumaça que envolvia Manaus tinha origem nos municípios de Careiro e Autazes, no Amazonas. De acordo com Araújo, essa fumaça seria resultado de incêndios causados por agropecuaristas nessas áreas e é transportada para Manaus por meio de massas de ar.
No entanto, na última sexta-feira (3), o governador do Amazonas, Wilson Lima, publicou um vídeo afirmando que a fumaça que cobria a capital tinha origem nas queimadas registradas em municípios do oeste do Pará. A informação foi reforçada por uma informação publicada no site da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas, que utilizou dados do Inpe e imagens de satélite para reafirmar que a culpa da fumaça em Manaus era do estado vizinho.
Enquanto isso, o Ibama já admitiu a falta de estrutura para combate das queimadas na Amazônia. “Obviamente a gente tem de se planejar melhor, ter estruturas melhores”, disse o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Governo estuda punição para produtores rurais acusados de queimadas na Amazônia
Com ações federais contra a seca no Amazonas somando R$ 628 milhões, o governo Lula tenta “abafar” o que ocorre neste primeiro ano de mandato. O investimento tenta abarcar as promessas audaciosas sobre o meio ambiente relacionadas, por exemplo, à diminuição nas emissões de carbono e à adoção de práticas sustentáveis para a agropecuária, além da atuação para a diminuição das queimadas e do desmatamento que foram feitas na intenção de criar uma boa imagem do país.
Lula investe especialmente nos eventos internacionais para tentar se lançar como uma liderança mundial, como na COP 28, que será realizada em Dubai entre o final de novembro e o começo de dezembro. Isso porque, após apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia e hesitar em chamar o Hamas de grupo terrorista, Lula só tem a defesa do meio ambiente para apresentar como bandeira e tentar se projetar como liderança mundial.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o governo do Amazonas anunciaram recentemente que estudam uma medida administrativa para punir os produtores rurais que, alegadamente, estariam contribuindo para os incêndios florestais na região. O secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, chegaram a mencionar que a medida compreenderia a suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades em que fossem constatados focos de incêndio.
A inscrição no CAR é obrigatória para todos os imóveis rurais do país e constitui-se no primeiro passo para a regularização ambiental prevista em lei. Além disso, as propriedades com o cadastro em dia têm acesso a benefícios previstos no Código Florestal. A suspensão do CAR implica, por exemplo, na impossibilidade de os produtores terem acesso ao crédito, já que o cadastro é pré-requisito para obtenção de financiamento junto às instituições financeiras.
Apesar do anúncio, a medida ainda não foi colocada em prática, ou sequer esclarecida. A Gazeta do Povo entrou em contato com o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente e o governo do Amazonas para buscar informações sobre o assunto e, até o momento, não recebeu retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Diante da ausência de esclarecimentos sobre a medida e de outros ataques ao agronegócio, deputados aprovaram um requerimento de convocação da ministra do Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva, para prestar esclarecimentos da Câmara dos Deputados.
“É de extrema importância que se esclareça de forma transparente e clara qual é a verdadeira intenção do Ministério do Meio Ambiente ao adotar essa estratégia, bem como quais impactos foram considerados na elaboração da proposta. Isso é fundamental para garantir a confiança da sociedade nas políticas ambientais e agrícolas do Brasil”, afirmaram os autores do requerimento, os deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Vitor (PL-MG).
Ativistas e artistas de esquerda dizem agora que queimadas são culpa do El Niño
Em anos anteriores, quando os registros de queimadas também tiveram números elevados, artistas nacionais e internacionais promoveram mobilizações na internet e nas ruas. A ativista sueca Greta Thunberg e o ator americano Leonardo Di Caprio, por exemplo, se manifestaram algumas vezes sobre o fato entre 2019 e 2022.
Di Caprio criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro, em publicação feita em 2020, pela atuação diante das queimadas. Já em 2023, ele divulgou dados sobre uma queda no desmatamento, elogiando Lula pela atuação nessa sentido e na demarcação de terras indígenas.
Desde o início do período de queimadas na Amazônia, em julho, até o momento, o Brasil somente foi mencionado nas redes sociais de Greta em uma publicação. O texto, que não é de sua autoria, foi compartilhado em 20 de setembro e falava sobre a possibilidade de o país registrar sua temperatura mais alta da história durante uma onda de calor. Apesar do silêncio sobre as queimadas no Brasil, incêndios florestais na Itália e no norte da África, por exemplo, foram compartilhados pela ativista.
Artistas brasileiros críticos ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que chegaram a fazer manifestações nas ruas, atribuindo as queimadas na Amazônia à má gestão, agora se ancoram no discurso das mudanças climáticas e atribuem a situação aos efeitos do fenômeno El Niño. É o caso de atrizes como Alinne Moraes e Maria Paula, que participaram de protesto contra as queimadas em 2019, no Rio de Janeiro, mas que até agora não têm se manifestado.
O ator Sergio Marone chegou a gravar vídeo sobre a seca e as queimadas, mas sem adotar um tom crítico ao governo. “A seca na Amazônia é preocupante e resultado da junção de anos de desmatamento + El Niño + Crise Climática”, escreveu o ator.
Dados do governo sobre desmatamento
Apesar dos números recordes de queimadas na Amazônia em outubro, o governo federal organizou uma coletiva para dizer que houve queda no desmatamento entre agosto de 2022 e julho de 2023. O Ministério do Meio Ambiente afirmou nesta quinta-feira (9) que o desmatamento na Amazônia caiu 22,3% no período citado. Segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram desmatados no bioma 9.001 km².
Novamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado pela atual gestão como um dos responsáveis pela situação. Durante o evento para a apresentação dos dados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo Lula pegou “um passivo de 6 mil quilômetros [quadrados de área desmatada] do governo Bolsonaro que estará sendo computado para o desmatamento de 2023”. Mesmo assim, segundo ela, o governo conseguiu “uma redução de 42% [neste ano] graças às ações emergenciais dentro do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia”.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/queimadas-na-amazonia-tem-alta-de-60-em-outubro-e-governantes-culpam-seca-vento-e-bolsonaro/?#success=true
Ministro que diverge de Moraes assumirá ações contra Bolsonaro no TSE: o que muda para o ex-presidente
O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assumirá na próxima sexta-feira (10) o cargo de corregedor-geral e, nessa função, assumirá a relatoria de oito ações de investigação que ainda restam na Corte contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras três que, no limite, podem cassar o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e torná-lo inelegível.
Desde 2020, quando chegou ao tribunal, Raul Araújo tem se notabilizado por não integrar o grupo do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que quase sempre votou unido para multar, vetar propagandas ou punir Bolsonaro por seus atos de campanha. Nos julgamentos ocorridos neste ano que condenaram o ex-presidente à inelegibilidade, Araújo votou contra, mas ficou vencido, ao lado do ministro Kassio Nunes Marques.
Como relator das ações ainda pendentes de julgamento, caberá a Araújo ditar o ritmo de andamento dessas ações, conduzindo a produção de provas, definindo que fatos serão levados em conta, marcando depoimentos e liberando os casos para análise no plenário, onde dará o primeiro voto, antes dos outros seis ministros. O tempo de tramitação é crucial para Bolsonaro.
O atual corregedor, Benedito Gonçalves, próximo de Moraes e Lula, é visto dentro do TSE como alguém que dificultou bastante a situação do ex-presidente. Isso porque deu andamento acelerado e incomum às ações de inelegibilidade, aproveitando-se de uma composição hostil a Bolsonaro, capitaneada por Moraes.
Se os processos tivessem se prolongado por mais tempo (ações do tipo costumam demorar dois ou três anos para serem julgadas), com mais oportunidade para a defesa contestar as acusações e rebater atos duvidosos do relator (como a inclusão de fatos estranhos à acusação inicial, por exemplo, os atos de 8 de janeiro e a chamada “minuta do golpe”), talvez a chance de Bolsonaro escapar fosse maior, especialmente com a mudança de composição que ocorrerá até 2030, quando termina o prazo de inelegibilidade imposto pela Corte.
Novo corregedor terá pouca margem para reverter condenação de Bolsonaro
No cargo de corregedor, contudo, Raul Araújo terá pouca margem de manobra para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele fica na Corte eleitoral só até setembro de 2024.
A ação sobre a reunião com embaixadores já foi encerrada no TSE e Bolsonaro já apresentou um recurso para que o caso suba ao Supremo Tribunal Federal (STF). No curto prazo, é improvável que o STF reverta a decisão do TSE.
Bolsonaro e alguns de seus conselheiros acreditam que haveria alguma chance de isso acontecer no médio ou no longo prazo, caso seja sorteado um relator mais propenso a aceitar seus argumentos – como Kassio Nunes Marques ou André Mendonça, que chegaram à Corte graças à sua indicação –; e se o cenário político se alterar drasticamente, com a deterioração da esquerda no poder – a aposta é de que Bolsonaro poderia ser reabilitado da mesma forma que Lula, cuja situação era muito mais grave.
Na condenação mais recente, pelos comícios no 7 de Setembro, Bolsonaro ainda poderá apresentar recurso ao próprio TSE para tentar reverter a inelegibilidade. E aí caberá a Raul Araújo definir a data para julgamento no plenário. Aqui, a aposta do entorno de Bolsonaro é de que quanto mais tempo demorar esse julgamento, melhor. Mas, ainda assim, não há muita esperança de uma reversão no resultado. Para eles, um tempo maior até o julgamento seria interessante para desanuviar o clima de perseguição a Bolsonaro dentro do Judiciário.
Para isso, o melhor, na avaliação de aliados do ex-presidente, seria que o novo corregedor deixasse essa análise para junho de 2024, após a saída de Moraes do TSE. Nesse momento, seus dois indicados estarão no comando da Corte: Kassio Nunes Marques será o presidente do TSE e André Mendonça, o vice. Araújo ainda ocupará o posto de corregedor. Se os três votassem a favor de Bolsonaro, faltaria apenas um voto para derrubar a condenação.
Completarão, nesse momento, a composição do TSE a ministra Cármen Lúcia, do STF; a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Maria Isabel Gallotti; e os advogados André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques. Cármen Lúcia e Floriano são vistos por advogados de Bolsonaro como votos perdidos, por serem muito próximos de Moraes; a esperança recairia sobre Maria Isabel Gallotti ou André Ramos Tavares, mas a forma como eventualmente poderão votar é uma incógnita. Ainda assim, não há muita esperança de virada.
As ações que restam contra Bolsonaro
Fora isso, ainda faltam oito ações contra Bolsonaro no TSE, sendo cinco do PT, e todas com novos pedidos para condená-lo à inelegibilidade até 2030. Uma delas quer Bolsonaro novamente condenado pelo discurso de questionamento às urnas eletrônicas durante seu mandato. Uma segunda ação do PT diz que Bolsonaro e dezenas de políticos aliados promoveram um “ecossistema de desinformação” para atacar Lula. A terceira ação pendente dos petistas aponta disparos de mensagens em massa, por SMS de celular, no Paraná. A quarta ação do PT diz que Bolsonaro teve tratamento privilegiado da Jovem Pan na campanha.
A quinta ação, também próxima de julgamento, acusa o presidente de usar as viagens a Londres e Nova York, em meio à campanha, para promover sua candidatura – o motivo oficial foi o comparecimento ao enterro da rainha Elizabeth e o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2022. Há outras duas ações pendentes – da senadora Soraya Thronicke (União-MS) e do PDT – que querem condenar Bolsonaro pelos mesmos fatos.
As ações contra Lula no TSE
Contra Lula, há apenas três ações de inelegibilidade pendentes. Numa delas, Bolsonaro acusa a campanha do petista de promover desinformação ao repercutir, de forma negativa, um vídeo no qual o ex-presidente contava sobre uma visita que fez a uma casa de venezuelanas na periferia de Brasília – na gravação, ele diz que “pintou um clima” com elas, e o PT passou a acusar o ex-presidente de assédio de menores. A defesa diz que ele foi mal interpretado.
Em outra ação, Bolsonaro acusa a campanha de Lula de espalhar “fake news” contra ele por meio das postagens do deputado André Janones (Avante-MG).
Na terceira ação, Bolsonaro acusa Lula de abuso de poder e caixa 2 por realizar, em setembro do ano passado, uma “super live” com artistas que apoiaram a eleição do petista.
Todas essas ações contra Lula pouco avançaram sob a condução de Benedito Gonçalves. Ainda não se sabe como Raul Araújo tocará os processos contra o petista, se com rapidez e rigor – como fez seu antecessor em relação a Bolsonaro.
Em duas ações já julgadas contra Lula no TSE, o novo corregedor votou pela absolvição do petista. Num dos casos, o presidente era acusado de promover impulsionamento irregular no Google, pagando para que o buscador destacasse anúncios que ocultavam as condenações que ele sofreu por corrupção e lavagem de dinheiro – as sentenças foram anuladas pelo STF. Por unanimidade, Lula foi absolvido. Para o atual corregedor, Benedito Gonçalves, não havia prova de que havia desinformação nos anúncios. Raul Araújo considerou a conduta irregular, mas não grave para uma condenação por inelegibilidade.
Na outra ação já arquivada contra Lula, Bolsonaro apontou abuso numa entrevista que ele deu no início da votação de primeiro turno amplamente divulgada nas emissoras de televisão. O ex-presidente acusou o petista de fazer propaganda eleitoral proibida no dia da eleição. O TSE considerou que o petista não poderia ser condenado por dar entrevista. Junto com os demais ministros, Raul Araújo seguiu esse entendimento e também votou pela absolvição.
Multas da Anatel lavam a alma de quem não para de ser interrompido por ligações
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/multas-anatel-telemarketing/
O fogo do bem
E a culpa não era do Bolsonaro… A Amazônia está enfrentando o pior índice de queimadas dos últimos 25 anos. Há cidades cobertas por fumaça, e agora sofrendo também com tempestades de areia. Está difícil respirar… Em outubro, foram mais de 22 mil focos de queimadas, 58% acima do que foi registrado no mesmo mês do ano passado. É um novo recorde negativo para a coleção do Lula. Em área desmatada no período de um ano, ele ainda está atrás de Fernando Henrique Cardoso. Em 1995, com FHC na Presidência, 29.059 km2 de floresta amazônica foram desmatados. Com Lula, em 2004, foram destruídos 27.772 km2 de mata nativa da região. Agora, o petista anuncia que reduziu o desmatamento quase pela metade.
Lula também divulga que aumentou o combate aos incêndios, mas, ao que tudo indica, com a rapidez de um cágado. Até alguns “companheiros” admitem, com certo constrangimento, que “faltou agir mais cedo”. Os próprios apoiadores do petista sabem que combater o fogo é paliativo e que daria para ter feito mais e com antecipação, para impedir que a situação chegasse ao nível atual. Claro que essa turma, agora, enxerga um enorme desafio, admite, de repente, que há uma “conjunção de fatores” na Amazônia que contribuem para o quadro que a região enfrenta. Então, não era só tirar o Bolsonaro da Presidência?
O que cantavam há dois anos nossos incoerentes artistas? “A Amazônia, razão de tanta insânia e tanta insônia”. A mata ainda queima, mas agora eles já não perdem o sono, estão dormindo bem
Especialistas estão dizendo por aí que “o clima está muito favorável à expansão dos incêndios florestais”. A seca é culpa do El Niño, ressuscitado depois do governo passado: “A estiagem extrema é resultante de um El Niño intenso”… E Bolsonaro, especialistas dizem, foi beneficiado pelo fenômeno La Niña, que deixa a Amazônia mais úmida. Por isso, segundo a turma, houve menos seca na região… Jair Bolsonaro, ele, sim, deve ser um fenômeno. Se não chovia, a culpa era dele. Se chovia demais, a culpa era toda, todinha dele.
Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente, diz que agora estamos vivendo uma guerra, não contra um governo, não contra uma pessoa específica. É uma guerra louca, que ela tenta explicar assim: “É como se nós estivéssemos lançando nanomísseis o tempo todo na atmosfera que estão mudando as grandes regularidades cósmicas. Nós precisamos ir para os limites intensivos. Nos limites extensivos, nós disputamos coisas, disputamos objetos. Nos limites intensivos, nós disputamos habilidade. Há limites para ter, mas não há limites para ser”.
A fumaça densa pode embotar as mentes. E, em meio a ela, sumiu todo mundo: Emmanuel Macron, Greta Thunberg, Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo… Não há mais discursos indignados, publicações revoltadas nas redes sociais, frases de efeito. Sumiram também os poderosos artistas brasileiros: Nando Reis, Arnaldo Antunes, Diogo Nogueira, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Camila Pitanga, Daniela Mercury, Samuel Rosa, Milton Nascimento… Já não fazem manifestação na orla carioca, e a Canção pra Amazônia, que lançaram há dois anos, jaz nas plataformas de vídeos da internet.
A letra da música, juvenil, sem métrica, com palavras que não encaixam, já não vale mais. E o que cantavam há dois anos nossos incoerentes artistas? “A Amazônia, razão de tanta insânia e tanta insônia”. Agora, eles já não perdem o sono, estão dormindo bem. Já não ouvem o próprio canto, já não veem a própria coreografia. É como na letra descompensada da canção: “Tem uma gente surda e cega para a beleza e o valor da mata”… Eles cantavam, “o mundo grita que já chega”. Pois estão afônicos, ninguém grita mais nada.
Há dois anos, nossos artistas fizeram coro. “Abaixo o desgoverno que abandone”, cantaram a plenos pulmões. E o governo mudou, e tudo desafinou, e tudo ficou pior. Estão por aí, escondidos, quietinhos. Já não sentem dó. Não denunciam a marcha à ré. Não têm mais mimimi… E eu fico querendo transformar em refrão, num estribilho chiclete as duas frases com que encerro esse texto… Bolsonaro não é e nunca foi o causador de todos os problemas do Brasil, muito pelo contrário. E Lula não é aquele que vai resolver todas as mazelas do país, muito pelo contrário.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/fogo-do-bem-queimadas-amazonia/
QUANDO O DINHEIRO SUPERA O TALENTO
A hipocrisia fede a fumaça.
FONTE: JBF https://luizberto.com/quando-o-dinheiro-supera-o-talento/
Brasileiros saem amanhã da Faixa de Gaza e Bolsonaro mostra ato de grandeza
Numa fantástica demonstração de grandeza, o ex-presidente Jair Bolsonaro interferiu junto ao governo israelense para que os brasileiros retidos na Faixa de Gaza sejam finalmente liberados.
Coincidência ou não, Israel garantiu ao Itamaraty que os brasileiros estarão na lista que será divulgada nesta sexta-feira (10) para deixar a Faixa de Gaza.
A CNN entrevistou Bolsonaro que confirmou que realmente interferiu em favor dos brasileiros.
Eis o texto publicado no site da emissora:
“O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que conversou com Yossi Shelley, um dos assessores do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e que pediu apoio ao governo de Israel para a liberação de brasileiros que estão desde o início do conflito no sul da Faixa de Gaza.
Os brasileiros aguardam autorização do Egito para sair de Gaza pela passagem de Rafah. A conversa ocorreu há três dias, segundo o ex-presidente.
‘Conversei com o assessor especial do Benjamin Netanyahu e ex-embaixador do Brasil e pedi um apoio para a liberação dos brasileiros. Yossi me relatou que não há nenhuma medida restritiva, não há nenhum empecilho por parte do governo de Israel. Israel concordou que os brasileiros têm que sair da região, seja por Israel ou pelo Egito’, relatou Bolsonaro.”
Sem dúvida, uma notícia maravilhosa.
Justiça absolve Roberto Jefferson por ter comparado ministra do STF a “prostituta arrombada”
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), quando cumpria prisão domiciliar, xingou a ministra Cármen Lúcia e a comparou a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.
“Fui rever o voto da bruxa de Blair, a Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá pra acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas, que viram para o cara e diz: ‘benzinho, nunca dei o rabinho, é a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez. Ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez”, disse ele.
Pelo insulto, ambos tornaram-se réus por suposta injúria no âmbito eleitoral.
Mas, o TRE de São Paulo absolveu sumariamente, tanto Roberto Jefferson, quanto Cristiane Brasil.
Em sua decisão, a juíza eleitoral Débora de Oliveira Ribeiro argumenta que a ministra não se manifestou no processo, o que é fundamental para a ação penal prosseguir. Ofícios enviados ao gabinete de Cármen Lúcia não foram respondidos.
Diz a magistrada:
“A não oitiva da vítima impossibilita concluir a ocorrência de tais ofensas a partir de sua perspectiva própria, ainda que evidentemente graves e absolutamente reprováveis os fatos narrados na denúncia, sem mencionar o contexto em que proferidas as ofensas, o meio em que divulgadas e as condições pessoais da vítima – porquanto só ela – e ninguém além dela – pode afirmar que se sentiu injuriada no caso concreto, ou seja, que os fatos imputados aos acusados violaram efetivamente sua honra subjetiva, embora indiscutivelmente insultosas, do ponto de vista meramente objetivo, as falas direcionadas à pessoa da Exma. Sra. Ministra”.
De Dilma à Lula: o Brasil sempre um anão diplomático
A incapacidade na diplomacia internacional de Lula foi testada duas vezes em menos de um mês: falhou nas duas.
Primeiro, no Conselho de Segurança da ONU, quando não conseguiu aprovar nenhuma resolução sobre o conflito em Israel. Nem reconhecer que o Hamas é um grupo terrorista.
Segundo, para o repatriamento de brasileiros de Gaza, parece claro que foi necessária a intervenção do ex-presidente Jair Bolsonaro junto ao embaixador de Israel no Brasil e junto à auxiliares do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu.
Como afirmou o então porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, em julho de 2014, também em relação a conflito em Gaza (à época), o Brasil é um anão diplomático.
Após 35 dias de conflito, brasileiros finalmente devem deixar Gaza
Deve chegar ao fim nesta sexta-feira (10) a angustiante espera de um grupo de mais de 30 brasileiros que espera autorização para cruzar a fronteira de Rafah com o Egito e finalmente deixar a Faixa de Gaza.
A sétima lista deve contar com quase 600 nomes, os 34 brasileiros que estão inscritos foram autorizados a fazer a travessia.
A demora para liberação dos brasileiros evidenciou desprestígio do Itamaraty. O pequeno grupo de brasileiros passou por angustiante espera enquanto outros países, como os Estados Unidos, retiravam centenas de nacionais. Até quarta-feira (8), foram mais de 3.400 pessoas autorizadas, nenhuma era brasileira.
O chanceler do Brasil, ministro Mauro Vieira, chegou a anunciar que os brasileiros deixariam a Faixa de Gaza até a quarta, mas viu a promessa frustrada.
Nesta lista mais recente, a sétima, 587 estrangeiros foram autorizados a cruzar a fronteira.
- Estados Unidos: 14 pessoas
- Canadá: 265 pessoas
- Romênia: 101 pessoas
- Indonésia: 6 pessoas
- Polônia: 26 pessoas
- Brasil: 34 pessoas
- Rússia: 82 pessoas
- Índia: 7 pessoas
- Albânia: 14 pessoas
- China: 10 pessoas
- Dinamarca: 5 pessoas
- Alemanha: 8 pessoas
- Holanda: 2 pessoas
- Nova Zelândia: 12 pessoas
- Malásia: 2 pessoas
Fundo partidário banca R$86 mil em aluguel de casa para Lula em São Paulo
Mesmo com toda estrutura da Presidência da República, o presidente Lula contou com uma mamata extra de R$86 mil do fundo partidário. O PT usou o recurso para pagar o aluguel de uma residência para o petista em São Paulo.
O fundo partidário é abastecido com recursos públicos, ou seja, dinheiro do pagador de impostos.
A grana destinada ao custeio do luxo de Lula foi paga em oito parcelas, uma de R$3,8 mil (janeiro), outra de R$15,4 mil (fevereiro), R$18,7 mil em abril, R$9,5 em maio e novamente R$9,5 mil em setembro.
Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o PT deve prestar contas, o partido classificou o gasto como “despesas gerais ordinárias” e explicou que se tratava do aluguel para residência de Lula em São Paulo.
Desembargadores levam R$97 mil em diárias por evento de dois dias na Espanha
Desembargadores do Piauí vão receber R$97 mil em diárias por um congresso de dois dias na Espanha. Os desembargadores vão viajar acompanhados das esposas. A autorização para o gasto foi publicada no Diário da Justiça do Piauí no fim do expediente do dia 1 de novembro, às 16h, véspera do feriado.
A publicação é assinada pelo chefe da Escola Judiciária do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador José Ribamar Oliveira. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Apesar do evento durar apenas dois dias, 16 e 17 de novembro, os desembargadores vão receber 10 diárias (veja autorização abaixo). A viagem vai começar cinco dias antes do congresso e terminar dois dias depois. Os desembargadores fazem o tour entre 11 e 19 de novembro.
Ao jornal, o magistrado afirmou que os desembargadores também vão fazer visitas a tribunais espanhóis e que as esposas dos juízes “não darão qualquer despesa ao Estado”.
A comitiva será composta por Sebastião Ribeiro Martins, Aderson Antonio Brito Nogueira e Agrimar Rodrigues de Araújo, além do próprio chefe da escola judiciária, José Ribamar. Somando as diárias dos três desembargadores e do diretor-geral, os magistrados receberão, no total, R$ 97.789,96 para a viagem para a Espanha.
O Estado do Piauí é um dos mais pobre do Brasil. Segundo dados da PNAD Contínua, divulgada em maio deste ano pelo IBGE, o Piauí registra 50,4% de taxa de pobreza, portanto, mais da metade da população nesta condição. Mesmo assim, autoridades estaduais não se constrangem em esbanjar dinheiro público.
Nas últimas semanas, viralizou na internet uma publicação ironizando o “governador turista, Rafael Fonteles (PT)”, que viajou para 13 países em sete meses de mandato.
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