Com o tema “Democracia, Soberania e União”, o Desfile de 7 de Setembro, em Brasília, foi marcado pela tímida reação do público nos momentos de execução dos hinos Nacional e da Independência. Metade das arquibancadas foi ocupada por servidores “convidados”, tanto do governo quanto do Distrito Federal. Na outra metade, apareceram famílias, a maioria de estudantes e militares que desfilaram e boa parte de eleitores do PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou no tradicional Rolls Royce e não discursou.
O gramado central da Esplanada dos Ministérios ficou mais cheio no final, com a exposicao de veículos e armamentos militares. Poucas pessoas vestiam a camisa amarela da seleção brasileira de futebol.
Nos últimos anos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a celebração da Independência levava mais gente, sobretudo de apoiadores, com caminhões de som, que foram vetados neste ano.
Apesar das arquibancadas ocupadas neste ano, o público vibrou pouco. Os momentos de maior interação do público se deram, especificamente, quando eram vistos no telão ou avistavam algum parente em marcha de uniforme.
Lira não apareceu
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), foi a ausência mais sentida entre as autoridades. Ministros do governo, poucos parlamentares e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), compareceram.
Desde maio, o governo tenta consolidar o apoio do Centrão na Câmara. Só nesta terça-feira (6), após três meses de negociação, a articulação política do Planalto conseguiu destravar uma reforma ministerial para contemplar o PP e o Republicanos no Executivo. Mesmo assim, foram oferecidas pastas menos importantes. André Fufuca (PP) vai assumir o Ministério dos Esportes e Silvio Costa Filho (Republicanos) comandará a pasta de Portos e Aeroportos.
Verde e amarelo distribuídos e vermelho vindo de casa
Assim como a primeira-dama, Janja, que vestiu vermelho e decidiu chamar atenção no evento ao fazer o “L”, muitos foram dos presentes foram vistos com bonés vermelhos com o nome de Lula e a estrela do PT. Predominavam, no entanto, roupas coloridas na plateia. A organização do evento fez a distribuição gratuita de bonés nas cores verde, amarelo, azul e branco e pequenas bandeiras do Brasil.
Além dos adereços, cartilhas com elogios às Forças Armadas foram entregues ao público. O conteúdo trazia os eixos que destacam, segundo o Governo Federal, a atuação do Exército, Marinha e Aeronáutica: Paz e Soberania; Ciência e Tecnologia; Saúde e Vacinação e Defesa da Amazônia. No governo Bolsonaro, os lemas eram: Deus, Pátria, Família e Liberdade.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/em-brasilia-desfile-desanimado-atrai-servidores-petistas-e-familias-de-estudantes-e-militares/
Os aproveitadores da pátria
Ninguém será independente. Que bom… Vamos comemorar. Não temos direito à vida, com aborto e drogas à espreita, um sistema de saúde sempre em frangalhos, liberdade e autonomia médicas combatidas, com criminalidade alta. Não temos liberdades fundamentais, liberdade de expressão e manifestação. Dizem que o mundo ficará melhor se houver apenas uma ideia, uma opinião, se o debate for mesmo extirpado. E o direito de propriedade se esfacela, com a derrubada do marco temporal das terras indígenas e a autorização para que seja desapropriada qualquer propriedade, mesmo produtiva. Vamos comemorar o fim dos direitos naturais inalienáveis. O 7 de Setembro, este ano, é uma festa de quem não tem amor a nada, de quem não sabe o que é pátria, de quem adora a mentira, a incompetência, a roubalheira.
O congraçamento dos canalhas tem claque contratada, transportada, cachê no bolso, mortadela, brindes. Os pagadores de impostos podem financiar qualquer absurdo… Um mundo imundo de ministérios, a politicagem cancerígena, as negociatas, viagens internacionais luxuosas e inúteis, o orçamento secreto, os artistas amigos, a mídia parceira, as empreiteiras do lado esquerdo do peito, a falida Argentina, ditaduras da América Latina, da África. Vamos comemorar o déficit crescente. Vamos comemorar o imposto sindical. Vamos dar vivas aos gastos que nunca salvarão o povo, muito pelo contrário, que o condenarão. Viva o aumento de impostos, a taxação de tudo. Vamos dar vivas à receita irrealizável, mesmo que nos cobrassem pelo ar que respiramos.
Vamos comemorar a perda de mais de 400 mil empresas no primeiro semestre. O 7 de Setembro é mesmo contra os empresários. É festa. Quem ficou sem ganha-pão foram os capitalistas selvagens, exploradores da mão de obra, não foram os trabalhadores… Morte aos fascistas empreendedores, morte aos fascistas do agronegócio. Vamos virar todos funcionários públicos. Vamos dar vivas às estatais, vamos festejar o uso e abuso da Petrobras, do BNDES, vamos pedir a estatização da Eletrobras, vamos estatizar tudo. O Estado enorme, gordo, inchado, fadado ao fracasso desfila para o precipício. Vamos, felizes, nesse descompasso.
Vamos comemorar o sigilo de tudo, os segredos fedorentos, o esconde-esconde, a destruição de provas de investigações criminais. Vamos rasgar o princípio da publicidade, a transparência, esses inimigos dos mentirosos, ardilosos, mal-intencionados e incompetentes. No 7 de Setembro, vamos aplaudir a impunidade, os criminosos no poder. Não há nada que o povo possa cobrar. Entre os homens públicos temos santos e deuses, e eles não precisam prestar contas de nada, de nada. Vamos festejá-los, vamos comemorar usando o vermelho. O Dia da Independência tem agora essa cor, a preferida daqueles que desconhecem os grandes brasileiros, os nossos verdadeiros heróis… O vermelho daqueles que não amam o Brasil, que não são patriotas, que são aproveitadores da pátria.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/os-aproveitadores-da-patria/
Quanto mais a “suprema corte” diz que Lula é inocente, mais gente acredita que ele é culpado
O presidente Lula, definitivamente, tem uma neurose complicada com a noção geral de justiça. Já conseguiu do STF, TSE e coisas parecidas tudo o que um cristão poderia querer, mas não fica contente com nada. Saiu da cadeia, onde estava há vinte meses cumprindo pena por sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, porque o STF anulou a lei que estabelecia a prisão fechada para condenados em segunda instância.
O mesmo tribunal declarou extintas as ações contra ele, criando um novo instituto no Direito brasileiro – a “descondenação”. O condenado não é absolvido, mas a partir daí “não deve nada à Justiça”, de acordo com os jurisconsultos da TV Globo. Lula obteve também uma declaração judicial de que o juiz que o condenou, o atual senador Sergio Moro, não foi “imparcial”.
Lula não tem preocupação nenhuma com a qualidade jurídica dos manifestos que o STF lança em seu favor.
Conseguiu do TSE a decisão de que o seu principal adversário não pode mais disputar eleições. Conseguiu, ali mesmo, a cassação do deputado federal que foi promotor na sua condenação. Conseguiu agora uma declaração de que foi vítima de “um dos maiores erros judiciários da história do país”. É cômico, mas é assim que o STF se comporta em tudo o que tenha a ver com Lula.
O autor desta última proclamação judicial a favor de Lula é o ministro Dias Toffoli – advogado do PT, nomeado pelo próprio Lula para o STF e repetente, por duas vezes seguidas, no concurso público para juiz de Direito. Ele não apresenta nenhum fato objetivo para explicar de maneira coerente que erro foi esse. O despacho que deu é apenas um discurso político, escrito em mau português, desprovido de raciocínio lógico e sem sinais visíveis de vida inteligente. Mas quem está interessado nesse tipo de coisa? Lula não tem preocupação nenhuma com a qualidade jurídica dos manifestos que o STF lança em seu favor. O que exige, e obtém sempre, são esses certificados sucessivos de bom comportamento – é a sua ideia fixa, que não dá sinais de estar em processo de cura.
Para o que, afinal, serviria esse esforço todo? Não se sabe. Não é, certamente, para convencer ninguém da sua inocência; Lula não põe o pé na rua há anos, e muito menos hoje, com medo de ser chamado de ladrão. Não adianta nada o STF fazer o que faz. Na verdade, parece ser o contrário: quanto mais a “suprema corte” diz que Lula é inocente, quando mais gente acredita que ele é culpado.
Também não há necessidade nenhuma de ficarem repetindo essa mesma história para mostrar ao PT que o presidente não fez nada de errado; foi, apenas, vítima de uma conspiração universal por parte dos inimigos do “Estado de Direito”. A esquerda brasileira nunca vai acreditar em qualquer denúncia de corrupção contra Lula – nem se ele mesmo, em pessoa, aparecer na televisão e confessar em público que roubou. As classes intelectuais não acreditam. A maioria dos jornalistas não acredita. O papa Francisco não acredita. Não precisam do STF, e nunca vão precisar, para que continuem achando exatamente o que acham.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/stf-suprema-corte-lula-inocente-dias-toffoli/
Brasil, onde humoristas são mais perigosos que ladrões
Em que país do mundo uma pessoa pode passar mais tempo na prisão (mais especificamente, dez anos) por contar uma piada que por abandonar um recém-nascido “para ocultar desonra própria” (pena máxima de dois anos), sequestrar alguém (três anos), cometer um furto (quatro anos), empregar trabalho análogo à escravidão (oito anos) ou atentar contra o Estado Democrático de Direito “com emprego de violência ou grave ameaça, (…) impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais” (oito anos)? A resposta não é nenhuma distopia totalitária comunista presente ou passada, como a Coreia do Norte, a China, a União Soviética stalinista ou o Camboja do Khmer Vermelho. A resposta é o Brasil de 2023, e a teoria pode ser colocada em prática muito em breve, se o humorista Léo Lins for condenado no processo em que acaba de se tornar réu.
Lins entrou no radar do Ministério Público por fazer piadas com grupos considerados minoritários – os temas incluem escravidão, perseguição religiosa, minorias e pessoas idosas e com deficiências – em seus shows de stand-up comedy, que também são filmados e publicados em seus perfis nas mídias sociais. O MP invocou a Lei 14.532/2023, apelidada de “lei antipiada”, que não só equipara a injúria racial ao racismo, mas ainda afirma que “os crimes previstos nesta lei [no caso, a Lei Antirracismo, 7.716/89] terão as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando ocorrerem em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação”. A denúncia deu o pontapé inicial a uma série de absurdos que desafiam a doutrina, a jurisprudência, as liberdades constitucionais, a lógica e o bom senso.
Doutrina e jurisprudência protegem o animus jocandi a ponto de negar a existência de crime caso não haja nenhum outro animus efetivamente criminoso, mas MP e Justiça ignoraram completamente este fato
Basta uma familiaridade, ainda que pequena, com a redação de textos legislativos em matéria penal para constatar que o artigo 20-A da Lei Antirracismo, ali inserido pela Lei Antipiada, institui não um crime novo, mas uma agravante para outros crimes que já estavam definidos na lei. Em outras palavras, é preciso primeiro averiguar se foram cometidos os crimes da Lei Antirracismo, como negar emprego ou acesso a certos locais, “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro (artigo 2.º-A), ou “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (artigo 20). Só então seria preciso verificar se o crime ocorreu “em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação”, para que se aplicasse a agravante. Ao contrário do que ocorre na matemática, aqui a ordem dos fatores importa, mas o MP não hesitou em invertê-la, tratando a piada como crime em si, em vez de agravante; como o ponto de partida de uma ação, em vez de uma circunstância a mais que estivesse presente no cometimento de outro crime.
Além disso, a denúncia ignorou completamente o que a doutrina chama de animus, que podemos traduzir como “intenção”. Existem animi evidentemente criminosos, como o animus caluniandi, diffamandi vel injuriandi, presente nos crimes contra a honra, assim como também há um animus desumanizador nos crimes de racismo ou preconceitos de outra natureza, quando se nega a alguém um direito ou a própria dignidade intrínseca a todo ser humano. Mas também há outros tipos de animi, como o animus narrandi (a intenção de narrar um fato), o animus corrigendi (a intenção de corrigir alguém) e o animus jocandi (a intenção de brincar ou divertir), que é a chave para analisar bem o caso de Léo Lins.
Doutrina e jurisprudência protegem o animus jocandi a ponto de negar a existência de crime caso não haja nenhum outro animus efetivamente criminoso. É o que faz, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça na primeira de suas teses relativas aos crimes contra a honra, que já citamos aqui em ocasião anterior, mas é preciso recuperar: “para a configuração dos crimes contra a honra, exige-se a demonstração mínima do intento positivo e deliberado de ofender a honra alheia (dolo específico), o denominado animus caluniandi, diffamandi vel injuriandi”. Quando a piada é o meio para levar a cabo uma intenção criminosa – seja caluniar, injuriar, estimular preconceito ou desumanizar –, ela pode e deve ser punida; mas, não havendo esta intenção, ela é mero exercício da liberdade de expressão, e isso se aplica mesmo quando a piada é exagerada, de mau gosto ou insensata.
Tudo isso foi ignorado pelo MP em sua denúncia, e também o foi pela juíza Gina Corrêa quando, em maio, impôs uma série de medidas cautelares a Lins, incluindo restrições a viagens, a remoção de conteúdos em mídias sociais e, o mais absurdo, a censura prévia pela proibição a novas menções aos grupos “ofendidos” nos shows que porventura viessem a ser realizados. A decisão que transforma Lins em réu, além de insistir neste erro, aprofunda ainda mais a censura prévia ao derrubar por 90 dias as contas do humorista no YouTube e no TikTok – medida claramente inconstitucional, mas que já se tornou corriqueira no país graças ao mau exemplo dado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Além disso, a juíza impôs multa por descumprimento à decisão de maio, embora não seja possível ainda saber em que exatamente Lins contrariou as determinações feitas naquela ocasião, por causa do segredo de Justiça que envolve o processo.
Ninguém é obrigado a rir das piadas de Léo Lins, e qualquer um que não goste do tipo de humor que ele faz pode se mobilizar, individual ou coletivamente, para manifestar essa rejeição, por exemplo por meio de um boicote. Mas essas serão sempre respostas da sociedade civil, dentro do livre mercado de ideias. Seu caso jamais deveria ser, em um país democrático, motivo para se mobilizar o braço repressor do Estado, muito menos com a possibilidade de se aplicar uma pena totalmente desproporcional em comparação com outros atos listados no Código Penal. O necessário combate ao preconceito não pode ser substituído pelo fim puro e simples da liberdade de expressão em nome da pauta identitária.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/leo-lins-processo-piadas/
Gilmar celebra 7/9 com “novo significado” e diz que Brasil e suas cores tinham sido sequestrados
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma postagem no X (antigo Twitter) na tarde desta sexta-feira afirmando que o 7 de Setembro ganhou “novo significado” neste ano, e que “o Brasil e suas cores” tinham sido sequestrados.
“Após tudo que se viu e viveu nos últimos tempos, o 7 de Setembro ganha novo significado. A data convida-nos a cuidar de nossa independência interna: o Brasil e suas cores não podem ser sequestrados por movimento político-ideológico nenhum”, afirmou o ministro.
Gilmar comentou ainda que a data estava sendo usada, nos últimos anos, “para incitar o ódio e promover a divisão do país”, e sugeriu que isso atende a interesses comerciais de alguns grupos, sem determinar quais.
“A data é de festa e motivo para pensarmos no nosso projeto de nação; jamais poderia ser usada para incitar o ódio e promover a divisão do país (tudo financiado por setores que obviamente lucraram com isso)”, disse.
A fala de Gilmar é uma alusão evidente às manifestações ocorridas nos dias 7 de Setembro dos últimos anos em favor de Jair Bolsonaro. Em maio, em uma fala sobre a Operação Lava Jato, Gilmar já havia demonstrado sua repulsa ao ex-presidente e seus apoiadores, sugerindo que são fascistas.
“Curitiba gerou Bolsonaro, Curitiba tem o germe do fascismo”, afirmou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/gilmar-celebra-7-9-com-novo-significado-e-diz-que-brasil-e-suas-cores-tinham-sido-sequestrados/
O 7 de Setembro deveria ser festa cívica, mas foi desfile para autoridades
A parada do 7 de Setembro, nesta quinta-feira, deixou de ser uma festa cívica para ser uma festa meramente militar. Deveria ser uma festa cívica, principalmente se a gente comparar com a do ano passado, em que as ruas ficaram cheias de gente em toda parte no Brasil.
Agora, as ruas estavam quase vazias. Em Brasília, por exemplo, os que lá foram dizem que tinha mais gente desfilando do que gente assistindo ao desfile. Pena que não puderam desfilar as 13 escolas cívico-militares que o governo do Distrito Federal manteve quando o Ministério da Educação mandou extingui-las.
E o interessante é que, para o governo federal, as três palavras fortes deste 7 de Setembro seriam ou são democracia, soberania e união. Onde é que está a união, se há este tipo de vingança? Não só vingança em relação ao governo anterior, mas em relação àqueles que combateram os corruptos da Lava Jato, por exemplo.
Como pode haver soberania com tanta ONG estrangeira sustentada por governos estrangeiros trabalhando em função de interesse dos governos estrangeiros dentro da Amazônia? E como pode haver democracia com tanto preso político, tanta censura? Não tem, não faz sentido.
Enfim, foi um desfile presenciado apenas pela nomenclatura: os funcionários mais altos; embora o governo tenha convocado os funcionários civis, federais, a comparecerem, foi pouquíssima gente. Aconteceu em Brasília, aconteceu nas outras capitais.
Estado brasileiro só oferece segurança para autoridades
O presidente Lula viajará à Índia para a reunião do G20, que é sábado e domingo. Depois volta, fica um ou dois dias em Brasília, já parte para Cuba, e depois vai para Nova York. É muita viagem, né? Esta é a 13ª viagem, se não me engano; logo em seguida, virá a 14ª. No próximo ano, a reunião do G20 vai ser no Rio de Janeiro.
Eu fico pensando sobre a segurança de ontem aqui na Esplanada dos Ministérios, em que a Polícia Federal e a Polícia Militar não desfilaram, como em outros anos, porque certamente estavam fazendo a segurança para as autoridades – quando é o contrário que tem que acontecer: o Estado brasileiro é que tem que prestar segurança à nação brasileira.
A nação é o povo. O Estado é a nação organizada. O povo se organiza em Estado e sustenta o Estado com seus impostos para ter segurança, ter justiça.
No Rio de Janeiro, então, no ano que vem, vai haver segurança, porque vão dar segurança para os 20 chefes de Estado que lá vão estar. Por enquanto, não tem segurança.
As pessoas reclamam que o Galeão não tem movimento. Se não tem movimento, é por falta de segurança ao acesso. Ontem mesmo, um voo da British Airways, com um Boeing 787, foi cancelado, porque, simplesmente, o ônibus que levava a tripulação para esse voo foi assaltado indo para o Galeão.
A tripulação ficou tão abalada que não teve condições. Não se pode fazer um voo transatlântico com comandantes, copilotos e comissários de bordo abalados. Este é o Rio de Janeiro.
Um ônibus da British Airways, levando a tripulação da companhia. Imagina o noticiário na Inglaterra a respeito do Brasil, no dia do aniversário do Brasil, Dia da Independência.
Associações de procuradores e juízes se insurgem contra decisão de Toffoli
Aliás, neste mesmo Dia da Independência também se soube que a Associação Nacional dos Procuradores da República e a Associação de Juízes Federais do Brasil insurgiram-se contra a decisão monocrática do ministro Dias Toffoli, que foi advogado do PT, anulando as provas da Odebrecht, que pegaram um monte de gente.
A lista de propinas tinha mais de 200 pseudônimos, apelidos. Estavam lá o careca, o cabelo de caju, a amante, o chinês… Para Dias Toffoli, isso deixa de existir.
Eles vão entrar com um recurso, chamado de agravo, para anular isso. A Turma do STF que vai investigar tem o Dias Toffoli, também – imagino que ele vai se declarar impedido –, além de Gilmar, Fachin, Nunes Marques e André Mendonça.
Há um risco de dar dois a dois. Gilmar tem sido tão defensor dos direitos, mas, quando entra o outro lado, surpreende a gente. Então, não dá para ter expectativa, porque, como diziam os antigos repórteres, meus colegas, que cobríamos o Supremo, de toga de juiz e fralda de bebê, a gente nunca sabe o que pode sair.
A gente só sabe que já foram a favor da maconha, contra o direito de propriedade, equipararam homofobia à injúria racial, e a gente está vendo falhas na escolha do juiz natural, no cumprimento do devido processo legal. Então, a gente nunca sabe o que pode acontecer.
Enquanto isso, o presidente do Senado, o senhor Rodrigo Pacheco, permanece inerte diante dos acontecimentos que a nação está acompanhando.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/o-7-de-setembro-deveria-ser-festa-civica-mas-foi-desfile-para-autoridades/
Obrigado, excelentíssimo ministro José Antonio Dias Toffoli!
“No que é que isso tudo vai dar?”, perguntei na tarde de quarta-feira (6) a um amigo. Me referia, obviamente, à decisão do ministro Dias Toffoli, que não só anulou as provas obtidas por meio do acordo de delação da Odebrecht como também disse que a prisão de Lula foi uma “armação”. A pergunta, a princípio retórica, escondia um pedido de ajuda. Queria ouvir do amigo que tudo vai dar certo. Que tudo vai ficar bem.
Mas o amigo não tinha esperanças de sobra para me emprestar e eu fiquei ali, ensimesmado, remoendo a história toda numa indignação assustada e impotente. Uma indignação parecida com essa daí que você está sentindo. Que muita gente à nossa volta está sentindo. E foi então que, por milagre, ouvi sair da minha boca o primeiro “obrigado” ao excelentíssimo ministro José Antonio Dias Toffoli.
Não estamos sozinhos
Porque percebi que não estou sozinho. Não estamos. Olhe em volta! Ainda somos alguns muitos milhões capazes de nos indignar. Ainda somos centenas de milhares que lemos o editorial da Gazeta do Povo e nos perguntamos como é possível que um homúnculo desses atropele a lógica jurídica e as noções mais básicas de certo e errado apenas para bajular Lula. Por sinal, outro homúnculo. E como é possível que atos de homúnculos encontrem eco em tantas almas deformadas pela ambição ideológica?!
Nossa indignação é impotente? Sim, é. Nos altos escalões do poder, não há ninguém do nosso lado e a covardia de quem poderia fazer alguma coisa, mas prefere se omitir, só faz aumentar nossa indignação. Mas não tem problema. Porque não estamos sozinhos. E, para melhorar, com algum esforço ainda somos capazes de rir do ar de vitória dos cínicos e maquiavélicos. Ou não somos? Bom, eu sou. Hahahahahahhaaha.
Mefistófeles de Garanhuns
Foi, aliás, rindo deles que deixei escapar um segundo agradecimento. Porque graças ao ministro Dias Toffoli pude ver como rastejam os militantes esquerdistas, no STF e fora dele. Pude ver toda indecência a que essa gente tem de se sujeitar em troca de um poderzinho transitório e mundano. Em troca de rapapés, banquetes e a ilusão da imortalidade. Quantos reis já não viraram pó depois de se afogarem nesse delírio?
Indiretamente, a decisão e as palavras de Toffoli me fizeram perceber que, ao longo de 45 anos de muitas tentações e alguns deslizes, fui poupado desse pacto. Não vendi nem vendo minha alma ao Mefistófeles de Garanhuns ou a qualquer idolozinho político em troca de aceitação ou da promessa enganadora de que serei como Deus. Dessa tentação fui protegido, ao contrário dos Toffolis da vida, que infelizmente são muitos. São legião. Mas não são todos.
Falsas ambiguidades
Um terceiro obrigado eu o sussurrei de madrugada, ao pensar neste texto. Um agradecimento pela oportunidade que Toffoli me deu, está me dando, de falar com você (e você e você). De tentar apaziguar a sua raiva. De sugerir que você se distraia da indignação política por um instante e se concentre no que está aí ao seu lado. Na esposa e nos filhos. Nos colegas de trabalho. Nos amigos que a cada rodada fazem um brinde à amizade. Na Catota que está aqui no meu colo, ronronando como se não houvesse amanhã e ouvindo o martelar do teclado como se fosse uma sinfonia.
Sei que tudo parece tenebroso agora. Assustador. Eles estão por cima da carne seca, como se diz. Ou se dizia, sei lá. O espírito do tempo é um espírito ressentido e vingativo. Mas lembre-se de que nada o obriga a aceitar essa inversão de valores. Nada o obriga a ir contra a sua consciência. Agradeça, pois, ao ministro Dias Toffoli, por escancarar o mal e, de certa forma, tornar nossas escolhas mais claras e fáceis. Obrigado por mais isso, ministro: por dar um basta nessa era de imposturas e falsas ambiguidades.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/obrigado-excelentissimo-ministro-jose-antonio-dias-toffoli/
7 de setembro: A cachorrinha Deusdete, a jabuticaba e a Dama de vermelho
O 7 de setembro começou dias antes. Sem independência e com noticias pouco alvissareiras.
O STF ressuscitou o imposto sindical, desconsiderando a decisão do povo, quando o Congresso já havia legislado sobre o assunto.
Também o STF anulou as provas de corrupção da Odebrecht no Brasil, nos outros países ainda tá valendo.
Terras produtivas agora também podem ser desapropriadas, graças também ao STF.
Mas aí chegamos ao apogeu, a comemoração da nossa independência no dia 7 de setembro, quando o povo vai em massa para as ruas, num grandioso ato Cívico.
Não, o POVO não compareceu as ruas.
Em Brasília, o presidente Lula e sua primeira dama desfilaram em carro aberto para ninguém.
Não adiantou escalar os funcionários detentores de cargo em comissão, não adiantou nada. Um fiasco.
A narrativa de que o POVO apoia este desgoverno foi enterrada e sepultada.
Mas, para não dizer que não falei das flores, a cachorrinha deusdete compareceu ao desfile, devidamente acompanhada de sua dona.
Foi registrada a visita solitária do presidente ao pé de jabuticaba que ele outrora plantara em Brasília. Não havia um “pé” de povo acompanhando esta cena melancólica.
Numa indecifrável mensagem, a primeira dama compareceu a solenidade do dia da independência com vestido vermelho, de lá partiu para Índia, prometendo enviar muitas mensagens pelo Twitter, pois seriam 20 horas de voo.
E com uma alegria incompatível com as tragédias provocadas pelo Ciclone no Rio Grande do Sul, onde dezenas de brasileiros morreram e milhares estão desabrigados.
Independência ou Morte!
Deputado propõe frente em defesa do Congresso e conta STF legislador
O ex-ministro e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) iniciou coleta de assinaturas para criar uma frente parlamentar cujo objetivo primordial será a defesa das prerrogativas constitucionais do Congresso, frequentemente atropeladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em diversos casos de invasão de competência. “É no Congresso que o povo fala. O Supremo é um órgão técnico. O povo não fala no Supremo”, diz ele, que também quer combater eventuais abusos do Poder Executivo.
Pesos
“A frente parlamentar vai servir para resgatar essas prerrogativas e para discutir onde essas prerrogativas estão sendo ultrapassadas”, diz Terra.
Contrapesos
“Nós aqui é que temos que decidir a política”, afirmou Osmar Terra, que alerta contra decisões o STF como a legalização do porte de drogas.
batismo
O grupo será chamado de Frente Parlamentar da Valorização das Prerrogativas Legais dos Parlamentares e Soberania Popular”.
Calos
A retomada no STF do caso do marco temporal das terras indígenas também incomoda deputados, que já aprovaram projeto sobre o assunto.
Maranhão, a 1,6 mil km de Brasília, domina a CPMI
Chama atenção da oposição no Congresso o interesse desproporcional de parlamentares do Maranhão na CPMI do 8 de Janeiro. A quase 1.600 km de Brasília, o estado detém o maior número de cadeiras na CPMI que apura a quebradeira… na Capital Federal: são seis parlamentares do estado que também é o domicílio eleitoral do ministro Flávio Dino (Justiça), um dos acusados de omissão durante os atos do dia 8.
Minoria local
Palco da quebradeira, o Distrito Federal, que arcou com boa parte do prejuízo, só tem dois parlamentares na CPMI. Um deles é suplente.
Acusação grave
O senador Sérgio Moro (União-PR) já lembrou que os agentes sob comando de Dino nada fizeram. “Havia quatro pelotões que não agiram”.
Controle de cena
A tropa maranhense ajuda a manter engavetados, por exemplo, pedidos de convocação do próprio Dino, alvo, até agora, de 15 requerimentos.
insatisfeito
Políticos de carona no carro do ministro Paulo Pimenta chegaram ao destino convencidos de que é iminente a demissão do presidente da estatal EBC, Hélio Doyle. O chefe da Secom não parou de falar mal do subordinado – cujo currículo, aliás, é bem melhor que o dele.
Ministros de fato
O deputado Evair de Melo (PP-ES) avalia que Fernando Haddad (Fazenda) está desarticulado: “quem segura as pontas da economia é o presidente Lira e Roberto Campos Neto”, presidente do Banco Central.
Cumprindo tabela
Segue no TSE a ação sobre o pagamento ilegal de cachês para 14 artistas fazerem o L na campanha de 2022, usando dinheiro público. Mas, apesar da indecorosa ilegalidade, ninguém aposta em Brasília que Lula, PT ou os artistas sejam condenados. Periga serem homenageados.
Orlando tapioca
O deputado Orlando Silva (PcdoB-SP) quis surfar na onda da atualização da Esplanada e lembrou de quando comandou a pasta do Esporte. Não mencionou que até tapioca de R$8 ele pagou com cartão corporativo.
Estratégia covarde
À coluna, o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Sanderson (PL-RS), criticou anulação das provas da Odebrecht contra Lula, “faz parte de uma estratégia covarde para inocentar os corruptos que assaltaram o país”, avaliou o deputado.
Nº 1 em demissões
Lula, o “politicamente correto”, é o primeiro presidente brasileiro a demitir primeiro duas mulheres da sua equipe ministerial; Daniela Carneiro, do Ministério do Turismo e Ana Moser, do Ministério dos Esportes.
Só pensam nisso
A carga tributária não para de crescer. O orçamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que Lula usa para cooptar o centrão, recebe 2% da Cide, imposto sobre combustíveis ressuscitado por Lula na expectativa de arrecadar R$30 bilhões por ano.
Nada suspeito
“Grupo de trabalho” formado para realizar minirreforma eleitoral a tempo da eleição 2024 e liderado por petista tem como um dos objetivos a “simplificação do processo de contas e da propaganda eleitoral”. Humm…
Pensando bem…
…o STF transformou em premonição o que era apenas uma gozação do genial Roberto Campos: “no Brasil, até o passado é incerto”.
Lula não visita cidades atingidas por ciclone; tragédia já matou 41
Petista participa de festividades e viagem internacional, mas não visita gaúchos atingidos por ciclone
O presidente Lula ainda não visitou as cidades atingidas por um ciclone que deixou mais de 3 mil pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul.
Na quarta-feira (6), Lula passou o dia no Palácio da Alvorada. Na quinta (7), o presidente participou da festa do Sete de Setembro em Brasília. Após a celebração, partiu para a Índia, onde participa do G-20.
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, além dos 3 mil desabrigados, o ciclone deixou 7,6 mil pessoas desalojadas e um rastro de destruição e pelo menos 41 mortos. Apesar dos números da maior tragédia natural do estado, Lula não foi ao Rio Grande do Sul.
O presidente despachou os ministros Waldez Goés (Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Comunicação Social) para a área devastada. Lula se limitou a fazer postagens em redes sociais se dizendo “à disposição dos gaúchos”. As publicações já se misturaram a outras de festividades e do petista chupando jabuticaba.
Maranhão, a 1,6 mil km de Brasília, domina a CPMI do 8 de Janeiro
DF, palco da quebradeira, só tem dois parlamentares na CPMI
Chama atenção da oposição no Congresso o interesse desproporcional de parlamentares do Maranhão na CPMI do 8 de Janeiro. A quase 1.600 km de Brasília, o estado detém o maior número de cadeiras na CPMI que apura a quebradeira… na Capital Federal: são seis parlamentares do estado que também é o domicílio eleitoral do ministro Flávio Dino (Justiça), um dos acusados de omissão durante os atos do dia 8. As informações são da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Palco da quebradeira, o Distrito Federal, que arcou com boa parte do prejuízo, só tem dois parlamentares na CPMI. Um deles é suplente.
O senador Sérgio Moro (União-PR) já lembrou que os agentes sob comando de Dino nada fizeram. “Havia quatro pelotões que não agiram”.
A tropa maranhense ajuda a manter engavetados, por exemplo, pedidos de convocação do próprio Dino, alvo, até agora, de 15 requerimentos.
Patriotismo sai de cena e dá lugar a vermelho provocador
Insistente em provocações, cúpula lulista ignora valores do Dia da Indepedência
Na esplanada dos Ministérios e pelos principais estados do Brasil, expressões políticas, ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT), tiraram de cena a comemoração da independência do Brasil para dar lugar a protestos pró-MST, contra o marco temporal e pela prisão de Bolsonaro.
Com agenda em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Ceará, um evento denominado “O grito dos Excluídos” atraiu militantes com cartazes e palavras de ordem.
Na esplanada, a ‘provocação’ ficou por conta da escalação do personagem Zé Gotinha para reforçar ‘afronta’ ao bolsonarismo, mas também da participação da primeira-dama, Janja, que fez o L, vestida de vermelho. Marina Silva também abriu mão das cores da bandeira e aderiu a vestido da cor da bandeira do PT.
Be the first to comment on "Brasília tem 7 de setembro esvaziado, com público de petistas, servidores e familiares dos militares"