Lula tem encontro com Xi Jinping e assina 15 acordos com a China

Líder da China, Xi Jinping, recebe o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Pequim, em 14 de abril de 2023| Foto: EFE/EPA/KEN ISHII

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta sexta-feira (14), em Pequim, de vários encontros oficiais como parte da viagem à China, e o encontro mais aguardado pelo governo é com o líder comunista chinês, Xi Jinping.

Nesta manhã, os dois líderes mundiais participam de uma cerimônia de assinatura de 15 acordos do Brasil com a China. Segundo a agenda, uma parte do encontro entre os dois será registrado pela imprensa. O restante da reunião seguirá a portas fechadas.

Os acordos incluem captação de recursos para obras, cooperações em segurança alimentar, exploração espacial e saúde, além do agronegócio. Também está previsto um possível acordo com a TV estatal chinesa para melhorar a imagem de Pequim no Brasil. (Confira a lista abaixo)

Após assinatura dos acordos, Lula participou de um jantar com o líder chinês. Havia a previsão de uma coletiva de imprensa do presidente na embaixada do Brasil em Pequim, mas somente os ministros falaram.

Durante a reunião fechada, a imprensa chinesa informou que Lula e Xi concordaram sobre a necessidade de diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Alguns encontros ocorreram na madrugada desta sexta-feira, conforme o fuso horário brasileiro. O primeiro encontro do petista foi com o presidente da State Grid, Zhang Zhigang, empresa chinesa de energia elétrica que tem investimentos no Brasil.

Na ocasião, Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no país, a confiança na economia nacional e o foco do governo em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional. “Nós não queremos ser vendedores de empresas. Nós queremos construir, com parcerias, as coisas que precisam ser feitas no Brasil”, afirmou o presidente.

Em seguida, Lula participou de uma reunião com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Eles falaram sobre elevar o patamar da parceria estratégica entre Brasil e China, ampliar fluxos de comércio entre os países e equilibrar a geopolítica mundial. “É importante dizer que a China tem sido uma parceira preferencial do Brasil nas suas relações comerciais. É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior”, disse o presidente Lula na reunião.

Lula também defendeu a ampliação da parceria do Brasil com a China para mudar a governança mundial. “Os nossos interesses na relação com a China não são apenas comerciais. Temos interesse científico, tecnológico, cultural, político e nós temos interesse em construir uma nova geopolítica para que a gente possa mudar a governança mundial dando mais representatividade às Nações Unidas”, disse.

Viagem à China teve início na quarta

O presidente Lula chegou à China na quarta-feira (12), acompanhado por uma comitiva de ministros, empresários e parlamentares. Nesta quinta (13), ele participou da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), o banco do Brics, em Xangai.

Em seu primeiro discurso na China, Lula criticou o uso do dólar como moeda global e elogiou o Brics como o “grande banco capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo”.

Além da cerimônia de posse da ex-presidente no Brics, Lula visitou em Xangai um showroom da empresa Huawei e de uma reunião com o CEO da BYD – considerada a maior vendedora de veículos elétricos do mundo em 2022, Wang Chuanfu.

Veja lista de acordos do Brasil e China:

  • Memorando de entendimento sobre o grupo de trabalho de facilitação de comércio entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;
  • Protocolo complementar sobre o desenvolvimento conjunto do CBERS-6 entre o governo da república federativa do Brasil e o governo da república popular da China ao acordo-quadro sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em pesquisa e inovação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China sobre cooperação em tecnologias da informação e comunicação;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China para a promoção do investimento e cooperação industrial;
  • Memorando de entendimento sobre o fortalecimento da cooperação em investimentos na economia digital entre o Ministério do Comércio da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o Ministério das Finanças da China;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em informação e comunicações entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China;
  • Acordo de coprodução televisiva entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento entre grupo de mídia da China e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República Federativa do Brasil
  • Acordo de cooperação entre agência de notícias Xinhua e Empresa Brasil de Comunicação;
  • Memorando de entendimento entre o ministério do desenvolvimento e assistência social, família e combate à fome, o ministério do desenvolvimento agrário e agricultura familiar da República Federativa do Brasil e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China na cooperação para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza;
  • Plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira;
  • Plano de trabalho Brasil-China de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal;
  • Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a administração-geral de aduanas da República Popular da China sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China;

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-tem-encontro-com-xi-jinping-e-assina-mais-de-20-acordos-com-a-china/?#success=true

TSE nega retirada de sigilo da ação que pode tornar Bolsonaro inelegível

presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Joédson Alves/EFE.

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, rejeitou na noite desta quinta-feira (13) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para retirar o sigilo da ação que pode declará-lo inelegível.  O sigilo ao processo foi determinado pelo próprio Benedito Gonçalves, que é relator da ação no TSE, na última semana.

A defesa de Bolsonaro apresentou o pedido de retirada do sigilo, após a divulgação do parecer favorável a inelegibilidade do ex-presidente, feito pelo vice-procurador eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco. No argumento, os advogados ainda citaram pedidos feitos por veículos de comunicação de acesso às alegações finais do presidente.

O parecer a favor da inelegibilidade é referente à ação apresentada pelo PDT, onde o partido acusa Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Braga Netto de terem cometido abuso de poder político durante as eleições de 2022. Entre as acusações contra o ex-presidente, consta a reunião que Bolsonaro fez em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, com embaixadores estrangeiros, durante a qual lançou uma série de dúvidas sobre a integridade do voto eletrônico adotado no Brasil pela Justiça Eleitoral.

Na decisão contra a defesa, o ministro disse que o sigilo das peças processuais é necessário para proteger as provas e que a própria defesa pode divulgar as informações que achar necessárias. “Especificamente no que diz respeito às alegações finais e ao parecer do MPE, o sigilo, como já explicitado, foi aplicado para proteger, especificamente, os trechos que fizessem remissão aos documentos e depoimentos sigilosos”, afirmou Benedito Gonçalves.

As investigações contra Bolsonaro no TSE já foram encerradas, e cabe ao relator da ação elaborar o parecer final. Assim que a decisão estiver pronta, ela segue para julgamento a ser marcado pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A previsão é que o processo seja julgado até o início de maio pela corte eleitoral.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/breves/tse-nega-retirada-de-sigilo-da-acao-que-pode-tornar-bolsonaro-inelegivel/

Lula sinaliza apoio à ofensiva da China para fortalecer o bloco dos Brics e desafiar os EUA

Presidente Lula durante viagem à China
Presidente Lula durante viagem à China| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

Numa sinalização de um maior alinhamento com a China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou sua visita ao país asiático para mandar um recado para os Estados Unidos. Em Xangai, o petista fez um discurso contra o dólar e defendeu o fortalecimento do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O movimento do petista ocorre em meio a um esforço da China para dar um caráter político ao bloco, originalmente econômico, dos Brics. O objetivo de Pequim é fazer frente à hegemonia dos Estados Unidos e de outros blocos como o G-7, o grupo das sete maiores economias do mundo.

Nesta sexta-feira, ao se encontrar com Zhao Leji, o terceiro na hierarquia do Partido Comunista Chinês, Lula afirmou: “Queremos elevar o patamar da parceria estratégica entre nossos países, ampliar fluxos de comércio e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial”.

A fala sobre equilíbrio da geopolítica deu um tom político e não apenas econômico ao posicionamento brasileiro. Caso a aproximação continue, o Brasil pode se integrar ao eixo das ditaduras da China, da Rússia, do Irã, da Coreia do Norte e da Arábia Saudita, que está em processo de formação.

A ideia de Brics foi criada em 2001 pelo economista do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, que agrupou inicialmente Brasil, Rússia, Índia e China em um acrônimo para designar economias em desenvolvimento com potencial para liderar a economia global no meio do século 21. Os países adotaram a ideia e fizeram a primeira reunião do bloco econômico em 2009. A África do Sul foi incorporada no ano seguinte.

Mas, quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, a China, que estava na presidência rotativa dos Brics, passou a manobrar para aumentá-lo e utilizá-lo para confrontar politicamente seu maior rival, os Estados Unidos. Pequim vem então usando o sentimento anti-americano para aproximar países como o Irã e o Uruguai. Outras nações começaram a se interessar pelo grupo por entender que os EUA não teriam mais interesse em protegê-los, como no caso da Arábia Saudita.

Nesse contexto, Lula abraçou uma das principais bandeiras da China e da Rússia: tentar enfraquecer a hegemonia do dólar, usado como a principal moeda de trocas globais.

“Quem decidiu que era o dólar a moeda? Depois que desapareceu o ouro como paridade? Por que não foi o iene? Por que não foi o real? Por que não foi o peso? Porque as nossas moedas eram fracas, as nossas moedas não têm valor em outros países. Então, se escolheu uma moeda sem levar em conta a necessidade que nós precisamos ter uma moeda que transforme os países em uma situação um pouco mais tranquila”, disse Lula.

No último mês, o Banco Central brasileiro anunciou que havia fechado um acordo com chinês para conversão direta das moedas dos dois países em operações comerciais. Até então, as instituições precisavam fazer as operações com a intermediação do dólar americano.

Mas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad negou que os ataques de Lula ao dólar tenham fundamentação geopolítica. Ele afirmou que, do ponto de vista econômico, em paralelo ao novo sistema, as transações em dólar vão continuar acontecendo.

O dólar se consolidou como a moeda de comércio internacional após a Segunda Guerra. Na década de 1970, ele deixou de ser lastreado pelo ouro, o que rendeu a Washington um poder praticamente hegemônico sobre a economia mundial.

Além da declaração contra a moeda norte-americana, Lula visitou um centro de pesquisa da gigante de tecnologia Huawei, considerada pelos EUA um risco à segurança e um braço do governo chinês. Contudo, a Huawei afirma ser uma empresa privada que acabou indo parar no centro das disputas sino-americanas.

As declarações de Lula seguem um padrão diplomático iniciado em seu primeiro governo – época em que o mundo estava menos polarizado. O presidente brasileiro tenta dialogar com potências antagônicas e até com países autocráticos, como o Irã e a Venezuela. Para isso, adapta seu discurso de acordo com o país que visita.

Para Manuel Furriela, professor de Direito Internacional da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), o movimento de Lula, por enquanto, ainda não tem peso para gerar um desgaste com o governo norte-americano.

“Os Estados Unidos provavelmente farão algumas críticas a essas declarações do Lula, mas eu não acredito que isso, neste momento, vai levar a um desgaste das relações entre Brasil e Estados Unidos ou algum problema mais sério. Pelo menos no momento atual”, avalia Furriela.

China defende que Brics seja ampliado e fortaleça os laços políticos dos membros 

A China, no entanto, tem defendido uma expansão dos Brics e se movimentado para atrair outros países para o bloco. Em maio do ano passado, por exemplo, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, realizou uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco com a presença de outros nove convidados, incluindo da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

No mês seguinte, como anfitrião de uma cúpula do Brics, o líder chinês, Xi Jinping, defendeu a expansão do grupo e propôs novos esforços cooperativos na economia digital, comércio e investimento e na cadeia de suprimentos. O líder comunista também convidou pelo menos 13 líderes mundiais para participar de um diálogo sobre desenvolvimento global com os países do Brics, incluindo o presidente iraniano Ibrahim Raisi e o primeiro-ministro cambojano Hun Sen.

Em julho, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a sugerir que os membros do grupo “criassem uma nova moeda de reserva mundial para melhor atender a seus interesses econômicos”. A estratégia seria uma forma de Moscou amenizar os efeitos das sanções internacionais impostas à Rússia pelo G7 depois da invasão da Ucrânia. A China e outros países que antagonizam com os EUA querem esvaziar a força do dólar para se proteger de eventuais sanções futuras. Contudo, segundo analistas, a hegemonia da moeda americana ainda deve perdurar por décadas.

Lula defende plano de paz para a Ucrânia que beneficia Moscou

Ainda neste ano, a Rússia defendeu o plano de paz proposto pela China para pôr fim à guerra na Ucrânia. A proposta é vista com bons olhos por parte dos integrantes do governo Lula e será tema de debate durante o encontro do brasileiro com Xi Jinping nesta sexta-feira (14).

“A minha sugestão é que a gente crie um grupo de países, que tente sentar à mesa com a Ucrânia e com a Rússia para tentar encontrar a paz”, declarou Lula antes de embarcar para Pequim, acrescentando que o Brasil está disposto a participar da mediação e que a China teria um papel importante na negociação pelo fim da guerra. O presidente brasileiro aparentemente parou de dizer que bastaria tomar uma cerveja com o líder russo e o presidente ucraniano para acabar com a guerra.

O plano de paz da China, no entanto, é considerado pró-Rússia e já foi descartado pela Ucrânia e pelos demais países do Ocidente. Isso porque ele não prevê a retirada das tropas do Kremlin do território ucraniano invadido em Luhansk, Donetsk, Zaporizhzia, Kherson e Crimeia.

Depois de sofrer críticas no Brasil e no exterior, Lula fez novas declarações sem mencionar as regiões tomadas em 2022 e passou a defender que a Rússia se aposse ilegalmente da Crimeia para selar a paz.

O chanceler russo, Sergey Lavrov, desembarcará na próxima segunda-feira (17) no Brasil para se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A posição de Lula agrada muito Moscou, pois dá suporte ao uso da guerra e da violência para resolver questões políticas. Essa prática havia sido banida pela comunidade internacional após o fim da Segunda Guerra.

A expectativa é que Vieira apresente a Lavrov um cenário da discussão feita por Lula e Xi Jinping sobre a guerra na Ucrânia. A visita de Lavrov ao Brasil ocorre menos de um mês após o assessor especial da Presidência para política externa, o ex-chanceler Celso Amorim, visitar a Rússia.

Pressão chinesa põe em risco a posição do Brasil no bloco dos Brics 

No discurso, o Brasil tem defendido que pretende manter a neutralidade na guerra da Ucrânia. O país também defende o “multilateralismo” em suas relações diplomáticas. A Rússia e a China também usam esse termo para passar a ideia de desejarem um mundo mais igualitário. Mas outra interpretação sobre esse posicionamento é que Moscou e Pequim na verdade tentam impor suas vontades a nações mais fracas em termos econômicos e de capacidade bélica.

Lula sugeriu por diversas vezes que a Ucrânia seria tão culpada quando a Rússia pela guerra, o que enfureceu a Ucrânia e deixou líderes ocidentais em estado de alerta. Isso porque a Ucrânia foi a vítima e a Rússia a autora da invasão armada.

Em uma votação nas Nações Unidas há duas semanas, o Brasil foi um dos únicos países a ficar ao lado de uma proposta da Rússia de criar um grupo de investigação no órgão para examinar as explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no mar do Norte. Ao lado do Brasil estavam apenas a China e a própria Rússia. Em votações anteriores o Itamaraty vinha adotando posições ambíguas, sempre evitando acusar Moscou diretamente pela guerra.

A expectativa a partir de agora é de que a pressão da China e da Rússia por um maior alinhamento político entre os integrantes do Brics seja ampliada durante a próxima reunião da cúpula, que vai acontecer na África do Sul em agosto.

O líder sulafricano, Cyril Ramaphosa, que ocupa a presidência rotativa dos Brics, já deu sinais de ceder à pressão. Ele foi além da abstenção a críticas a Moscou na ONU. Neste ano, por exemplo, a África do Sul participou de um exercício militar naval em conjunto com as marinhas da Rússia e da China.

O alinhamento, que avançou além da linha do discurso político, já provoca desgastes para a diplomacia da África do Sul. A presença de Putin no próximo encontro do Brics virou uma incógnita, depois que o Tribunal Penal Internacional pediu a prisão do presidente da Rússia por crimes de guerra. Moscou agora tenta costurar com Pretória uma forma na qual Putin participe do evento sem ser preso.

Vicent Magwenya, porta-voz do presidente sul-africano, informou que o governo busca “mais compromissos em termos de como isso será gerenciado”, e que assim que as negociações forem concluídas os anúncios necessários serão realizados.

A Índia, outro membro dos Brics, é uma grande rival econômica da China e tem mantido uma posição de neutralidade no bloco. Mas, ela se beneficiou com o conflito por meio da compra de petróleo abaixo do preço de mercado oferecido pela Rússia por causa da guerra.

Publicamente, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, já deixou claro que recebeu de Lula a missão de reconstruir pontes e abrir canais nas relações com praticamente todas as regiões do mundo.

No Itamaraty, a avaliação é de que o Brasil voltou a fazer “diplomacia presidencial”. Isso quer dizer, na opinião dos governistas, que Lula vai tentar se engajar pessoalmente nas mais importantes discussões globais, além de viajar para os mais diversos países. Porém, na prática, o presidente está também reforçando laços com regimes ditatoriais.

Para o professor Furriela, a estratégia de Lula é tentar se manter independente dos EUA e da China, ao mesmo tempo que participa de um bloco fortalecido, como os Brics.

“Não interessa ao governo brasileiro a demonstração de um alinhamento com a China ou com os Estados Unidos. Agora fazer parte de um bloco, onde haverá um tratamento por igual a todos os integrantes, fortalece a proposta de agenda brasileira de independência internacional”, afirma o professor de Direito Internacional.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-sinaliza-apoio-a-ofensiva-da-china-de-usar-o-bloco-dos-brics-para-desafiar-os-eua/

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J.R. Guzzo

Como um presidente da República pode ajudar os pobres comprando um sofá de 65 mil reais?

O presidente Lula diz, pelo menos uma vez a cada três dias, que não pensa em outra coisa nesta vida que não seja ajudar os pobres do Brasil. Já disse, com cara de indignação, que “este país” precisa de um “orçamento para os pobres”; os cardumes de puxa-sacos que ficam o tempo em todo à sua volta bateram palmas, comovidos. Também afirmou, aparentemente falando a sério, que o seu governo poderia eliminar a pobreza e criar uma “classe média” doando às pessoas dinheiro do Erário – bastaria, para isso, aumentar a dívida pública.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil.

O Brasil já não deve um caminhão de dinheiro por gastar mais do que arrecada? Então: é só ficar devendo mais e a miséria some, não é mesmo? Já falou, ainda, que as reservas internacionais do Brasil em dólares, que servem para o país pagar até o último centavo de tudo o que tem de comprar no exterior, poderiam ser distribuídas para “o povo” – como se fossem um dinheiro que sobrou e está parado numa gaveta. E no mundo das realidades práticas o que Lula está fazendo?

Se não há verba para cuidar da “fome”, como ele diz, por que há verba para a decoração da sua casa? Um político que age assim, em português claro, é um farsante.

A última notícia é que comprou, para uso pessoal em sua residência no Palácio da Alvorada e com dinheiro arrancado do pagador de impostos, um sofá 65 mil reais. Sua mulher, ao que parece, não estava gostando da decoração da sala; foi por isso, aliás, que o casal teve de morar numa suíte de luxo num hotel de Brasília durante as primeiras semanas do governo Lula-3. Há também uma cama nova, essa de 42 mil reais. Os preços dizem tudo. Trata-se de uma cena de deslumbramento cafajeste, brega e explícito diante da chance de gastar dinheiro público em benefício das próprias fantasias. Tudo bem: digamos que a vida de um pai do povo tenha de passar por estas durezas. Mas sinceramente: como é possível, por qualquer raciocínio que a mente humana seja capaz de produzir, um presidente da República ajudar os pobres comprando um sofá de 65 mil reais?

Os devotos de Lula, diante da impotência para resolver uma charada sem solução como essa história do novo sofá e da nova cama, vão dizer, automaticamente: “Essa pergunta é bolsonarista”. Com isso ficam menos agitados, talvez, mas não se esclarece absolutamente nada sobre a única questão concreta que tem de ser respondida por Lula: num país de miseráveis (são “120 milhões de pessoas passando fome”, segundo a ministra do Ambiente), e no qual o governo garante que não tem dinheiro para as “políticas sociais”, não faz nenhum nexo o presidente gastar 65 mil reais num sofá e 42 mil numa cama para o seu desfrute pessoal. Lula exige, o tempo todo, que o teto legal nas despesas públicas seja desrespeitado, para que ele possa gastar com “os pobres”. E o sofá? Aí o dinheiro aparece? Se não há verba para cuidar da “fome”, como ele diz, por que há verba para a decoração da sua casa? Um político que age assim, em português claro, é um farsante.

Quantos brasileiros têm em suas residências duas peças de mobília que valem mais de 100 mil reais? Uns 0000000000,1% da população, talvez? É esse o mundo onde vive o pai do povo. Qual o ponto de contato que os brasileiros de carne e osso têm hoje com o Lula que existe na vida real? A resposta é: “Nenhum”. Desde que foi tirado da prisão por decreto imperial do STF, safando-se da pena que cumpria por ter sido condenado na Justiça pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula convenceu a si mesmo que era Deus. Hoje, transformado em presidente do Brasil, acha que é Deus elevado ao cubo.

Quando se fica desse jeito, a arrogância, a mania de grandeza e o desprezo pela opinião alheia vão se tornando cada vez mais inconscientes – Lula, dia após dia, dá sinais de que deixou de perceber a existência de qualquer relação entre o que faz e o que seria a sua obrigação mínima de fazer como homem público. A respeito disso, a conclusão mais sensata a que um observador neutro poderia chegar é a seguinte: “Pirou geral”.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/como-um-presidente-da-republica-pode-ajudar-os-pobres-comprando-um-sofa-de-65-mil-reais/

A inflação e a retórica imediatista contra os juros

Aumento considerável nos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
Gasolina, sozinha, respondeu por mais da metade do IPCA de março, graças à volta da cobrança dos impostos federais sobre o combustível.| Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

A última vez que o IPCA acumulado de 12 meses tinha ficado abaixo do limite superior de tolerância da meta de inflação havia sido em fevereiro de 2021: naquele ano, a meta era de 3,75% com 1,5 ponto de tolerância para cima ou para baixo, e o IPCA acumulado do mês era de 5,20%. Desde então, a inflação disparou, recuou, mas não voltou a ficar abaixo do limiar máximo em que o avanço dos preços seria considerado aceitável – até agora. O IPCA de março veio abaixo do esperado, com 0,71%, e trouxe o acumulado de 12 meses para 4,65%, sendo que, neste ano, a meta é de 3,25% e o limite máximo de tolerância é de 4,75%. Este passeio do índice pela região considerada tolerável, no entanto, tem tudo para ser temporário.

O evento mais relevante para a composição do índice foi o retorno da cobrança dos impostos federais sobre a gasolina, que começou a valer no início de março por decisão da equipe econômica. O combustível teve alta de 8,33% em março e o etanol subiu 3,20%, enquanto óleo diesel e gás de cozinha, que seguem desonerados, registraram recuo nos preços. A gasolina, sozinha, respondeu por 0,39 ponto porcentual do IPCA de março, ou seja, mais da metade da inflação do mês veio apenas deste combustível.

O fenômeno inflacionário brasileiro, infelizmente, tem se mostrado mais resiliente do que a retórica petista faz parecer

Uma inflação abaixo do esperado, influenciada em grande parte por uma questão tributária (ou seja, sem choques de oferta ou de demanda), e que trouxe o acumulado de 12 meses para dentro do limite de tolerância de uma meta que o governo já considera draconiana demais é munição para que Lula e seus aliados na opinião pública e na academia voltem a atacar o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. O IPCA de março, argumentam, demonstraria com clareza que a Selic não tem por que ser mantida nos atuais 13,75% ao ano. Este, no entanto, é um raciocínio extremamente simplista e imediatista.

O fenômeno inflacionário brasileiro, infelizmente, tem se mostrado mais resiliente do que a retórica petista faz parecer. Dos nove grandes grupos que compõem o IPCA, oito tiveram elevação em março. A inflação de serviços, no acumulado de 12 meses, ainda está bem acima do índice geral, com 7,63%. E o Copom trabalha observando horizontes bem mais amplos que os próximos meses. É verdade que o 0,71% do IPCA de março substituiu, na janela de 12 meses, uma inflação de 1,62% registrada no mesmo mês de 2022; como a inflação de abril do ano passado ainda foi bem elevada, de 1,06%, é bem possível que o acumulado caia ainda mais quando vier o IPCA deste mês. No entanto, quando o segundo semestre vier, o que sairá da conta do acumulado serão as três deflações seguidas de -0,68%, -0,36% e -0,29% de julho, agosto e setembro de 2022 respectivamente. Com isso, o acumulado de 12 meses tem tudo para voltar a subir e, muito provavelmente, superar o limite de tolerância da meta deste ano. O mercado financeiro, a julgar pelo mais recente boletim Focus, segue estimando um IPCA na casa dos 6% em 2023.

Quem olha o quadro completo, portanto, sabe que a inflação mantém sua força e que o acumulado de 12 meses só caiu porque os índices mais recentes estão substituindo avanços bem maiores ocorridos no ano passado. O aviso do Banco Central nos comunicados e atas de suas últimas reuniões continua tão válido como antes da divulgação dos números de março: as condições para se iniciar um ciclo de queda da Selic dependem muito da retomada do ajuste fiscal e de um arcabouço “sólido e crível” – e, quanto a isso, o plano apresentado pelo governo ainda desperta desconfiança por garantir aumento real de gastos independentemente do desempenho da economia, e persistem as dúvidas quanto a possíveis expectativas irreais de arrecadação e a necessidade de elevação da carga tributária. Se Planalto e Congresso não fizerem sua parte e ainda pretenderem atar as mãos do Banco Central, não há como esperar que o dragão volte sozinho para a jaula.

FONTE: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/inflacao-meta-acumulado-12-meses/

Lula tem encontro com Xi Jinping e assina 15 acordos com a China

lula xi
Líder da China, Xi Jinping, recebe o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Pequim, em 14 de abril de 2023| Foto: EFE/EPA/KEN ISHII

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta sexta-feira (14), em Pequim, de vários encontros oficiais como parte da viagem à China, e o encontro mais aguardado pelo governo é com o líder comunista chinês, Xi Jinping.

Nesta manhã, os dois líderes mundiais participam de uma cerimônia de assinatura de 15 acordos do Brasil com a China. Segundo a agenda, uma parte do encontro entre os dois será registrado pela imprensa. O restante da reunião seguirá a portas fechadas.

Os acordos incluem captação de recursos para obras, cooperações em segurança alimentar, exploração espacial e saúde, além do agronegócio. Também está previsto um possível acordo com a TV estatal chinesa para melhorar a imagem de Pequim no Brasil. (Confira a lista abaixo)

Após assinatura dos acordos, Lula participou de um jantar com o líder chinês. Havia a previsão de uma coletiva de imprensa do presidente na embaixada do Brasil em Pequim, mas somente os ministros falaram.

Durante a reunião fechada, a imprensa chinesa informou que Lula e Xi concordaram sobre a necessidade de diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Alguns encontros ocorreram na madrugada desta sexta-feira, conforme o fuso horário brasileiro. O primeiro encontro do petista foi com o presidente da State Grid, Zhang Zhigang, empresa chinesa de energia elétrica que tem investimentos no Brasil.

Na ocasião, Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no país, a confiança na economia nacional e o foco do governo em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional. “Nós não queremos ser vendedores de empresas. Nós queremos construir, com parcerias, as coisas que precisam ser feitas no Brasil”, afirmou o presidente.

Em seguida, Lula participou de uma reunião com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Eles falaram sobre elevar o patamar da parceria estratégica entre Brasil e China, ampliar fluxos de comércio entre os países e equilibrar a geopolítica mundial. “É importante dizer que a China tem sido uma parceira preferencial do Brasil nas suas relações comerciais. É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior”, disse o presidente Lula na reunião.

Lula também defendeu a ampliação da parceria do Brasil com a China para mudar a governança mundial. “Os nossos interesses na relação com a China não são apenas comerciais. Temos interesse científico, tecnológico, cultural, político e nós temos interesse em construir uma nova geopolítica para que a gente possa mudar a governança mundial dando mais representatividade às Nações Unidas”, disse.

Viagem à China teve início na quarta

O presidente Lula chegou à China na quarta-feira (12), acompanhado por uma comitiva de ministros, empresários e parlamentares. Nesta quinta (13), ele participou da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), o banco do Brics, em Xangai.

Em seu primeiro discurso na China, Lula criticou o uso do dólar como moeda global e elogiou o Brics como o “grande banco capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo”.

Além da cerimônia de posse da ex-presidente no Brics, Lula visitou em Xangai um showroom da empresa Huawei e de uma reunião com o CEO da BYD – considerada a maior vendedora de veículos elétricos do mundo em 2022, Wang Chuanfu.

Veja lista de acordos do Brasil e China:
  • Memorando de entendimento sobre o grupo de trabalho de facilitação de comércio entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;
  • Protocolo complementar sobre o desenvolvimento conjunto do CBERS-6 entre o governo da república federativa do Brasil e o governo da república popular da China ao acordo-quadro sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em pesquisa e inovação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China sobre cooperação em tecnologias da informação e comunicação;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China para a promoção do investimento e cooperação industrial;
  • Memorando de entendimento sobre o fortalecimento da cooperação em investimentos na economia digital entre o Ministério do Comércio da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil;
  • Memorando de entendimento entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o Ministério das Finanças da China;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em informação e comunicações entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China;
  • Acordo de coprodução televisiva entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China;
  • Memorando de entendimento entre grupo de mídia da China e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República Federativa do Brasil
  • Acordo de cooperação entre agência de notícias Xinhua e Empresa Brasil de Comunicação;
  • Memorando de entendimento entre o ministério do desenvolvimento e assistência social, família e combate à fome, o ministério do desenvolvimento agrário e agricultura familiar da República Federativa do Brasil e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China na cooperação para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza;
  • Plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira;
  • Plano de trabalho Brasil-China de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal;
  • Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a administração-geral de aduanas da República Popular da China sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China;

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-tem-encontro-com-xi-jinping-e-assina-mais-de-20-acordos-com-a-china/

Leis e Justiça privilegiam criminosos e afugentam brasileiros honestos

O relator do caso recordou que a legislação brasileira proíbe de depor pessoas que, por suas atividades profissionais, devem guardar segredo.
Turma do STJ trancou inquérito contra André do Rap porque policiais não estavam autorizados a realizar busca e apreensão no imóvel onde o traficante estava.| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O crime compensa no Brasil. Vejam só o que decidiu a 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça sobre o André do Rap, que é um dos chefes do PCC. Ele está condenado a 25 anos por narcotráfico, usando o Porto de Santos para exportar cocaína. Ele foi preso em 2019 e agora a 6.ª Turma do STJ diz que essas provas não valem e que o inquérito vai ter de parar, porque no momento em que ele foi preso só estava autorizada a prisão, não podiam pegar documentos e provas na casa dele. Parece mentira. Não havia autorização de busca e apreensão nas gavetas, embaixo da cama, no armário, sei lá onde encontraram provas da atividade criminosa dele. Ele até foi preso, mas o ministro Marco Aurélio, do Supremo, mandou soltar dizendo que a prisão tinha sido ilegal também; depois revogaram isso, mas onde ele está agora? Evaporou-se.

Isso é para vermos como a Justiça trata criminosos como fidalgos, como príncipes. A polícia entra na casa deles, mas não pode abrir uma gaveta se não tiver a ordem expressa de busca e apreensão. Só podem pegar aquilo que estiver no bolso dele, na mão, embaixo do chapéu, escondido na cueca. Assim fica difícil, não? Por isso tenho dito aqui que o que estimula o crime nesse país é isso: leis e Justiça juntos.

Nesta quinta encontrei, aqui no Porto, uma senhora dona de uma escola brasileira, e ela me diz que os pais estão exigindo guarda armada na escola. Ela disse que perguntou aos pais se eles revistam a mochila de seus filhos para ver se não tem uma faca ou uma pistola. E eu acrescentei: pois é, o pior é revistar o cérebro, porque o cérebro é que arma tudo, a violência está no cérebro. E o cérebro do criminoso, no Brasil, sabe que é fácil, que o crime compensa, que há impunidade. Por causa de coisas como essa que acabamos de ver no caso do André do Rap.

Eu tenho encontrado muitos brasileiros aqui em Portugal, e também brasileiros que vivem na Alemanha e na Itália, e todos me dizem que saíram do Brasil porque aqui as leis são respeitadas e aplicadas, e a consequência é que se tem segurança jurídica, sabe-se que os negócios serão cumpridos e as pessoas andam na rua sem medo. Em cada ruela escura de Portugal tem um caixa eletrônico e ninguém explode o caixa eletrônico e todos tiram dinheiro a hora que quiserem, nas 24 horas do dia. Será que nós, eleitores, pensamos a respeito disso na hora de votar? Escolher um legislador que faça leis que demovam os cérebros criminosos e que punam aqueles que cometeram um deslize.

Dilma virou presidente do Banco dos Brics, mas nem devia estar exercendo função pública

Outra coisa estranha do Brasil é o cumprimento das normas da Constituição. Nesta quinta o presidente Lula participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff na presidência do Banco dos Brics, em Xangai, na China. Se valesse a Constituição, ela nem poderia tomar posse na vaga brasileira porque quando ela foi cassada, em 31 de agosto de 2016, estava escrito no artigo 52, parágrafo único, da Constituição que o presidente condenado fica “inabilitado a exercer qualquer função pública por oito anos”. Então, ela deveria estar inabilitada até 31 de agosto de 2024. Só que não está: chegou a ser candidata ao Senado por Minas Gerais e perdeu para Rodrigo Pacheco, que estava lá aplaudindo também. São essas coisas que não entendemos no Brasil, e que as outras pessoas tampouco entendem.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/stj-andre-do-rap-crime/

Foto de perfil de Luís Ernesto Lacombe
Luís Ernesto Lacombe

Quem precisa de liberdade?

lula - china
Lula e Xi Jinping em Brasília, em 2009, quando o hoje presidente chinês ainda era vice-presidente: os dois vão se reencontrar durante a agenda de viagem do petista no país.| Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr

Eles fazem qualquer negócio, têm seu próprio “capitalismo”, seus próprios interesses. Eles misturam tudo: os negócios, o Estado, o governo, o partido. Eles têm um bocado em comum, Xi Jinping e Lula. E o petista não esconde o desejo de que o Brasil fique ainda mais parecido com a China, cuja ditadura ele tanto admira. Lula, no fundo, quer muito mais do que intensificar as trocas econômicas entre os dois países.

Não há nem preocupação com todos os riscos que esses negócios representam. Existem crimes que só os inimigos escolhidos de Lula praticam… A China está sempre autorizada a explorar a mão de obra, destruir o meio ambiente, fazer espionagem industrial, roubar tecnologia, fazer pirataria. O Partido Comunista Chinês pode controlar todos os elos das cadeias de suprimento, pode ter presença pesada em setores chave, pode ser o maior credor da América Latina. Os comunistas chineses são bonzinhos, são flores de formosura.

Lula e Xi Jinping têm delírios, são uma enorme ameaça. Eles se parecem, eles se merecem, mas nós não merecemos um mundo com tanta gente ruim

Negócio é negócio, concordo, mas os chineses não fazem distinção: tudo para eles é instrumento de dominação, de opressão, de controle. Tudo é parte de um plano ambicioso de liderança mundial nefasta. Sem abertura econômica, sem avanços democráticos, tudo o que é massacrado diariamente, que foi massacrado na Praça da Paz Celestial, em 1989. O plano geopolítico da China é assustador. A ideia é ser o xerife do mundo. Liberdade é uma bobagem. Lula concorda.

O petista e Xi Jinping perseguem opositores, censuram, prendem… O ditador chinês vai além na tirania… Lula o alcançará? Vai conseguir ferrar com as pessoas que ele odeia? Mentir, dissimular, negar fatos, isso sempre fez parte da rotina. A propaganda estatal inclui acusações levianas, fraudes em contas públicas, dominação da cultura, do ensino, cooptação da mídia, de jornalistas. É tudo por um bem maior. Só o Estado com controle absoluto pode salvar.

E viva “esse monstro chamado coronavírus”… Os genocidas amigos são como heróis. Não há religião, não há um Deus redentor. Lula e Xi Jinping são a solução de todos os problemas. Negam todas as ciências, todas as experiências, o mundo que deu certo. Só eles podem salvar seus países, o planeta, só eles conhecem o caminho para o êxito, o progresso, o desenvolvimento. Quem precisa de liberdade?

Lula talvez sonhe com o partido único, mandato vitalício… Os comunistas chineses são a inspiração maior. Já estão no poder há mais tempo que os soviéticos. Lula e Xi Jinping têm delírios, são uma enorme ameaça. Eles se parecem, eles se merecem, mas nós não merecemos um mundo com tanta gente ruim.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/lula-xi-jinping-ditadura-liberdade/

Desembargador do TRF-4 restabelece ordem de prisão preventiva de Tacla Duran

TRF4 restabelece ordem de prisão de Tacla Duran.
TRF4 restabelece ordem de prisão de Tacla Duran.| Foto: Reprodução

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) restabeleceu a ordem de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em ações penais no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão é do desembargador Marcelo Malucelli e foi tomada na última terça-feira (11). A divulgação pelo TRF-4, porém, ocorreu nesta quinta-feira (13).

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A prisão de Tacla Duran havia sido revogada no dia 4 deste mês pelo juiz Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que está à frente dos processos da Lava Jato. Na decisão, Malucelli considerou que a Vara Federal da capital paranaense não poderia ter proferido a decisão de revogar a ordem de prisão após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado a suspensão do trâmite das ações.

“Considerando a decisão proferida pelo STF que determinou a suspensão das ações penais  em trâmite na 13ª Vara Federal de Curitiba, em relação a Rodrigo Tacla Duran, evidentemente é indevida a prática de quaisquer atos nas referidas demandas e incidentes a elas relacionados”, destacou Malucelli.

O desembargador concluiu que a ordem de prisão preventiva havia sido promulgado antes da suspensão determinada pelo STF e, não tendo sido revogada pela Suprema Corte, permanece válida.

Audiência agendada em Curitiba

Tacla Duran é esperado às 14 horas desta sexta-feira (14) na Justiça Federal de Curitiba para uma audiência com o juiz federal Eduardo Appio. O magistrado incluiu o réu no programa federal de testemunhas protegidas, em março último, após Duran ter acusado o ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sergio Moro (União-PR) de extorsão e o ex-procurador da mesma operação e hoje deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição. Os parlamentares negam as acusações.

A presença do réu na audiência desta sexta-feira é ainda incerta. Duran, que tem dupla cidadania brasileira e espanhola, vive na Espanha desde 2016.  Ele foi advogado da Odebrecht de 2011 até 2016 e acusado de lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/parana/desembargador-trf4-restabelece-ordem-de-prisao-contra-tacla-duran/

PCdoB nega assédio que fotos mostram e ainda ameaça ‘medidas necessárias’

Bancada se manifesta sobre suposto caso de assédio na Câmara

A assessoria da deputada disse que assim que a ação for protocolada será feita uma coletiva de imprensa. (Foto: Reprodução/Redes Sociais).

O PCdoB na Câmara dos Deputados divulgou uma nota negando que houve assédio por parte do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) contra a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), apesar do que mostram fotos do momento em que ele encosta na parlamentar por trás e beija sua nuca.

O debate foi levantado nesta quarta-feira (12) após a parlamentar divulgar uma imagem do deputado balbuciando algumas palavras encostado ao pescoço de Júlia.

Na “nota de repúdio”, o partido classifica a acusação como “fake news” e diz que Jerry se aproximou da deputada para “pedir respeito” com a deputada Lídice da Mata (PSB-BA).

A nota diz ainda se tratar de uma acusação “leviana” e que o partido tomará “as medidas necessárias para a apuração das responsabilidades por mais essa inverdade.”

Veja a nota na íntegra:

NOTA DA LIDERANÇA DO PCDOB NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Repudiamos a forma como o deputado Marcio Jerry, parlamentar da nossa bancada, foi atingido, no dia de hoje, por uma Fake News envolvendo uma imagem descontextualizada para acusá-lo de assediar uma deputada ao final da reunião da Comissão de Segurança Pública, que ouviu o Ministro da Justiça, Flávio Dino. Ao contrário do publicado nas redes e na imprensa, a partir de apenas um frame, as gravações de imagens e sons captam exatamente o momento em que o Deputado cobra respeito da parlamentar para a também deputada Lídice da Mata (PSB-BA), “porque ela acumulava mais de 40 anos de atuação política respeitosa”. A partir do vídeo, pode-se constatar, de forma clara e inequívoca, que não há como caracterizar, em qualquer hipótese, qualquer ato ou palavras que possam ser entendidas como assédio. Trata-se de uma acusação leviana promovida por aqueles que marcam sua atuação política pela construção de inverdades e que utilizam de instrumentos para tergiversar dos problemas reais e de suas responsabilidades frente a eles como representantes do povo brasileiro. Inadmissível essa reiterada prática. Tomaremos as medidas necessárias para a apuração das responsabilidades por mais essa inverdade.

Líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali
Deputada Alice Portugal (PCdoB-BA)
Deputada Daiana Santos (PCdoB-RS)
Deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Deputado Orlando Silva (PCdoB-SP)
Deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
Deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA)

FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/pcdob-nega-assedio-de-deputado-e-diz-que-tomara-medidas-necessarias

PL aciona Conselho de Ética contra acusado de assédio

Fotos mostram o parlamentar assediando a deputada Júlia Zanatta

Deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), aliado do ministro da Justiça, Flávio Dino.

O Partido Liberal (PL) decidiu que vai acionar o Conselho de Ética contra o deputado federal Márcio Jerry (PcdoB-MA). A decisão veio após uma reunião da deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) com o líder da bancada do partido, deputado Altineu Cortes (PL-RJ), e o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.

Júlia alegou que o deputado a assediou durante a reunião da Comissão de Segurança Pública, na Câmara dos Deputados. A deputada disse que o parlamentar chegou por trás e, em seguida, deu um cheiro no pescoço sem o seu consentimento.

A parlamentar afirma que “este tipo de comportamento não pode ser ignorado e nem banalizado. Não se trata de uma questão ideológica, mas sim de um comportamento completamente inadequado e inaceitável do parlamentar”.

Márcio Jerry nega a acusação. O PcdoB emitiu uma nota de repúdio e alegou que a acusação é “fake news” de Júlia, além de classificar como “leviana”. O partido ainda afirmou que tomará “as medidas necessárias para a apuração das responsabilidades por mais essa inverdade” .

FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/ttc-brasil/pl-aciona-conselho-de-etica-contra-acusado-de-assedio

Deputada diz que ministra prioriza questões de gênero e não medicamentos

Para a parlamentar o ministério usa a portaria para disfarçar e propagar questões de gênero e sexualidade

A deputada apontou que as mulheres enfrentam muitas dificuldades com o atendimento do sistema público de saúde. (Foto: Divulgação).

A deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE) questionou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre as prioridades da pasta com questões de gêneros ao invés de priorizar assuntos mais importantes, como falta de medicamentos, equipamentos para exames, entre outras necessidades mais urgentes.

A fala da parlamentar ocorreu após a primeira visita de Nísia à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Na ocasião, a ministra afirmou que questões de gênero e raça são pilares do atual governo federal e apresentou o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no Sistema Único de Saúde (SUS).

Para Clarissa, o ministério usa a portaria para disfarçar e propagar questões de gênero e sexualidade.

“O relatório da ministra da Saúde foi claro e demonstrou que os principais esforços do Ministério da Saúde estão sendo direcionados para o campo ideológico, uma vez que utiliza e enfatiza termos considerados extremante feministas, indo na direção contrária das necessidades das mulheres. Dinheiro público gasto em pura doutrinação”.

A deputada apontou que as mulheres enfrentam muitas dificuldades com o atendimento do sistema público de saúde entre eles “falta de medicamentos, de equipamentos para exames, deficiência no acompanhamento do pré-natal e pós-natal, entre outros”.

FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/deputada-diz-que-ministra-prioriza-questoes-de-genero-e-nao-medicamentos

CNA apela ao STF contra invasões criminosas de terras no ‘abril vermelho’

Confederação pede ao STF a suspensão de qualquer promoção de invasões sob pena para participantes e dirigentes

No dia 4 de abril, um grupo com cerca de 250 pessoas ligadas ao movimento invadiram terras do Engenho Cumbe, em Timbaúba, Pernambuco. (Foto: Divulgação/MST)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou um pedido de liminar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir invasões de propriedades rurais no país.

A ação pedida nesta quarta-feira (12) foi movida após o presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, anunciar o chamado ‘Abril Vermelho’, atividades que geralmente são caracterizadas por invasões de propriedades em defesa da reforma agrária.

No dia 4 de abril, um grupo com cerca de 250 pessoas ligadas ao movimento invadiram terras do Engenho Cumbe, em Timbaúba, Pernambuco.

No documento protocolado pela CNA, a confederação solicita que o STF determine a suspensão imediata de qualquer política ou estratégia que promova invasão de terras no país pelo MST ou outros grupos organizados, sob pena civil e penal dos participantes e dirigentes.

“Trata-se de movimentos violentos e armados, cujos líderes são reincidentes na prática das invasões e, portanto, pessoas perigosas para as comunidades que sofrem com os efeitos dessas ações. Com base, inclusive, nessa avaliação é que José Rainha e Luciano de Lima foram presos em 04.03.2023 pela Polícia Civil de São Paulo na cidade de Mirante do Paranapanema, região do Pontal do Paranapanema, sob suspeita de extorsão a proprietários rurais na região. A polícia informou que, junto às prisões, foram apreendidas armas que seriam utilizadas nos conflitos agrários” , diz trecho do pedido da CNA.

A confederação também pede que os governadores e secretários de Segurança Pública atuem imediatamente junto a policia após receberem qualquer denúncia e ocorrência de invasões em propriedades.

O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, já havia se pronunciado sobre o fato em uma coletiva de impressa em Brasília na terça-feira (11), onde ele argumentou que “não há nenhuma jornada de ocupação de terra”, “o que vai acontecer é alguma ocupação de terra para denunciar latifúndios improdutivos, e tem centenas neste País.”

FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e01-brasil/cna-apela-ao-stf-contra-invasoes-criminosas-de-terras-no-abril-vermelho

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Coitadinha….

Chega faz pena.

Desde o dia 1º de janeiro que ela está assim:

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O CRIME COMPENSA?

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