Entre todas as ideias fixas que comandam hoje suas palavras e suas ações na política brasileira, nenhuma parece deixar o presidente Lula tão agitado quando o “controle social dos meios de comunicação”. Virou, a essa altura, um tipo de obsessão. Sabe-se que quando Lula tem uma obsessão, o PT e a esquerda ficam automaticamente obcecados com a mesma coisa; eis porque se faz tanto barulho sobre algo que jamais fez parte, nem fará, das preocupações básicas do cidadão brasileiro.
O fato é que Lula, e a multidão de bajuladores ao seu redor, não para de falar no seu precioso “controle”. Ainda agora, mandou uma carta para uma reunião de caciques da ONU dizendo, entre outras barbaridades, que as redes sociais são uma ameaça à “democracia”.
Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
O surgimento da internet, pela primeira vez nos 10 mil anos de história da humanidade, permitiu a todos os seres humanos, sem exceção, manifestarem livremente suas opiniões e pensamentos; é uma conquista imensa para o homem e para os seus direitos. É um perigo, porém, para as ditaduras de todos os tipos – e por isso a comunicação através das redes sociais tornou-se um dos alvos principais da repressão das tiranias pelo mundo afora. Lula, desde a sua campanha eleitoral, se juntou a esse coro; quer, também ele, censura do governo sobre a internet.
Naturalmente, ele e a esquerda mais grosseira, com o apoio de praticamente todo o aparelho judiciário, dizem que não é isso. Ao contrário: aproveitando-se da fantasia, tão difundida e tão inútil, segundo a qual “as leis” deveriam proibir que as pessoas dissessem mentiras nas redes sociais, Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
O “controle social” da mídia vai apenas criar a censura no Brasil – um comitê de militantes do PT passará a decidir o que é mentira e verdade, e isso quer dizer, na prática, que vai ser proibido publicar o que o governo não quer seja publicado. Todo o resto é uma trapaça monumental.
Lula gostaria de um Brasil como o da campanha eleitoral – em que o TSE proibia dizer que ele foi condenado pela Justiça como ladrão, ou que é admirador do ditador da Nicarágua e por aí afora. Quer que tudo o que se diga contra ele seja carimbado como “discurso do ódio – e cortado das redes. Seu “controle social” dos meios de comunicação é o que se faz em Cuba, Venezuela, Nicarágua, para não falar de China e Coreia.
Não existe nenhuma democracia no mundo que faça o que o Lula está querendo fazer no Brasil. Ele e o PT falam que o direito de expressão vai ser garantido, dizem que “há leis” de controle da internet em “outros países”, que estão defendendo a “democracia” dos seus inimigos etc. etc. etc. Não há um átomo de sinceridade, nem de seriedade, em nada disso. A única maneira efetiva de se defender a liberdade de opinião é não fazer lei nenhuma a respeito do assunto; é por isso que as ditaduras têm todo o tipo de regras para “ampliar a livre expressão” de ideias – e as pessoas não têm nenhum direito de abrir a boca. O problema de Lula e da esquerda não tem nada a ver com verdade ou mentira. O que eles não querem é a liberdade.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/lula-esquerda-nao-suportam-liberdade-expressao-querem-censurar-internet/
Fórum da Unesco sobre ‘regulação’ da mídia conta com a estranha presença de apenas um membro da Justiça
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, é o único membro da Justiça na lista de 71 participantes do fórum da Unesco sobre “regulação”, interpretada como tentativa de controle ou censura à mídia e às redes sociais.
Não há outro juiz de corte superior de qualquer país no evento.
A atenta observação é do diligente e prestigiado jornalista Cláudio Humberto.
Ele constata ainda que democracias consolidadas, como Estados Unidos, consideram escandalosa a exposição midiática de magistrados.
Além de Barroso, só políticos e personalidades da esquerda, como Lula, foram convidados.
O detalhe é que nem o ex-presidiário vai ao evento. Apenas, mandou uma ‘cartinha’ cobrando os ‘atores que controlam as plataformas.
A presença de Barroso soa como algo muito estranho.
Hematoma na cabeça leva Dirceu a UTI para cirurgia
O petista José Dirceu, protagonista de diversos escândalos de corrupção durante os governos anteriores do ex-presidiário Lula (PT), foi internado nesta quinta-feira (23) e será submetido a uma cirurgia.
O procedimento foi devido a um hematoma subdural (coágulo) na caixa craniana.
O procedimento neurocirúrgico foi realizado para drenagem.
O eterno meliante petista se encontra em observação na UTI, em respiração espontânea e sem previsão de alta.
No triste espetáculo de inversão de valores, juiz que prendeu Cabral pode ser afastado do cargo
O ex-governador Sérgio Cabral, com inúmeras condenações judiciais, réu confesso de diversos crimes de corrupção, presentemente está livre, leve e solto.
Lula, chefe do maior escândalo de corrupção de nossa história, foi descondenado e hoje é o presidente da República.
Parece claro, que o crime compensa. É esse o péssimo exemplo que estamos passando para as futuras gerações.
Por outro lado, corroborando esse triste cenário de inversão de valores, o austero e competente juiz Federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, tem julgamento marcado para o dia 7 de março pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ele é alvo de três representações disciplinares que questionam sua atuação na Operação Lava Jato.
Bretas pode ser afastado do cargo com a abertura de um processo disciplinar.
Esse é o novo Brasil, que parece ter propensão a premiar meliantes e castigar homens sérios e austeros.
Gonçalo Mendes Neto. Jornalista.
URGENTE! Imagens inéditas do momento em que autor de chacina de Sinop se entrega à polícia (veja o vídeo)
O pedreiro Edgar Ricardo de Oliveira que participou, a lado de Ezequias Souza Ribeiro, da chacina que deixou 7 mortos em Sinop, se entregou à polícia de Mato Grosso, na tarde desta quinta (23).
Para se entregar, entretanto, ele exigiu a presença da imprensa, e a cena acabou registrada por uma emissora de TV local.
Ele e Ezequias atiraram a sangue frio nas vítimas, em um bar, após terem perdido 10 mil reais em um jogo de sinuca.
Entre os mortos, uma menina de apenas 12 anos e o pai dela (como noticiado aqui no JCO)
O advogado de Edgar Oliveira disse que o cliente está “arrependido” do que fez. Ezequias, o parceiro dele no crime, morreu nesta quarta (22), em confronto com a polícia.
Um crime terrível cuja punição deve ser das mais exemplares.
Veja o vídeo:
Globo comete “blasfêmia” imperdoável, deputado reage de forma firme e apresenta notícia-crime contra a emissora
O deputado estadual Capitão Assumção (PL-ES) acaba de apresentar notícia-crime contra a Rede Globo.
A empresa de comunicação em uma publicação no portal “Gshow” faz uma sátira com um trecho da Bíblia.
Na web, a postagem está sendo considerada uma “blasfêmia”.
A denúncia foi protocolada nesta quinta-feira, 23, no Ministério Público Federal.
O “Gshow” publicou uma foto da atriz Paolla Oliveira sambando durante o Carnaval com a seguinte legenda:
“Eu e minha casa serviremos a Paolla Oliveira, rainha perfeita”.
Confira:
A frase original se encontra no livro de Josué, no capítulo 24 e no versículo 15:
“Eu e minha casa serviremos ao Senhor”.
Segundo o parlamentar, a mudança no texto desrespeita a mensagem original. Assim, a publicação estaria vilipendiando o ato de culto religioso, especificamente o versículo bíblico. Conforme o Código Penal, vilipêndio significa desprezar, injuriar ou ultrajar mediante palavras.
“A Globo vilipendiou de modo irresponsável e desrespeitoso, fazendo o uso de imagens e dizeres que desrespeitam os princípios cristãos”, argumentou Assumção na peça.
E prosseguiu:
“Peço apoio para a apuração destas ocorrências, a fim de que seja instaurado um inquérito policial para apuração dos fatos e responsabilização criminal.”
A Globo precisa ser responsabilizada.
AO VIVO: Tarcísio, a luz em meio à tragédia / A censura avança (veja o vídeo)
Confira no jornal da Noite desta quinta-feira (23)…
Com uma competência absurda à frente do governo do estado de São Paulo, Tarcísio enfrenta uma das maiores tragédias do estado, com as chuvas que caíram no litoral norte, e mostra que pode ser o substituto natural de Jair Bolsonaro e tornar o conservadorismo ainda mais forte na política nacional.
O governo do ex-presidiário Lula cumpre a promessa de atacar a liberdade de expressão no Brasil e cria grupo de trabalho para colocar a censura em prática. E acreditem, o youtuber Felipe Neto e a comunista Manuela D’Ávila estarão à frente desse ‘gabinete’ e com o poder de decidir o que é e o que não é discurso de ódio.
Isso e muito mais, você vê só no Jornal da Noite, ao vivo, clicando no vídeo abaixo… e aproveite para se inscrever em nosso canal no Rumble…
“Ministros não são semideuses”, dispara autor da PEC que limita o mandato dos magistrados no Supremo
O senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor da Lei Complementar 179/2021, que garantiu autonomia para o Banco Central trabalhar sem a interferência do Governo Federal e também o responsável pela PEC que pretende limitar o mandato dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou recentemente sobre o polêmico tema.
Em entrevista à Jovem Pan, o parlamentar criticou a postura dos ministros do STF:
“Não pode um cidadão ser nomeado ministro e sair de lá com 75 anos. É um recado da população: ‘Vocês não são semideuses’. Ministros não são semideuses, há tempo para entrar e sair. É para dar um choque de realidade. O STF, ao contrário do que alguns ministros pensam, não é supremo em tudo”, destacou o senador, defendendo um mandato mais breve para cada magistrado para que se faça uma “oxigenação” do Judiciário.
Pela regra atual, cada ministro pode permanecer no cargo até completar 75 anos.
Valério explicou que os próprios parlamentares “judicializaram” o que poderia ser resolvido dentro do Congresso Nacional ao abrir ações para que o Supremo se manifestasse, e que o resultado disso é que a Constituição tem sido desrespeitada e os direitos básicos, quebrados.
“Eles conseguiram rasgar a Constituição e fazer suas próprias legislações. O único remédio para frear é o impeachment de um ministro e, assim, dar exemplo à população. Eu jogaria para cima o nome de quatro ministros e o que caísse na mão a gente votaria. Mas, a aprovação do impeachment é improvável. É preciso maioria. Eu sou minoria”, lamentou.
Eis um debate delicadíssimo, mas necessário…
Um ano de guerra: sem perspectiva de paz, ucranianos vivem “entre ontem e amanhã”
Nesta sexta-feira (24), a invasão à Ucrânia promovida pela Rússia, que alegou os objetivos de proteger “russos étnicos” no leste ucraniano e de “desnazificar” e “desmilitarizar” o país vizinho, completa um ano e ainda não é possível ter qualquer perspectiva de solução num futuro breve.
Os dois países envolvidos no maior conflito militar em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial não tiveram grandes vitórias no campo de batalha nas últimas semanas e conversas sobre paz, como as que ocorreram nas primeiras semanas após a invasão russa, não são sequer cogitadas. Isso porque os dois lados fazem exigências para se sentar à mesa que o outro considera inaceitáveis.
“Infelizmente, não vejo possibilidade de retomada de conversações de paz no curto prazo. Isso porque as condições mínimas para a celebração da paz, de cada um dos lados, são irreconciliáveis. De um lado, a Ucrânia exige que a Rússia se retire do seu território. De outro, a Rússia não aceita essa condição, tendo até mesmo incorporado as quatro províncias invadidas [Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia] ao território russo. Não estão colocadas, portanto, condições mínimas de negociação”, apontou o analista Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, coronel da reserva do exército brasileiro e mestre em ciências militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme).
Ao mesmo tempo, uma vitória de um dos lados também não aparenta se tornar realidade tão cedo. Na segunda-feira (20), quando o presidente americano, Joe Biden, visitou em Kiev seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, este afirmou que espera que “2023 seja um ano de vitória”.
Na ocasião, Zelensky agradeceu pelo envio de tanques pelos aliados do Ocidente e pelo sistema de defesa antiaérea Patriot cedido pelos americanos, e voltou a cobrar armas de maior alcance, um dos principais pedidos de Kiev, ao lado de aviões de combate.
Analistas militares apontam, porém, que os tanques (cujo número exato não foi confirmado, mas projeta-se que sejam mais de cem) ainda devem demorar para chegar – os primeiros devem ser disponibilizados para as forças de Kiev a partir do final de março.
“Precisamos de ajuda para ontem e ela nos é prometida para amanhã. A diferença entre ontem e amanhã é a vida do nosso povo”, disse um alto funcionário do governo ucraniano à CNN.
“O envio dos carros de combate para a Ucrânia é uma ajuda importante para o esforço de guerra do país, especialmente se se confirmarem as previsões de que o exército do país passe a uma contraofensiva com o objetivo de tentar expulsar os russos de seus territórios”, explicou Gomes Filho. “Some-se a isso o fato de serem carros modernos, superiores aos congêneres russos, o que aumentará a vantagem ucraniana nesse quesito específico.”
O analista militar apontou que acredita que o Ocidente enviará também os caças reivindicados pelos ucranianos, mas que “não se pode subestimar o exército russo” e que a chegada de mais essa ajuda não é garantia de um triunfo rápido para Kiev.
“Esses materiais e meios militares não são suficientes para garantir a vitória ucraniana que, para acontecer, dependerá de muitos outros fatores, não só no campo militar, mas também político, econômico e psicossocial”, justificou Gomes Filho.
Impasse russo
A Rússia, por sua vez, também enfrenta um impasse no campo de batalha, com dificuldades para manter e ganhar terreno nos últimos meses. A partir do final do outono europeu, o Kremlin havia apostado em duas armas. A primeira era o jogo político com as exportações de energia, cujo aumento de preços Moscou julgou que faria esfriar o apoio da Europa ocidental durante o inverno.
A segunda foi realizar ataques à infraestrutura ucraniana, especialmente de energia, para gerar dificuldades à população que forçassem Kiev a negociar. A menos de um mês do fim do inverno na Europa, esses resultados não se concretizaram.
“Certamente não vieram, e não virão mais nesse inverno. A estratégia russa de forçar um aumento de preços da energia na Europa que causasse tanta insatisfação entre a população que motivasse um movimento contra a guerra não funcionou. Os preços não subiram o esperado e o apoio da população europeia à Ucrânia se mantém em alto patamar. Da mesma forma, os ataques à infraestrutura ucraniana, apesar de penalizarem muito a população, não foram capazes de diminuir a vontade ucraniana de lutar”, destacou Gomes Filho.
A Rússia planeja outra grande ofensiva a partir do final de março, e num pronunciamento às forças armadas nesta quinta-feira (23), o presidente Vladimir Putin anunciou novos investimentos em armas nucleares e hipersônicas.
“Amigos, nosso povo acredita em vocês, defensores da Rússia, na sua confiabilidade, determinação e devoção à pátria e ao juramento. Milhões de pessoas estão seguindo seus corações ao ajudarem nossos soldados da linha de frente, e essa unidade inquebrantável é a chave para nossa vitória”, afirmou.
A julgar por essa retórica, a paz está tão distante na Ucrânia quanto estava nas primeiras horas de 24 de fevereiro de 2022.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/guerra-ucrania-um-ano/?#success=true
A agressão russa contra a Ucrânia completa um ano
A expectativa de Vladimir Putin para a Ucrânia, em fevereiro de 2022, era a de uma campanha relativamente rápida, que terminasse com a anexação de novos territórios a exemplo do que ocorrera com a Crimeia em 2014 e, de preferência, com a derrubada do presidente Volodymyr Zelensky e sua substituição por um fantoche do Kremlin, enquanto o ocidente, especialmente os países europeus dependentes do gás russo, assistiria a tudo calado. A realidade, no entanto, é a de uma guerra que completa um ano nesta sexta-feira e que, apesar de ganhos territoriais, está longe de ser vencida, com Zelensky prestigiado internacionalmente e as nações europeias se unindo contra o agressor, com direito a uma possível expansão da Otan. Assim podemos resumir muito brevemente o conflito provocado pelo delírio imperialista de Putin, e que infelizmente não parece prestes a se encerrar, prolongando o sofrimento da população ucraniana.
Putin recorreu a toda sorte de mentiras históricas, culturais e geopolíticas para justificar a invasão. Ele invocou a possibilidade de adesão ucraniana à Otan como um risco para os russos – por mais que a aliança militar ocidental já estivesse a poucas centenas de quilômetros de Moscou, pois os países bálticos integram a Otan desde 2004. Meses antes do ataque, já havia alegado que a identidade nacional ucraniana, o que inclui sua cultura e seu idioma milenares, seria uma ficção, um artificialismo herdado da era soviética, como se a Ucrânia atual não passasse de uma “filha” ou “irmã mais nova” da Rússia, em uma “unidade histórica” cujos rumos deveriam ser definidos por Moscou. O fato é que Putin não admite que os ucranianos queiram ser mestres de seu destino, o que inclui uma aproximação com o ocidente se assim o desejarem, com ou sem uma adesão formal a entidades como a Otan ou a União Europeia.
Qualquer eventual negociação precisa de algumas condições iniciais: não há como aceitar, por exemplo, que a Rússia tome território ucraniano, ou que os responsáveis pelos crimes de guerra russos escapem sem responsabilização
Pois não apenas os ucranianos – esse povo “artificial” e “sem identidade”, segundo Putin – vêm defendendo sua nação com enorme bravura, como também conquistaram o apoio das democracias do ocidente rico, algumas das quais assumiram os riscos energéticos decorrentes do fim do fluxo de gás russo abundante e barato. Essa combinação tem permitido que a Ucrânia se mantenha viva diante de um agressor com poderio militar muito maior. A ajuda ocidental a Kiev, na forma de recursos financeiros e militares, felizmente vem aumentando em quantidade e qualidade, permitindo aos ucranianos até mesmo a realização de ofensivas bem-sucedidas como a do fim de 2022. Mesmo assim, os russos continuam sendo um adversário poderoso – e inescrupuloso, como demonstrado pelos crimes de guerra descobertos em cidades retomadas pelas forças ucranianas, pelos ataques russos a áreas civis longe das frentes de batalha, e pela tentativa de apagar a cultura ucraniana nas áreas invadidas, com perseguição contra professores.
Ao descobrir, tardiamente, que a Ucrânia está mais para o Afeganistão dos anos 80 que para as outras ex-repúblicas soviéticas mais fracas que Putin subjugava em poucos dias, e ao perceber que o ocidente não ficaria apenas observando como em 2014, Putin passou a lançar mão da ameaça nuclear em discursos e, mais recentemente, com a suspensão da participação russa no tratado de não proliferação New Start. Mesmo um megalomaníaco como Putin, no entanto, deve saber que um ataque nuclear teria consequências imprevisíveis também para a Rússia; mais prudente é tentar conquistar apoios como da China, que já vem ajudando Moscou a contornar as sanções econômicas impostas pelo ocidente e, segundo a inteligência norte-americana, estaria prestes a fornecer armas aos russos para reforçar a ofensiva.
Uma participação chinesa mais ativa no conflito – e os chineses olham com interesse para o desenrolar da guerra, pois têm suas próprias ambições imperialistas – é, talvez, um risco mais concreto que o de uma agressão nuclear russa. Ela deixaria ainda mais evidente que na Ucrânia se desenrola uma disputa entre democracias e autoritarismos, mas também colocaria o ocidente em um dilema, pois cortar laços comerciais com a China seria uma decisão muito mais arriscada que impor sanções à Rússia. Durante a Conferência de Segurança de Munique, dias atrás, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, avisou Wang Yi, chefe da diplomacia chinesa, que o envio de ajuda militar à Rússia “traria sérios problemas”, sem especificar que tipo de medidas os EUA poderiam tomar.
Também em Munique, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou não ver perspectiva de um desfecho militar, com uma vitória decisiva de alguma das partes. Para ele, como “nenhuma das duas partes pode ganhar por completo”, será preciso “que a Ucrânia lance uma ofensiva militar que transtorne o front russo, com o objetivo de forçar o retorno das negociações”. Mas qualquer negociação, neste caso, precisa de algumas condições iniciais: não há como aceitar, por exemplo, que a Rússia tome território ucraniano, ou que os responsáveis pelos crimes de guerra russos escapem sem responsabilização. Aceitar novas anexações seria legitimar o modus operandi russo e deixar abertas as portas a novos ataques, à Ucrânia ou a outros países, assim que a Rússia se recuperasse – de certa forma, pode-se dizer que a invasão de 2022 só ocorreu porque a de 2014 foi recebida com apaziguamento em vez de resistência. Os “valentões” de todo o mundo olham para a Ucrânia na esperança de ver ali o sinal verde para suas próprias aventuras imperialistas; que a comunidade internacional lhes diga enfaticamente que isso não será tolerado.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/um-ano-invasao-russa-ucrania/
Não adianta nada tirar armas sem combater a cultura da violência
A agropecuária brasileira está meio assustada. A avicultura está preocupada com a gripe aviária na Argentina, e agora apareceu um caso de vaca louca no Pará; a carcaça foi totalmente queimada. A China e o Canadá levaram um susto, porque recebem carne brasileira. Este é o primeiro desafio para o atual governo, para o novo ministro da Agricultura, que é do ramo. Não podemos deixar entrar a gripe aviária – o Rio Grande do Sul é o estado mais próximo – e precisa ficar bem claro que este caso de vaca louca é isolado.
O mundo inteiro está de olho no nosso agro. Nós somos o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Já ultrapassamos a Rússia, grande produtora de grãos, graças ao quê? Aos brasileiros, que trabalham muito, 24 horas por dia, que não ficaram esperando o governo trabalhar por eles.
Eventos climáticos extremos não são novidade, nós é que não investimos em prevenção
Na quinta-feira, alguns ministros foram ao Rio Grande do Sul ver as consequências da seca. Vale para a seca o que vale para as chuvas no Rio de Janeiro e São Paulo. Acontece todos os anos, não é novidade. É preciso haver uma estrutura que diminua os efeitos, as consequências ruins, tanto na Serra do Mar quanto no pampa gaúcho, onde a seca é mais severa: investir em irrigação artificial, reservas, reservatórios.
Quem tem de perder a arma é bandido, não quem tem posse legalizada
Estive em Sinop nos anos 1970, era uma rua só; agora é uma cidade imensa, no coração da grande produção de algodão, de milho e de soja desse Brasilzão. E foi horrível essa execução de sete pessoas num salão de sinuca, obra de dois homens armados que perderam o jogo, saíram, foram buscar armas, voltaram e simplesmente se vingaram de todo mundo, inclusive dos espectadores que estavam por ali e não tinham nada a ver. O ministro da Justiça já aproveitou para continuar sua campanha para retirar armas de fogo não dos bandidos, mas das pessoas que têm as armas legalmente. Queria ver tirar todas aquelas armas de fogo dos bandidos no Rio de Janeiro.
Voltando à questão das armas, pesquisei as estatísticas do Distrito Federal sobre mulheres que foram mortas. Dos 65 casos de feminicídio, como passaram a chamar esse crime, a maior parte não foi por arma de fogo: apenas 13, ou seja, 20%, dois casos em cada dez. Nos outros 52 usaram faca, usaram as mãos, usaram paus, pedras, veneno. Isso confirma o óbvio: que não adianta tirar arma de fogo, tem de desarmar os cérebros, porque é o cérebro que dá a ordem para as mãos estrangularem, ou pegarem um pedaço de pau, uma pedra, uma faca ou uma arma de fogo.
Segundo uma ONG mexicana, das 50 cidades mais violentas do mundo, a primeira fica no México, e a mais violenta do Brasil seria Mossoró (RN). E ainda há outras nove cidades brasileiras na lista, nas regiões Norte e Nordeste. O que é isso? Deve ser alguma cultura, algo que está na cabeça das pessoas. Não são as armas, porque faca todo mundo encontra em qualquer cozinha e ninguém vai interditar cozinhas por causa disso.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/chacina-sinop-desarmamento/
Soterrados e abandonados
Quantas e quantas tragédias teremos de enfrentar, para evitar os nossos erros? Tudo desmorona, despenca, já faz tanto tempo, e não somos ainda capazes de assimilar experiências, aquelas que desaguam em desgraças e também as que resultam em realizações, bonança, felicidade. Se não podemos aprender com o que experimentamos, se fechamos nossos caminhos na imaturidade, na cegueira, estaremos para sempre nos oferecendo como vítimas certas a toda sorte de absurdo.
O Brasil que desliza nas encostas, nos morros das nossas cidades, na Serra do Mar é um país que ignora o passado, a história. Avançamos sobre a mata em construções insanas, apoiamo-nos no perigo… O ritmo da irresponsabilidade é avassalador, como a chuva torrencial. O solo impermeável, o precipício sendo armado, os mesmos erros nos tirando a chance de sobrevivência, nos soterrando em lama e pedra.
Quanto tempo ainda temos para errar, para permitir que errem tanto? Quantas vidas se perderão ainda, até que tenhamos um país decente?
São desgraças permitidas pelo poder público. A urbanização torta que costuma dar votos a políticos assassinos. A ocupação irregular do solo urbano, que movimenta uma máfia insensível de aproveitadores. Quem fala em mudanças climáticas não percebe que não mudam o desprezo pela vida humana, a exploração e condenação de desesperados, a prática do crime de aceitar uma tragédia sempre sendo armada.
As lições da vida são diárias, atravessam as estações do ano, as enchentes, as secas. Se não somos capazes de aprender com elas, vamos perecer. Errar é inevitável. Não aprender com os erros é inaceitável. E isso vale para tudo na vida… Somos um país no desfiladeiro, na encosta mais íngreme, mais inclinada, na beira do precipício. E vão nos empurrar, inapelavelmente, porque não ouviram Rui Barbosa dizer que “o ensinamento do tempo que já vivemos é o mestre dos mestres, o grande maturador”.
Quanto tempo ainda temos para errar, para permitir que errem tanto? Quantas vidas se perderão ainda, até que tenhamos um país decente? As nuvens densas, negras se espalham por todo canto, não apenas retidas por uma serra gigante. São ameaças permanentes sobre todas as áreas: economia, ensino, cultura, segurança pública, sistema de Justiça, garantias constitucionais… Corremos para trás, escorregando na lama do atraso, afundando em ideias que não podem dar certo, sendo soterrados por incompetência, malícia, crueldade.
Não há revisão histórica capaz de mudar a realidade. Não há mentira que se crie, erros que se repitam entre gente atenta, observadora, madura. O problema é que mesmo essa gente foi empurrada pelos erros dos outros para encostas instáveis, frágeis e agora vê o temporal de ideias velhas, que nunca funcionaram, se armando. A turma no poder não aprendeu nada, produz raios e trovões de burrice e ignorância. O Estado enorme, caro e ineficiente está pronto para nos soterrar, e a chance de resgate ainda parece remota.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/soterrados-e-abandonados/
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