Reeleito com uma vantagem de 17 votos, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chega para um novo mandato com o desafio de equilibrar os anseios da oposição com os interesses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pacheco disse que o Brasil precisa de pacificação e pediu o fim do que chamou de “polarização tóxica”. Com 49 votos, ele derrotou o senador Rogério Marinho (PL-RN), que recebeu 32 votos e contava com o apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A votação obtida por Pacheco nesta quarta-feira (1º) foi inferior à de sua primeira eleição, em 2021, quando derrotou a hoje ministra Simone Tebet (MDB-MS) por 57 votos a 21. Por outro lado, os votos de Marinho superam o mínimo necessário de 27 assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por exemplo, o que por si só demonstra a força da oposição.
Após a vitória de Pacheco, senadores que apoiavam a candidatura de Marinho indicaram que a pressão para que o Senado siga uma posição de independência e não de subserviência ao Palácio do Planalto será mantida. Além disso, senadores da oposição cobraram que o Senado volte a ter protagonismo dentro dos debates do poder Legislativo.
“O Pacheco fez um mandato bom, mas poderia ter sido melhor. Perdemos muito espaço para o poder Executivo e para o Judiciário. Faltou diálogo, faltou conversa e debate e isso compromete a qualidade. Espero que ele retome as comissões e os debates aqui do Senado”, defendeu o líder da bancada do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF).
Na avaliação do tucano, é preciso deixar o discurso de “pacificação” de lado para focar no “mundo real”. “O importante agora é entrar no mundo real, deixar esse discurso de pacificar e voltar para o mundo real. Trabalhar para garantir segurança jurídica, educação, saúde. Espero que a gente consiga fazer isso agora”, completou.
Apesar do apoio do Palácio do Planalto para sua recondução à presidência do Senado, Pacheco usou o seu discurso da vitória para acenar aos opositores ao governo. “Um Senado que se subjuga ao Executivo é um Senado covarde, e nós não permitiremos que isso aconteça”, afirmou.
Sem citar o governo Lula, Pacheco criticou ainda as ideias de mudar reformas estruturantes. Ainda durante a campanha, o presidente da República indicou que pretende discutir a reformulação de pontos da reforma trabalhista aprovada em 2017.
“Teremos desafios de matérias importantes para o Senado Federal. O primeiro é o de não deixar retroceder conquistas importantes para o Parlamento brasileiro. Eu, como deputado, votei em várias delas. Como senador, também votei em várias delas. E como presidente do Senado também aprovei várias delas. E não gostaria que houvesse retrocesso. Aprimoramento sempre e retrocesso nunca”, afirmou.
Pacheco descarta impeachment de ministros do STF
Em coletiva após a vitória, Rodrigo Pacheco afirmou que o argumento de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não será mais usado na Casa. A abertura de processos contra magistrados da Suprema Corte é uma das bandeiras defendidas pelos senadores que apoiaram Rogério Marinho.
“Esse argumento mentiroso de que impeachment de ministro do STF será a solução de tudo não será mais banalizado. Vamos ser cooperativos, mas não subservientes com a presidência da República e com o Supremo Tribunal Federal”, disse.
Mais cedo, Pacheco chegou a indicar que poderia colocar em discussão temas como a fixação de um mandato para ministros STF e regras para decisões monocráticas da Corte. Em seu discurso durante a disputa, disse que “reconhecia as reclamações sobre a relação com o Judiciário”.
“Precisamos cumprir o nosso papel. Vamos legislar para colocar limite aos poderes. Se há um problema nos pedidos de vista do STF e dos tribunais superiores, legislemos para isso. Se há um problema de incompetência do STF, legislemos para isso”, afirmou antes da votação.
Agora, Pacheco indicou que vai atuar “para a união das instituições em torno do bem geral e para pacificação”. “A democracia está em pé pelo trabalho de quem se dispõe ao diálogo, não ao confronto. Vou me guiar pelo Estado Democrático de Direito, liberdades, democracia. A essência da democracia deve ser esta: solucionar disputas e fazer a divergência pacificamente”, completou.
Para governo, reeleição de aliado amplia chances de aprovação de matérias
Apesar do discurso de independência de Pacheco, senadores da base afirmam que a recondução do senador mineiro deve facilitar a aprovação de matérias de interesse do governo Lula na Casa. A avaliação dos governistas é de que pautas econômicas, como a reforma tributária, terão mais celeridade.
“Não podemos admitir que se continue a arrecadação confusa do sistema tributário brasileiro, tampouco podemos permitir que se acabe com a responsabilidade fiscal no nosso país, que é uma conquista da modernidade e nós temos que garantir que se combata a gastança desenfreada do Estado brasileiro”, afirmou Pacheco.
Além disso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, vai enviar ao Congresso Nacional um pacote de propostas que incluirá punições mais rigorosas a vândalos, disseminadores de notícias falsas e mobilizadores de manifestações violentas e antidemocráticas. Após a sua reeleição, Pacheco defendeu que pretende buscar a pacificação, mas sem ser leniente com os manifestantes que praticaram atos de vandalismo contra os Três Poderes da Repúblicas no dia 8 de janeiro, em Brasília.
“Pacificação não é inflamar a população com narrativas inverídicas e com soluções que geram instabilidade institucional. Pacificação não significa se calar diante de atos golpistas. Pacificação é buscar cooperação. Pacificação é lutar pela verdade. Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles e entender que o Brasil é imenso e diverso, mas é um só”, defendeu Pacheco.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/quais-sao-desafios-de-rodrigo-pacheco-na-presidencia-do-senado/?#success=true
Lira consolida poder na Câmara: o que esperar de mais um mandato na presidência
A reeleição recorde do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), consolida o poder dele e assegura a promessa feita em campanha aos deputados federais de manter a Casa legislativa forte e independente em relação aos demais poderes, sobretudo ao Executivo federal. Em discurso de posse nesta quarta-feira (1º), Lira prometeu um “Legislativo firme” e uma Câmara “autônoma e cumpridora do seu papel com o povo brasileiro”.
Mesmo com seus poderes consolidados, aliados de Lira avaliam que ele precisará provar sua força e habilidade de articulação em meio à necessidade de percorrer o limiar entre os interesses da esquerda e da direita. Por ter sido apoiado por PL e pela federação partidária liderada pelo PT, além de outros partidos dos dois espectros políticos, parlamentares entendem que o principal desafio é manter um equilíbrio que assegure a independência da Câmara.
“O que esperamos do Arthur é equilíbrio, para que ele não tenha e não seja sugado por nenhuma ala ideológica, nem de esquerda ou de direita, e possa conduzir [o mandato] com muito equilíbrio”, analisa o deputado Zé Vitor (PL-MG). O parlamentar entende que Lira exercerá a presidência de maneira semelhante à gestão anterior, mas com um rodízio maior de parlamentares de diferentes partidos em postos importantes. “Dessa vez, ele dirige um grupo de quase 500 deputados, ao contrário do passado, que era um grupo próximo de 300. É mais diversidade e pluralidade em comissões e relatorias.”
O deputado Fausto Pinato (PP-SP) entende que Lira será cobrado por alguns “extremistas” a dar sustentação aos deputados mais ideológicos da direita, mas prevê que o presidente da Câmara vai dar governabilidade a Lula e manter os debates de uma maioria de centro da Casa. “Uma das características do Lira é lealdade e palavra”, comenta.
Vice-presidente do União Brasil, o ex-deputado Júnior Bozzella (SP) entende que Lira tem sinalizado o interesse em construir uma agenda para o país com o atual governo, mas pondera que a governabilidade possa ficar restrita às pautas mais consensuais, como a reforma tributária. “O Arthur tem conseguindo circular bem em todas as esferas sem agredir nenhum dos lados. Será alguém importante para o governo buscar convergência com a ala radical para projetos e pautas de comum acordo”, avalia.
Como Lira transitará entre esquerda e direita
Bozzela entende que Lira tem todos os instrumentos para manter o equilíbrio e a independência da Câmara pela própria estrutura da Casa, com espaços, comissões e cargos para conquistar os votos e usar sua influência junto às bancadas, sobretudo em votações importantes. “Se ele estiver em comum acordo com o governo e quiser ajudar, ele com certeza tem muita força e ferramentas para trazer votos favoráveis, mesmo de deputados independentes e até de opositores”, analisa o dirigente do União.
O bloco parlamentar que elegeu Lira mostra que ele conseguiu neutralizar qualquer outra força interna na Câmara que pudesse ameaçar sua candidatura. Suas capacidades de diálogo e de articulação política também são apontadas como formas pelas quais ele tem condições de superar os desafios pelo equilíbrio.
Dentro do próprio PP, há uma ala que acena com a oposição ao governo. Para Pinato, é um desafio grande para um presidente que acena a favor da independência, mas que pode ser superado, inclusive com o apoio de deputados conservadores. “Espero que, daqui a alguns meses, muitos que votaram no Bolsonaro com medo da pauta supra ideológica de esquerda possam, de certa forma, recuar. Precisamos construir uma verdadeira maioria e não votar um no outro por causa das rejeições”, analisa.
Zé Vitor entende ser natural que um governo queira participar da pauta do Congresso e prevê que isso ocorra novamente na atual legislatura. Contudo, acredita que Lira encontrará o melhor caminho para manter a independência da Casa. “O governo tem uma pauta e tem interesses que ele quer defender aqui, mas o Arthur tem o equilíbrio necessário para conduzir e saber dosar”, diz.
“Legislativo é o poder moderador”, diz Lira ao ser reconduzido ao comando da Câmara
Ao agradecer a reeleição, Lira manifestou o interesse em dar continuidade à produção legislativa recorde de seu primeiro mandato e disse que vai pautar a celeridade pela “boa discussão” entre os líderes nas comissões e no plenário.
“Aqui, todos tiveram voz, este foi meu compromisso fundamental que, agora, faço questão de renovar com cada um de vocês, parlamentares de legislaturas passadas e deputados que iniciam agora seus mandatos. Esta tribuna aqui seguirá aberta, plural e sempre amplificando os anseios de cada cidadão por nós representados”, destacou.
Assim como em seu discurso de candidato, Lira manifestou o interesse em superar o desafio de rever o “complexo e por vezes injusto modelo tributário”, em um gesto favorável à reforma tributária que Lula planeja avançar. O presidente da Câmara disse não ter dúvidas de que haverá divergências, mas se prontificou a encontrar “pontos em comum” a fim de entregar à população “providências essenciais para o desenvolvimento econômico e social”.
Em contrapartida ao gesto, Lira pediu um Executivo “dinâmico, que saiba negociar e administrar, e cumpra com o seu papel”. Ao Judiciário, pediu um poder “firme, guardião da Constituição, ciente das suas responsabilidades e que cumpra com o seu papel”, declarou o presidente reeleito.
Em comentário dirigido ao Judiciário, Lira disse que não é possível aceitar a usurpação de “prerrogativas” e de interferências em “decisões amplamente debatidas, votadas e aprovadas” no Parlamento. “O Legislativo é o poder moderador da República e assim continuará sendo. Não dá mais para que as decisões tomadas nessa casa sejam constantemente judicializadas e aceitas sem sustentação legal. Resta a nós, investidos pelo poder popular, exercer a cada dia a boa política do entendimento, da conciliação e do equilíbrio”, comentou.
Assim como em seu discurso como candidato, Lira também fez um aceno à direita ao defender a liberdade de expressão de parlamentares. “Seguiremos devotos da democracia e, para tanto, serei uma voz firme a favor das prerrogativas e liberdade de expressão de cada parlamentar, porque precisamos exercer nosso mandato de maneira plena”, declarou.
O discurso de Lira também teve críticas contundentes aos atos de vandalismo em 8 de janeiro. “Aos vândalos e instrumentadores do caos que promoveram o 8 de janeiro passado, eu afirmo: no Brasil, nenhum regime político irá prosperar fora da democracia. Jamais haverá um Brasil sem eleições livres e representantes escolhidos pelo voto popular. Jamais haverá um Brasil sem liberdade”, disse.
Lira também defendeu uma autocrítica ao que definiu como “processo de criminalização da política iniciada há quase uma década”, em referência à Operação Lava Jato. Para ele, esse processo “abalou a representatividade de diversas instituições e seus representantes”. “Transformaram denúncias, que deveriam ser apuradas sob o manto da lei, em verdadeiras execuções públicas. Empresas foram destruídas, empregos foram ceifados, reputações jogadas na lata do lixo”, criticou.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lira-consolida-poder-na-camara-o-que-esperar-de-mais-um-mandato-na-presidencia/
URGENTE: Sem mandato, Daniel Silveira é novamente preso
Daniel Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira (2) em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A alegação para essa nova prisão do ex-deputado seria o descumprimento de medidas cautelares definidas pelo tribunal – como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.
Daniel Silveira se candidatou ao Senado pelo Rio de Janeiro, em outubro, e recebeu 1,5 milhão de votos, mas não se elegeu.
No ano passado, Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão. No dia seguinte, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu perdão a ele.
Deu Pacheco
O lado bom e o ruim da eleição no Senado
Vou começar pelo lado bom das eleições ou melhor, da eleição no Senado. Eu nunca vi em toda a minha vida, nos meus 82 anos, mais de 50 de jornalismo, nunca vi uma audiência como a que teve para acompanhar a eleição no Senado Federal. Uma eleição com apenas 81 eleitores – e todos votaram.
Rodrigo Pacheco precisava de 41 votos, fez 49. Rogério Marinho fez 32, enquanto Girão desistiu a favor de Rogério Marinho. Quem acertou foi Renan Calheiros. Conhecedor de seus colegas, disse que seriam 51 votos, deu 49, pertinho da mosca. Quase acertou.
O lado bom foi a consciência dos eleitores. Porque os eleitores é que mandaram para o Senado 81 senadores. Eles são os mandantes e eles têm de acompanhar o comportamento de seus mandatários, dos representantes de seus estados – são três senadores por estado. Essa consciência de cidadania que fez as pessoas se interessarem pelos rumos do Senado.
No mesmo rumo
Agora o lado ruim é que o Senado vai continuar no mesmo rumo: um Senado passivo. Isso porque o presidente do Senado senta em cima de requerimentos que, longe de quererem de punir um ministro do Supremo, querem a volta da Constituição. É para recuperar a Constituição, recuperar o respeito ao mandato, ao Legislativo, à inviolabilidade do mandato por quaisquer palavras.
É tentativa de recuperar o respeito à liberdade de expressão, de opinião, recuperar o respeito à Constituição que veda qualquer tipo de censura, recuperar os direitos e garantias individuais, que falam no direito de ir e vir, liberdade de trabalhar, a liberdade de culto, liberdade de reunião. Enfim, recuperar o que está escrito na Constituição, como a norma que diz que tem de ter promotor público num inquérito, e que o promotor público é a origem do inquérito. A isso se chama devido processo legal, que tem que ser recuperado.
Lula ganhou
Mas pelos próximos dois anos esqueçam isso tudo. Vai continua a mesma coisa, o mesmo sistema, o mesmo mecanismo. Os vitoriosos foram Alcolumbre, que mais trabalhou por essa reeleição de Pacheco para poder continuar na Comissão principal do Senado, que é a Comissão de Constituição e Justiça. Lula, que cumprimentou Pacheco em seguida, minutos depois pelo telefone celular do senador Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, que também previa esse resultado. Eu acho que se alguém foi derrotado, foi devido o processo legal, a democracia e as liberdades, a Constituição e o próprio Senado, que continua passivo ante o ativismo judicial.
Traição ao eleitor
O outro assunto de hoje é uma pergunta. Afinal, o nosso sistema é presidencial ou parlamentar? Vimos que há 18 integrantes do Executivo que na verdade são integrantes do Legislativo. Os seus eleitores mandaram que eles fossem seus representantes na Câmara e no Senado, mas eles abandonam os eleitores e vão para o Poder Executivo para serem ministros. 18 foram votar, 10 foram pra tomar posse como senadores e deputados, a metade do Ministério.
O lugar certo
Então que sistema é esse? Parlamentar ou é presidencial, o que é isso? Porque é uma traição ao eleitor. Eu disse isso sobre o Eduardo Bolsonaro quando se falava que ele ia ser embaixador do Brasil em Washington. Eu dizia que ele iria trair um milhão oitocentos e sessenta mil eleitores, que o mandaram ser deputado, representá-los na Câmara e não na embaixada.
Eu diria que não é o Ministério da Justiça o lugar do representante do Maranhão; nem no Ministério dos Transportes o senador do Pará; ou no Ministério de Educação o senador do Ceará, e assim por diante. É um sistema complicado aqui no Brasil, e talvez por isso funcione tão mal.
Americanas
Por último, um registro. A Americanas, que está devendo R$43 bilhões, deu uma pedalada de R$ 20 bilhões, agora contratou o advogado Cristiano Zanin. Vocês sabem quem é? Advogado de Lula.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/o-lado-bom-e-o-ruim-da-eleicao-no-senado/
Anime-se!
Não existe derrota para quem defende a Verdade (sobre a vitória de Rodrigo Pacheco no Senado)
Nossa! Esse negócio de “para quem defende a Verdade” soou mais sério do que parecia na minha cabeça. Talvez seja por causa do “v” maiúsculo. Mas vou mantê-lo ali porque é o certo. A Verdade que tenho em mente é outra, única e absoluta. Não é essa verdade vulgar e relativa que se encontra nos manuais maquiavélicos da política. Nem na Constituição.
Digo isso porque hoje (1), agorinha há pouco, logo depois da vitória de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado, derrotando Rogério Marinho por 49 a 32, vi muita gente baixar a cabeça e curvar as costas. Como se a disputa na Câmara Alta do Legislativo tivesse sido uma derrota pessoal. Pior: uma humilhação. Pior ao quadrado: um sinal de que a vaca foi para o brejo.
Claro que não ajudou em nada o deleite com que os petistas e alexandristas esfregaram a notícia na cara de toda a oposição, de bolsonaristas ferrenhos a antipetistas distraídos. Mas sugiro que você tente ver essa arrogância toda pelo que ela é: um sinal de insegurança. Afinal, como é que esse povo que posa de rebelde consegue justificar para si mesmo o fato de apoiarem a consolidação de um sistema que já se provou tirânico e corrupto?
Além disso, é coisa de materialista ateu isso de se deixar abalar pelas vitórias e derrotas do mundo político. Só alguém muito obcecado com o próprio tempo e com uma visão distorcida de seu lugar no mundo se deixa abater por algo tão passageiro. Tão fugaz. E sobretudo tão frágil. No final das contas, a vitória da chapa Pacheco-Lula-STF é um átimo, não!, uma brisa, não!, uma gotícula, não!, uma fagulha em meio a algo maior, mais complexo e mais admirável.
Sei que nessas horas a sensação de injustiça e de impotência tomam conta da gente. Dá vontade de espernear. Em alguns pode até dar vontade de quebrar uma vidraçazinha. Mas contenha-se! Respire fundo. Tenha paciência. Acredite. Uma hora a justiça há de prevalecer e, no mais, somos mesmo impotentes diante da maioria das situações que a vida nos impõe, sejam elas coletivas ou individuais.
E pense: por mais consolidado que o poder petista/alexandrista pareça no momento, ele não dura para sempre. Ainda mais quando o poder está assentado sobre um alicerce outro que não ela, a já citada, evocada e exaltada Verdade. Que, vale a pena repetir, não tem nada a ver com o versículo do qual se apropriou o ex-presidente. Não à toa, a impermanência das coisas é uma das sabedorias contidas no velho e bom Eclesiastes, ao qual você talvez devesse recorrer agora mesmo. Serve para a esquerda, para a direita, para o centro, para as transversais e até para os que foram abençoados com a Graça da alienação.
É difícil, mas não impossível. Levante a cabeça! Ria da euforia dos conformistas. Apiede-se da escravidão em que vivem os cativos dos dogmas esquerdistas. Ouça Dolores Duran cantando “Por Causa de Você” e não Maysa em “Meu Mundo Caiu”. Continue fazendo o que você considera o certo. Continue defendendo as ideias que falam à sua mente. E também ao coração tão desprezado pelo racionalismo perverso (e falso) da nossa política. Continue dando ouvidos ao seu bom senso – ao seu, pessoal e intransferível, e não o de influencers, analistas políticos e cronistas de província.
Continue tentando apreender a Verdade em todo o seu esplendor. E deixe para Rodrigo Pacheco & Cia. a triste tarefa de bajular Lula e Alexandre de Moraes, de cotidianamente vender sua alma ao Mefistófeles da vez, de se sujeitar dia após dia à soberba dos que o rodeiam e que veem nele apenas um idiota útil.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/sobre-a-vitoria-de-rodrigo-pacheco-no-senado/
Morre a jornalista e apresentadora Glória Maria, aos 73 anos
A jornalista e apresentadora Glória Maria morreu na manhã desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro, aos 73 anos. Ela estava em tratamento para combater metástases cerebrais de um câncer, diagnosticado em 2019, inicialmente no pulmão. A causa da morte da apresentadora ainda não foi confirmada. “É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”, informou a TV Globo, por meio de nota.
Glória estava afastada das telinhas desde agosto do ano passado, quando foi exibida sua última participação no Globo Repórter, programa em que trabalhou por mais de uma década. “Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente”, acrescenta a nota.
“Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio”, afirma o texto.
Vida e carreira
Nascida na Vila Isabel, na zona Norte da capital fluminense, Glória Maria Matta da Silva era filha de um alfaiate e de uma dona de casa. Estudou em escola pública, onde sempre foi destaque. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, contou ao Memória Globo. Ela se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio. Na época, conciliava os estudos com um trabalho de telefonista da Embratel.
Ainda na década de 1960, Glória foi estagiária no programa do Chacrinha, na Globo. E em 1970 foi levada por uma amiga para ser radioescuta na Globo Rio (naquela época, as notícias vinham por meio da escuta das frequências da polícia e de rondas telefônicas).
Estreou como repórter em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio, sendo responsável pela primeira reportagem do telejornal local.
Pioneirismo
Ícone do jornalismo brasileiro, Glória Maria foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional, em 1977, e protagonizou momentos históricos em suas reportagens, tendo visitado mais de 100 países. Em Washington, cobriu a posse de Jimmy Carter e, no Brasil, entrevistou presidentes durante o regime militar, como João Baptista Figueiredo.
Em 1986, a jornalista passou a integrar a equipe do Fantástico, que apresentou de 1998 a 2007. Durante esses anos, Glória viajou para lugares exóticos e entrevistou celebridades, como Michael Jackson e Madonna.
Durante sua trajetória profissional, cobriu a guerra das Malvinas, em 1982, os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e a Copa do Mundo na França, em 1998.
Em 2007, Glória Maria e o repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues realizaram a primeira transmissão em HD da televisão brasileira, para o Fantástico.
Depois de dez anos no programa dominical da Globo, Glória tirou uma licença de dois anos, para se dedicar a projetos pessoais, como trabalhos voluntários na Índia e na Nigéria. Foi neste período que adotou as duas filhas, Maria, 15 anos, e Laura, 14. Ao retornar, em 2010, pediu para integrar a equipe do Globo Repórter.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/cultura/morre-a-jornalista-e-apresentadora-gloria-maria-aos-73-anos/
Pelo jeito não teremos picanha… E nem a ‘cervejinha’
Em 6 de agosto 2015 foi lançado um livro chamado Sonho Grande que narrava a trajetória de sucesso do bilionário Jorge Paulo Lemann e seus dois principais sócios: Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O livro, escrito pela jornalista Cristiane Correa se tornou best-seller rapidamente e foi adotado por escolas de Administração e Economia em todo país.
Agora Lemann que é o sócio referência das combalidas Americanas, começa a dar pesadelos na indústria de bebidas (mundial). A Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) apontou um rombo de R$ 30 bilhões na Ambev, outra empresa sob o guarda-chuva de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da 3G Capital.
Ambev e sua controladora Inbev mantém quase que o monopólio global de cervejas (e outras bebidas) no ocidente, veja algumas das marcas mais conhecidas de propriedade de Jorge Paulo Lemann e seus sócios: Brahma, Antártica, Skoll, Original, Caracu, Serra Malte e Bohemia só para citar algumas marcas brasileiras. O grupo também possui marcas globais como a Budweiser dos Estados Unidos, Corona do México, a alemã Becks e a belga Stella Artois.
Um tremor na Ambev causaria um terremoto no mercado mundial de cervejas.
O diretor-geral da CervBrasil, Paulo Patroni, , afirmou à Veja que os relatórios de fiscalização da Receita Federal apontam “bilhões e bilhões de ilícitos tributários” pelo menos desde 2017. Os balanços da Ambev, no entanto, não registram o montante.
A confusão é tanta que até a empresa de auditoria está sendo investigada. A atuação da auditoria externa responsável por garantir a lisura da demonstração de resultados não passou despercebida, na esteira da “bomba” contábil de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas (AMER3).
No caso da varejista, foi a PwC que auditou os últimos balanços da empresa, em substituição à KPMG, que saiu da função em outubro 2019.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e conselhos de classe vão investigar não apenas a empresa PwC mas especificamente os profissionais que atuaram com as contas da Americanas.
Um deles, inclusive já se manifestou.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) informou na quinta-feira (12) que a instauração de um processo administrativo ético-disciplinar para apurar “a conduta dos profissionais da contabilidade envolvidos no caso”.
Parece que J. P. Lemann fez o “L” e sonhou alto demais…
44 MIL FUNCIONÁRIOS NÃO SABEM SEU FUTURO
ESTÃO NA MÃO
ARBITRARIEDADE ESCANCARADA
FICAM DE LONGE, BEM DE LONGE
Após a experiência desastrosa em Nova York, quando foram xingados por brasileiros indignados por onde andaram, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso desistiram de participar presencialmente, em Lisboa, de evento também organizado pela empresa do político paulista João Doria, para discutir problemas brasileiros em um dos destinos turísticos mais apreciados por suas excelências.
Os ministros avaliaram ser prudente participar por vídeo.
O temor é que Barroso e Moraes fossem alvo de protestos em Lisboa, onde vivem milhares de brasileiros.
Barroso e Moraes vão participar da distante Brasília nesta sexta (3) e sábado (4).
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São valentes e destemidos com a caneta na mão e trancados nos seus gabinetes.
Baixam o cacete e rasgam a legislação.
Brabos que só o Cão!
Mas se obram nas calças quando têm que enfrentar a distinta plateia.
REIVINDICAÇÃO CAFAGESTE DOS IRMÃOS BATISTA
FONTES: JBF https://luizberto.com/
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