O apoio de Lula a Ortega, o novo tabu eleitoral

Daniel Ortega e Lula em 2010, durante visita do ditador nicaraguense a Brasília.| Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr

Já faz algum tempo que certas afirmações não podem ser feitas em voz alta no Brasil sem que “fiscais da verdade” e “editores da sociedade” queiram multar, desmonetizar, censurar ou até prender – tudo, claro, em nome da “democracia”. Pois nesta quarta-feira o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral, acrescentou mais um item à lista de tabus: a amizade que une o ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula ao ditador da NicaráguaDaniel Ortega, que em seu país aboliu as liberdades religiosade expressão e de imprensa. Tanto não se pode mais falar disso em público que Twitter e Facebook foram obrigados, em liminar, a remover cerca de 30 publicações que destacam os laços que unem a dupla. Uma destas publicações foi feita pela Gazeta do Povo em seu perfil no Twitter, ao noticiar a suspensão do canal da rede de televisão CNN no país centro-americano.

Logo na primeira página da decisão, Sanseverino menciona a “publicação por diversos perfis de redes sociais conteúdos manifestamente inverídicos em que se propaga a desinformação de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a invasão de igrejas, perseguiria os cristãos, bem como apoiaria a ditadura da Nicarágua”, acrescentando que, segundo a petição da coligação de Lula, “as publicações buscam associar que o candidato Lula apoiaria veementemente um regime autoritário e que persegue cristãos, o que sabiamente é uma inverdade”. E Sanseverino conclui que “as publicações impugnadas transmitem, de fato, informação evidentemente inverídica e prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições 2022. As publicações transmitem de forma intencional e maliciosa mensagem de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva é aliado político do ditador da Nicarágua Daniel Ortega, e assim como ele será contra os evangélicos e irá perseguir os cristãos”.

Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Lula e Ortega são aliados, porque esta é a mais pura verdade. Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Ortega persegue cristãos, porque esta é a mais pura verdade

É preciso perguntar em que planeta Sanseverino vive para afirmar, com tanto despudor, que são “evidentemente inverídicas” as afirmações de que Lula apoia Ortega, ou de que o ditador nicaraguense persegue os cristãos em seu país. Os laços entre ambos estão fartamente documentados, inclusive com episódios bastante recentes. A Nicarágua não era uma democracia pujante que degringolou apenas nos últimos meses; Ortega já impunha um regime de força sobre seu país havia ao menos alguns anos, e na eleição de 2021 chegou ao ponto de perseguir seus opositores, prendendo alguns e mandando outros para o exílio. Isso não impediu o PT de lançar uma nota saudando a vitória do socialista (sobre a qual, ainda por cima, pairaram muitas suspeitas de fraude) como uma “manifestação popular e democrática” e afirmando que os sandinistas nicaraguenses ajudariam a transformar a América Latina em uma “região de paz e democracia social que possa servir de exemplo para todo o mundo”. O mal-estar causado foi tanto que a nota foi removida do site do partido posteriormente, sob a alegação de que ela não tinha sido “submetida à direção partidária”.

Mas, para que não restasse dúvida alguma da aliança que une lulopetismo e sandinismo, o próprio Lula saiu em defesa de seu amigo dias depois, em entrevista ao El País“Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder, e Daniel Ortega não?”, questionou o petista, criando uma equivalência entre um regime parlamentarista democrático, em que as regras do jogo são seguidas à risca, e um regime presidencialista em que o Estado de Direito foi abolido para garantir a perpetuação de Ortega no poder. Não se trata, portanto, de dizer que Lula é apenas aliado de Ortega, embora não concorde com a forma como o ditador governa seu país; mesmo depois que a tirania se implantou, o lulopetismo seguiu e segue endossando o nicaraguense – o que não surpreende, pois Cuba e Venezuela são ditaduras há muito mais tempo e o PT jamais lhes retirou apoio. Em outras palavras, sim, Lula apoia veementemente um regime autoritário, e que persegue cristãos a ponto de encarcerar bispos, proibir manifestações públicas de devoção, expulsar congregações inteiras e fechar canais de televisão confessionais – e laicos, como no caso da CNN, episódio que Sanseverino quer impedir a Gazeta de noticiar no Twitter. Não há inverdade alguma nisso.

Inverdade mesmo quem promove são os advogados de Lula e o ministro Sanseverino quando dizem que, de acordo com as publicações, Lula, assim como Ortega, “será contra os evangélicos e irá perseguir os cristãos”. Afinal, nenhuma das cinco postagens censuradas que Sanseverino cita em sua liminar diz isso; o que elas fazem é afirmar que quem está perseguindo os cristãos é Ortega (o que é verdade), e que ele conta com o apoio de Lula (o que também é verdade) – o quinto trecho mencionado, aliás, nem trata de perseguição aos cristãos, pois se refere ao corte de sinal da emissora CNN. Se isso é o melhor que o ministro conseguiu reunir para justificar a censura, podemos afirmar sem a menor sombra de dúvida que quem está promovendo fake news não são os autores das publicações derrubadas, mas os advogados e o ministro que atribuem às vítimas do arbítrio afirmações que elas não fizeram.

Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Lula e Ortega são aliados, porque esta é a mais pura verdade. Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Ortega persegue cristãos, porque esta é a mais pura verdade. Impedir quem quer que seja, candidatos, parlamentares (que, ainda por cima, estão protegidos pela imunidade material, descrita no caput do artigo 53 da Constituição Federal), pessoas comuns ou veículos de comunicação, de dizer publicamente a verdade é de uma sanha ditatorial poucas vezes vista desde o fim do regime militar, 37 anos atrás. Mas é o que o petismo e setores do Judiciário vêm fazendo sem a menor hesitação. Cada novo episódio de censura imposto pelos tribunais superiores, com o silêncio cúmplice ou mesmo o aplauso de muitos setores da própria imprensa e da sociedade civil organizada, é uma marretada na ainda jovem democracia brasileira.

Que Lula e seu império da mentira queiram calar quem escancara a camaradagem entre o PT e ditadores latino-americanos é esperado; a mentira está na essência do lulopetismo. Mas que um juiz eleitoral aceite dessa forma transformar-se em censor é inaceitável e mostra como a democracia já ruiu pelas mãos daqueles mesmos que afirmam trabalhar para defendê-la.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/censura-tse-lula-daniel-ortega-cristaos/

Juristas condenam censura do TSE à Gazeta do Povo

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, que acolheu pedido da campanha de Lula.| Foto: Antonio Augusto/secom/TSE

Diversos juristas consultados pela Gazeta do Povo sobre a censura ao jornal praticada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenaram a decisão liminar do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, nesta quarta-feira (5). Ele determinou que o Twitter e o Facebook removam 31 postagens que apontam o apoio do ex-presidente Lula (PT) à ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua. A censura judicial atinge também um tuíte da Gazeta do Povo, de 22 de setembro, com a notícia de que o regime de Ortega havia cortado o sinal do canal de notícias CNN naquele país.

Para os especialistas, a decisão de Sanseverino fere o princípio da liberdade de expressão e outras garantias constitucionais como as de liberdade de pensamento, da garantia de acesso à informação e do livre exercício de qualquer trabalho de acordo com a lei. Eles também destacam que o conteúdo censurado não contém informações inverídicas.

Confira as declarações:

Ives Gandra Martins:
“Lula e o PT sempre apoiaram os Castros, Daniel Ortega, Chávez, Maduro e todos os governos da esquerda do continente. Há declarações de Lula a favor de Ortega. Considero que reproduzir o fato real não deveria ser proibido pelo TSE, representando um injustificável cerceamento de pensamento. ‘Data máxima vênia’, discordo da decisão judicial no que concerne apenas à amizade e ao apoio dado, no tempo, por Lula a Ortega.”

Richard Campanari, especialista em direito eleitoral e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep):
Ao consultar o teor da matéria, não percebo nada que, juridicamente, pudesse comprometer a sua veiculação. A base jurídica da liminar repousa sobre o art. 243, inciso IX, do Código Eleitoral e sobre os arts. 9º e 22, inciso X, da Res.TSE nº 22.610/2019, que vão tratar sobre calúnia, difamação e injúria na propaganda eleitoral e, também, sobre a vedação à divulgação de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral.

Nesse sentido, quando faço a crítica para dizer que, na minha opinião, a decisão peca no aspecto jurídico e factual, me refiro à inadequada subsunção dos fatos à norma e ao engano quanto ao teor da publicação. Afinal, onde está o erro da reportagem ou a transmissão de fatos sabidamente inverídicos? Na epígrafe? Se o Ministro se ativer unicamente à epígrafe, por entender que Lula não apoia a ditadura nicaraguense ou o comando de Ortega, podemos dizer, a partir de informações públicas e notórias, que a decisão ignora o seguinte:

a) Lula minimizou a ditadura nicaraguense em entrevista ao El País, fazendo um paralelo entre Ortega e Merkel; b) a OEA criticou a legitimidade democrática da manutenção de Ortega no Governo Nicaraguense; e c) Ortega já fechou canais de TV, igrejas e prendeu opositores.

Portanto, a minha análise dos fatos é a de que o regime nicaraguense não é democrático e, mesmo sendo reconhecido como uma ditadura por organizações e países mundo afora, recebeu o apoio de Lula que, na entrevista ao El País, para se fazer justiça, pareceu não ter conhecimento de prisões políticas na Nicarágua.

Entendo que a decisão, com todo o respeito, é mostra inequívoca de censura – o que reputo como um acontecimento grave.

E reafirmo que uma decisão dessa magnitude, impedindo a crítica jornalística e mesmo a liberdade de pensamento, é grave e merecedora de toda a atenção, porque retirar de indivíduos a capacidade de pôr suas ideias em comunhão é, como já afirmou um dos mais festejados juristas deste país, Rui Barbosa, a “violência mais degradante, a coação mais dolorosa, a ilegalidade mais provocadora, o mais insolente dos abusos de poder.” Respeito profundamente o TSE e toda a carreira e conhecimento do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, mas creio que a decisão merece reparos quanto à matéria veiculada pela Gazeta.

Adriano Soares da Costa, especialista em Direito Eleitoral:
A decisão liminar do ministro Paulo de Tarso Sanseverino censurando matéria jornalística da Gazeta do Povo, em primeiro lugar, ressente-se de fundamentação. A decisão não aponta em quê a matéria da Gazeta do Povo, que menciona o apoio de Lula ao ditador da Nicarágua, Ortega, que por sua vez censurou a CNN naquele país, seria inverídica.

Não existe, portanto, na própria decisão, qualquer fundamentação a esse respeito, ainda mais quando se sabe que Ortega e Lula fazem parte do mesmo grupo político do Foro de São Paulo, que Lula, em entrevista recente a jornalistas da Espanha, defendeu o regime ditatorial de Ortega, e, no resultado do primeiro turno da eleição presidencial, Ortega encaminhou carta saudando o amigo Lula pela liderança no primeiro turno.

Os fatos sabidamente verídicos são esses, de modo que a decisão liminar do Tribunal Superior Eleitoral é gravíssima, porque faz censura à atividade jornalística e cerceia a liberdade jornalística, que tem proteção constitucional, e ressente-se do dever mínimo de fundamentação, razão pela qual é uma decisão que impressiona, porque, cada vez mais, o Tribunal Superior Eleitoral, através de um ou outro ministro, tem caminhado para a censura de veículos de comunicação social em sua atividade jornalística de livremente informar.

Recentemente ocorreu isso com a matéria do Antagonista e, agora, a Gazeta do Povo passa a ser alvo desta atuação censória e inconstitucional do Tribunal Superior Eleitoral. Por essa razão, nós precisamos estar atentos, e os jornais devem buscar guarida constitucional perante o Supremo Tribunal Federal, porque há uma violação expressa a uma rica tradição constitucional de defesa da liberdade de informação e da atividade da imprensa.

Vera Chemim, advogada constitucionalista e mestre em Direito Público Administrativo pela FGV:
Tanto a Constituição quanto a jurisprudência garantem a proteção à liberdade de imprensa e às posições jurídico-subjetivas dos jornalistas e das empresas nas quais se inserem, desde que não afetem os direitos de personalidade (a privacidade e a honra das pessoas). Há que se garantir a plena liberdade de informação, que não pode ser cerceada por qualquer tipo de censura, a menos que se cometam abusos que levam à responsabilização do agente, no exercício profissional.

No presente caso, em que se determinou a retirada de reportagem, sob alegação de intenção maliciosa de relacionar o ex-presidente Lula a Ortega, o recurso não merece acolhida, uma vez que não remete a qualquer manifestação de abuso à sua honra e imagem, até porque é sabido de todos que Lula tem um estreito relacionamento com o ditador da Nicarágua.

Além disso, a reportagem explora, fundamentalmente, a retirada do ar, do canal da CNN determinada pelo governo daquele país, não fazendo qualquer alusão à pessoa do ex-presidente Lula quanto a essa questão. Trata-se, pois, do direito constitucional do pleno exercício da liberdade de expressão em que se insere a liberdade de imprensa, em seu duplo caráter: de um lado, a liberdade de manifestação do pensamento do jornalista (direito subjetivo) e, de outro, o direito da coletividade à informação, conforme observa sabiamente José Afonso da Silva, ao citar Albino Greco.

Num Estado Democrático de Direito, a garantia constitucional da amplitude da liberdade de expressão fortalece a interação social, cultural e política entre as pessoas, e destas com o mundo.

Afonso Celso de Oliveira, especialista em Direito Civil:
Mais uma vez, o TSE, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, com a justificativa de que combate atos antidemocráticos, pratica estes atos que diz combater. O ministro tem dado, através de sua caneta, decisões que ferem letalmente a Constituição Federal, inclusive no seu artigo 220, que trata da liberdade de expressão e liberdade de imprensa.

A informação veiculada é de conhecimento notório, público. Há vídeos em que Lula chama o ditador Daniel Ortega de companheiro e elogia a sua gestão à frente daquele país. O que há de notoriamente inverídico aí? É notório que ambos se elogiam e ambos se apoiam. Mas, como a notícia veiculada pode trazer eventual prejuízo na campanha, o TSE é escalado para censurar.

Alessandro Chiarottino, doutor em Direito Constitucional pela USP:
O professor de Direito Constitucional Alessandro Chiarottino, que também discorda da decisão do tribunal, comenta um aspecto em particular do texto da decisão: a argumentação de que Lula não desejaria impor restrições à liberdade religiosa. Para ele, o PT e Lula incorrem em um erro comum da esquerda atual: confundir laicidade do Estado – isto é, a previsão constitucional de separação entre Igreja e Estado – com laicismo, ou seja, o desejo de relegar a religião à vida privada e excluí-la da vida pública.

“O que a decisão quer coibir é que se associe a perseguição aos católicos e aos cristãos que tem havido na Nicarágua ao PT. Realmente não há nenhuma evidência de que o Lula e o PT pretendam chegar a esse ponto de perseguir fisicamente e colocar na cadeia cristãos, ou destruir igrejas. Isso é verdade. Por outro lado, temos que lembrar que o PT, hoje, é um partido laicista.

O PT e o seus seus membros mais importantes, e Lula incluído nisso, tem se convertido num defensor do laicismo, e não da laicidade. Qual é a diferença entre as duas coisas? O laicismo é uma ideologia que quer expulsar a religião da vida pública para a esfera exclusivamente privada.

Embora realmente o PT e o Lula não tenham chegado – nem eu acredito que tenham o objetivo de chegar – aos extremos que chegou o sr. Daniel Ortega na Nicarágua, eles têm defendido restrições importantes às crenças religiosas. O Lula pode não estar defendendo as mesmas coisas do Ortega, mas ele, ao mesmo tempo, tem se afastado da nossa concepção constitucional de liberdade religiosa.”

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/juristas-condenam-censura-do-tse-a-gazeta-do-povo/

TSE censura Gazeta do Povo por post que cita apoio de Lula a ditadura na Nicarágua

Daniel Ortega e Lula em 2010, durante visita do ditador nicaraguense a Brasília.| Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o Twitter e o Facebook removam 31 postagens que apontam o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua. A censura judicial, de caráter liminar (provisório), atinge também um tweet da Gazeta do Povo, de 22 de setembro, com a notícia de que o regime de Ortega havia cortado o sinal do canal de notícias CNN naquele país.

Sanseverino atendeu a um pedido de censura da coligação de Lula, que alegou que, em conjunto, as postagens promoviam “reiterada campanha difamatória” contra o petista, “com o objetivo de incutir no eleitor a ideia de que ele persegue e ameaça cristãos, assim como seu aliado e amigo, o ditador da Nicarágua Daniel Ortega”. Na decisão, o ministro diz que as postagens, apresentadas ao TSE pela coligação de Lula, têm “conteúdos manifestamente inverídicos em que se propaga a desinformação de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a invasão de igrejas, perseguiria os cristãos, bem como apoiaria a ditadura da Nicarágua”.

Em nota, a diretora da Gazeta do Povo, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, afirmou que a decisão é “censura pura e simples”. “A decisão do TSE contra as postagens nos perfis das redes sociais da Gazeta do Povo é, sem sombra de dúvidas, censura pura e simples. Derrubar conteúdos verdadeiros, e perfeitamente verificáveis, é prática de ditaduras. A decisão, no entanto, reacende a nossa vontade de continuar lutando para que a liberdade de expressão seja totalmente reestabelecida no Brasil, pois, infelizmente, não somos um caso único e inédito. Hoje vemos crescer cada vez mais a interferência de Judiciário contra a liberdade de imprensa. Vamos lutar contra a decisão arbitrária nas esferas cabíveis.”

Entidades como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e o Instituto Democracia e Liberdade (IDL) também criticaram a decisão (leia abaixo).

Para basear sua decisão, Sanseverino citou dispositivos do Código Eleitoral e de resoluções do TSE que dizem que não será tolerada propaganda eleitoral que “caluniar, difamar ou injuriar qualquer pessoa, bem como atingir órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública”. A remoção dos posts também tem como base regra aprovada no fim do ano passado pelo próprio TSE, que veda “a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral”. A matéria da Gazeta do Povo noticiava o fechamento da CNN na Nicarágua, fato amplamente conhecido.

“Na hipótese dos autos, em análise superficial, típica dos provimentos cautelares, observo que as publicações impugnadas transmitem, de fato, informação evidentemente inverídica e prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições 2022. As publicações transmitem de forma intencional e maliciosa mensagem de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva é aliado político do ditador da Nicarágua Daniel Ortega, e assim como ele será contra os evangélicos e irá perseguir os cristãos”, escreveu Sanseverino. A reportagem da Gazeta do Povo em questão não citava a perseguição a cristãos. Mas também é fato que a ditadura nicaraguense está cada vez mais violenta contra a liberdade religiosa.

O magistrado deu como exemplos postagens, indicadas pela defesa de Lula, publicadas por políticos e influenciadores digitais, contendo críticas a atos do regime de Ortega contra veículos de mídia e religiosos, alertando para o risco de Lula adotar medidas semelhantes no Brasil.

Entre os alvos da ação estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o assessor internacional da Presidência da República Filipe Martins, o deputado federal Paulo Martins (PL-PR), o ex-secretário nacional de Cultura e deputado eleito Mario Frias (PL-SP), o deputado estadual Tenente Nascimento (Republicanos-SP), além de jornalistas e comentaristas políticos, como Rafael Fontana, Leandro Ruschel e Kim Paim.

No pedido de censura, a coligação de Lula alegou que é falsa a narrativa de que Lula apoia o regime de Ortega. Os advogados do ex-presidente dizem que ele “jamais demonstrou qualquer tipo de apoio ao regime da ditadura”. “Os representados propagaram conteúdo gravemente descontextualizado, buscando propagar fato sabidamente inverídico de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiaria medidas autoritárias realizadas pelo Presidente da Nicarágua Daniel Ortega”, diz a ação. Os advogados dizem ainda que Lula “sempre pautou sua atuação de modo a respeitar a liberdade de crenças e religiões”. Por fim, citaram agências de checagem que teriam desmentido boatos de que Lula censuraria padres, pastores e ameaçaria igrejas no Brasil.

Na parte em que pediu a remoção da postagem da Gazeta do Povo, a coligação de Lula alegou que o jornal tentaria “induzir ao pensamento de que o ex-presidente compactua com a ditadura”. “As publicações acima referidas buscam associar que o candidato Lula apoiaria veementemente um regime autoritário e que persegue cristãos, o que sabiamente é uma inverdade”, disseram os advogados de Lula na ação – a postagem e a notícia publicada pelo jornal não afirmam que o ex-presidente perseguiria cristãos.

A defesa de Lula também pediu que o TSE determinasse que todos os alvos da ação se abstenham de veicular conteúdos semelhantes. O ministro não atendeu a esse último pedido. Ele determinou que Twitter e Facebook removessem as postagens, sob pena de multa R$ 10 mil por dia. Todas as partes foram intimadas a se defender. O Ministério Público Eleitoral, que também opina nos processos de propaganda, ainda não apresentou parecer.

Censura

Em nota, o presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech, criticou a decisão. “A ANJ protesta veementemente contra a censura imposta pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, a uma publicação do jornal Gazeta do Povo no Twitter. A decisão contraria frontalmente a Constituição, que não admite censura à imprensa. A legislação brasileira dispõe de uma série de mecanismos para dirimir eventuais abusos à liberdade de expressão, mas neles não se inclui a censura”.

O Instituto Democracia e Liberdade (IDL) também manifestou repúdio à decisão. “Lamentamos que mais uma vez o Judiciário brasileiro atente contra a liberdade. Agora, cerceando um dos veículos mais importantes do Brasil, a Gazeta do Povo, jornal centenário, que é um dos pilares do jornalismo responsável e imparcial. Em meu nome, e da instituição que presido, o IDL, meu mais veemente repúdio”, disse, em nota, o presidente da entidade, Edson José Ramon.

O advogado constitucionalista André Marsiglia Santos, especializado na defesa da liberdade de imprensa, considera que, com decisões do tipo, de retirar do ar reportagens ou postagens de veículos de comunicação, o TSE tem interferido no processo eleitoral.

“Esse caso pode ser avaliado em conjunto com um posicionamento do TSE que tem se tornado recorrente. Que é o de entender eventuais imprecisões técnico-jurídicas de uma matéria, ou um apelo na notícia, algo normal e que faz parte do fazer jornalístico, como algo sabidamente inverídico. Isso tem servido para retirar matérias do ar e promover censura, sob a justificativa de não haver interferência nas eleições. Mas o que eles estão fazendo são interferências”, disse. “O que é para ser banido é aquilo que não se pode contestar de forma alguma, uma matéria inteira, não um trechinho ou uma imprecisão. Se há um trecho impreciso, e a matéria sai do ar, 90% que é verídico é censurado”, afirma.

Outro problema, diz ele, é que muitas decisões têm como base conteúdos publicados por agências de checagem. “(As agências) não têm função pública e não são um instituto totalmente impassível de erro. Basear em cima disso é perigoso.” Por fim, ele observa que algumas campanhas têm pedido ao TSE o banimento de conteúdos jornalísticos junto com postagens de apoiadores de candidatos. “É uma estratégia de descredibilizar imprensa que tem de ser rechaçada”, afirmou.

Liminar tem como precedente decisão de Cármen Lúcia contra Eduardo Bolsonaro

A liminar de Sanseverino apresenta como precedente outra decisão, proferida em setembro pela ministra Cármen Lúcia, na qual ela determinava a remoção de uma postagem de Eduardo Bolsonaro em que ele escreveu que “Lula e PT apoiam invasões de igreja e perseguição de cristãos”. A coligação de Lula apontou “propagação de fake news” e a ministra concordou. Afirmou que as postagens de Eduardo configuravam propaganda eleitoral negativa e ofensa à honra do candidato representante [Lula] e do partido ao qual é filiado [PT].”

“Não são críticas políticas ou legítima manifestação de pensamento. O que se tem é mensagem ofensiva à honra e imagem de pré-candidato à presidência da República, com divulgação desinformação sabidamente inverídica”, escreveu ministra. No dia 13 de setembro, a decisão foi referendada por unanimidade pelos outros seis ministros que julgaram o caso: Alexandre de Moraes (presidente do TSE), Ricardo Lewandowski, Benedito Gonçalves (corregedor da Justiça Eleitoral), Raul Araújo, Sérgio Banhos e Carlos Horbach.

O apoio de Lula e do PT a Ortega

É antiga e conhecida a proximidade de Lula com Ortega, que governa a Nicarágua desde 2007. Em 2010, quando era presidente, o petista disse, em tom de brincadeira, que os dois integravam o “eixo do mal”. “Onde vai ser publicada essa foto, [Ricardo] Stuckert?”, perguntou Lula ao fotógrafo oficial da Presidência, enquanto apertava a mão de Ortega, durante uma cerimônia no Itamaraty. “Vai ter uma pequena manchetezinha: ‘el goviernantes del eixo del mal se encuentran’”, ironizou Lula.

Em 2018, quando Ortega promoveu uma repressão a opositores que resultou na morte de mais de 360 pessoas, o PT deu respaldo ao regime, durante um encontro do Foro de São Paulo em Havana. “Depois de tantos sucessos, sofremos uma contraofensiva neoliberal, imperialista, multifacetada, com guerra econômica, mediática, golpes judiciais e parlamentares, como ocorre na Nicarágua e ocorreu na Venezuela”, disse, durante o encontro, Mônica Valente, dirigente do PT e então secretária-executiva da organização de esquerda.

Participaram do encontro, em julho daquele ano, a ex-presidente Dilma Rousseff e o então presidente da Bolívia, Evo Morales, e o da Venezuela, Nicolás Maduro.

Em 2020, quando o Foro de São Paulo completou 30 anos, num debate online com a presença de Maduro e do líder cubano Miguel Díaz-Canel, Ortega, ao lado da mulher, Rosario Murillo, mandou “nosso abraço e nosso carinho para Lula, que está no nosso coração”. Lula é presidente de honra do PT e fundou o Foro de São Paulo em 1990, junto com Fidel Castro.

No fim do ano passado, o apoio do PT ao regime de Ortega novamente chamou a atenção da comunidade internacional. No dia 8 de novembro, o partido divulgou uma nota celebrando a eleição que deu a Ortega seu quarto mandato consecutivo. Na disputa, os outros cinco candidatos estavam presos ou exilados e três partidos de oposição foram cassados. A Organização dos Estados Americanos (OEA) classificou a eleição como “ilegítima”.

Em seu site, no entanto, o PT classificou a eleição na Nicarágua como “uma grande manifestação popular e democrática” e que o resultado demonstrava “o apoio da população a um projeto político que tem como principal objetivo a construção de um país socialmente justo e igualitário”.

Dois dias depois, a nota foi retirada do site do partido. À época, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que a nota “não foi submetida à direção partidária”. “Posição do PT em relação a qualquer país é defesa da autodeterminação dos povos, contra interferência externa e respeito à democracia, por parte de governo e oposição. Nossa prioridade é debater o Brasil com o povo brasileiro”, escreveu ela nas redes sociais.

Ainda em novembro de 2021, numa entrevista ao jornal espanhol El País, Lula minimizou a ditadura na Nicarágua e comparou Ortega à então chanceler da Alemanha, Angela Merkel. “Temos que defender a autodeterminação dos povos. Sabe, eu não posso ficar torcendo. Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Por que Felipe González aqui [na Espanha] pode ficar 14 anos no poder? Qual é a lógica?”, disse o petista.

Quando a entrevistadora disse que Merkel e Gonzalez não mandavam prender opositores, como Ortega, Lula tentou se corrigir. “Eu não posso julgar o que aconteceu na Nicarágua. No Brasil, eu fui preso […] Eu não sei o que as pessoas fizeram para ser presas […] Se o Daniel Ortega prendeu oposição para não disputar eleição, como fizeram contra mim, ele está totalmente errado”, afirmou o ex-presidente.

Nesta terça (4), Ortega enviou uma carta a Lula parabenizando-o pela votação no primeiro turno das eleições. “Este primeiro momento de triunfo para as famílias e o povo do Brasil, que se levantam com esperança e as vozes de gigantes, anima e alenta a tod@s nós. Parabenizando você e o Brasil, nos congratulamos sabendo que o mundo pertence a quem luta e que estamos realizando as transformações necessárias, com coragem diária”, diz o texto.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/tse-censura-gazeta-do-povo-post-apoio-lula-ditadura-nicaragua/

Deltan Dallagnol defende “jornalismo livre e combativo” após censura do TSE à Gazeta

Deltan Dallagnol defendeu a Gazeta do Povo após decisão do TSE censurar postagem do jornal.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Eleito deputado federal no último domingo (2), com votação expressiva, Deltan Dallagnol (Podemos) saiu em defesa da imprensa e da Gazeta do Povo nesta quarta-feira (5). O ex-integrante da Operação Lava Jato se manifestou após decisão de ministro do TSE censurar postagens em redes sociais – entre elas uma da Gazeta do Povo – que cita o apoio de Lula ao ditador da Nicarágua Daniel Ortega.

“A imprensa tem o dever e o direito constitucional de fazer um jornalismo livre e combativo, baseado em fatos e apuração séria e é isso que a Gazeta do Povo tem feito”, destacou o agora político em nota enviada para a reportagem. Deltan ressaltou que a Constituição brasileira não dá amparo a decisões judiciais que “cerceiem a liberdade de pensamento e comunicação de veículos jornalísticos”. Ele termina o texto dizendo que não se pode confundir a cobertura feita pela imprensa com fake news.

Além de Deltan Dallagnol, outras entidades e personalidades já se posicionaram contra a decisão do ministro Paulo de Tarso Sanseverino. Entre eles, o deputado estadual reeleito Marcio Pacheco; o ex-presidente da OAB-PR, José Lucio Glomb; e o Instituto Democracia e Liberdade (IDL).

Confira a nota de Deltan Dallagnol na íntegra:

A imprensa tem o dever e o direito constitucional de fazer um jornalismo livre e combativo, baseado em fatos e apuração séria e é isso que a Gazeta do Povo tem feito. Decisões judiciais que cerceiam a liberdade de pensamento e de comunicação de veículos jornalísticos não têm nenhum amparo na nossa Constituição. Não se podem confundir fake news – que precisam sim ser combatidas e rechaçadas pelo Poder Judiciário – com a cobertura feita pela imprensa.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/parana/deltan-dallagnol-defende-jornalismo-livre-e-combativo-apos-censura-do-tse-a-gazeta/

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– TSE determinou que redes sociais removam postagem da Gazeta do Povo sobre o apoio de Lula ao ditador Daniel Ortega, da Nicarágua

*) O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o Twitter e o Facebook removam 31 postagens que apontam o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua.

censura judicial, de caráter liminar (provisório), atinge também um tweet da Gazeta do Povo, de 22 de setembro, com a notícia de que o regime de Ortega havia cortado o sinal do canal de notícias CNN naquele país.

Decisão do TSE atendeu a pedido da coligação de Lula

Sanseverino atendeu a um pedido da coligação de Lula, que alegou que, em conjunto, as postagens promoviam “reiterada campanha difamatória” contra o petista

É antiga e conhecida a proximidade de Lula com Ortega, que governa a Nicarágua desde 2007. Ainda no ano passado, no dia 8 de novembro, o partido divulgou uma nota celebrando a eleição que deu a Ortega seu quarto mandato consecutivo. Dois dias depois, a nota foi retirada do site do partido.

Este episódio do podcast 15 Minutos fala sobre esse caso de censura que atinge a Gazeta do Povo. O convidado é o Renan Ramalho, repórter da editoria de República da Gazeta em Brasília.

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O podcast 15 minutos é um espaço para discussão de assuntos importantes, sempre com análise e a participação da equipe de jornalistas da Gazeta do Povo. De segunda a sexta, de forma leve e dinâmica, com a duração que cabe na correria do seu dia. Apresentação é do jornalista Márcio Miranda.

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Ficha técnica: ‘15 minutos’, podcast de notícias da Gazeta do Povo #Apresentação e roteiro: Márcio Miranda; direção de conteúdo: Rodrigo Fernandes; equipe de produção: Maria Eduarda Scroccaro montagem: Leonardo Bechtloff; estratégia de distribuição: Marcus Ayres.

Fonte: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/republica/tse-censura-gazeta-do-povo/?#success=true

Heleno diz que não imagina o Brasil representado lá fora por um ex-presidiário

Ele criticou também a mentira de Lula dizendo que teria sido “absolvido”

General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional GSI) da presidência da República.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira (6) que não consegue imaginar “o Brasil representado perante o mundo por um ex-presidiário”, referindo-se ao candidato Lula (PT), que cumpriu pena de prisão em regime fechado após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro. Para o ministro, isso seria “inconcebível”.

Para Heleno, que fez essas declarações durante entrevista ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, lembrou também que o petista mente dizendo ter sido “absolvido”. O general desafiou o candidato a apresentar qualquer documento da Justiça atestando a suposta absolvição.

Ele afirmou que está otimista quanto às chances de o presidente Jair Bolsonaro reverter o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais. Acredita que o Brasil está no caminho certo, governado por um homem honesto.

“O presidente Bolsonaro às vezes fala coisas que a gente não gosta de ouvir”, ponderou, “mas ele sempre se expressa com autenticidade, sinceridade”. O general acha que is brasileiros não estavam habituados a líderes políticos sinceros.

Ele achou estranho que as forças políticas de apoio ao presidente Bolsonaro tenha vencido as eleições, fazendo a maioria dos senadores e deputados federais, mas não o presidente que os lidera.

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/heleno-diz-que-nao-imagina-o-brasil-representado-la-fora-por-um-ex-presidiario

Lula toma a primeira ‘pancada’ do 2º turno, justamente em São Bernardo, seu ‘berço’ político

Foto: Agência Brasil

Tudo indica que a disputa do 2º turno será recheada de derrotas em série para o PT e o para o seu candidato, Lula da Silva.

O recado que emergiu das ruas no 1º turno, com a formação no Congresso Nacional de uma forte bancada conservadora, está se alastrando por todo o país e revertendo em apoio para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Basta ver o que acaba de acontecer em São Bernardo do Campo, cidade onde Lula residiu por muitos anos, seu ‘berço’ político.

Nesta quarta-feira (5), a Câmara Municipal da cidade paulista aprovou o título de cidadão honorário para o presidente Jair Bolsonaro.

Votaram favoravelmente 17 vereadores, com apenas dois votos contrários.

O ato em si é altamente significativo. 

Uma pancada devastadora no PT e em Lula.

O autor do projeto foi o vereador Paulo Chuchu.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42779/lula-toma-a-primeira-e39pancadae39-do-20-turno-justamente-em-sao-bernardo-seu-berco-politico

O cerco está se fechando… Concessão da Globo vence hoje e história macabra do passado vem à tona

Foto Reprodução/Internet

Vence nessa quarta-feira, 05/10, as cinco principais concessões da Rede Globo. São as emissoras de TV do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília. Isso não significa que o canal sairá do ar. Questões legais impedem que o sinal da emissora seja interrompido enquanto a nova concessão não é deliberada pelo Congresso.

O texto legal determina que “caso expire a outorga de radiodifusão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço será mantido em funcionamento em caráter precário”, o que significa dizer que a transmissão será mantida de forma provisória até que a situação seja definida.

A manutenção do serviço no chamado “caráter precário” foi inserido na legislação em 2017, com a redação dada pela lei n° 13.412. Atualmente, o pedido da emissora está com o Ministério das Comunicações, que vai avaliar a documentação apresentada pelo Grupo Globo no fim de outubro e enviará um parecer ao Palácio do Planalto.

NA ULTIMA RENOVAÇÃO O PROCESSO SIMPLESMENTE DESAPARECEU!

A partir da avaliação do governo é que será enviada ao Congresso o pedido sobre o que deve ser feito com a concessão, se será renovada ou não por mais 15 anos. A decisão, no entanto, cabe apenas ao Legislativo, que é quem dará a palavra final sobre o caso.

Em 2006 quando aconteceria a  última renovação das concessões a funcionária da Receita Federal Cristina Maris Meinick Ribeiro furtou os processos que eram movidos pela Receita Federal contra a Globopar, controladora das Organizações Globo. Cristina chegou a ser condenada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a 4 anos e 11 meses de prisão pelo sumiço da papelada e por beneficiar indevidamente outras empresas. O juiz também decidiu pela perda do cargo público. Mas como no Brasil o crime compensa, por fim, Cristina foi aposentada por invalidez.

Um dos processos resultou numa cobrança superior a 600 milhões de reais — 183 milhões de imposto devidos, 157 milhões de juros e 274 milhões de multa. Foi o resultado do Processo Administrativo Fiscal de número 18471.000858/2006-97, sob responsabilidade do auditor Alberto Sodré Zile. Como ele constatou crime contra a ordem tributária, pelo menos em tese, abriu a Representação Fiscal para Fins Penais sob o número 18471.001126/2006-14. Apesar da condenação da autora do sumiço dos processos contra GLOBOPAR, os mesmos jamais foram retomados.

Ou seja, na última renovação (em 2006/2007) a Globo não completou o processo e ainda assim manteve as emissoras funcionando.

Para se renovar uma concessão (fui radiodifusor por mais de anos, sei do que estou falando) você tem que apresentar uma série de certidões negativas de quitação com a receita federal, estadual, INSS, FGTS, certidões cíveis e criminais, passivo trabalhista e financeiro, entre dezenas de outros documentos.

Algo absolutamente inalcançável para a Rede Globo nos dias de hoje.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42772/o-cerco-esta-se-fechando-concessao-da-globo-vence-hoje-e-historia-macabra-do-passado-vem-a-tona

Fraudes e golpes

Por Percival Puggina

Onde a nova configuração do Congresso mostra os votos de Lula? Mais da metade das cadeiras ficaram com os conservadores, ou com a direita! A esquerda raiz conquistou apenas 20% das cadeiras. O que aconteceu domingo, se não uma sequência daquilo que se viu durante quatro anos? Ou seja: as informações não coincidem com o que se vê; o discurso não fecha com a prática; a determinação judicial não confere com a lei; a pesquisa eleitoral vai para um lado e os votos para outro; a análise desconhece a realidade; toda ocultação e toda distorção beneficiam Lula e prejudicam Bolsonaro.

Diante do que disseram as urnas, não vou conjeturar sobre o que não sei, mas quem tenha observado registros desse enviesamento ao longo dos últimos quatro anos está pensando, sim, na falta de transparência do sistema.

Entendi que também a esse respeito nada é como a nação quer, mas como querem seus regentes togados. Entendi isso, muito claramente. Só não entendi o motivo capaz de levar um pequeno colegiado, encarregado de administrar os ritos do processo eleitoral, a exibir tamanho desdém à opinião majoritária da sociedade, expressa em sucessivas pesquisas que o próprio tribunal divulga. Datafolha de julho sobre confiabilidade das urnas: confiam muito, 47%; confiam um pouco, 32%; não confiam, 20%, e não opinaram 3%. Ao apresentar esses dados, em coro com o consórcio do jornalismo militante, o tribunal considera que confiar um pouco é o mesmo que confiar! Então, soma as duas parcelas e divulga um índice de confiança de 79% em vez de um índice de desconfiança de 52%! Essa não, doutores!

Já a nação, ora a nação! Que se dane em incertezas.

Não entendo de fraudes. De fraudes entendem investigadores, peritos e criminosos. Mas percebo os hematomas do processo democrático quando golpeado e reconheço um complô quando o vejo produzindo efeitos.

A inédita e constrangedora vitória de Lula no último domingo é consequência de tudo que contra Bolsonaro foi orquestrado e de todo assédio que sofreu das instituições. É colheita do patrulhamento imposto às redes sociais, das trovejantes ameaças lançadas sobre os cidadãos, da restrição às liberdades de opinião e expressão e do colaboracionismo das plataformas com o ambiente político imposto ao país.

Os eleitores que deram maioria a Bolsonaro no Congresso não haverão de entregar o Brasil de volta ao ex-presidiário.

O prazo de validade do susto já se esgotou.

Queremos nosso país de volta e não soltaremos a ponta da corda. Dia 30 tem a volta.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/fraudes-e-golpes/

Pesquisas erradas levam a decisões erradas do eleitor

Estão todos discutindo os erros, os reiterados erros das pesquisas eleitorais, que já haviam acontecido em 2018 e se multiplicaram agora, porque criou-se um grande número de empresas de pesquisa. Essa deve ser uma atividade lucrativa, que encontra quem pague e quem acredite. Mas eu queria destacar o que uma diretora do Datafolha afirmou a uma emissora de televisão. Ela disse: “as pesquisas são uma fonte de informação a que o eleitor tem acesso para definir seu voto. Mais uma fonte de informação que o eleitor considera na hora de definir o seu voto. Se não tivéssemos as pesquisas, a sociedade não teria todos esses dados para poder se informar e depois decidir seu voto”.

O general Hamilton Mourão foi um dos candidatos vitoriosos, apesar de estarem mal colocados nas pesquisas de intenção de voto.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ou seja, ela está confessando que pesquisas influenciam na decisão do voto. Essa é a questão crucial: uma pesquisa errada induz a uma decisão errada. Por exemplo, se ela está mostrando que um candidato não tem chance de vencer, e o eleitor não está disposto a “jogar fora” o seu voto naquele candidato, a pesquisa está influenciando o resultado eleitoral. Temos de pensar a respeito disso. A diretora estava defendendo o seu trabalho, e foi sincera. Eu não vou dizer que seja má-fé, pode ser erro, mas é um erro que está induzindo o eleitor a outro erro, essa é a questão.

Mercado sabe que este novo Congresso pode levar adiante as reformas

Vocês notaram a reação do mercado às eleições de domingo? O real se valorizou em relação ao dólar e ao euro; a bolsa de valores de São Paulo teve uma alta incrível. Por que esse otimismo? Por causa do novo Congresso Nacional que saiu das urnas de domingo: Câmara e Senado conservadores, com o partido de Bolsonaro, o PL, fazendo as maiores bancadas e trazendo com isso a possibilidade de se fazer as reformas. A Frente Parlamentar da Agropecuária foi ao Palácio Alvorada na quarta-feira para prestar apoio irrestrito ao presidente Bolsonaro. O agro, sob a liderança da ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, que se elegeu senadora, tem grandes esperanças de conduzir reformas essenciais para liberar o agro. A legislação é antiga e o agro é mais que moderno, já é pós-moderno, de tão atualizado que está. Mas é amarrado por legislações antigas sobre defensivos, questões ambientais e fundiárias, incluindo o tal marco temporal, sem falar da burocracia.

E, além da modernização das leis para o agro, haverá oportunidade para as reformas que o ministro Paulo Guedes quis fazer e não conseguiu. Esse é um grande argumento em favor da candidatura de Bolsonaro: no domingo saiu das urnas um Congresso que ele ajudou a moldar na campanha eleitoral, para facilitar o seu governo, pois ele sempre se queixou de estar amarrado pelo Congresso. Esses próximos quatro anos serão de um Congresso que seria hostil a Lula e amistoso a Bolsonaro – tudo vai depender, claro, das decisões do próximo dia 30.

Política se discute, sim, mas sem raiva

As pessoas estão discutindo muito em torno de voto. Eu tenho dado o seguinte conselho para as pessoas dos dois lados: se você quer trabalhar para o seu candidato, não feche a porta para o adversário, não bata na cara dele, abra os braços e conversem, discutam, mostrem as vantagens de cada um. Porque quem consegue mudar um voto do primeiro turno está, na verdade, conseguindo dois: tira um voto de um candidato e adiciona um ao outro candidato. É uma questão de racionalidade e não de raiva, de emotividade.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/pesqisas-erros-influencia-voto/

Viraliza vídeo em que Palocci conta sobre propina de 300 milhões a Lula: “Preparou a aposentadoria” (veja o vídeo)

Fotomontagem: Reprodução Redes Sociais

Uma reportagem veiculada pela Record News, que traz detalhes estarrecedores dos esquemas de corrupção que ocorriam no coração do Palácio do Planalto quando e ex-presidiário Lula era presidente, voltou viralizar com força na web.

São trechos da longa delação de Antonio Pallocci à Polícia Federal, entre setembro e outubro de 2019, no âmbito dos inquéritos que surgiram a partir das investigações da Operação Lava Jato, desvendando parte do maior escândalo de corrupção da história do Brasil.

Na matéria, o ex-político de Ribeirão Preto, que ocupou dois ministérios e atuava com braço direito de Lula, destrincha o esquema para que campanhas fossem financiadas pela máquina pública, em um sórdido projeto de manutenção de poder.

Palocci relata como o descondenado fez para garantir uma fortuna para o próprio bolso, em espécie e em depósitos no exterior.

Só da Odebrecht, a empreiteira envolvida nos maiores esquemas de desvios dentro e fora do país, foram pelo menos R$ 300 milhões.

“No fim do seu primeiro mandato, muita coisa pessoal ele tinha pedido, dinheiro que eu pessoalmente entreguei para ele. No fim do seu segundo mandato, ele preparou sua aposentadoria, recebeu 300 milhões da Odebrecht em uma conta corrente, recebeu seu sítio, combinado para seu uso, o apartamento.”

Na delação, Palocci conta que precisou alertar Lula sobre a proporção que a corrupção estava tomando, espalhando-se por todas as estatais, a ponto de impactar diretamente na economia do país:

“Roubar ali era um perigo, pois desestabilizava a moeda brasileira, e ele acabou concordando. Fora isso, todos os órgãos, o Correios, os órgãos do setor elétrico, os bancos estatais, foram ocupados nesse modelo de distribuição de cargos para financiar os partidos da base do governo.”

Na reportagem, Palocci destaca ainda como funcionavam os acordos ‘por debaixo dos panos’ para que empresários fossem beneficiados em emendas que tramitavam no congresso, garantindo, em troca, o financiamento futuro de campanhas eleitorais.

Vale a pena assistir para compreender a gravidade da situação e conhecer mais detalhes sobre o projeto de poder do PT

A partir daí, compreende-se também o terrível e grandioso jogo de interesses que levou a anulação dos processos que corriam contra Lula, um deles, com tramitação concluída no STJ e a condenação confirmada e até ampliada após a análise de dez juizes, culminando em sua pena, cujo cumprimento chegou a ser iniciado na superintendência da PF, em Curitiba.

Por isso, o desespero em voltar à cena do crime, pois ainda deve haver muito que ser descoberto… e é preciso ‘apagar os rastros’.

Como disse Palocci, na sua carta de desfiliação do PT, em 26 de setembro de 2017: 

“Lula sucumbiu ao pior da política”.

Um detalhe que pouco se divulga é que Palocci, olhem só, foi condenado e cumpre pena pelos crimes que confessou ter cometido em parceria com Lula.

Veja o vídeo: https://www.facebook.com/watch/?v=1150308125835967

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42773/viraliza-video-em-que-palocci-conta-sobre-propina-de-300-milhoes-a-lula-preparou-a-aposentadoria-veja-o-video

Bandido vota em “bandido”, revela o resultado da votação nos presídios do Ceará, aponta deputado eleito (veja o vídeo)

A forte identificação da bandidagem com o PT pode ser facilmente constatada pela votação obtida por Lula nos presídios do Ceará.

A constatação foi feita pelo deputado estadual eleito, Carmelo Neto.

Com apenas 21 anos de idade, Carmelo foi o campeão de votos no estado.

O jovem parlamentar se deu ao trabalho de conferir a votação do meliante petista em todos os presídios do estado.

É assustador ver como os bandidos ‘amam’ o Lula.

Ao final do vídeo, o deputado eleito questiona:

“Agora que você sabe de que lado os bandidos estão, de que lado você está?”.

Veja o vídeo:

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42782/bandido-vota-em-bandido-revela-o-resultado-da-votacao-nos-presidios-do-ceara-aponta-deputado-eleito-veja-o-video

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