“Nós contra eles”: 10 vezes em que Lula e o PT estimularam a divisão da sociedade

Lula deu início ao movimento “nós contra eles” que, ao longo dos governos do PT, alimentou uma forte polarização entre direita e esquerda.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta em um discurso de pacificação do país como forma de se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Para isso, minimiza declarações do passado nos quais ele e membros do PT pregavam a divisão do “nós contra eles”. Nessa estratégia, não apenas os adversários políticos eram estereotipados negativamente, mas também determinados segmentos sociais. E, em algumas dessas declarações, havia incentivo a comportamentos que poderiam levar à violência.

Ao ser sabatinado pelo Jornal Nacional da TV Globo, Lula foi questionado sobre os discursos que dividiam o país. O ex-presidente minimizou, com uma metáfora do futebol: “Você já foi em um jogo de futebol? Você torce para algum time? Já foi junto com outros companheiros? É nós e eles. A torcida do Vasco é nós, e a do Flamengo é eles”, disse o petista. “Política é exatamente assim. Você tem divergência, você briga, você diverge, você tem divergência programática. Mas você não é inimigo”, disse.

Para Lula, a polarização é saudável e é diferente de “estímulo ao ódio”. “Feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização nesse país era entre PT e PSDB. A gente era adversário político, a gente trocava farpas, mas a gente se encontrava num restaurante e eu não tinha nenhum problema de tomar uma cerveja com o Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra ou com o Alckmin. Porque a gente não se tratava como inimigo. A gente se tratava como adversário”, completou Lula na entrevista ao JN.

Apesar disso, durante anos o partido do ex-presidente alimentou uma forte polarização entre direita e esquerda, que inclusive resultou em episódios de violência entre militantes dos dois grupos.

Confira 10 vezes em que Lula e PT adotaram um discurso de divisão da sociedade e de incentivo a comportamentos que podem levar a ações violentas:

1. Lula disse que elite brasileira é “escravista” e criticou classe média

Na pré-campanha de 2022, Lula disse que a elite brasileira é escravista e criticou a classe média por ostentar um “padrão de vida acima do necessário”. “A elite brasileira é escravista. Ela pode ser avançada em um debate em Nova York, visitando Paris. Mas aqui no Brasil a mentalidade dela é escravista. E nós temos que ter coragem de dizer isso”, afirmou o petista. 
No mesmo evento, Lula disse ainda que o Brasil ainda é um país em construção e que ele só “está pronto para 10% da população”. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. Aqui, na América Latina, a chamada classe média ostenta muito um padrão de vida acima do necessário”, completou.

2. Petista sobre banqueiros: “na cabeça dessa gente, não existe pobreza”

Também no período da pré-campanha deste ano, Lula criticou os banqueiros, atribuindo a eles uma completa insensibilidade social. A declaração foi feita em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA). 
“Eu tenho feito reuniões, vários jantares com empresários, e eu faço porque eu gosto de discutir abertamente. É o seguinte: na cabeça dessa gente, não existe pobreza. Não existe fome, não existe gente dormindo na rua, na sarjeta, não tem criança morrendo de desnutrição. Essa gente só fala em teto de gasto, em política fiscal, ou seja, eles não falam em política social, em distribuição de renda, em distribuição de riqueza”, disse.

3. Lula incentivou militantes a “mapear” endereço de deputados

Em 2022, Lula também sugeriu aos integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam “mapear” o endereço de cada deputado e comparecer na porta de sua casa, com um grupo de 50 pessoas, para “incomodar” a sua “tranquilidade”.
De acordo com Lula, era preciso ensinar a sociedade a cobrar os deputados e também mudar o jeito de exercer pressão. Para ele, “fazer ato público na frente do Congresso Nacional não move uma pestana de um deputado”.

4. Ex-presidente desmerece o PSDB: “partido acabou”

Em 2022, Lula desmereceu o PSDB, adversário histórico do PT: “Agora quem acabou foi o PSDB”.  Para rebater o petista, a Executiva dos tucanos afirmou que o “PT passou anos dividindo o país”. “Não adianta querer reescrever a história. Foram anos de PT, Lula e Dilma semeando o ódio, perseguindo adversários, dividindo a sociedade e montando uma máquina de mentiras (hoje chamadas de fake news)”.

5. Lula batizou estratégia do “nós contra eles” para separar esquerda da direita 

Ao final do seu segundo mandato como presidente, em 2009, Lula afirmou que as eleições do ano seguinte seriam do “nós contra eles”. A estratégia visava a dividir os eleitores de esquerda e de direta. À época, o petista ainda avaliava apoiar as pré-candidatura de Dilma Rouseff (PT) e do então deputado pelo PSB Ciro Gomes.

“Eu gostaria, e o momento vai dizer se vai ser possível ou não, que todos nós [da esquerda] tivéssemos apenas um candidato, que fizéssemos uma eleição plebiscitária, ou seja, nós contra eles, pão pão, queijo queijo. Se não for possível, paciência”, disse Lula durante entrevista em Pernambuco.

6. Ex-presidente disse que partido adversário tinha de ser “extirpado”

Em 2010, quando Dilma Rousseff já tinha sido escolhida como candidata do PT à Presidência, Lula defendeu “extirpar” o DEM (atual União Brasil) da política brasileira. “Eu não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio (…). Quando Luiz Henrique [candidato ao governo catarinense] foi eleito pensei que ele ia mudar. Mas ele trouxe de volta o DEM, que nós precisamos extirpar da política brasileira”, disse o Lula. 
Então presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse que as declarações de Lula denotavam “desequilíbrio” do presidente. Além disso, afirmou que Lula “se aproveita de sua popularidade para agredir, tentar pisar em seus adversários”.

7. Em 2014, discurso do “nós contra eles” voltou

Na campanha eleitoral de 2014, quando Dilma tentava a sua reeleição, o PT voltou a investir no discurso do “nós contra eles” para rebater as críticas que a petista vinha enfrentando. A petista vinha sofrendo com os desgastes de manifestações de rua e da crise econômica que o país enfrentava naquele momento. 
“Ela [Dilma] vai ter que enfrentar uma oposição esquizofrênica, que perdeu as últimas eleições achando que ganharia”, avaliou o então vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC).

8. Após impeachment, petista classificou a direita que crescia como “raivosa”

Em 2016, durante uma agenda em Belo Horizonte, Lula afirmou que “quando os jovens rejeitavam a política, a direita raivosa crescia”. “Quando as pessoas começam a rejeitar a política não é a esquerda que cresce, é a direita. E não é a direita civilizada. É a direita raivosa”, disse o petista. Àquela época, Dilma tinha sofrido impeachment havia pouco tempo. E o PT classificava o governo Temer como “golpista” e de direita.

9. Lula responsabilizou “brancos de olhos azuis” por crise econômica mundial 

Em 2009, ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o então presidente Lula criticou os países ricos pela crise econômica mundial. Ele disse que os problemas financeiros mundiais foram causados por “gente branca de olhos azuis”.  
À época, um jornalista da BBC News perguntou ao presidente se as declarações não continham um viés ideológico. No entanto, Lula manteve sua posição, argumentando que não conhecia “nenhum banqueiro negro”. “A crise foi causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis, que antes pareciam saber de tudo, e, agora, demonstram não saber de nada”, disse o petista.

10. Presidente do PT afirmou que “para prender Lula vai ter que matar gente” 

Em um episódio ocorrido durante 2018, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que “para prender o Lula seria preciso matar muita gente”. À época, o ex-presidente aguardava o julgamento em segunda instância de seu processo do tríplex do Guarujá no âmbito da Lava Jato. 
“Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente. Mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou Gleisi ao site Poder360.
Ainda durante a entrevista, Hoffmann afirmou que, se a sentença do então juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal em Curitiba, fosse confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), significaria que “eles [os juízes] desceram para o ‘play’ da política. “No ‘play’ da política nós vamos jogar (…) E vamos jogar pesado”, completou.

Naquele ano, os desembargadores da segunda instância referendaram a condenação de Lula e decidiram ainda aumentar a pena para 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O petista ficou cerca de 500 dias preso em Curitiba. No entanto, em 2021 Lula teve a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), depois que a 13.ª Vara de Curitiba foi considerada incompetente para julgar o caso.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/nos-contra-eles-10-vezes-em-que-lula-e-o-pt-estimularam-a-divisao-da-sociedade/

Web resgata vídeo de Vera Magalhães detonando feministas e chamando Lula de misógino e machista: “Comício no caixão da mulher” (veja o vídeo)

(Reprodução/Internet)

Após a jornalista Vera Magalhães se vitimizar no momento seguinte ao embate com o presidente Jair Bolsonaro (PL), durante o primeiro debate dos candidatos ao Planalto, neste domingo (28), internautas resgataram vídeo antigo da comunicadora desprezando a bandeira feminista e acusando Lula (PT) de ser “misógino”.

– Se eu fosse uma feminista de esquerda, eu teria vergonha de sair por aí escrevendo hashtags em favor desse homem que é misógino e machista e já demonstrou isso em várias ocasiões. 

– Ele fez um ‘comício’ em cima do caixão da mulher num velório, falando horas sobre si mesmo e não sobre ela. E, ontem, ele chegou ao ápice da misoginia e do machismo ao atribuir à mulher morta, que não pode se defender, responsabilidade sobre um negócio pra lá de nebuloso sobre o qual ele é réu – 

Veja o vídeo:

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/41823/web-resgata-video-de-vera-magalhaes-detonando-feministas-e-chamando-lula-de-misogino-e-machista-comicio-no-caixao-da-mulher-veja-o-video

PGR pede arquivamento e cita exploração eleitoral de ação contra empresários

PGR cita a ilegitimidade, persecução penal especulativa, exploração eleitoral e midiática e desrespeito ao sistema acusatório na manifestação


Vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta (31), recomendando o arquivamento de pedido apresentado por quatro parlamentares sobre a ação contra empresários baseada em conversa de WhatsApp.

Segundo Lindôra, há vários fatores que embasam a recomendação de arquivamento, como a ilegitimidade dos autores, irregularidade na representação, prática de persecução penal especulativa indiscriminada, conhecida como fishing expedition, além da evidente exploração eleitoral e midiática do caso, bem como desrespeito ao sistema acusatório.

A manifestação da PGR foi endereçada ao relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, que ordenou uma série de medidas cautelares contra um grupo de empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a pedido do coordenador de campanha do ex-presidente Lula, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

No documento, a vice-PGR destaca que os autores do requerimento não possuem legitimidade para peticionar no caso, uma vez que a legislação não permite a intervenção de indivíduos ou de entidades sem qualquer ligação com os fatos em apuração.

“A prevalecer a argumentação dos senadores, mutatis mutandis, qualquer inquérito em curso perante o Judiciário poderia sofrer intervenções de ‘interessados’ ou de autoridades locais, para solicitar diretamente ao magistrado diligências investigatórias, o que o CPP não autoriza nem mesmo ao ofendido, que tem seus requerimentos de diligências examinados e sujeitos ao Juízo da autoridade investigativa (CPP, art. 14)”, afirma.

Além da falta de legitimidade dos autores, a manifestação enfatiza o fato de o requerimento apresentado possuir viés de autopromoção dos agentes políticos, sobretudo em um período eleitoral. Também frisa que, embora a PGR ainda não tenha tido acesso ao procedimento que trata dos fatos, outro requerimento parlamentar já foi veiculado na íntegra por órgão de imprensa.

“Incabível o deferimento de transferência sigilosa a órgão político de supostos elementos de informação contidos na Petição 10.543, cujos autos a Procuradoria-Geral da República ainda não teve acesso, estando pendente de exame do relator o pedido de vista apresentado pela PGR no dia 24.8.2022 naquela Petição”, reitera.

Lindôra Araújo destaca ainda que não de trata de direito de petição já que os parlamentares não podem de forma anômala, assumir a condução de uma investigação sob pena de violação do princípio da separação dos poderes. Conforme lembra, a função típica dos autores do requerimento é legislar.

“A Constituição Federal não outorgou competências investigativas a parlamentares, que ficaram reservadas excepcionalmente às Comissões Parlamentares de Inquérito que só podem ser instaladas observados os requisitos do art. 58, § 3º, da Constituição Federal”.

Fishing expedition

Ao destacar que os pedidos apresentados no processo têm embasamento em apenas matéria jornalística e, como fundamento exclusivo, pretensos “diálogos antidemocráticos”, a vice-PGR afirma que a intenção é se valer de conjecturas e ilações para iniciarem e conduzirem frentes investigatórias com espetacularização midiática, sem mínimo substrato fático e jurídico. O expediente conhecido como fishing expedition não é admitido no ordenamento jurídico brasileiro, vedação prevista em inúmeros precedentes judiciais, inclusive do próprio STF.

Outro vício destacado na petição é o fato de as assinaturas dos autores dos pedido não terem certificação digital. Foram apenas digitalizadas, “o que não é admitido pela pacífica e antiga jurisprudência do STF.” Conforme descreve o MPF, essa irregularidade de representação compromete a validade do documento, porque a advogada, que é a única que assinou com certificação judicial, não tem procuração válida. Segundo esclarecido na manifestação, na procuração que confere poderes à advogada, os Senadores também se limitaram a colocar a imagem digitalizada das assinaturas. Em função de todos os vícios apontados, a vice-PGR sustenta a impossibilidade de andamento do caso e, por isso, pede o arquivamento da petição. (Com informações do MPF).

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/pgr-pede-arquivamento-e-cita-exploracao-eleitoral-de-acao-contra-empresarios

O Brasil frente ao mundo: o que pensam os principais presidenciáveis sobre a política externa

Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet tem divergências sobre o futuro da política externa brasileira| Foto: Ricardo Stuckert/PT; André Coelho/EFE; Reprodução/Facebook; Jefferson Rudy/Agência Senado

Os quatro principais concorrentes na eleição presidencial – Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – possuem convergências e divergências entre si quando o assunto é política externa. Há discordâncias, por exemplo, na forma como eles se posicionam quanto à participação em fóruns mundiais e organizações multilaterais, apesar de todos proporem o aumento do protagonismo brasileiro nesse campo.

A adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujo avanço no processo é bastante celebrado pelo atual governo, é motivo de divergência entre os candidatos. Enquanto Bolsonaro e Tebet são favoráveis a manter o andamento do processo de entrada no “clube dos países ricos”, Lula e Ciro veem isso com ressalvas.

Entre os pontos em comum nas diretrizes dos presidenciáveis estão, por exemplo, o compromisso com avanços em políticas ambientais, tendo como uma das preocupações evitar que portas comerciais se fechem para o país, e o estreitamento das relações com países latino-americanos. Uma coincidência nos planos de governo dos candidatos é que nenhum deles faz menção a China, principal parceiro comercial do país.

Sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, Bolsonaro pretende manter a política de neutralidade para evitar problemas comerciais com os russos. Já seus adversários são críticos a essa postura e cobram uma condenação mais incisiva do Brasil à invasão do solo ucraniano.

Veja a seguir as principais diretrizes que os candidatos têm exposto sobre política externa:

Jair Bolsonaro (PL)

Presidente Jair Bolsonaro e ministros participam do lançamento do programa do governo federal lançou o Plano Safra 2022/2023,  no Palácio do Planalto,. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor destinado ao financiamento público do plantio de culturas, compra e modernização de equipamentos e investimentos em pecuária deve passar dos R$ 252 bilhões da safra que está em fase final, neste ano. |Sergio Lima/Poder360 29.jun.2022

Prioridade desde o início do mandato, o governo de Jair Bolsonaro investiu pesado no ingresso do Brasil na OCDE e tem o avanço desse processo como um dos objetivos prioritários em eventual novo mandato. Em janeiro, a organização formalizou o convite para o governo brasileiro dar início às tratativas para o ingresso no quadro de membros permanentes. O país prepara agora um memorando inicial, uma espécie de autoavaliação a respeito do alinhamento ao acervo normativo da organização, composto de 257 instrumentos. Até agora, o Brasil já atende a 112.

Apesar de não haver propostas mais detalhadas sobre relações com os principais parceiros comerciais, o plano de governo do candidato à reeleição diz que o país continuará buscando mercados, fontes de investimento e acordos de cooperação com países de todo o mundo, “sobretudo com os que tenham maior capacidade de contribuir para o desenvolvimento nacional; com aqueles com quem mantemos tradicionalmente fortes laços culturais e históricos; e com nosso entorno geográfico nas Américas e no Atlântico Sul”.

Em 2018, o plano de governo do atual presidente mencionava que não seriam feitos “acordos comerciais espúrios” com países chefiados por ditadores; o atual documento diz a mesma coisa, mas de forma mais amena. O plano afirma que será buscada maior interação com países “que defendam e respeitem valores que são caros aos brasileiros e se encaixem no ambiente democrático”.

Na relação com os dois maiores parceiros comerciais do país – China, seguida dos Estados Unidos –, o governo brasileiro se aproximou bastante do país norte-americano quando este estava sob o governo de Donald Trump, do qual Bolsonaro foi enfático apoiador de sua reeleição. Após a vitória de Joe Biden, o relacionamento entre os países esfriou, mas não a ponto de afetar a parceria comercial. No início de junho, durante a 9ª Cúpula das Américas em Los Angeles, Bolsonaro e Biden tiveram o primeiro encontro bilateral, visto como bastante positivo pelo governo brasileiro e, após o encontro, houve um ensaio de aproximação entre os dois mandatários.

Já com a China, o relacionamento teve momentos sensíveis durante o governo Bolsonaro. O presidente já sugeriu que o coronavírus teria sido criado em um laboratório chinês, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e um diplomata chinês chegaram a ter discussões ríspidas. Os episódios, entretanto, não chegaram a afetar de forma mais acentuada as relações comerciais entre os países.

Além da OCDE, o plano de Jair Bolsonaro cita que, em eventual novo mandato, o governo buscará mais protagonismo em organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Conselho de Segurança da ONU.

Sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, a postura de neutralidade por parte do governo Bolsonaro, caso reeleito, deve se manter. O Brasil condenou os ataques russos na Assembleia-Geral e no Conselho de Segurança da ONU, mas se absteve pela suspensão russa no Conselho de Direitos Humanos e na cooperação entre Moscou e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A posição, classificada pelo Itamaraty como de “equilíbrio”, visa manter o fluxo comercial entre os dois países.

Na Defesa, Bolsonaro propõe ampliar planos de investimento e melhoria das capacidades das Forças Armadas, e fornecer estímulos a empresas estatais ou privadas que atuam com pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Em suas diretrizes de governo, o ex-presidente afirma que, caso eleito, irá “recuperar a política externa ativa e altiva” do país. Lula pretende apostar na participação do país na cooperação internacional Sul-Sul – que se refere à cooperação entre países em desenvolvimento no Sul Global – com América Latina e África.

O plano do candidato do PT também defende a integração da América do Sul, América Latina e Caribe com vistas a manter a segurança regional e a promoção de desenvolvimento integrado da região. “É fortalecer novamente o Mercosul, a Unasul, a Celac e os Brics. É estabelecer livremente as parcerias que forem as melhores para o país, sem submissão a quem quer que seja”, menciona o documento.

Lula defende a ampliação da participação do Brasil nos assentos dos organismos multilaterais e se compromete com a participação do país no esforço mundial para combater a crise climática.

O documento com as diretrizes de eventual governo não faz menção ao ingresso do Brasil na OCDE. Governos petistas nunca se manifestaram favoravelmente à entrada na entidade, e há possibilidade de que as tratativas esfriem com eventual eleição de Lula, que durante seus mandatos teve relação bastante próxima com a China.

Apesar disso, em discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em 9 de agosto, o presidenciável fez uma análise crítica do avanço chinês no país. “A nação asiática está ‘ocupando o Brasil’ e tirando o espaço da indústria brasileira”, disse.

Por outro lado, em entrevista a jornalistas estrangeiros no dia 22 de agosto, o ex-presidente disse que, caso eleito, quer manter a boa relação com a China. “Claro que temos interesses soberanos, comerciais e agrícolas e que vamos brigar para que eles prevaleçam, mas, do ponto de vista de Estado, nossa relação com a China sempre foi muito forte e espero que continue sendo”, declarou.

Na mesma entrevista, Lula defendeu a alternância de poder na Venezuela e defendeu que o país seja “o mais democrático possível”. O ex-presidente foi bastante próximo do ditador Hugo Chavéz, que presidiu a Venezuela, e do seu sucessor, o ditador Nicolás Maduro.

Sobre a guerra na Ucrânia, o candidato petista disse à imprensa estrangeira que tentaria mediar uma solução para o conflito. No início da guerra, Lula e demais integrantes do PT criticaram as sanções econômicas de outros países à Rússia. Em julho, o nome do petista chegou a ser incluído em uma lista do centro de inteligência do governo ucraniano, que apontava Lula como acusado de fazer “propaganda russa” durante a guerra entre os dois países.

Ainda na entrevista a jornalistas estrangeiros, o ex-presidente criticou a ONU e defendeu mudanças no Conselho de Segurança da entidade. “A ONU precisa ser reformulada, porque ela precisa ter mais força para evitar que esses conflitos se prolonguem. A ONU teve força de criar o Estado de Israel, mas ela não tem força de criar o estado palestino”, disse.

Por fim, Lula deve tentar barrar o acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul, fechado em 2019, mas que ainda não entrou em vigor. Segundo o petista, a consolidação do acordo “não é o desejo do Brasil”.

Ciro Gomes (PDT)

Eu suas diretrizes de governo, o candidato pedetista resume suas propostas na área de política externa a uma frase: “as negociações comerciais e diplomáticas seguirão dois princípios essenciais: a defesa dos interesses nacionais e da soberania do país”.

No entanto, no Plano de Trabalho divulgado em seu site não há mais detalhes sobre as propostas. Lá, Ciro traz nortes genéricos sobre a política externa, sem compromissos mais claros, mas destaca que todos os campos de petróleo brasileiro vendidos ao exterior pelo governo de Michel Temer após a revogação da Lei de Partilha serão recomprados. “O mesmo se dará com relação à Eletrobras, caso ela também seja vendida”, menciona.

Na área da Defesa, o texto cita que não será permitida a compra, por estrangeiros, de ativos que compõem ou apoiam o complexo industrial de defesa brasileiro. “Vamos reafirmar o compromisso com a Estratégia Nacional de Defesa já promulgada”, diz.

Em entrevista à Globo News no final de julho, Ciro disse que não é possível viabilizar um projeto nacional sem uma “sólida integração aos interesses estrangeiros e aos nossos interesses” e citou os princípios que norteariam sua política externa caso seja eleito: não intervenção em assuntos domésticos de outros países, solução pacífica dos conflitos e autodeterminação dos povos.

Sobre o ingresso do país à OCDE, o presidenciável disse ao Correio Braziliense, em janeiro deste ano, que a adesão ao grupo nunca foi almejada pelo país, apenas cogitada após sugestão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a Bolsonaro. “Porém, para isso, seria necessário que o Brasil abrisse mão do status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio”, declarou. Com a entrada na OCDE, o Brasil abriria mão do tratamento diferenciado de “país em desenvolvimento” na OMC, que permite maior flexibilidade na organização, como prolongamento de prazos em negociações.

No âmbito do conflito na Ucrânia, Ciro é crítico da postura de neutralidade do Brasil e, caso a guerra se prolongue, deve mudar a política em relação ao conflito em caso de eleição ao cargo. “Enquanto o Brasil for Brasil, jamais ficará neutro diante de tal violência”, publicou no Twitter quatro dias após o início dos ataques russos.

Simone Tebet (MDB)

A emedebista pretende, dentre outras medidas, ampliar o grau de abertura comercial, negociar novos acordos com parceiros comerciais relevantes e colocar em vigência acordos negociados recentemente. Em seu programa de governo, Tebet propõe reforçar a integração latino-americana, aprofundando acordos já existentes e negociando novos acordos; consolidar e aprofundar o Mercosul; revigorar a atuação do Brasil na Organização Mundial do Comércio; e avançar no processo de adesão à OCDE.

A candidata pretende, ainda, intensificar a participação do país junto à ONU, em especial em temas como mitigação das mudanças climáticas e promoção do desenvolvimento sustentável; e tornar o Brasil mais participativo nos grupos plurilaterais que participa, como G-20 e Brics.

Em entrevista ao veículo MyNews em abril deste ano, quando ainda era pré-candidata, Tebet disse que a diplomacia brasileira deve afastar o “papel infelizmente ideológico que passou a ter, seja pelo governo do PT, seja pelo atual governo”.

A respeito do posicionamento do Brasil, em seu eventual mandato, frente à disputa hegemônica entre Estados Unidos e China, a presidenciável disse que não tomaria partido de nenhum dos países. “O Brasil não tem que ter preferência”, declarou, ao mencionar relações com outras nações.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/o-que-pensam-principais-presidenciaveis-sobre-politica-externa/

PIB cresce 1,2% no segundo trimestre, quarto avanço seguido

Movimento de pessoas na avenida Paulista, em São Paulo: consumo das famílias e serviços puxaram crescimento do PIB no segundo trimestre| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O PIB do segundo trimestre teve um crescimento de 1,2% em relação aos três primeiros meses do ano, apontam dados divulgados nesta quinta (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É o quarto movimento de alta consecutivo em comparação com o trimestre anterior. Também é quatro vezes superior à estimativa prévia para os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada na segunda, e que foi de 0,3%.

Setores em destaque

O maior crescimento foi registrado na indústria, com uma expansão de 2,2%, seguida pelos serviços (1,3%) e agropecuária (0,5%). Do lado das despesas, o desempenho do PIB foi puxado pela formação bruta de capital fixo – nome dado ao investimento no setor produtivo -, que cresceu 4,8% em relação ao trimestre anterior. O consumo das famílias também veio em alta: 2,6%. Já os gastos do governo caíram 0,9%.

Na indústria, a alta de 2,2% foi o segundo resultado positivo consecutivo do setor. Foi a taxa positiva mais alta para a indústria desde o terceiro trimestre de 2020 (14,7%), quando o setor começava a se recuperar dos efeitos da pandemia e tinha uma base de comparação depreciada. Esse crescimento se deve aos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.

“Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando há alguns trimestres”, avalia a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Ela complementa que o avanço da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos é explicado pelo desligamento das usinas térmicas, que resultou no fim da bandeira tarifária de escassez hídrica. “No início do ano, houve esse desligamento e o aumento do uso das energias renováveis, que são mais baratas”, pontua.

O crescimento no segundo trimestre foi impactado pela alta de 1,3% nos serviços. “Os serviços estão pesando 70% da economia, então têm um impacto maior nesse resultado. Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, explica Palis.

Crescimento acumulado em quatro trimestres

Também houve crescimento no acumulado dos quatro trimestres terminados em junho de 2022, o PIB cresceu 2,6%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No ano, o PIB acumula alta de 2,5%.

Nos últimos meses, a economia brasileira vem surpreendendo positivamente. Arrecadação federal, emprego, crédito e utilização da capacidade instalada confirmam essa dinâmica. E, neste segundo semestre, também há o impacto dos programas de auxílio do governo federal.

Prévias do PIB já indicavam uma tendência à continuidade do crescimento da atividade econômica no país. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,57% no segundo trimestre, comparativamente ao primeiro. E o Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV) sinalizava para uma variação maior: 1,1%.

Resultados são melhores do que o 2° trimestre de 2021

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 3,2% no segundo trimestre de 2022.

A agropecuária caiu 2,5% em relação a igual período de 2021. Entre os produtos agrícolas, cujas safras são significativas no segundo trimestre, a soja (-12,0%) e o arroz (-8,5%) apresentaram decréscimo na estimativa de produção anual e perda de produtividade. Já o milho e o café apontaram crescimento em 2022, estimado em 27,0% e 8,6%, respectivamente. Já as estimativas da pecuária deram uma contribuição positiva ao desempenho da agropecuária no segundo trimestre, com destaque para os bovinos.

A indústria cresceu 1,9%, sendo que a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos foi a que registrou melhor resultado (10,8%). O desempenho é influenciado, principalmente, pelo desligamento de térmicas.

O PIB dos serviços avançou 4,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os melhores resultados se deram em outras atividades de serviços (13,6%) e transporte, armazenagem e correio (11,7%).

No segundo trimestre, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 5,3%. O resultado positivo foi influenciado pelo crescimento da massa salarial real, aumento do crédito a pessoas físicas em relação ao segundo trimestre de 2021, além do saque extraordinário do FGTS e antecipação do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS.

O investimento produtivo avançou 1,5% no segundo trimestre de 2022. Este aumento é justificado, principalmente, pelo crescimento da construção e no desenvolvimento de software. Os gastos do governo cresceram 0,7% ante o segundo trimestre de 2021.

No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 4,8%, ao passo que a queda das importações de bens e serviços foi de 1,1% no segundo trimestre de 2022. Dentre as exportações de bens, a queda é explicada pelos produtos agropecuários (em especial a soja); extração de petróleo e gás; extração de minerais metálicos; e derivados do petróleo. Por outro lado, as importações caíram principalmente devido à queda nas compras de máquinas e aparelhos elétricos; metalurgia; extração de petróleo e gás; e produtos de metal.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/economia/pib-crescimento-segundo-trimestre-2022/

A nova queda no desemprego e outra marca deixada para trás

| Foto: Gilson Abreu/AEN

Mais uma marca simbólica do mercado de trabalho foi superada em julho: se no trimestre móvel encerrado em maio o desemprego ficou abaixo dos 10% pela primeira vez em seis anos, desta vez o número absoluto de brasileiros desempregados também baixou da casa dos 10 milhões. Segundo os dados do IBGE relativos ao trimestre móvel encerrado em julho, o país tem 9,88 milhões de pessoas à procura de trabalho. A taxa de desemprego também caiu, embora em ritmo menor que nos últimos meses: agora, é de 9,1%, contra 9,3% do trimestre móvel anterior, encerrado em junho.

À medida que o mercado de trabalho se recupera, os desafios começam a ficar mais claros. Não se trata, é claro, de nos darmos por satisfeitos com o que já foi atingido: o número de desempregados ainda é alto demais para considerarmos concluída a tarefa de proporcionar oportunidades de trabalho Brasil afora, e o desemprego se reparte de forma bastante desigual pelo país. Em meados de agosto, o IBGE divulgou números estaduais relativos ao trimestre móvel encerrado em junho, quando a média nacional era de 9,3%: se há estados que já estão na faixa considerada de “pleno emprego” (com desocupação entre 3% e 6%), como Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia, outros têm taxas superiores a 12%, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco e Bahia (o estado brasileiro onde o desemprego é mais alto, com 15,5%). Nestes locais, a prioridade absoluta continua sendo a criação pura e simples de oportunidades de trabalho, mas é possível seguir avançando mesmo onde a taxa de desocupação já é menor.

Um trabalho informal é melhor que trabalho nenhum, mas o ideal é que os brasileiros tenham a oportunidade de, se assim o desejarem, contar com as garantias legais que apenas a carteira assinada proporciona

Um aspecto importante que merece a atenção dos formuladores de políticas públicas voltadas ao emprego é o nível de informalidade. O país vem batendo recordes seguidos de população ocupada – no período de maio a julho, foram 98,7 milhões de brasileiros. A elevação, no entanto, é puxada com mais força pelos informais, que agora são 39,3 milhões, também o maior número da série histórica, resultando em uma taxa de informalidade de 39,8% da população ocupada. O contingente de trabalhadores com carteira assinada também cresce, mas não na mesma velocidade: são 35,8 milhões de empregados, ainda 1,7 milhão abaixo da máxima histórica registrada em 2014.

Certamente um trabalho informal é melhor que trabalho nenhum, mas o ideal é que os brasileiros tenham a oportunidade de, se assim o desejarem, contar com as garantias legais que apenas a carteira assinada proporciona. O ímpeto da recuperação econômica pós-pandemia ainda não terminou, e as estimativas para o crescimento do país em 2022 continuam subindo semana após semana, a julgar pelas projeções recolhidas pelo Banco Central no boletim Focus. Mas esta recuperação, sozinha, não será suficiente para deixar o país mais próximo do pleno emprego. O trabalho de criar um arcabouço legal que facilite as contratações com carteira assinada, iniciado com a reforma trabalhista de 2017, continua longe de ser concluído. A tributação sobre a folha de pagamento, por exemplo, segue intacta e sem perspectiva de ser alterada de forma definitiva e abrangente; o máximo que se conseguiu até o momento foi a manutenção de desonerações importantes para uma série de atividades econômicas, mas essa medida é um paliativo que não anula a necessidade de uma desoneração ampla.

O incentivo legal à geração de emprego com carteira assinada se torna ainda mais importante à medida que os efeitos do aperto monetário realizado pelo Banco Central se tornarem mais evidentes. Cada elevação na Selic demora alguns meses para fazer efeito na economia real, especialmente na forma de retração de investimentos. Ainda que o aperto se justifique para conter a inflação, ele tem seus efeitos negativos que podem ser anulados com reformas e políticas inteligentes que ajudem na geração de emprego e renda. O mercado de trabalho já mostrou resiliência quando o desemprego não voltou a subir após o fim do programa emergencial que permitiu acordos de redução de jornada e salário ou suspensão temporária de contratos; essa resiliência será posta à prova novamente; que não faltem as condições econômicas e legais para que mais brasileiros encontrem trabalho com segurança e remuneração digna.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/numero-desempregados-abaixo-10-milhoes/

Comentarista da CNN reconhece que pesquisas ‘escondem’ votos de Bolsonaro: “Espiral do silêncio” (veja o vídeo)

Reprodução CNN Brasil

Segundo matéria publicada no site da CNN Brasil, ‘o cientista político Antônio Lavareda destacou a possibilidade de subnotificação na intenção de voto do presidente Jair Bolsonaro (PL) em alguns segmentos da sociedade’.

A afirmação foi feita em participação no quadro Arena Eleições, da CNN, nesta terça-feira (30).

“Bolsonaro tem crescido regularmente nas últimas pesquisas, chamando atenção para a hipótese de subnotificação do voto em Bolsonaro em alguns segmentos, especialmente naqueles de menor renda e escolaridade. Esse fenômeno é conhecido como ‘espiral do silêncio’”, afirmou Lavareda.

A resposta do analista veio após ‘provocação’ do jornalista e âncora da emissora, Boris Casoy, que relatou ter conversado com várias pessoas que afirmaram votar em Bolsonaro, mas que preferem não expor, dado o atual ambiente de polarização.

Lavareda cita como exemplo as pesquisas realizadas por telefone, nas quais Bolsonaro sobe até três pontos em relação às realizadas presencialmente, pois as pessoas se sentem mais à vontade para falar sem o ‘constrangimento público’.

“Quando algumas pessoas têm uma opinião que discrepa da opinião amplamente majoritária do seu grupo elas escondem e ocultam essa preferência para não entrar em conflito”, explicou o cientista político.

Antonio Lavareda ressaltou que ainda haverá outro efeito sobre as pesquisas, na combinação entre as propagandas eleitorais, que começaram a ser veiculadas recentemente em rádio e televisão, e os debates, como o último realizado pela Band, no domingo (27).

Aproveitemos aqui para citar algo que foi esquecido na análise, como o que se vê nas ruas, a cada aparição pública de Bolsonaro, com milhares de pessoas o acompanhando, no que chamamos popularmente de ‘Datapovo’, e ainda nas inúmeras enquetes realizadas nas redes, algumas com mais de 200 mil votos, em que Bolsonaro atropela seus adversários com margens absurdas de votos favoráveis, mesmo quando realizadas por veículos tradicionais ou blogueiros esquerdopatas.

Vai ser no primeiro turno!

Assista:

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/41843/comentarista-da-cnn-reconhece-que-pesquisas-e39escondeme39-votos-de-bolsonaro-equotespiral-do-silencioequot-veja-o-video

TRE-RJ diz que eleitor poderá se preso se apontar problema inexistente na urna eletrônica

Se a urna estiver com problema, ela será substituída por um equipamento de contingência| Foto: LR Moreira/Secom/TSE

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) informou em uma nota de esclarecimento que o eleitor poderá ser preso em flagrante por crime eleitoral se afirmar que houve problema em uma urna eletrônica e ele não for constatado. Segundo o TRE-RJ, a prisão poderá ocorrer nos casos em que a comunicação do falso defeito no equipamento tiver “a única finalidade de promover a desordem ou impedir ou embaraçar a votação”. Se a urna estiver com problema, ela será substituída por um equipamento de contingência.

O TRE-RJ ressaltou que essa regra vale, por exemplo, para o eleitor que apontar que digitou o número de um candidato e apareceu as informações de outro. O tribunal disse que será feito um teste no teclado da urna para verificar se a falha existe de fato ou não. Caso a urna esteja funcionando corretamente e a pessoa insistir em afirmar que havia alguma irregularidade, ela poderá ser presa, de acordo com a nota da Justiça Eleitoral fluminense. O comunicado tinha sido publicado em 15 de agosto e foi atualizado em 26 de agosto. Leia a nota de esclarecimento do TRE-RJ na íntegra:

Constitui crime eleitoral promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais, bem como impedir ou embaraçar o exercício do voto, conforme artigos 296 e 297 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65).

Assim, se uma eleitora ou eleitor alegar que há um problema no funcionamento da urna eleitoral, sem que haja efetivamente o problema, com a única finalidade de promover a desordem ou impedir ou embaraçar a votação, estará sujeito à prisão em flagrante por crime eleitoral. Entretanto, uma vez constatada a existência do problema indicado, haverá a substituição da urna defeituosa por uma urna de contingência (urna substituta).

Isso vale para o teclado da urna, que é uma parte dela inseparável. Apontado pela eleitora ou eleitor que aparece na tela informação não correspondente ao que foi digitado, poderá ser feito um teste de teclado. Feito o teste e verificado o defeito, a urna será substituída. Caso seja feito o teste e constatando-se o perfeito funcionamento do teclado, a eleitora ou o eleitor que persistir em apontar problema que comprovadamente não existe e verificada sua única intenção de promover desordem, com prejuízo aos trabalhos eleitorais, ou de impedir ou embaraçar o exercício do voto, poderá ser preso em flagrante pelos crimes acima indicados.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/tre-rj-diz-que-eleitor-podera-se-preso-se-apontar-problema-inexistente-na-urna-eletronica/

Monitorar padre no Telegram é algo inexplicável

Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes está monitorando a conta do padre Paulo Ricardo no Telegram. Ele é de Cuiabá (MT) e é conhecido no Brasil inteiro por falar sobre apostolado, liturgia e questões da Igreja Católica. Eu fiquei intrigado. Esse “monitorar” significa vigiar, fiscalizar, censurar, o que é proibido pelo artigo 220 da Constituição. Além disso, entre os direitos e garantias individuais está a liberdade de consciência e de crença, que é inviolável. Está na alínea VI do artigo 5.º, que é uma cláusula pétrea da Constituição.

O monitoramento começou meses atrás, quando o ministro Alexandre de Moraes mandou monitorar as 100 contas com mais seguidores do Telegram, e ele está incluído ali, mas ainda assim é uma coisa incompreensível. Eu acho que isso só vai fazer subir o número de pessoas que ouvem o padre Paulo Ricardo. Eu sou um dos que o acompanham.

TSE aceita sugestão das Forças Armadas sobre fiscalização das urnas

O ministro Alexandre de Moraes, como presidente da Justiça Eleitoral, acabou concordando com o ministro da Defesa sobre uma sugestão das Forças Armadas, que foram convidadas a dar propostas para a segurança e transparência das eleições, pois estavam muito reticentes. Na época de Edson Fachin, nem se conversava sobre isso, mas ele não está mais lá e Moraes vinha dialogando mesmo antes de assumir o TSE. Na reunião dessa quarta-feira, que foi acompanhada por técnicos em informática das Forças Armadas e da Justiça Eleitoral, eles concordaram em fazer uma inspeção de segurança das urnas na hora da votação, de forma aleatória. Isso pode fazer qualquer mal intencionado desistir de atrapalhar a eleição. Também foi anunciado que estará à disposição dos partidos políticos o boletim das urnas.

Moraes disse que somos o único país do mundo que apura e divulga o resultado das eleições no mesmo dia, mas não somos. Eu conversei com um embaixador europeu e ele disse que seu país, que é grande, faz contagem manual dos votos e anuncia o resultado no mesmo dia, às 9 da noite. Os mesários da própria seção contam e comunicam a central, que depois anuncia o resultado.

Sem precisar ajudar partido político, Itaipu pode financiar melhorias em Foz do Iguaçu

O presidente Bolsonaro teve um encontro com o presidente do ParaguaiMario Abdo Benítez, nas obras da Ponte da Integração. A obra começou já nesse governo, em agosto de 2019, e será entregue ainda este ano. É a segunda ponte entre Foz do Iguaçu e o Paraguai. Com isso, a Ponte da Amizade não vai mais aceitar caminhões com carga pesada, que vão para essa nova ponte sobre o Rio Paraná, que tem 760 metros de comprimento e o maior vão livre da América Latina.

Também está sendo feita uma via perimetral em Foz para evitar que o trânsito pesado passe pela cidade. Terá duas pistas, calçada para pedestres, acostamento. Tudo está sendo financiado pela Itaipu Binacional, não está saindo do seu imposto, nem do meu. Itaipu não está mais trabalhando para partido político. Então, está sobrando dinheiro para fazer a ponte e estradas, para baixar o preço da energia em quase 10%, para tornar o aeroporto de Foz um terminal internacional, para beneficiar 40 municípios da região de Foz e para criar um projeto de piscicultura no Lago de Itaipu, de onde ainda vai sair muita proteína.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/alexandre-de-moraes-padre-paulo-ricardo/

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