Cenas de terceiro mundo: Democratas enfraquecem polícia da Califórnia e geram saques e arrastões

Suspeitos invadiram uma loja de conveniência 7-Eleven e roubaram alimentos, bebidas, cigarros e bilhetes de loteria.| Foto: Reprodução Youtube

Um roubo em massa em Los Angeles, no sul da Califórnia, Estados Unidos, no último dia 15, apresenta as consequências da política de enfraquecimento da polícia em estados democratas. Ao promulgar uma lei que transforma furtos abaixo de 950 dólares (cerca de 4.860 reais) em “contravenção” e cortando o orçamento destinado ao policiamento, o estado criou um grande estímulo para pessoas com más intenções, que agora agem sem medo de ir para a prisão.

Depois de fazer manobras de “cavalo de pau”, dando voltas com os veículos, suspeitos invadiram uma loja de conveniência 7-Eleven e roubaram alimentos, bebidas, cigarros e bilhetes de loteria. As câmeras de segurança mostram parte dos assaltantes jogando objetos contra os funcionários e vandalizando a loja.

Os saqueadores então saíram do estabelecimento e fugiram para os estacionamentos e ruas ao redor, dispersando-se rapidamente. Uma situação que não encontramos nem nas cidades mais violentas do Brasil e mundo afora em tempos de paz. Não foi a primeira vez que um crime como esse aconteceu na Califórnia.

Em novembro do ano passado, por exemplo, diversas lojas da rede Nordstrom foram invadidas por multidões de saqueadores, deixando centenas de milhares de dólares em danos e mercadorias roubadas.

A proposição 47, aprovada em 2014, pretende diminuir a superlotação carcerária e foi reforçada durante a pandemia de coronavírus, para evitar maior circulação de presos e de vírus nas cadeias. A resolução liberou cerca de 30 mil presos até 2021.

Em meio ao caos, diretores de grandes lojas pediram apoio ao Congresso americano em dezembro de 2021. “Os principais varejistas estão preocupados com o crescente impacto que o crime organizado do varejo está tendo nas comunidades que orgulhosamente atendemos”, dizia a carta, enviada pela Associação de Líderes da Indústria de Varejo aos congressistas.

De acordo com o professor de Relações Internacionais e diretor do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais (CEIRI), Marcelo Suano, os “estados democratas estão apresentando uma forma de organizar a sociedade em que as instituições são fragilizadas e flexibilizadas, e a consequência disso é a violência”, alertando para o fato de que países de esquerda da América Latina, como Argentina, Chile e Colômbia, estão seguindo o mesmo caminho.

Desinvestimento na polícia em estados e cidades democratas 

Antes de chegar a essa situação, líderes de grandes empresas, mobilizados pela ideologia “woke”, de “lacração”, levantaram bandeiras pelo desinvestimento na polícia. “Muitos líderes corporativos aderiram à onda e passaram grandes cheques para organizações que ainda continuam a defender a retirada de recursos da polícia. Eles não pensaram em nada além de não serem rotulados de racistas”, disse Sean Pritchard, presidente da Associação de Oficiais de Polícia de San Jose.

Após a morte de George Floyd, em 2020, protestos no mundo inteiro pediram a diminuição do poder e do efetivo da polícia. Por isso, deputados e senadores democratas apresentaram, duas semanas depois do crime, um projeto de reforma da polícia dos Estados Unidos. Em seguida, cidades democratas, em sua maioria, diminuíram o orçamento destinado à polícia.

Rapidamente, o Conselho Municipal de Minneapolis, no estado de Minnesota, aprovou o desinvestimento na segurança da cidade. Na época, o comunicado do órgão foi o seguinte: “Nós não sabemos como seria um futuro sem polícia, mas a nossa comunidade sabe”.

Com o corte de verbas para a polícia, em menos de um ano a taxa de homicídios em Minneapolis subiu 30%, segundo um estudo feito pela Arnold Ventures, uma entidade sem fins lucrativos. Foram quase 1270 mortes a mais, em um período em que outros crimes caíram naturalmente por causa da pandemia, como o furto a residência e os delitos relacionados a drogas.

O democrata Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova York, também cedeu à pressão dos movimentos sociais e anunciou que parte dos cerca de seis bilhões de dólares destinados ao policiamento da cidade seria revertida para projetos sociais. Como consequência, as taxas de homicídio aumentaram 9,2% nos últimos dois anos, segundo o Departamento de Polícia de Nova York. Os furtos tiveram um aumento superior a 50% por ano desde 2020.

De acordo com o Instituto Hoover, depois do desinvestimento na polícia, a taxa de homicídios na Califórnia aumentou 31%. Especificamente em Los Angeles e São Francisco, o salto foi de 40% e 35%, respectivamente. E, de acordo com a Associação Comercial da Califórnia, a capital, Sacramento, Los Angeles e São Francisco estão entre as dez cidades americanas que mais registram furtos.

A busca por fazer as empresas serem bem aceitas pelos ativistas “woke” também custou caro para os lojistas. Grandes redes de varejo, como Target e Walgreens fecharam algumas unidades na Califórnia e diminuíram o horário de funcionamento de outras um ano após essas mobilizações. No total, as mudanças mexeram com quase 700 lojas das duas marcas no estado. A Walgreens justificou as alterações apontando que a quantidade de furtos nos estabelecimentos da empresa subiu 52% de 2020 para 2021, uma perda de 65 milhões de dólares (330 milhões de reais).

Em entrevista à filiada da ABC News em São Francisco, um dos seguranças de uma loja da Walgreens explicou que os funcionários acabavam não se envolvendo nas situações de furto porque não tinham poder de polícia e a rede temia processos judiciais caso funcionários ou clientes saíssem feridos.

Em artigo publicado pelo periódico americano City Journal, Michael Lucci, pesquisador do Cicero Institute, trata desse modelo de enfraquecimento da polícia e de outras instituições no governo do democrata Gavin Newsom.

“Newsom quer que os americanos acreditem que ele descobriu a solução na Califórnia e que o novo modelo americano de liberdade é progressista”, destaca o pesquisador. Ele ressalta que esse formato de gestão levou 11.500 californianos a migrarem para o estado republicano da Flórida, segundo dados do Imposto de Renda americano.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/cenas-de-terceiro-mundo-democratas-enfraquecem-policia-da-california-e-geram-saques-e-arrastoes/

Auxílio de R$ 600, renda mínima, Bolsa Família: o que candidatos propõem para os pobres

| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um dos pontos comuns aos quatro candidatos à Presidência com mais intenção de voto na pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (29) é a reformulação dos programas de transferência de renda. O atual, o Auxílio Brasil, que em novembro de 2021 substituiu o Bolsa Família, está concedendo temporariamente R$ 600 por mês neste segundo semestre.

O valor pode ser permanente. Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Simone Tebet (MDB) falam em fixá-lo em R$ 600 de janeiro em diante. E Ciro Gomes (PDT) fala em um programa de renda mínima de R$ 1 mil.

Veja, a seguir, as principais propostas sobre transferência de renda:

Ciro Gomes (PDT)

Uma das propostas do plano de governo de Ciro Gomes é implantar um programa de renda mínima “universal”, que englobaria os pagamentos feitos pelo Auxílio Brasil, o seguro-desemprego e a aposentadoria rural.

Um dos mecanismos para financiar o programa, citado por Ciro durante entrevista ao “Jornal Nacional” na terça (24), seria a taxação de grandes fortunas. O candidato estima, nas propostas encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o estabelecimento de uma alíquota de 0,5% sobre patrimônios acima de R$ 20 milhões alcançaria em torno de 60 mil contribuintes e geraria uma receita de aproximadamente R$ 60 bilhões ao ano.

O candidato afirma que a implantação do programa de renda mínima, associado aos de geração de emprego e renda, será decisiva para combater a fome e a miséria. Ele afirmou, em declarações na campanha, que se for eleito seu governo vai transferir mensalmente R$ 1 mil para as famílias que tiverem renda mensal de até R$ 417.

Jair Bolsonaro (PL)

Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro estabeleceu em sua proposta de governo um compromisso prioritário: a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a partir de janeiro de 2023.

Segundo o documento, o programa representa uma importante evolução, uma vez que, além de apresentar uma ampliação de escopo, tem como pilar o estímulo à emancipação socioeconômica dos cidadãos e de suas famílias, de forma estruturante, incentivando-os para que atinjam uma situação de autonomia.

“O objetivo é colocar as famílias em uma rota produtiva, estimulando a formalização e o empreendedorismo, com vistas à empregabilidade e à emancipação cidadã”, diz o plano.

Para tornar permanente o valor de R$ 600, que por ora é válido só até dezembro de 2022, Bolsonaro disse que será necessário aprovar uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC). Apesar de não mencionar qual seria o conteúdo da proposta, integrantes da equipe econômica destacam que é possível colocar o valor de R$ 600 dentro do teto de gastos, caso haja revisão de despesas. Segundo o ministro Ciro Nogueira, as medidas serão discutidas após a eventual vitória de Bolsonaro nas eleições de outubro.

Lula (PT)

O ex-presidente Lula propõe, em seu plano de governo, um Bolsa Família renovado e ampliado. Criado em 2004, no primeiro mandato do petista, o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil no fim de 2021.

“[O Bolsa Família] precisa ser implantado com urgência para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população”, diz o plano de governo de Lula. O valor do benefício será mantido em R$ 600, afirmou o ex-presidente em live com o deputado federal André Janones (Avante-MG) no dia 13.

A intenção do petista é elaborar um programa que recupere as principais características do Bolsa Família, orientado por princípios de cobertura crescente no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania.

Em entrevista a correspondentes internacionais, no dia 22, Lula prometeu repactuar algumas condicionantes para que o benefício seja concedido. “As condicionantes serão preferencialmente para as mulheres, as crianças vão ter de estar na escola e vão ter de tomar vacina, a mulher gestante vai ter de fazer o exame.”

O ex-presidente afirmou que, em um eventual novo governo, o benefício vai ficar no nome da mulher – atualmente, essa condição é preferencial. Segundo ele, outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida, também seriam recriados.

Simone Tebet (MDB)

Simone Tebet afirma que o Brasil tem o maior programa de transferência de renda do mundo e que ele não pode ser usado como moeda de troca eleitoral. Ela assume, em seu plano de governo, um programa de transferência de renda permanente, focado nas famílias mais necessitadas, com cuidados que induzam melhoria das condições de vida, como frequência na escola, saúde preventiva e vacinação em dia.

Paralelamente, também prevê instituir benefício de renda mínima para eliminar a pobreza extrema, levando em conta a composição familiar e a insuficiência de renda. Uma das estratégias que Tebet pretende adotar para melhorar a focalização dos programas sociais é o fortalecimento do Cadastro Único.

A candidata propõe ampliar os valores que definem as linhas de miséria e pobreza, aumentando assim a base de pessoas que podem ser atendidas por programas de transferência de renda. Segundo ela, não dá para caracterizar, como situação de miséria, apenas quem tem renda de até R$ 100 mensais. Tebet aponta que mais pessoas têm de ser consideradas miseráveis, para recebimento desses valores e dessa transferência de renda permanente.

Ela também propõe manter um piso de R$ 600 dentro dos mecanismos de transferência de renda, mas fala em criar um novo programa, resgatando condicionantes que existiam no extinto Bolsa Família.

Metodologia da pesquisa citada

O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 26 e 28 de agosto de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-08934/2022.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/transferencia-de-renda-candidatos-propostas/

Tom paternalista de Lula e de outros candidatos de esquerda desagrada evangélicos

A campanha de Lula tenta reduzir a resistência dos evangélicos, mas a forma é questionável.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada em 18 de agosto, mostrou que, em 20 dias, Jair Bolsonaro ampliou significativamente sua vantagem entre os eleitores evangélicos. O candidato do PL passou de 43% para 49%, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva oscilou de 33% para 32% (veja abaixo a metodologia da pesquisa). A tendência é confirmada por outros levantamentos, e repete o que houve nas eleições de 2018: o candidato petista, Fernando Haddad, foi amplamente superado por Jair Bolsonaro entre os eleitores que se identificam como evangélicos. Lula, que aparece à frente na maior parte das pesquisas, sabe que o eleitorado evangélico é um dos públicos menos favoráveis à sua plataforma de governo. Agora, a campanha petista tenta reduzir a resistência deste grupo ao candidato. Mas a forma é questionável.

A equipe de Lula mobilizou pastores aliados e influenciadores para desmentir “boatos” e reduzir sua rejeição entre os membros das igrejas evangélicas. O tom condescendente adotado pela comunicação petista revela a crença de que os evangélicos (e, de forma geral, os cristãos mais conservadores) são mal-informados e intolerantes. Some-se a isso o uso de alegorias descabidas (figurões petistas chegaram a divulgar uma arte com os dizeres “Bolsonaro usa Deus; Deus usa Lula”) e o resultado não é dos mais convincentes.

Além disso, o próprio Lula tem um histórico problemático no campo da religião. Ao mesmo tempo em que afirma defender a liberdade religiosa, o petista demonstra solidariedade a regimes que perseguem igrejas cristãs. O caso mais recente é o da Nicarágua, onde o ditador socialista Daniel Ortega tem fechado organizações católicas e chegou a prender um bispo.

Pior: por mais de uma vez, Lula se comparou a Jesus Cristo — uma metáfora que ele usa sem critério, e que repetiu, em março deste ano, ao falar da Petrobras: “Eu fico imaginando Jesus Cristo carregando aquela cruz. Quando você pergunta para o povo o que fazer com ele: ‘Manda crucificar’. Qual foi o mal que ele tinha feito? Ele defendia que as pessoas fossem tratadas com decência e com dignidade. E crucificaram. O que fizeram com a Petrobras foi isso.”

Recentemente, em um comício na capital paulista, o petista também apresentou sua versão particular de cristianismo, que aparentemente prescinde de sacerdotes: “Quando quero conversar com Deus, eu não preciso de padres ou de pastores. Eu posso me trancar no quarto e conversar com Deus quantas horas eu quiser sem precisar pedir favor a ninguém”, disse ele.

Visão distorcida

Para Thiago Vieira, professor de Direito e presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, a associação entre cristianismo e intolerância é descabida. “Quem construiu o conceito de tolerância foram os cristãos. É uma ideia do Cristianismo. Quem trouxe essa expressão à tona foi John Locke com a Carta Sobre a Tolerância, na qual ele afirma que tolerar é não interferir nos valores e na religião dos outros”, explica.

Vieira também afirma que o discurso do PT e outros grupos de esquerda é inadequada em um estado laico, já que a intenção parece convencer os evangélicos de que a doutrina adotada por eles em alguns temas, como o aborto e o homossexualismo, é inadequada. “Essa aproximação do Lula na verdade não é uma aproximação, é uma interferência na separação entre igreja e Estado. É uma ofensa ao estado laico”, afirma.

Na avaliação de Vieira, boa parte da esquerda parece desconhecer os elementos básicos da crença religiosa, que não podem ser desvinculados daquilo que dizem os livros sagrados e, no caso dos católicos, a tradição formada ao longo dos séculos.

Professor de Ciência Política na Universidade Mackenzie, Rodrigo Prando tem dúvidas quanto ao sucesso da estratégia petista. “Lula é politicamente habilidoso e isso conta muito; todavia, as pautas do PT e dos evangélicos se afastam em muitos pontos por questões de valores. A aproximação é mais complicada neste momento, embora não impossível”, diz ele.

Nem sempre foi assim. Em 2006 e 2010, em especial (e em menor escala em 2002 e 2014), os candidatos presidenciais do PT obtiveram apoio de grandes lideranças evangélicas (incluindo, em momentos diferentes, figuras como Edir Macedo, Silas Malafaia, Marco Feliciano, Eduardo Cunha e Manoel Ferreira, então presidente da principal convenção das Assembleias de Deus). Mas, de lá para cá, com o avanço da pauta progressistas em temas como o movimento LGBT, a divisão ficou mais clara.

Prando afirma que a ascensão de Bolsonaro (no lugar das figuras mais ao centro lançadas pelo PSDB à Presidência) acelerou o afastamento entre os evangélicos e o PT: “O Presidente Bolsonaro, por exemplo, em 2018 apresentou-se como um candidato antissistema e, além disso, com uma proposta de governo assentada em, de um lado, o liberalismo e, do outro, pautas conservadoras nos costumes. O PT não teve essa comunicação tão efetiva com os setores evangélicos como teve Bolsonaro”, afirma.

Outros candidatos

Justiça seja feita, a guinada circunstancial para tentar obter o voto dos cristãos, católicos e evangélicos, não foi feita apenas por Lula.

Agora no PSB depois de ter feito sua carreira política em meio à esquerda radical no PSOL, Marcelo Freixo (que disputa o governo do Rio) iniciou a campanha visitando a Igreja da Penha, na capital fluminense. Lá, ele se deixou ser fotografado enquanto rezava, com os olhos fechados e as mãos unidas. Em 2018, a comunista Manuela D’Ávila e o petista Fernando Haddad, companheiros na chapa à Presidência, participaram de uma missa na capital paulista em celebração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida. Passada a eleição, nunca mais a dupla foi vista em um templo cristão.

Disputando a presidência nestas eleições, Ciro Gomes (PDT), que nunca demonstrou uma predileção especial pelo cristianismo, tenta trilhar o mesmo caminho de Lula. Já no ano passado, quando se preparava para a candidatura presidencial, ele gravou um vídeo em que tece elogios às raízes cristãs do Brasil. Com a Bíblia em uma das mãos e a Constituição na outra, o ex-governador do Ceará afirma que os livros “não são conflitantes”. Ciro afirma que “O Brasil se formou no berço do cristianismo”, é “uma realidade histórica, com consequências sempre atuais”.

Para Thiago Vieira, boa parte da esquerda adota uma postura dúbia quanto aos valores caros aos cristãos. Ao mesmo tempo em que reconhecem a liberdade de culto e até elogiam alguns valores universais propostos pela religião cristã (como a solidariedade), não admitem que doutrinas tradicionais (como a visão de que o homossexualismo é reprovável) sejam ditas publicamente. Vieira afirma que, na prática, isso equivale a negar o direito pleno ao exercício da religião: “Interferir nos valores morais é necessariamente interferir no culto e na relação com a divindade”.

* Metodologia da pesquisa Datafolha: o Datafolha entrevistou 5.744 eleitores entre os dias 16 e 18 de agosto em 281 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-09404/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/tom-paternalista-lula-candidatos-esquerda-desagrada-evangelicos/

Lula é cobrado por corrupção e Bolsonaro pela postura com mulheres em debate

Seis candidatos à presidência da República participaram do primeiro debate na TV aberta.| Foto: Renato Pizzutto/divulgação Band

No primeiro debate entre os candidatos à Presidência, veiculado na noite deste domingo (29) pela TV Bandeirantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi várias vezes criticado pelos escândalos de corrupção durante seu governo. O petista foi chamado de “ex-presidiário” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que lembrou da dívida bilionária que deixou na Petrobras e da caixa de propinas que abastecia o PT – outros candidatos, como Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União) também abordaram o tema com ênfase.

Já Bolsonaro foi cobrado pela postura com as mulheres, especialmente depois de dizer à jornalista Vera Magalhães, uma das que fez perguntas, que ela “é uma vergonha para o jornalismo” – ela havia perguntado a Ciro Gomes se a “desinformação” sobre a vacina contra a Covid prejudicou a vacinação contra outras doenças. Para Bolsonaro, ela tomou partido no debate com “acusações mentirosas”.

Simone Tebet perguntou a Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres” e Ciro Gomes (PDT) disse que o presidente não respeita nem trata com delicadeza a questão feminina. Soraya Thronicke (União) disse que fica extremamente incomodada “quando homens são tchutchucas com outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo tigrão”. “Aí eu fico brava. Lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas”, disse, referindo-se às palavras de Bolsonaro contra Vera Magalhães. Ante as críticas, Bolsonaro destacou que foi o presidente que mais sancionou leis para defender as mulheres.

O debate também teve discussões sobre economia, fome e combate à Covid. Lula buscou defender suas gestões, destacando redução da dívida, inflação na meta e geração de empregos. Bolsonaro, por sua vez, buscou apresentar números de melhora mais recentes, justificando desempenho mais fraco em razão da política de lockdown na pandemia. O presidente destacou que irá manter o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil se reeleito, e que terá recursos para isso sem comprometer a responsabilidade fiscal. Lula prometeu a retomada do crescimento, dizendo que fará um novo governo melhor que os anteriores.

No momento em que dialogaram, Lula e Ciro Gomes trocaram farpas. Questionados sobre uma eventual união no segundo turno da disputa, reagrupando a esquerda, o petista pediu que o pedetista “não vá para Paris” – uma referência ao segundo turno de 2018, quando Ciro viajou para a França sem declarar apoio a Fernando Haddad (PT). “Espero que fique aqui no Brasil, que a gente sente para conversar e possa construir a verdadeira aliança política que ele sabe que vai ser construída”, afirmou. “Lula é esse encantador de serpentes, vai na emoção das pessoas, cativa, e quer sempre trazer a coisa para o lado pessoal, não é pessoal”, respondeu Ciro. Depois, disse que Lula “se deixou corromper”, unindo-se a Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Geddel Vieira Lima (MDB-BA), todos investigados na Lava Jato.

Bolsonaro confronta Lula sobre corrupção na Petrobras e fala sobre STF

No primeiro bloco do debate Bolsonaro confrontou Lula com números da corrupção em seu governo – dívida de R$ 900 bilhões na Petrobras e declarações do ex-ministro Antonio Palocci de que mantinha uma conta corrente de propina para o PT de R$ 300 milhões. “O senhor quer voltar ao poder, para quê? Fazer a mesma coisa na Petrobras?” perguntou Bolsonaro. Lula respondeu que Bolsonaro falava “inverdades” e citou leis contra a corrupção aprovadas em seu governo. “Não teve nenhum presidente na República que fez mais investigação para apurar corrupção que nós fizemos.”

Na réplica, Bolsonaro disse que o governo de Lula foi o “mais corrupto da história do Brasil”. Na tréplica, Lula afirmou que foi em sua gestão “que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou, com capitalização de R$ 70 bilhões”. Depois, passou a enaltecer conquistas de seu governo na inclusão social, geração de emprego, aumento no salário mínimo e investimentos em educação e proteção do meio ambiente.

Antes do embate entre os dois, a senadora Simone Tebet (MDB) criticou o clima de “radicalização” e “desarmonia” entre os poderes promovido, segundo ela, por Bolsonaro, que “ameaça a democracia, os valores democráticos a todo momento”. Ela respondia a uma pergunta da produção do programa sobre o que fazer para reduzir a tensão. “[Bolsonaro] Não respeita a imprensa livre, não respeita a independência do STF, do Poder Judiciário e do Poder Legislativo. Precisamos trocar o presidente da República. Sem paz, não vamos unir o Brasil. Sem união, o Brasil não vai voltar a crescer”, afirmou a candidata.

Na sua vez de responder, Bolsonaro disse que assumiu a Presidência escolhendo ministros por “critérios técnicos, sem ingerência política”. “Isso causou um desconforto por parte de alguns políticos e por parte de alguns partidos, como o MDB, por exemplo. Então abalei a harmonia onde todos eram amiguinhos e obviamente davam uma banana para o povo brasileiro”, disse.

Depois, sem citar o nome do ministro Alexandre de Moraes, criticou sua decisão de determinar busca e apreensão contra oito empresários por causa de uma conversa de WhatsApp – um deles disse que preferia um golpe a um governo do PT. “A ingerência, o ativismo se fazem presente hoje no Brasil.  Um ministro agora há pouco interferiu, mandando investigar, fazendo busca e apreensão, entre outras barbaridades, sobre um grupo de empresários […] Não tenho problemas com poder nenhum. Alguns ministros querem interferir no Executivo”, disse Bolsonaro.

Presidenciáveis discutem sobre mulheres, pandemia e economia

No terceiro bloco, ao perguntar Bolsonaro por que ele teria “tanta raiva das mulheres”, Simone Tebet disse que ele defendeu um “assassino de mulheres no Senado”, votou contra a ampliação de direitos trabalhistas para domésticas, ameaça jornalistas e comete misoginia. Bolsonaro respondeu que ela o acusava “sem prova nenhuma” e que foi o presidente que “mais sancionou leis defendendo mulheres”. Depois disse que a primeira-dama Michelle Bolsonaro nunca foi cumprimentada por Tebet pelo trabalho voluntário que realiza.

Em seguida, acusou Tebet de não se solidarizar com médicas que foram humilhadas na CPI da Covid. “Duas mulheres foram à CPI da Covid. Dra. Nise e Mayra. Foram maltratadas, foram esculhambadas, humilhadas. Onde estava vossa excelência? Escondidinha, apoiando Renan Calheiros, Omar Aziz, não foi defender mulheres lá”, afirmou.

Tebet respondeu que ligou para a senadora Leila (PSB-DF), que estava na sessão: “ela foi lá e defendeu a dra. Nise”. Finalizou dizendo que seu governo “será de amor, de cuidados verdadeiros”.

Mais à frente, Bolsonaro questionou Ciro sobre o que achava de suas políticas para concessão de empréstimos com juros baixos para mulheres. O candidato do PDT disse que Bolsonaro “aparentemente não percebe, ou não dá valor, ou não respeita, com a devida delicadeza, com a devida profundidade, que todos nós devemos, essa grave questão feminina”, fazendo referência ao tratamento verbal de Bolsonaro às mulheres. “Você disse certa feita, para chocar todos nós, que nasceram seus três filhos e que aí nasceu uma filhinha porque teve uma fraquejada. Isto é o que faz com que as pessoas desconsiderem suas políticas”, afirmou.

Lula elogiou Simone Tebet pela atuação na CPI da Covid e perguntou se houve corrupção no governo federal no combate à pandemia. “O que explica o sigilo de 100 anos para o ministro da Saúde que agiu de forma totalmente irresponsável no trato da Covid? O que explica o presidente brincar com uma doença que matou 682 mil pessoas e ele não foi capaz de derramar uma única lágrima?”, disse o petista.

A senadora respondeu: “eu vi, houve corrupção, tentativas de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí, Covaxin é o contrato mais escabroso que vi. Tentaram pagar 45 milhões de dólares, para serem pagos num paraíso fiscal, para uma vacina que não tinha comprovação científica sem nenhum critério. Quando denunciamos a tentativa de levar vantagem de um dólar por vacina, eu fui processada no STF por um ministro do atual presidente. Mas a corrupção não começou nesse governo, começou em governos passados. Esse governo tem esquemas de corrupção como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência”, respondeu a candidata do MDB.

Bolsonaro obteve direito de resposta sobre a acusação de corrupção na compra das vacinas. “Está de brincadeira a nobre senadora. Tentou corromper? Cadê a corrupção, a nota, o contrato assinado? Não tem nada”, disse o presidente. Na mesma resposta, alfinetou Lula, citando uma declaração na qual o petista disse “ainda bem que a natureza criou o coronavírus”. “Quem moral tu tem para falar de mim, ô ex-presidiário? Nenhuma moral.”

Questionado por uma jornalista se escolheria mulheres para a metade de seu ministério, caso eleito, Lula disse que não poderia assumir esse compromisso. “Não sou de me comprometer a indicar religioso, a indicar negro, a indicar mulher, homem. Você vai indicar que tem essa capacidade para assumir determinados cargos”, disse. Ao responder a mesma pergunta, Simone Tebet disse que vai cumprir a paridade. “Eu já o fiz. A primeira coisa que fiz ao lançar minha candidatura foi dizer que meu ministério vai ser paritário entre homens e mulheres sim. Basta haver competência e experiência administrativa. Temos condições de colocar 50%. E mais: temos condição de colocar negros. Mas não terá ninguém envolvido em escândalos de corrupção”, respondeu.

Antes, Lula foi questionado por Soraya Thronicke sobre o que faria para aumentar o poder de compra. O ex-presidente lembrou dados econômicos de seu governo, com redução da dívida pública para 39% do PIB, da inflação para a meta e da geração de empregos. “Volto com o único compromisso, e possivelmente eu seja a única pessoa a dizer isso, que não posso voltar e fazer menos que fiz. Quero voltar para ver se esse país volta a gerar emprego”, disse, acrescentando que quer aprovar uma reforma tributária. Soraya respondeu que o PT é um “partido corrupto confesso” e que os economistas dele “são todos mofados”.

Ciro Gomes aproveitou a pergunta a Felipe D’Ávila para anunciar sua proposta de refinanciar a dívida de 66 milhões de pessoas com nome no SPC e de mais 6 milhões de empresas endividadas. “Refinanciar dívidas é relativamente simples. Um grande leilão, todos os crediaristas, os credores que derem o maior desconto, eu tenho conseguido no Ceará 90% de desconto, traz a dívida média sua de R$ 1.400, refinanciar em muitas prestações, com juros moderados”, descreveu.

Auxílio Brasil, vacinas e união da esquerda

O segundo bloco do debate foi dedicado a perguntas de jornalistas sobre Auxílio Brasil, vacinas, dificuldade de união da esquerda e religião. Bolsonaro foi questionado sobre a fonte de recursos para a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 no próximo ano sem o perigo de se estourar a lei do teto de gastos. “Vamos manter esse valor a partir do ano que vem, dentro da responsabilidade fiscal”, afirmou, destacando o aumento do lucro nas estatais, de cerca de R$ 200 bilhões neste ano, “na contramão de outros anos”, em referência às gestões passadas. Afirmou ainda que conseguiu ampliar o valor por conta da revisão no pagamento dos precatórios e reduzir o ICMS sobre os combustíveis.

Lula rebateu dizendo que manutenção do valor de R$ 600 não está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso recentemente. Bolsonaro disse que vai negociar a questão na lei orçamentária de 2023.

Perguntado sobre a redução da cobertura vacinal do Brasil nos últimos anos, Ciro Gomes respondeu que tem a meta de alcançar 100% como fez no Ceará, e que quer “reconciliar o Brasil”.

Na pergunta seguinte, Ciro foi questionado se apoiaria Lula no segundo turno ou como atrairia o apoio do petista em uma eventual disputa com Jair Bolsonaro. “A razão de meu distanciamento é que infelizmente o Lula se deixou corromper mesmo”, disse.

Lula elogiou a participação de Ciro em parte de seu governo, entre 2003 e 2006, e que pretende conversar com ele se a disputa for para o segundo turno. “Mesmo assim, Ciro, nós ainda vamos conversar, e você vai pedir desculpa, porque você sabe que está dizendo inverdades a meu respeito”, respondeu o petista.

Ciro debate com Bolsonaro sobre fome

Ciro Gomes (PDT) questionou Bolsonaro sobre a fome no Brasil. Após falar de crianças subnutridas e mães preocupadas, indagou ao presidente: “o senhor não teme que isso seja interpretado como conivência com isso?”. Bolsonaro começou dizendo que a inflação “é uma das menores do mundo” e que o governo está “colaborando na geração de empregos”.

“Pode ter certeza que no mês que vem devemos ter essa taxa [de desemprego] chegando a 8%. O nosso PIB está crescendo. Nós fizemos milagre durante a pandemia. Lamentamos as mortes, mas investimos para que empregos não fossem destruídos, com os programas Pronamp e Bem. Atendemos os mais necessitados”, disse Bolsonaro. Depois citou dados do Ipea que mostra redução da extrema pobreza no Brasil e aumento no mundo, e também mencionou o aumento do valor do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

Questionado por Lula sobre sua proposta para a questão ambiental, Felipe D’Ávila (Novo) defendeu que “o Brasil seja a primeira nação carbono zero entre as grandes potências”. “O Brasil tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvore em terra degradada. Nós temos 50 milhões de hectares terras degradadas, dá para plantar árvore em 3 milhões, isso vai gerar renda para as pessoas mais pobres”, disse o candidato do novo.

Soraya Thronicke (União) foi indagada por Simone Tebet sobre o que pretende fazer para resolver o problema da educação. Respondeu que sua primeira proposta é isentar do imposto de renda todos os professores, que custaria R$ 10 bilhões por ano. Disse que vai investir na criação de “metodologias autodidáticas”.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/como-foi-o-inicio-do-primeiro-debate-na-tv-entre-os-candidatos-a-presidencia/

Quem venceu o debate na Band?

Debates eleitorais como o da Band são resquício do tempo em que as disputas políticas se baseavam no debate saudável de ideias. Se é que esse tempo existiu.| Foto: Reprodução/ YouTube

Ontem (28), os candidatos à Presidência participaram de um debate realizado por um grupo de veículos de imprensa, doravante chamado de “debate na Band”. Criou-se alguma expectativa em torno desse debate porque ele colocaria frente a frente, pela primeira vez, o presidente Jair Bolsonaro e Lula. Só de pensar isso, na minha cabeça já começa a tocar a música-tema de Rocky.

Para quem acredita numa democracia elevada, a frustração é certa. Porque debate eleitoral, no Brasil, é aquela coisa toda engessada. Coisa de tecnocrata que se acha capaz de controlar o discurso. Trinta segundos para a pergunta, um minuto para a resposta, outro tanto para réplica. O pressuposto disso é o de que um debate “cientificamente organizado” ajuda a esclarecer o eleitor. É um pressuposto errado.

Primeiro porque num domingo, às 21 horas, o eleitor está interessado em qualquer outra coisa, menos num debate eleitoral. Ele está de cabeça cheia porque o seu time perdeu na rodada do Brasileirão. Ou está com a cara cheia porque o time perdeu ou ele, eleitor, se excedeu no churrasco. Ou está angustiado com o fim do descanso e o início de uma semana complicada, e não quer ficar assistindo a um bando de gente dizendo como ele deve viver sua vida ou em que teorias econômicas deve acreditar.

Se debates fossem realmente importantes para a democracia e seu filho problemático, o processo eleitoral, eles seriam realizados com mais frequência e exibidos às 16h do domingo, no lugar do futebol. Aliás, seriam realizados num estádio de futebol lotado. Se debates fossem realmente importantes e minimamente relevantes, teriam a participação de pessoas que dispensariam as regras tolamente rígidas.

O pressuposto de que um debate ajuda a esclarecer o eleitor também é errado porque, apesar de toda a propaganda do TSE e das autoridades eleitorais, uma eleição não é um confronto saudável de ideias. Longe disso. Depois de décadas de distorções de todo tipo, dá para dizer sem medo de errar que o processo eleitoral se transformou numa disputa de lealdades. Não tem mais nada a ver com projetos ou visões de mundo.

Não importa o que o candidato fale ou deixe de falar nas entrevistas, no horário eleitoral gratuito ou nos debates. Poucos são os eleitores capazes de mudar radicamente de voto por conta do que é ou não dito pelo candidato que eles acreditam ser não só o melhor, mas principalmente a única saída para o país. Ninguém está disposto a se deixar convencer do contrário.

Sim, chegamos a este ponto. Se é que alguma fez não estivemos nele. Tendemos a romantizar os debates como se eles fossem representações de algum ideal grego. Como se o estúdio frio da emissora de TV fosse a ágora e aqueles homens de terno e gravata fossem filósofos discutindo ideias avançadas não só de administração da cidade-estado, mas também da melhor forma de se viver e alcançar a felicidade. Mas, se um dia os debates buscaram refletir esse ideal de democracia, esse projeto caiu por terra com o surgimento das redes sociais. Que nada mais são do que um debate interminável e sem vencedores. E não há nada de mau nisso. Tecnologias novas surgem e as formas de nos comunicarmos muda também.

(Logo mais, à tarde, comentarei em vídeo os pormenores do debate na Band. Que, na minha opinião, foi “vencido” por Jair Bolsonaro).

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/quem-venceu-o-debate-na-band/

Chile dá exemplo de que se abster de votar é abrir mão do poder

Imagem ilustrativa.| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo/Gazeta do Povo

Dentro de 34 dias nós vamos ser chamados às urnas. E ainda não sei se a gente vai ter mesmo que deixar o celular na mesa do mesário. Vamos ouvir os juristas pra saber se essa não é mais uma arbitrariedade, mais uma imposição ilegal. Mas, de qualquer maneira, quero lembrar do que vai acontecer no Chile agora, no próximo sábado: um plebiscito, em que o voto é obrigatório, sobre se a população aceita ou não a constituição que foi feita por uma Assembleia Nacional Constituinte eleita em uma eleição em que o voto não era obrigatório e que teve praticamente metade de abstenção. Pouca gente votou, mas foram representados pelos poucos que votaram. Abriram mão do direito e, agora, estão fazendo manifestações de protesto contra a nova constituição, que acaba com o Senado, que impõe todas as teses marxistas, desde aborto, inventam um tribunal só para índios, uma série de questões que o povo chileno não aceitou porque seria um retrocesso aos progressos que a economia chilena, com plena capacidade da inciativa privada e desestatização, floresceu, virou uma economia moderna. O Chile se tornou um país parecido com um país de primeiro mundo e, agora, isso está sendo derrubado violentamente pela estrutura da nova constituição. Todos os institutos de pesquisa do Chile estão indicando que a relação da negativa a essa nova constituição é de 5 para 1, ou seja, 80% não querem essa nova constituição. Será que precisariam passar por isso se todos tivessem ido votar? Estou contando isso para vocês pensarem na hora do voto. Voto em branco não conta, anular o voto não é voto válido e se abster não é nem covardia, é abrir mão do poder e do direito de depois reclamar se algo der errado.

Reintegração de posse no Paraná

Queria falar, também, sobre uma decisão do ministro Barroso. O MTST, o movimento dos sem-teto, que é um movimento urbano, invadiu um terreno particular em Curitiba e o dono do terreno entrou na Justiça com uma ordem de reintegração. O MTST foi ao Supremo para anular essa decisão da Justiça favorável ao dono do terreno, alegando que uma decisão do Supremo, uma liminar do ministro Fachin, diz que durante a pandemia, ninguém pode desalojar ninguém. Só que eles começaram a invasão no dia 22 de junho agora, neste ano. Não tem nada a ver com a pandemia. O ministro Barroso não caiu nessa e não deferiu o pleito do MTST.

Recorde de arrecadação

E para terminar, uma comprovação de uma teoria econômica que mostra que quanto maior o imposto, menos o pagador se sente com vontade de pagar, e quanto menor o imposto e com mais resultados, mais sobe a arrecadação. Mais uma vez, a arrecadação federal foi recorde, uma alta de 7,5%, R$ 202,6 bilhões em julho. O governo federal baixou a alíquota de muitos impostos e, ao mesmo tempo, está apresentando resultados.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/chile-da-exemplo-de-que-se-abster-de-votar-e-abrir-mao-do-poder/

Vera Magalhães não esperava por uma “lição” em TV aberta (veja o vídeo)

Foto Reprodução/Internet

A jornalista Vera Magalhães fez uma provocação quando perguntou para o Ciro Gomes sobre vacinas, responsabilizou o governo Bolsonaro pela queda de vacinações de outras doenças como sarampo ou hepatite.

Bolsonaro respondeu com bom-humor:  

“Vera, acho que você dorme pensando em mim.”

https://youtu.be/AtAyBlO0Ti0

Aliás, a seleção da bancada de jornalistas foi feita a dedo, todas que já tiveram problemas pessoais com Bolsonaro: Monica Bergamo, Thaís Oyama, Patrícia Campos Melo e, claro, a irascível Vera Magalhaes. (dica: procurem no Google Patrícia Campos Melo e Hans River).

Simone Tebet foi bem agressiva acusando Bolsonaro de misoginia. Ele perguntou onde estava a senadora quando a médica Nise Yamagushi foi humilhada na CPI da Covid.

Realmente, a senadora tinha uma só missão, atacar Bolsonaro. 

Para encerrar o debate, Bolsonaro se despediu chamando Lula de “ex-presidiário” (pela segunda vez) e enquadrando o petista por apoiar  ditadores da Nicarágua, Venezuela e os presidentes da Argentina, Chile, Colômbia que estão desmontando a estrutura de segurança e as Forças Armadas nos seus respectivos países.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/41767/vera-magalhaes-nao-esperava-por-uma-equotlicaoequot-em-tv-aberta-veja-o-video

AO VIVO: Bolsonaro desmoraliza Lula no primeiro debate dos presidenciáveis (veja o vídeo)

A noite do domingo (28) marcou o encontro entre o Presidente Bolsonaro e o ex-presidiário, Lula.

O debate ficou marcado pelo “todos contra um”, afinal, todos os candidatos pareciam orquestrados para atacar o atual mandatário do governo federal.

Por outro lado, na primeira oportunidade que Bolsonaro teve em fazer uma pergunta, a mesma foi feita para Lula. E o tema não poderia ser outro: corrupção.

Lula ficou encurralado e tangenciou o assunto, nitidamente desmoralizado por ter sido condenado por corrupção.

Veja o vídeo:

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/41764/ao-vivo-bolsonaro-desmoraliza-lula-no-primeiro-debate-dos-presidenciaveis-veja-o-video

Bolsonaro diz que roubo petista na Petrobras faria 60 vezes a transposição do São Francisco

Presidente começou o debate apontando corrupção na era Lula

Presidente Jair Bolsonaro durante o debate na Band, esta noite – Foto: reprodução da TV.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, iniciou sua participação no debate da Band, na noite deste domingo, lembrando os anos de corrupção dos governo do seu principal adversário, Lula (PT).

Bolsonaro aproveitou a pergunta que foi solicitado a fazer ao ex-presidente para lembrar que seu governo endividou a Petrobras em mais de R$900 bilhões.

De acordo com o presidente, esse endividamento, “produto da corrupção e dos desmandos do governo Lula na Petrobras”, seria suficiente para realizar 60 vezes a transposição do rio São Francisco.

Em sua pergunta, Bolsonaro questionou Lula sobre o que ele pretende, tentando voltar ao poder, ou seja, promovendo corrupção e desmandos como os que mencionou na Petrobras.

Lula demonstrou nervosismo e respondeu duvidando dos números citados pelo presidente, além de listar leis de combate aprovadas pelo Congresso Nacional durante seus governos.

O debate começou com os candidatos Luiz Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Tronicke (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) prometendo devolver ao País a capacidade de investimento e de resolver seus problemas sociais.

A Band realiza debates desde a redemocratização no Brasil, há quatro décadas. Desta vez, o debate é mediado pelos jornalistas Eduardo Oinegue e Adriana Araújo.

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/bolsonaro-diz-que-roubo-petista-na-petrobras-faria-60-vezes-a-transposicao-do-sao-francisco

Operação contra empresários já era aguardada

Augusto Aras, procurador-geral da República – Foto: MPF.

Era aguardada nos meios jurídicos há meses a operação que teve como alvos oito importantes empresários brasileiros. Fontes do governo estão convencidas de que o suposto objetivo seria atingir os apoiadores de Jair Bolsonaro e até o procurador-geral Augusto Aras, cuja atuação tem irritado setores de oposição. Aras seria uma das pessoas do grupo de whatsapp sob “monitoramento”. Se foi isso mesmo, Aras frustrou as expectativas porque apenas trocou mensagens sobre assuntos triviais.

Deu errado

O procurador-geral tratou, em suas mensagens, de temas como dicas de livros, vinhos etc, ainda assim ocasionalmente.

Protestos gerais

A operação tem sido objeto de protestos de entidades empresariais e seccionais independentes da OAB, cuja direção nacional se omitiu.

Pedala, OAB

O presidente da OAB-RS, Leonardo Lamachia, cobrou da OAB nacional coerência com a “Carta” em defesa da democracia.

Aula do ministro

O ministro aposentado Marco Aurélio achou a operação “um atentado à liberdade de expressão” e ensinou que não há crime de “cogitação”.

Comemoração de eleitores de Jair Bolsonaro em Maceió. Foto: Edilson Omena/Tribuna Independente

Moraes quase muda a Independência do Brasil

A decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, de proibir campanha dos 200 anos de independência do Brasil, por considerar o verde e amarelo como cores de uma ideologia política e não da Nação, trazia junto a sugestão de fazer a comemoração do 7 de Setembro só em novembro. O ministro voltou atrás, mas lembrou muito governadores e prefeitos que mudaram datas festivas na pandemia.

Alguém deu conselho

Moraes foi arrebatado pelo bom senso e recuou nessa polêmica, autorizando as comemorações do bicentenário no dia correto.

Olha a confusão

Comemorar a independência em novembro poderia conflitar com a Proclamação da República. Ou com o hexa que virá no Catar.

Precedentes há

Durante a pandemia, governadores e prefeitos resolveram trocar o carnaval e até desfiles de escolas de samba de fevereiro para abril.

Saudade ao contrário

Chamar o agronegócio de “fascista e direitista” não pegou bem para o petista Lula. Mas nas manchetes teve o mesmo destino de “fábrica de veados”, “bater em mulher”, “grelo duro”, “STF acovardado” etc., etc.

Diferente

Presidente do PSD, Gilberto Kassab garantiu à revista IstoÉ que seu partido não vai integrar o governo, independente do resultado da disputa pelo Planalto. Ele diz que não há “essa cobiça por cargos”. Anrã.

Economia de volta

Estudo do FMI assinado pelo diretor Ilan Goldfajn, que foi presidente do Banco Central de Michel Temer, aponta que economias latinas, incluindo o Brasil, estão de volta ao nível pré-pandemia. A exceção é o México.

Levantadora

A jornalista Ana Paula Henkel, que fez sucesso no vôlei e hoje bomba na TV, ironizou a apresentadora do JN Renata Vasconcelos, chamando-a de “levantadora” com suas perguntas de tiete para Lula.

Novo normal

O cientista político Paulo Kramer observa que a imprensa tradicional estava habituada a ditar sua versão sem vozes dissonantes. “Cartas pela democracia e bolsonarismo representam a pluralidade de ideias com a qual o Brasil não estava familiarizado a lidar”, diz ele.

Hora de investir

Levantamento da Provu, fintech que atua com crédito pessoal e meios de pagamento, revelou que 40,2% dos empréstimos solicitados no DF em julho tinham como justificativa abrir um negócio ou investir nele.

Não é piada

Além de coordenador de campanha de Lula (PT), Randolfe Rodrigues (Rede) é também presidente da “comissão curadora do Senado” para preparar as celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil.

Problema de 25 anos

Bolsonaro quer priorizar a Transnordestina. Se concluir, será um feito: as obras da ferrovia idealizada em 1997, no primeiro governo FHC, estavam paradas já havia três anos antes de serem retomadas no atual governo.

Pergunta na História

Se a disputa PT x PSDB acabava em cerveja, como admitiu Lula, o que acontecia no escondidinho dos tempos de sindicalista?

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/operacao-contra-empresarios-ja-era-aguardada

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