Candidato próprio ou apoio a outro nome? A posição de cada partido na eleição presidencial

O Brasil tem 32 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Destes, 12 apresentaram pré-candidatos a presidente da República, como o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Outros formalizaram apoio a algumas das candidaturas já colocadas, como o PSB, que indicou o vice de Lula, e o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que será parte da coligação de Bolsonaro.

Confira a seguir o posicionamento dos partidos para a eleição presidencial. A relação contempla os partidos que lançaram pré-candidatos, os que apoiarão representantes de outros partidos, os que declararam neutralidade e os que ainda não se decidiram.

As siglas que lançaram candidaturas ao Palácio do Planalto

Os partidos dos três primeiros colocados nas pesquisas divulgadas recentemente pelos institutos PoderData e FSB já confirmaram seus candidatos para o Palácio do Planalto. Lula foi referendado pelo PT no dia 21, Bolsonaro teve seu nome apresentado à reeleição pelo PL no dia 24 e Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro candidato à Presidência confirmado em convenção partidária realizada no dia 20.

Maior partido do Brasil em número de filiados, o MDB confirmou a candidatura de Simone Tebet nesta quarta-feira (27). Quatro dias antes, quem lançou seu candidato foi o Avante, cujo nome na eleição presidencial será o de André Janones.

Os demais partidos que apresentaram nomes para a eleição presidencial são o União Brasil, com Luciano Bivar; o Novo, com Felipe D’Ávila; a Democracia Cristã, com José Maria Eymael; o Pros, com Pablo Marçal; o PCB, com Sofia Manzano; o PSTU, com Vera Lúcia; e a Unidade Popular, com Leonardo Péricles.

Os partidos que estão ao lado de Bolsonaro

Três partidos já anunciaram apoio à candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição. São siglas que atualmente fazem parte da base aliada do presidente no Congresso Nacional.

Os apoiadores são o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR); o Republicanos, dos ex-ministros Tarcísio Gomes de Freitas e Damares Alves; e o PTB, do ex-deputado Roberto Jefferson (RJ) e do deputado federal Daniel Silveira (RJ), pré-candidato ao Senado.

Juntos, os três partidos somam 103 deputados federais e nove senadores. O PL de Bolsonaro tem ainda 77 deputados federais, sendo a maior bancada da Câmara, e oito senadores.

O PRTB, partido da deputada estadual Janaína Paschoal (SP), também deve apoiar Bolsonaro, mas ainda não formalizou seu posicionamento.

As legendas que estão com Lula

Na mão oposta, seis partidos anunciaram apoio ao ex-presidente Lula: PSB, PCdoB, PV, Psol, Solidariedade e Rede. É do PSB o vice da chapa do petista, o ex-governador Geraldo Alckmin.

Destes partidos, apenas PSB e Solidariedade não compõem uma federação com outras agremiações. As federações foram instituídas neste ano para permitir a continuidade da existência de partidos de menor porte, e determinam que as legendas devem agir em conjunto enquanto estiverem vigentes. PT, PCdoB e PV fazem uma federação e Rede e Psol formam outra.

PT e PSB são os únicos partidos do grupo pró-Lula com mais representatividade nacional, tendo nomes na Câmara, no Senado e também governadores de estado. Os partidos estiveram coligados na eleição presidencial de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) foi eleita pela primeira vez, mas vivem um histórico constante de aproximações e confrontos – em 2014, por exemplo, a então candidata do PSB Marina Silva desagradou ao PT ao anunciar apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno da disputa presidencial.

O pequeno PCO, sigla de extrema-esquerda, também apoiará Lula, mas de modo informal. O partido não fará parte da coligação do petista.

Quem vai se coligar com Tebet

Representantes da outra federação partidária atualmente formalizada, PSDB e Cidadania indicaram apoio à candidatura de Simone Tebet, o nome do MDB na disputa presidencial. O PSDB é cotado para indicar o vice da presidenciável.

O nome para o posto, porém, permanece uma incógnita. O senador Tasso Jereissati (CE) era o nome mais considerado para o posto, mas, na última terça-feira (26), ele deixou no ar a possibilidade de aceitar a indicação.

“Fui um dos primeiros a manifestar meu entusiasmo pela candidatura da Simone. Acho uma candidatura preparadíssima, e ela é capaz de unir o Brasil. No entanto, a definição da vice depende de uma série de conversas e entendimentos internos de sentido político e eleitoral, em que o propósito final será encontrar aquilo que seja o melhor para a candidatura. Qualquer que seja a decisão, estarei do lado dela”, destacou o texto.VEJA TAMBÉM:

Os partidos que optaram pela neutralidade, e os que ainda estão indefinidos

O PSD e o Agir 36 (novo nome do antigo PTC) anunciaram que estarão neutros na disputa presidencial. Os dois partidos mantêm candidaturas próprias e apoio a outros candidatos em diferentes estados.

Apesar de semelhantes na postura para a eleição, ambas as legendas são bem diferentes entre si. O Agir 36 não tem nenhum deputado federal ou senador, tampouco prefeito de capital ou governador de estado. Já o PSD é um dos principais partidos do Brasil. Considerou lançar nome próprio para o Palácio do Planalto – como o senador Rodrigo Pacheco (MG) e o ex-governador Eduardo Leite (RS) – e também foi cotado para estar na chapa dos principais presidenciáveis.

O PSD também adota postura variada nos estados. Em alguns, como Paraná e São Paulo, o partido está próximo de candidatos locais simpáticos ao governo Bolsonaro. Já em outros, como Rio de Janeiro e Bahia, integra coligações encabeçadas por forças oposicionistas no plano federal.

Aliados na última disputa presidencial, PSC e Podemos não definiram como agirão na corrida ao Palácio do Planalto deste ano. O Podemos realiza sua convenção nacional no dia 31. O partido filiou no ano passado o ex-ministro Sergio Moro, com a expectativa de que ele fosse candidato ao Palácio do Planalto. O ex-juiz, porém, deixou a agremiação e foi para o União Brasil, pelo qual deve ser candidato ao Senado pelo Paraná.

A reportagem não conseguiu contato com os partidos PMN e Patriota, e não obteve retorno do PMB.

Metodologia das pesquisas citadas

O levantamento do PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores em 309 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 17 e 19 de julho de 2022. As entrevistas foram feitas por telefone. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07122/2022.

O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, 2 mil eleitores entre os dias 22 e 24 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-05938/2022.

Fonte: Gazeta do Povo

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