Não acontece toda hora – muito pelo contrário – e por isso mesmo chama atenção quando acontece: o Brasil e os brasileiros acabam de ganhar uma entre as muitas batalhas que perdem para a máquina estatal e a todo-poderosa federação de interesses que tira proveito dela. Enfim, após anos e anos de batalha, enfrentando contestação enfurecida, o bombardeio de sindicatos, procuradores, juízes, ministros e políticos, e os mais agressivos atos de sabotagem, o governo conseguiu aprovar a privatização da Eletrobras – um dinossauro que, como outros, atenta contra o interesse público, serve à corrupção e ao empreguismo, e retarda a produção e a distribuição de energia no país.
Como ocorreu na lei do saneamento, que abriu para a iniciativa privada o investimento num setor em que o Estado não fazia nada e não deixava que ninguém fizesse, a privatização da Eletrobras vai influir de forma decisiva na evolução da economia brasileira. É, como no caso do saneamento, uma libertação.
A partir de agora, com a entrada efetiva de capitais privados na área de energia, o Brasil ganha algo de que estava desesperadamente necessitado, e que a pátria das empresas estatais impedia: investimentos em volume mais adequado às imensas necessidades do setor. O Estado não tem a capacidade de fazer isso; quanto mais arrecada em impostos, mais gasta com a sua própria máquina e menos tem para investir em projetos de interesse público. Ajuda a prosperidade das castas que sugam o Tesouro Nacional. É um desastre para a prosperidade do Brasil.
As gangues que guerrearam sem trégua contra a privatização da Eletrobras, que será feita com a emissão para os investidores de novas ações na companhia, fizeram tudo o que era possível para sabotar o processo. Desta vez, porém, tiveram pela frente uma das mais competentes, decididas e persistentes equipes de privatização jamais montadas num governo brasileiro.
Resistiram até o último instante, com guerrilha legal, chicanas políticas e o resto do seu repertório, ao impecável trabalho técnico feito no caso pelo governo. No fim, perderam por 7 a 1 no Tribunal de Contas da União – um fenômeno, realmente, pois em geral esse é o placar que o governo obtém contra as suas causas nas altas instâncias do poder Judiciário em Brasília.
O maior inimigo do povo brasileiro, sobretudo depois da Constituição de 1988, é o Estado e a multidão de parasitas que vivem e enriquecem às suas custas. Desta vez eles perderam, como no caso do saneamento, mas estão muito longe de largar o osso.
Basta ver a presente campanha eleitoral, em que um dos candidatos apresenta a reestatização do que foi privatizado, e a criação de novas empresas estatais, como uma das joias do seu projeto de governo. O Brasil Velho está mais vivo do que nunca. Acha que o que tem é pouco. Quer muito mais.
Fonte: Gazeta do Povo
Bolsonaro chama Musk de “mito da liberdade” e diz que compra do Twitter é sopro de esperança
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou nesta sexta-feira (19) a visita do bilionário Elon Musk ao Brasil e afirmou que o empresário é o “mito da liberdade”. As declarações ocorreram durante discurso de abertura do encontro, com a presença de ministros e empresários, no hotel Fasano Boa Vista, em Porto Feliz, no interior paulista. Durante o encontro, Musk foi condecorado pelo presidente Jair Bolsonaro com uma medalha de honra ao mérito.
“Cada vez mais a tecnologia se faz presente para nos ajudar. O mais importante da presença dele (Musk) é algo que é imaterial. Hoje em dia poderíamos chamá-lo de mito da liberdade. Tem aquilo que nos fará falta para qualquer coisa que por ventura possamos pensar para o futuro. Um exemplo que ele nos deu há poucos dias, quando se anunciou a compra do Twitter, para nós foi como um sopro de esperança. O mundo todo passa por pessoas que têm vontade de devolver essa liberdade. A liberdade é a semente para o futuro. Então a presença dele (Musk) aqui, todos sabem da sua importância e do que ele representa para o mundo”, afirmou Bolsonaro. Musk negocia para se tornar dono do Twitter. No momento a compra foi temporariamente suspensa.
“Podia estar preocupado com ele mesmo, mas não. Veio ao nosso país, como tem andado pelo mundo, demonstrando o que ele pretende deixar para todos nós. Só sua passagem já nos marcará para sempre, em especial a mim. A tecnologia, a ciência e o estudo faz com que a vida se torne melhor para todos. A questão da Amazônia para nós é muito importante”, declarou o presidente.
O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira (20). A aeronave do empresário, dono de uma fortuna avaliada em US$ 210 bilhões, pousou por volta das 9 horas em um aeroporto privado do município de São Roque, no interior de São Paulo.
Também pelo Twitter, Musk publicou uma mensagem na manhã de hoje afirmando que estava animado por estar no país. “Super animado por estar no Brasil para o lançamento do Starlink para 19.000 escolas desconectadas em áreas rurais e monitoramento ambiental da Amazônia”, declarou o empresário na rede social.
Segundo o ministro das Comunicações Fábio Faria, Musk e Bolsonaro devem falar sobre projetos para conectar as escolas rurais do país com banda larga e também de sistemas de monitoramento da Amazônia. “Vamos falar sobre os marcos regulatórios, regulação na Amazônia e conectividade nas escolas. A meta do MCom é conectar 100% das escolas até o final do ano e fazer com que a tecnologia ajude na preservação da Amazônia”, publicou Faria em suas redes sociais na quinta-feira (19). Em novembro do ano passado, Faria já havia se reunido com o bilionário nos Estados Unidos.
O encontro entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk tornou-se o assunto mais comentado do Twitter Brasil nesta sexta-feira (20). A hashtag #BolsoMusk tem mais de 52 mil menções na rede social. A reunião entre o chefe do executivo e o empresário é comemorado entre apoiadores do presidente, que realizam uma campanha para o compartilhamento do assunto nas redes sociais.
Errata: Durante a cobertura do encontro, a Gazeta do Povo teve acesso inicialmente a um vídeo de baixa qualidade do discurso de presidente da República, feito durante a abertura da reunião, na qual Bolsonaro afirmava que Musk era o “ministro da liberdade”. Na realidade, ao confirmar a gravação em um áudio de melhor qualidade, foi constatado que Bolsonaro se referiu ao empresário como “mito da liberdade”. Pelo erro pedimos desculpas.
Fonte: Gazeta do Povo
Senador paga o valor do Auxílio Brasil por uma picanha
O senador Giordano (MDB-SP) pagou R$ 990 por um almoço na churrascaria Rodeio, em São Paulo, dia 8 de março. Só a picanha para duas pessoas custou R$ 385 – quase um Auxílio Brasil. O Senado descontou a gorjeta – R$ 129 – e reembolsou o senador em R$ 860. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) ofereceu um banquete para oito pessoas no Paraíso, em Resende (RJ), no valor de R$ 1.264 – pouco mais que o salário mínimo. O reembolso ficou em R$ 1.149. Foi um almoço com a sua equipe e políticos do município. O contribuinte bancou tudo, é claro.
A gastança dos senadores envolve também o aluguel de carrões importados. A senadora Eliana Nogueira (PP-PI), que herdou o mandato do senador Ciro Nogueira, seu filho, agora ministro chefe da Casa Civil, parou de torrar dinheiro em combustível para avião. Está agora alugando uma Toyota Hilux por R$ 15 mil ao mês – valor bem acima da média da locação desses veículos. Telmário Motta (PROS-RR) está alugando uma Nissan/Frontier e uma Mitsubishi/Triton por R$ 12 mil cada uma.
Retornando à gastronomia, o senador Giordano, que assumiu o mandato com a morte do titular, Major Olímpio (PSL-SP), retornou à churrascaria Rodeio no dia 21 de março e pagou R$ 242 por uma picanha para uma pessoa, numa despesa total de R$ 934 – R$ 812 descontando a gorjeta. Até abril, ele já gastou R$ 31 mil com refeições. As 40 maiores despesas têm o valor médio de R$ 400 – exatamente o auxílio que mantém por um mês uma família de brasileiros miseráveis.
O senador Giordano (MDB-SP) pagou o valor do Auxílio Brasil por uma picanha. Foto: Senado Federal
Portinho gastou mais R$ 741 no restaurante Piscius, no Leblon, num “jantar com equipe” após palestras no Rio Innovation Week. Kátia Abreu (PP-TO) gastou R$ 728 num almoço na churrascaria Portal do Sul, em Palmas, sem detalhar a despesa.VEJA TAMBÉM:
Senador revela despesas misteriosas
Telmário Motta está agora alugando os seus carrões numa empresa, a MR Empreendimentos, em Boa Vista. O Senado passou a divulgar as notas fiscais das despesas dos senadores em maio de 2019. Daquela data a junho de 2021, Motta alugava uma Triton L200 de Daura de Oliveira Paiva, pelo valor mensal de R$ 18 mil. O blog questionava por que o senador fazia a locação com uma pessoa física, em valor muito acima do mercado. Ele nunca respondeu o motivo.
Antes da transparência chegar, Motta fazia pagamentos mensais de até R$ 20 mil a pessoas físicas como Marines Feitosa e Francisco Almeida, sem informar a natureza do serviço. Em março de 2018, chegou a fazer dois pagamentos no valor total de R$ 28 mil a Almeida. Naquela época, o blog questionava quais serviços eram prestados pelos dois. O senador nada respondia.
Mecias de Jesus (Republicanos-RR) vem alugando uma Trailblazer por R$ 10,5 mil ao mês. Lucas Barreto (PSD-AP), aluga uma Triton por R$ 8,5 mil. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) paga R$ 8 mil pelo aluguel de uma Hilux. Carlos Fávaro (PSD-MT) aluga uma caminhonete Amarok, com valores que variam de R$ 8,5 mil a R$ 13,6 mil por mês. Ângelo Coronel (PSD-BA) alugou uma Amarok por R$ 9,9 mil em janeiro e março.
Jaques Wagner (PT-BA) alugou logo uma frota de veículos: uma caminhonete Toro, um Compass Jeep e um Toyota/Corolla – tudo por R$ 13 mil. O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) torra o dinheiro do contribuinte de outra maneira. Em março e abril, gastou R$ 56 mil com combustível para aviação. O Senado abastece o tanque da aeronave de Gurgacz, em Ji-Paraná, onde tem residência, e em Porto Velho.VEJA TAMBÉM:
Gasto de “natureza política”, diz Giordano
O senador Giordano foi questionado se não seria exagero pagar por uma refeição quase um Auxílio Brasil. A assessoria do senador respondeu que, “em relação à indagação realizada, o gabinete parlamentar lhes esclarece, no que se refere aos ressarcimentos de alimentação, que todos os pedidos são feitos em respeito às normas legais, estando restritos a compromissos de natureza política de representação parlamentar, nos moldes do regramento estabelecido pelo Senado Federal, razão pela qual os referidos ressarcimentos são deferidos pela casa legislativa, estando todos eles estritamente atrelados ao desempenho do mandato parlamentar.”
A assessoria do senador Jaques Wagner afirmou que a locação de veículos “está dentro dos parâmetros regulamentados para o adequado exercício do mandato parlamentar, portanto, não tem nada de atípica. Os veículos locados atendem o escritório do senador em deslocamentos da equipe em agendas em todo o estado da Bahia”. Os demais senadores não responderam aos questionamentos do Blog.
Fonte: Gazeta do Povo
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