O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (12), durante live nas redes sociais, que as Forças Armadas não vão interferir nas eleições.
A declaração foi uma resposta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, que mais cedo criticou as tentativas de se desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.
“Eu não sei de onde ele [Edson Fachin] está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral. Deixo claro que, em 2018, por ocasião das eleições, 56 mil militares participaram da segurança. E, em 2020, 32 mil militares. Deixo claro que as Forças Armadas não estão se metendo nas eleições. Elas foram convidadas por uma portaria do então presidente Barroso.
Pelo amor de Deus! A transparência das eleições, eleições limpas, transparente, é questão de segurança nacional”, afirmou.
As Forças Armadas compõem, desde o ano passado, a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), criada pelo próprio TSE, envolvendo diferentes órgãos. O objetivo é dar ainda mais transparência ao processo eleitoral. Militares fizeram uma série de sugestões à Corte, sendo que algumas foram acatadas e outras não foram incorporadas pela área técnica do tribunal.
As despesas de Lula em agendas políticas e viagem ao exterior pagas pela Presidência
Os ex-presidentes da República gastaram R$ 547 mil com viagens até abril deste ano – tudo pago pela Presidência da República. Quem mais torrou o dinheiro público com passagens e diárias para seguranças e assessores foi Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – um total de R$ 220 mil. Só a visita ao México custou R$ 96 mil. No Brasil, em fase de pré-campanha eleitoral, Lula viajou para agendas políticas acompanhado por servidores pagos com verbas públicas. Sua equipe de apoio recebeu 175 diárias nas viagens nacionais e internacionais neste ano.
Lula esteve na Cidade do México, no início de março, para visitar o presidente Andrés Lopez Obrador. Na Câmara dos Deputados, afirmou que “a luta contra a desigualdade é um caminho sem volta, que, além do México, está sendo trilhado também pela Argentina, o Peru, o Chile, a Bolívia e Honduras, com seus governos progressistas”, disse, referindo-se à retomada do poder pela esquerda na América Latina. Quatro seguranças e assessores fizeram sete deslocamentos para o México em janeiro, fevereiro e março, recebendo 35 diárias num total de R$ 59 mil.
No país, no final de março, sete integrantes da equipe de segurança e apoio acompanharam o ex-presidente ao Rio de Janeiro e Salvador. Lula falou no Encontro Internacional Democracia e Igualdade, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No dia 31, prestigiou o lançamento da pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo do estado, numa coligação com MDB e PSD. As 50 diárias dos servidores custaram R$ 13 mil; as passagens, mais 26 mil.
Em 28 de abril, o pré-candidato a presidente da República deu sequência à aproximação com o centro e selou o acordo com o Partido Socialista Brasileiro (PSB), tendo como pré-candidato a vice um histórico adversário, o ex-tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. O evento foi em Brasília. O deslocamento da equipe da seis seguranças e assessores custou R$ 28 mil, sendo R$ 23 mim com passagens – tudo pago pelos cofres públicos.
No evento, Lula rebateu as críticas pela aliança fechada com um tradicional adversário. “De vez em quando, Alckmin, alguém fala: ‘Ah! Mas o Lula e o Alckmin já divergiram. Por que eles agora estão juntos?’ Por que isso chama-se política. Isso chama-se maturidade. Isso chama-se compromisso com o povo brasileiro”.VEJA TAMBÉM:
“Comer é um ato político”
Em 12 de abril, Lula já havia estado em Brasília para prestigiar o Acampamento Terra Livre, organizado por comunidades indígenas. A despesa com a equipe de apoio chegou por 20 mil, sendo R$ 16 mil com passagens. O deslocamento da equipe de seguranças e assessores a Londrina (PR), em 19 de março, para o encontro com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no assentamento Eli Vive, ficou por R$ 17 mil.
No evento, Lula citou Paulo Freire ao falar sobre a fome: “A fome é uma doença que não dói aos olhos de quem não a sente. E a fome é mais grave porque a gente tem capacidade de produzir alimento para todos os seres humanos”. A ativista Bela Gil completou: “A comida é uma ferramenta muito poderosa de transformação. Comer é um ato político”.
A Lei 7.474/1986 estabelece que os ex-presidentes da República têm direito a quatro seguranças e dois veículos com motoristas. Posteriormente, foram acrescentados mais dois assessores à equipe de apoio. Lula manteve os seus assessores e seguranças, incluindo motoristas, mesmo enquanto permaneceu preso em Curitiba.
O então deputado Jair Bolsonaro (PSL) apresentou um projeto de lei em março de 2018 para acabar de vez com essa mordomia. Não haveria mais seguranças, assessores, carros, cartões corporativos. Após tomar posse como presidente, nunca mais tocou no assunto.
Os serviços também não são suspensos durante período de campanha eleitoral. Em 2018, a ex-presidente Dilma Roussef levou servidores pagos pela Presidência da República para Minas Gerais durante a sua campanha ao Senado. Eles receberam 350 diárias num total de R$ 84 mil, como mostrou reportagem publicada no blog.VEJA TAMBÉM:
E ainda tem os salários da equipe de apoio
Outro aspecto a ser destacado é que as equipes de apoio dos ex-presidente também recebem salário da Presidência da República. Nos três primeiros meses do ano, essa despesa já chegou a R$ 1 milhão. A maior equipe é a de Dilma Rousseff, com custo de R$ 201 mil. Depois vem a de Sarney, com R$ R$ 180 mil. A equipe de Lula está custando R$ 146 mil. Os penduricalhos como combustível, aluguel de veículos, seguros, telefonias, taxas, somaram R$ 66 mil. Cada um conta com carro blindado para uso pessoal avaliados em R$ 108 mil cada um. Ou seja, é tudo por conta do contribuinte.
O total de despesas dos seis ex-presidentes até março, segundo dados da Presidência, foi de R$ 1,48 milhão. Nesse período, as diárias e passagens de assessores somaram R$ 393 mil. Mas é possível apurar os gastos de abril na página do Portal da Transparência que traz o detalhamento das despesas. Assim, nos quatro primeiros meses do ano, os gastos com viagens chegam a R$ 547 mil.
A segunda maior despesa, até abril, foi do ex-presidente Fernando Collor (PROS) – R$ 138 mil. Mas ele só viajou pelo país. Os deslocamentos para São Paulo custaram R$ 92 mil. Para Maceió, capital do estado que representa como senador, as viagens somaram apenas R$ 20 mil. Além dos cinco assessores pagos pela Presidência, ele conta com mais 56 assessores no Senado. No ano passado, esses assessores parlamentares custaram R$ 5,5 milhões ao contribuinte.VEJA TAMBÉM:
Dubai, Nova York, Santiago
O ex-presidente Michel Temer (MDB) gastou um total de 90 mil com viagens até abril. De 22 a 28 de março, viajou para Dubai, nos Emirados Àrabes, para participar da 4ª Edição Global Business Fórum da América Latina. Foi acompanhado por dois servidores da Presidência, que receberam 12 diárias no valor de R$ 18,6 mil. A despesa total fechou em R$ 32 mil.
Em seguida, programou para abril a sua participação, como palestrante, na Reunião Anual de Investidores da Siguler Fuff & Company, em Nova York. A despesa total seria de R$ 48 mil, sendo R$ 37 mil com passagens.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) já torrou muito dinheiro em viagens para o exterior. Mas reduziu as despesas neste ano. Foram R$ 68 mil em viagens nacionais e internacionais. Esteve em Santiago do Chile para a posse do presidente Gabriel Boric. Pelas redes sociais, ela saudou o novo presidente: “É a maior vitória do povo chileno desde a deposição de Allende. Todo esse movimento traz esperança não apenas ao Chile, mas aos povos do continente que lutam contra o neoliberalismo e o fascismo”. A despesa com a sua equipe de apoio chegou a R$ 33 mil, sendo R$ 27,5 mil apenas com as passagens.
O ex-presidente José Sarney (MDB) gastou R$ 28 mil com seis deslocamentos de assessores, sendo cinco deles para São Luís. As passagens custaram R$ 19 mil. No total, foram 42 diárias. Com problemas de saúde, o presidente Fernando Henrique Cardoso não fez viagens com assessores neste ano.
Quem vai pagar pelas escolas fechadas na pandemia
A cada dia que passa, e a cada exame que se faz da situação com um grau mínimo de seriedade, vêm à luz do sol os efeitos ruinosos da mais secreta de todas as tragédias sociais que este país já teve em sua história moderna: o fechamento, por quase dois anos seguidos, das escolas, sobretudo as voltadas ao ensino público.
Poucos desvarios terão um preço tão alto para o Brasil quanto este crime legal, praticado por governadores e por prefeitos nos tempos da Covid – com a licença, o incentivo e a benção do Supremo Tribunal Federal.
Roubou-se das crianças brasileiras, para toda a vida, dois anos de aprendizado, e esse roubo não pode ser ressarcido; não há seguro para tal tipo de perda. As vítimas sofrerão por causa disso, no seu dia-a-dia prático, até o fim das suas vidas.
Ficou combinado na mídia, na vida política e nas classes intelectuais que não se fala dessa tragédia – o que permite, naturalmente, que os responsáveis por ela não se sintam incomodados com o desastre que criaram.
Ao contrário: quando tocam hoje no assunto, para denunciar “o descalabro da educação no governo Bolsonaro”, falam como se não tivessem nada a ver com a catástrofe que está aí. É a hipocrisia levada aos seus extremos.
A esquerda, mais que ninguém, esteve no comando do fechamento das escolas. Foi a grande fornecedora da ideologia que sustentou essa calamidade, e agiu assim unicamente porque o presidente da República estava do outro lado. Agora, com a casa no chão, vem fazer de conta que esta preocupada com o problema.
A esquerda, que não fala em outra coisa a não ser na eliminação da pobreza no Brasil – prometida, mais uma vez, para o próximo governo Lula –, agiu, como de costume, a favor da perpetuação das suas causas. É absolutamente simples: ignorância é miséria.
Quando se leva em conta que o começo, o meio e o fim do problema social do Brasil estão no baixo nível da educação pública, que priva a população pobre da única saída real para a pobreza – a aquisição de conhecimento – fica evidente o tamanho da agressão social contra os pobres que foi feita com o fechamento das escolas.
Os pobres não saem da pobreza com “políticas sociais”. Só têm alguma chance de melhorar de vida quando adquirem conhecimentos que lhes deem a oportunidade de subir no mercado de trabalho. Perder dois anos de escola foi o que se podia fazer de mais eficaz para reduzir essas oportunidades e detonar o futuro dos que mais estão precisando delas.
Adversários ferozes da volta às aulas, na ânsia de ficar ao lado dos professores-sindicalistas-grevistas e contra o “genocídio” do governo, dizem hoje que lutaram pela “volta segura” às salas de aula. É mentira. Lutaram, na vida real, para manter as escolas fechadas pelo período de tempo mais longo possível, porque achavam que isso era fazer oposição – quanto mais tarde as aulas voltassem, tanto maior seria o prejuízo político do governo.
Na verdade, os fechadores de classes ficam piores com a proximidade das eleições. Prometem agora, e como sempre, “mais investimentos para a educação” – seu candidato, aliás, diz que vai acabar com a obrigação de respeitar o teto de gastos públicos para “investir” em escolas que, até outro dia, seu partido exigia que estivessem fechadas. A tragédia continua do mesmo tamanho, com viés de piora.
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