A madrugada desta segunda-feira (18) foi de terror em Guarapuava, na região central do Paraná. Em um ação do novo cangaço, cerca de 30 bandidos fortemente armados tentaram assaltar uma empresa de transporte de valores. Na ação, que começou perto da meia-noite e avançou pela madrugada, o grupo tentou acuar a Polícia Militar (PM), que reagiu e pediu reforço ao Exército. Moradores também foram feitos de reféns em um escudo humano para que os bandidos não fossem alvejados.
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Houve dezenas de tiros e explosões, acessos fechados, confrontos, reféns, além de dois policiais militares e um morador feridos. Informações que circulam pelas redes sociais apontam ainda que unidades de saúde da cidade teriam sido fechadas pelos criminosos.
Para prejudicar o trabalho da polícia, o bando armado queimou veículos em rodovias e em frente ao Batalhão da PM, onde também foram disparados tiros para impedir a saída dos policiais enquanto outra parte do grupo agia na empresa de transporte de valores. Os criminosos também fecharam os acessos a Guarapuava.
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Dois policiais ficaram feridos na ação. Um levou um tiro na cabeça e, apesar de estar estável, está intubado na UTI. O outro teve uma fratura exposta por causa de um tiro, mas não corre risco de morte. Já um morador foi alvejado no braço e também não corre risco de morte.
Para conter os criminosos, o comando da PM em Guarapuava acionou o Exército. Soldados do 26º Grupo de Artilharia de Campanha (26º GAC), que fica na cidade, deram apoio à Polícia Militar. Um blindado das Forças Armadas chegou a circular pelas ruas de Guarapuava na tentativa de conter o grupo de assaltantes. “As providências adotadas seguiram o protocolo de segurança da Organização Militar, destinado a preservar a integridade física de patrimônio e pessoal”, afirma nota da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada do 26° GAC.
Por volta das 6h os marginais haviam fugido do Paraná. Um grande contingente está fazendo buscas pelos criminosos. A PM enviou a Guarapuava equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque, das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) e do Setor de Inteligência (P2). Entre as equipes do Bope estão o Comando de Operações Especiais (COE), grupo de elite da Polícia Militar, e o Esquadrão Antibombas. Três helicópteros da PM também participam das buscas.
Além de explosivos, a polícia encontrou armas e veículos blindados abandonados nas cercanias do ataque. O Esquadrão Antibombas está recolhendo todo esse material. Entre as armas encontradas havia um fuzil abandonado nos galhos de uma árvore próxima da empresa de transportes de valores.
Fuzil abandonado em árvore por ladrões que tentaram assaltar empresa de valores em Guarapuava.| Eduardo Andrade / RPC
Além de um efetivo de 200 policiais militares, agentes das polícias Civil, Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) também estão no caso. As forças de segurança vão compartilhar informações das buscas dos criminosos e da investigação. O comando do Exército também está reunido na manhã desta segunda para debater sobre a ocorrência. O comandante da PM, coronel Hudson Leoncio Teixeira, foi a Guarapuava onde dá entrevista coletiva às 10h.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, postou no Twitter que tanto a PF quanto a PRF enviaram reforços a Guarapuava para ajudar na operação. “Estamos em coordenação com o governo local para prover todo o apoio necessário”, postou o ministro.
Torres também postou que o governo federal enviou ao Congresso em 25 de março proposta de alteração da Lei de Organizações Criminosas, de número 12.850/2013. Pela proposta da União, nesse tipo de crime a pena subiria de 8 para 20 anos de reclusão, segundo o ministro. “Proposta essencial para coibir crimes absurdos como esse em Guarapuava. Conto com o apoio do parlamento para aprovarmos”, reforçou o ministro da Justiça.
Novo cangaço no Paraná
A ocorrência em Guarapuava ocorre pouco mais de cinco meses após ação bem-sucedida da PM de interceptar outro grupo que pretendia roubar dois bancos em Três Barras do Paraná, no Sudoeste.
O grupo também fortemente armado com fuzis e explosivos tentaria roubar duas agências bancárias da cidade ao mesmo tempo, mas estava sendo monitorado pela Inteligência da PM. Tanto que a abordagem foi feita por policiais do Comando de Operações Especiais (COE), equipe de elite da corporação, com apoio do Batalhão de Fronteira.
O grupo foi monitorado cinco meses pela Inteligência da PM. Na ação, foi surpreendida pelo COE, que atacou os criminosos com snipers – os atiradores de elite posicionados em prédios.
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