Os produtores brasileiros de álcool de milho, que iniciaram sua atividade há pouco tempo, também reagiram com estupefação à decisão do governo brasileiro de zerar as alíquotas de importação do álcool de milho produzido nos Estados Unidos.
Para a União Nacional do Etanol de Milho (Unem) “a medida poderá gerar efeitos adversos e indesejados num momento de instabilidade do mercado, tais como a insegurança jurídica, aumento de custo para indústria nacional, inibição da geração de emprego e o processo de desinvestimento.”
Esses produtores também estão convencidos de que a medida proposta pelo governo vá funcionar e defendem a desoneração e o estímulo à produção nacional “como ferramentas de aumento de oferta e consequente diminuição de preços ao consumidor.”
A Unem defende, em sua nota, “a valorização e o estímulo à produção de combustíveis provenientes de matriz energética limpa e renovável, que agrega valor à produção primária, gera empregos no campo e nas indústrias e arrecadação de impostos”, neste período de grande valorização das commodities no mercado mundial e aumento de preços dos combustíveis fósseis.
“A Unem reconhece os esforços do governo federal para a contenção da inflação dos preços dos combustíveis, mas defende o diálogo com todos os agentes da cadeia produtiva para encontrar soluções efetivas não somente para os produtores, mas para toda a população”, diz o comunicado.
A entidade lembrou também que o setor de etanol passa por momento de expectativas, “com o início de uma super safra de cana de açúcar e de milho de segunda safra, com uma crescente oferta de etanol no mercado nacional a partir do segundo trimestre e volumes adicionais expressivos em relação à última safra.”
A produção de etanol de milho saiu de uma produção de 37 milhões de litros na safra de 2013/2014 com projeção de 4,2 bilhões de litros na safra 2022/2023. A expectativa é atingir a produção de 10 bilhões de litros em 2030/2031.
“Paralelamente, o setor contribui com o fornecimento de insumos para produção de proteína vermelha, aves, suínos e peixes e estimula o setor de reflorestamento para produção de biomassa”, lembra.
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