Às 10:06 eu cheguei na Car Max, uma dealer the automóveis que gira bastante seu estoque por praticar preços justos e de mercado, tanto na compra como na venda. Tinha uma pequena fila, com três pessoas na minha frente. A loja está contratando técnicos, pois falta mão de obra. Em 15 minutos fui atendido. E em cerca de uma hora eu saía da loja, carregando meu cheque e minha placa.
Não tive que reconhecer firma em cartório. Não tive que fazer vistoria. Não precisei de despachante. Em uma hora, a loja fez a avaliação do meu carro, ofereceu um valor adequado, e finalizou o processo em minutos, utilizando o sistema interligado que já transferiu o título de propriedade de mim para a loja, enquanto eu recebia o cheque nominal que foi imediatamente depositado em minha conta.
Quando postei uma imagem do cheque e uma breve explanação do que se tratava, muitos seguidores brincaram com o nome da loja, que parece Karl Marx. E isso me instigou a escrever essa coluna, comparando um país sob forte influência do líder comunista – o Brasil – e outro onde, até aqui, o barbudo não se criou muito.
A burocracia é a mãe da corrupção. Um país em que o cidadão é tratado com eterna desconfiança e o estado como um anjo protetor está fadado ao fracasso. O Brasil é a república cartorial, onde alguns se dão bem à custa dos outros, sem qualquer produção de riqueza em troca. É uma taxa de vassalagem mesmo, que os trabalhadores precisam pagar para sustentar malandros vagabundos.
Uma sociedade de confiança é algo totalmente diferente. Nela, parte-se da premissa de que o cidadão age de boa-fé, e desconfia-se é do estado. Todas as emendas constitucionais americanas limitam poder do estado de interferir na vida dos indivíduos. Na Constituição Brasileira, distribui-se “direitos” pelo estado paternalista. Na América, a liberdade é inalienável, auto-evidente e dada pelo Criador. No Brasil, é uma licença estatal que pode ser tirada a qualquer momento por uma canetada do Xande.
Os Estados Unidos não são mais o mesmo, admito. O esquerdismo tem avançado por aqui, enfraquecendo as instituições e esgarçado o tecido social. Mas a destruição leva tempo, pois a cultura está imbuída desses valores. É por isso que uma simples venda de um carro simboliza esse contraste tão grande. Até quando os brasileiros vão sustentar esses parasitas de um sistema calcado na desconfiança geral e na ilusão de que o estado é um agente benfeitor?
Be the first to comment on "Car Max x Karl Marx"