O ex-juiz Sergio Moro se posicionou como candidato à presidência da República nas eleições do próximo ano, durante entrevista no programa “Conversa com Bial”, na madrugada de quarta-feira (17). Moro afirmou estar preparado e que depende da confiança do povo para que o projeto siga adiante. “Estou pronto para liderar esse projeto. Construir um projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo brasileiro tiver essa confiança, o projeto segue adiante”, declarou.
Moro disse também que ainda está escolhendo os nomes que devem compor sua equipe de governo, mas adiantou que o ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, deve cuidar da área econômica. “O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros”, afirmou.
“No nível macroeconômico, quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore”.
O ex-juiz afirmou que o projeto para o próximo ano começou com sua filiação ao Podemos, que pretende colocar o Brasil nos trilhos e que seu plano de governo vai muito além do combate à corrupção. “Precisamos nos tornar o país do futuro finalmente”, enfatizou.
Questionado sobre declarações anteriores, de que jamais seria candidato, Moro garantiu que não faltou com a verdade, mas o contexto mudou completamente e que o Bolsonaro boicotou o projeto de combate à corrupção no país.
“Em 2018, eu vi a oportunidade de me tornar ministro da Justiça e levar essa reforma que estava sendo feita nos casos judiciais para Brasília, para consolidar leis e avanços e principalmente impedir esses retrocessos. Eu encarava como missão por um propósito maior. Quando, depois, o governo boicotou o projeto de combate à corrupção, não deu o apoio necessário para que fossem aprovadas as reformas no Congresso, passou a adotar um comportamento de, ao invés de coibir a corrupção, praticamente abandonar essa agenda, inclusive interferir em órgãos de controle, saí do governo. Tenho visto desde que saí do governo um progressivo desmantelamento do combate à corrupção. Estamos perdendo aquilo que construímos a duras penas durante a Operação Lava Jato”, disse.
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