O pré-candidato à presidência da OAB-DF Guilherme Campelo é um crítico de muitas práticas comuns às gestões da seccional na última década. Fundador do movimento “InovOAB”, que busca mais horizontalidade nas relações da instituição, o advogado tributário coloca-se como uma terceira via aos dois principais grupos de influência na OAB-DF.
O Justiça em Foco entrevistou Campelo acerca de suas propostas e oposições à forma de condução da Ordem em Brasília. Confira:
Você costuma criticar a atuação da OAB-DF durante a pandemia. O que acredita ter faltado e quanto poderia ter sido feito?
Na situação de isolamento social, muitos advogados tiveram que encerrar atividades em escritórios, passaram por dificuldades financeiras em razão da menor demanda de trabalho e todos tivemos que nos adaptar à realidade virtual de todo o judiciário. Muito deveria ter sido feito pela atual gestão: ser flexível com a anuidade, rede de networking, auxílio de custo para internet e aparelhos eletrônicos, cursos para destacar os profissionais no mercado de trabalho… Aconteceu, de fato, uma negligência.
Inclusive, a flexibilização da anuidade é um assunto muito abordado em suas propostas. Como seria isso na prática?
Na verdade, eu proponho a redução da anuidade pela metade. No ano passado, quando nem pensava sobre a candidatura, enviei um requerimento à presidência da OAB pedindo a suspensão da anuidade, pois havia advogados com dificuldade até para arcar com a alimentação da própria família. Foi completamente ignorado. Em março deste ano, retifiquei a solicitação e a resposta do presidente foi dizer que era apenas um ato politiqueiro meu. Então, pretendo diminuir a taxa cobrada dos inscritos se eu for eleito.
A transparência das finanças da OAB-DF é também uma questão de que você trata com frequência. O que há de ruim com isso hoje? Como você pretende melhorar?
Em primeiro lugar, não existe uma regulação da gestão financeira da seccional. É necessário aplicar um sistema de compliance. Ademais, o portal de transparência é precário e desorganizado. Quero facilitar a verificação dos advogados daquilo quanto é feito com seu próprio dinheiro: implantarei um sistema push que notifica eletronicamente os inscritos acerca das atualizações do portal de transparência.
Por fim, uma pergunta que envolve polêmicas: o que é o partidarismo na OAB-DF que você tanto combate?
O partidarismo da OAB-DF é a utilização da gestão para apoiar candidaturas e militâncias políticas. Inclusive, visando a ser candidato a governador do Distrito Federal. Assim, a defesa e apoio aos advogados não é a prioridade dos gestores, porque estão ali a fim de defender interesses pessoais. Isso tem que acabar.
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