Soluçar por mais de dois dias exige investigação de doenças e até cirurgia

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Quem acompanha o presidente Jair Bolsonaro na televisão enas redes sociais tem visto que uma crise de soluço há dias vem incomodando o chefe maior da nação. Nesta quarta-feira (14), com incômodos abdominais e a persistência do quadro, deu entrada no Hospital das Forças Armadas pela madrugada.

Durante sua live semanal, o presidente afirmou que os soluços teriam surgido após a colocação de implantes dentários recentes e que teria relação com os medicamentos anestésicos utilizados.

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Nos últimos dias o presidente se queixou de uma crise de soluço que durava pelo menos 11 dias. Porém, bastam que se passem 48 horas ou dois dias com soluços para que seja necessário buscar ajuda, segundo o cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner. Isso porque o soluço que dura minutos costuma ser inofensivo. Se for muito recorrente, é importante buscar a ajuda de um especialista, para investigar se há alguma doença clínica que se reflete nessa condição. As informações são do site do hospital.

Episódicos a intratáveis

O soluço é justamente categorizado pela duração que tem. Os episódicos estão ligados ao excesso de comida e de bebida gaseificada, além de poder ser efeito de mascar chicletes e de fumar demais, e da insuflação do estômago na endoscopia. Já os persistentes e os intratáveis, que podem ser o caso do presidente, não têm ainda causa definida, mas podem levar a desfechos graves como desnutrição, perda de peso, insônia, fadiga, estresse mental e prejuízo da qualidade de vida. No caso do presidente Bolsonaro, as diversas cirurgias abdominais depois da facada durante a eleição de 2018 podem ser a causa de complicações diafragmáticas que podem fazer surgir soluços persistentes, segundo especialistas.VEJA TAMBÉM:

“Pouco se sabe sobre a incidência de soluços intratáveis ou persistentes. Apenas alguns estudos demonstraram que mais de 200 casos de soluço persistente ou intratável apresentavam-se na maioria em idosos do sexo masculino e com doenças associadas”, explicou o médico no site do hospital.

Tratamentos possíveis

Soluço persistente ou intratável podem exigir algumas drogas, mas terapias alternativas como hipnose e acupuntura, segundo o médico, mostraram resultado em casos selecionados. “A cirurgia para o bloqueio do nervo frênico e para a implantação de um marca-passo respiratório pode ser utilizada em casos refratários e com resultados ainda em estudo”, finalizou o médico-cirurgião.VEJA TAMBÉM:

Investigação apurada

A análise clínica nos casos de persistência pode exigir, além da anamnese, exames de  sangue, ressonância magnética, broncoscopia, endoscopia, teste de função pulmonar, entre outros. “Não há estudos completos e minuciosos a respeito do tratamento do soluço, apenas estudos observacionais. Caso seja encontrada alguma doença relacionada, o tratamento, então, deve ser direcionado àquela doença”, disse Klajner.

Confira a matéria na Gazeta do Povo

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