A condição geográfica que o Estado do Ceará se encontra é “por si só” um alerta para que as autoridades da Segurança Pública se atentem ao Estado estar na rota do tráfico de drogas internacional. Em 2020 e no primeiro semestre de 2021, a Polícia Federal apreendeu no Ceará quase três toneladas de drogas, sendo uma tonelada de cocaína. Especificamente 346 quilos do pó foram recolhidos só no último sábado (26). O aumento das apreensões de entorpecentes, principalmente, no Aeroporto de Fortaleza e nos portos fez com que a Polícia Federal decidisse ampliar a sua estrutura a fim de combater o crime organizado. Em entrevista exclusiva concedida do Diário do Nordeste, o recém-nomeado superintendente da PF no Ceará, Rodrigo Pellim, afirmou que o Estado é quase um “hub para a saída de drogas para a Europa” e que “o recurso que sai daqui para pagar as drogas chega aos países vizinhos produtores”.
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Powered by RedCircle Pellim falou sobre os desafios para descapitalizar o tráfico e alertou que em operações realizadas em outros estados do Brasil foi descoberto que pagamentos para drogas provenientes da Bolívia e da Colômbia vinham de Fortaleza. O mapeamento feito pelos órgãos de Segurança indicam que os criminosos alternam a modalidade do envio da droga. Em tempos optam por transportar cargas maiores via portos, outras vezes cargas menores pelo aeroporto. 443QUILOS DE DROGAS APREENDIDOS NO CEARÁ PELA POLÍCIA FEDERAL NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021 “A PF está ampliando sua estrutura no Porto do Mucuripe e sua extensão no Pecém, parte do nosso grupo tático vai ficar instalado lá. No ano de 2020, por exemplo, foi apreendida quase uma tonelada e meia de cocaína e uma tonelada de maconha. Esse ano, as principais investigações estão em curso e certamente serão desenvolvidas no segundo semestre. Boa parte das apreensões no Aeroporto de Fortaleza. 34 quilos de maconha entre Aeroporto e Correios. São várias as modalidades. A gente tenta ser seletivo, buscar os maiores volumes de drogas, de movimentações financeiras envolvendo essas atividades ilícitas”, contou o superintendente da Polícia Federal no Ceará.
ALTO ESCALÃO
Pellim não descarta o envolvimento de políticos na facilitação do tráfico de drogas no Estado. Segundo o delegado, “todas as classes profissionais, econômicas têm pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, assim como outras atividades criminosas, como contrabando, desvio de recurso público”. O superintendente acrescenta que o foco da PF é atuar no alto escalão das organizações criminosas para buscar descapitalizar os grupos. A tecnologia vem sendo utilizada pelas autoridades com intuito de localizar lideranças por meio dos rastros que deixados a partir da lavagem de dinheiro. “Foco nos que detêm poder de liderança, poder de mando, as pessoas que movimentam recursos financeiros e recrutam as mulas do tráfico que acabam sendo presas por transportar uma carga em detrimento dos traficantes que se escondem. Buscar a descapitalização apreendendo bens”, disse Rodrigo Pellim.
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