- As contas públicas consolidadas do Brasil (União, estados, municípios e estatais) registraram em maio um déficit de R$ 15.541 bilhões. Mas, no acumulado do ano, o superávit primário atingiu o montante de R$ 60,3 bilhões.
No tocante à balança comercial, o saldo apurado em junho aponta para um superávit de UR$ 10.372 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de 61% em relação ao resultado alcançado no mesmo mês em 2020. Vale assinalar que os bons resultados obtidos nas contas externas decorreram, basicamente, do crescimento de forte da demanda por commodities agrícolas e de minerais por vários países, especialmente a China, bem como da taxa de câmbio que vem favorecendo as exportações e desestimulando as importações.
Outra boa notícia é que em maio foi registrado um aumento de 280.666 empregos com carteira assinada, porém o número de desempregados ainda continua elevado. Cerca de 14,7 milhões de pessoas estão em busca de emprego. Mesmo assim, os indicadores sinalizam que a economia está se recuperando e a tendência é melhorar na medida que avança o programa de vacinação contra o coronavírus.
- A novela das negociações para compra de vacinas contra a Covid-19 continua. Depois do escabroso contrato para fornecimento da Covaxin, com a intermediação da Precisa Medicamentos, surgiram mais dois casos com supostos indícios de corrupção. Um deles se refere à pretendida compra do imunizante da Astrazeneca, por meio da distribuidora Davati Medical Supplye. O outro seria para aquisição da vacina Convidicea, desenvolvida pela chinesa CanSino Bioilogics. Segundo notícias veiculadas pela imprensa, há suspeita de possível envolvimento do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros e de ex-servidores do Ministério da Saúde nos citados casos. Os órgãos de controle e fiscalização, bem como a CPI da Covid-19 estão de olho nessas transações. Vamos aguardar o desenrolar dos próximos capítulos.
- Tudo indica que não valeu a pena a pressa da presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-DF) e do presidente da Casa, Artur Lira (PP-AL,) para agilizar a tramitação do polêmico e inoportuno projeto do voto impresso. É que presidentes de 11 partidos políticos, incluindo importantes legendas aliadas do governo, decidiram iniciar movimento contra a aprovação da proposta. A decisão do grupo foi oficialmente comunicada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Roberto Barroso e ao seu sucessor, Alexandre de Moraes. O meio ambiente agradece. Bom saber que o déficit das contas públicas não será aumentado em dois bilhões de reais para custear as despesas que seriam realizadas, desnecessariamente, com esse estapafúrdio projeto.
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Brasília, 5/7/2021 José Leite Coutinho
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