O laudo da morte da família Vidal, assassinada por Lázaro Barbosa em Ceilândia, foi divulgado pela Polícia Civil do Distrito Federal nesta terça-feira (29). Conforme o delegado, Raphael Seixas, responsável pela investigação da chacina, Cleonice Marques, de 43 anos, pode ter sido violentada sexualmente antes de ser morta com um tiro no crânio. As informações são do G1.
O titular relatou que o laudo aponta “indícios de violência sexual”, e que a vítima teve uma orelha cortada, “possivelmente enquanto ainda estava viva”. Seixas explicou que foram colhidos vestígios biológicos do corpo, que poderão confirmar se houve estupro. O resultado deve ficar disponível até sexta-feira (2).
Cláudio Vidal, marido de Cleonice, e os filhos do casal, Gustavo Vidal, de 21 anos, e Carlos Eduardo Vidal, de 15 anos, foram assassinados com tiros e golpes de faca no dia 9 de junho.
A possibilidade de Lázaro não ter agido sozinho na chacina também é investigada, disse o delegado. Segundo ele, o motivo pode ter sido interesses imobiliários, já que a família foi assaltada em 17 de maio. “Todas as linhas de investigação serão checadas”, disse Seixas.
O inquérito sobre o caso corre em segredo de Justiça.
MORTE DE LÁZARO DIFICULTA INVESTIGAÇÕES
O criminoso foi morto pela Polícia na segunda-feira (28), após 20 dias de perseguição após a chacina. Para o delegado, o falecimento do foragido prejudica o inquérito sobre a chacina.
“Para a investigação, era interessante que ele fosse preso e falasse no interrogatório”, explicou o delegado.
Segundo a tia de Lázaro Barbosa, Zilda Maria, relatou em entrevista ao G1, ele ligou para a mãe dois dias depois da Chacina em Ceilândia, em Goiás, e contou que não agiu sozinho na ocasião.
“Ela atendeu o telefone no ônibus, ficou nervosa, ele perguntou se ela estava bem e ela disse: ‘Como é que você me pergunta se eu estou bem? Depois de tudo que você fez, como é que é você me pergunta se eu estou bem? Cadê a mulher? O que que tu fez?’. Aí ela disse que ele falou assim: ‘Não foi eu sozinho e não sou eu que estou com a mulher’. Ela disse que a prosa foi essa aí”, revelou a familiar do criminoso.
Para Seixas, há detalhes que somente o criminoso poderia esclarecer, como o motivo do crime. “Tudo isso seria objeto de arguição em relação a ele, só que ele morreu. Há prejuízo pra investigação? Óbvio que há. Tem situações, detalhes, que só ele poderia dizer”, explicou.
“Se foi patrimonial ou não, se foi a mando de alguém, ou não”. Para Seixas, “os detalhes ficaram prejudicados com a morte de Lázaro”.
Moradores da cidade baiana de Barra dos Mendes, terra natal de Lázaro Barbosa, reagiram à notícia da morte do fugitivo. “Desse, estamos livres, ninguém mais vai morrer pela mão dele”, disse o sitiante Pedro de Oliveira, irmão de uma das vítimas de Lázaro. “Teve gente que comemorou, mas não vejo motivo. A gente acaba revivendo o que aconteceu”, afirmou.
Pedro socorreu o irmão, José Carlos Benício de Oliveira, ‘Carlito’, assassinado com um tiro por Lázaro em novembro de 2008. Ele o matou porque ‘Carlito’ havia protegido uma mulher que o criminoso tentava estuprar.
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