O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que “não é invadindo o Parlamento que a Casa deixará de apreciar matéria A ou matéria B”.
Ele respondeu, no plenário, às críticas da oposição ao confronto entre policiais e indígenas ocorridos no final desta manhã (22), por conta da perspectiva de apreciação da autorização de mineração em terras indígenas (PL 490/07) pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
“Esta Casa não compactua com a violência, mas estamos hoje com três funcionários desta Casa atingidos por esta manifestação”, disse.
Ele afirmou que as tentativas de invasão pelos indígenas foram sucessivas nas últimas semanas e repudiou a violência nos atos. “Vamos esfriar os ânimos, botar panos quentes e na quinta-feira, na reunião de líderes, nós tratamos sobre esse tema”, afirmou.
Lira afirmou que pode criar um grupo de trabalho sobre a mineração em terras indígenas. “Esta Casa precisa ter coragem para analisar o tema de exploração de terras indígenas, não podemos ficar de olhos fechados”, opinou.
O presidente da Câmara disse que o garimpo ilegal existe, já foi denunciado, e que a Casa não pode se furtar de analisar o tema. Mas a oposição cobra que a proposta seja retirada da pauta de votações.
De acordo com informações da Agência Câmara, por volta das 12h30, cerca de 500 indígenas, em sua maioria armados com flechas e tacapes, tentaram invadir o Anexo 2 da Câmara dos Deputados.
De início, eles derrubaram os gradis da entrada do edifício e os arremessaram contra os policiais legislativos. Logo depois, várias flechas foram disparadas contra os policiais, ainda na tentativa de invasão do prédio.
Os policiais legislativos repeliram os indígenas com bombas de efeito moral, gás de pimenta e gás lacrimogêneo. Não houve disparo de tiros ou qualquer tipo de agressão física contra os manifestantes. Um policial legislativo foi atingido na perna por uma flecha, e um servidor da área administrativa da Polícia Legislativa foi flechado no tórax. Ambos foram transferidos para um hospital privado do Distrito Federal.
Um policial militar foi flechado no pé, mas já foi atendido no Departamento Médico da Câmara e passa bem. O Anexo 2 da Câmara não foi ocupado. A situação já foi normalizada, e os indígenas não estão mais no local.
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